sistema prisional paulista transformações e perspectivas
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INTRODUÇÃO<br />
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Conselho Penitenciário do Estado - COPEN<br />
ANO 1 – nº 01<br />
Agosto/2011<br />
As idéias e opiniões expressas nos artigos são de exclusiva responsabilidade dos<br />
autores, não refletindo, necessariamente, as opiniões do Conselho Editorial.<br />
Conhecem-se todos os inconvenientes da prisão, e sabe-se<br />
que é perigosa quando não inútil.<br />
E, entretanto, não vemos o que por em seu lugar.<br />
Ela é a detestável solução, de que não se pode abrir mão.<br />
(Foucault)<br />
A idéia de prisão, como pena, surgiu com a Igreja Católica, na Idade Média, quando<br />
clérigos faltosos passaram a ser punidos com privação de liberdade – eram recolhidos em<br />
celas dos mosteiros – para penitência. Daí a origem do termo penitenciária, designando<br />
estabelecimento <strong>prisional</strong>, que se constitui, hoje, na pedra angular da segurança pública. Com<br />
efeito, a gigantesca máquina judiciária seria inócua sem edifícios prisionais, os quais,<br />
incontestavelmente, constituem em fonte de temor dos criminosos, na medida em que o<br />
encarceramento, debalde a evolução da humanidade, ainda visa – sem hipocrisia –, primeiro<br />
reprimir, e, depois, se possível, reintegrar.<br />
O presente trabalho busca fornecer uma breve e perfunctória abordagem histórica do<br />
<strong>sistema</strong> <strong>prisional</strong> <strong>paulista</strong>, desde sua origem até os dias atuais, com foco nas <strong>transformações</strong><br />
ocorridas nos Governos Mário Covas e Geraldo Alckmin, além de projetar um futuro<br />
próximo, de acordo com a evolução que a experiência vivenciada nos mostra e as diretrizes<br />
governamentais apontam.<br />
Neste sentido, nos dois primeiros capítulos fizemos uma sucinta explanação sobre as<br />
primeiras unidades prisionais de São Paulo. No capítulo III, uma resumida abordagem sobre<br />
os principais <strong>sistema</strong>s penitenciários. Nos capítulos seguintes, um breve relato sobre as<br />
principais unidades prisionais que existiram em São Paulo, quais sejam: Casa de Correção,<br />
Penitenciária do Estado e Casa de Detenção. Em seguida, no capítulo VII, a criação da<br />
Secretaria da Administração Penitenciária, a primeira no Brasil a dedicar-se, com<br />
exclusividade, à custódia de presos. Após, no capítulo VIII, abordamos aquelas que, no nosso<br />
sentir, foram as principais <strong>transformações</strong> acontecidas no <strong>sistema</strong> <strong>prisional</strong> de São Paulo.<br />
Depois, procuramos mostrar o panorama atual do <strong>sistema</strong> <strong>prisional</strong> <strong>paulista</strong>, Finalmente,<br />
abordamos as <strong>perspectivas</strong> para um futuro próximo, que as ações da Administração Estadual<br />
indicam e que nos interessam sobremaneira: a conclusão do projeto de desativação de todas as<br />
cadeias públicas vinculadas à Polícia Civil.<br />
Sobreleva evidenciar que o <strong>sistema</strong> <strong>prisional</strong> <strong>paulista</strong> não é o ideal, mas, sem dúvida,<br />
apresentou acentuada melhora com as <strong>transformações</strong> ocorridas nos Governos pós 1995.<br />
É de se ressaltar que o aumento, sem precedente, da população carcerária leva à<br />
necessidade de reflexão sobre políticas públicas a serem adotadas. Deve-se buscar alternativas<br />
ao encarceramento, ou adotar uma postura de endurecimento na aplicação da pena,<br />
priorizando a construção de presídios?<br />
Qualquer que seja a diretriz a ser seguida, deverá, com certeza, vir acompanhada de<br />
políticas sociais adequadas, que possibilitem oportunidades de trabalho, acesso à saúde e<br />
educação, principalmente aos jovens, de forma que, efetivamente, venham a favorecer o<br />
desenvolvimento integral dos cidadãos. Inclusive, devem ser desenvolvidas ações visando à<br />
melhoria das condições de trabalho e preparação profissional adequada aos que militam nas<br />
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