grupo bom jesus de alcoólicos anônimos - existe uma solução

Fernando - Área 07
Experiências pessoais - Afinal, tenho uma vida...
Afinal, tenho uma vida...
Agarrava-me à ideia de que, enquanto bebia, năo fazia mal a ninguém a năo ser a mim próprio. A
minha família năo sofria porque eu pagava as contas, năo bebia álcool em casa e năo faltava ao
trabalho. A minha filha e a măe năo sofriam porque eu estava presente. Afinal, que mal é que eu
lhes fazia? Nada que năo fosse remediado com um pedido de desculpas.
Hoje, em Alcoólicos Anónimos, compreendo o mal que lhes fiz e a mim próprio. Consegui
compreender que bebia para esconder a minha timidez e para esquecer a minha deficiência.
Agora entendo que o meu desejo de esconder e esquecer năo surtia efeito porque, no dia seguinte
estava com uma grande ressaca e os problemas continuavam a ser os mesmos ou ainda maiores.
Por vezes, quando me lembrava, sentia vergonha do que tinha feito no dia anterior e voltava a
beber para me esquecer. Vivi escravo dum dia-a-dia em que ressaltavam a raiva, a desilusăo e os
ressentimentos, mas năo sabia o que me faltava.
Sinto que vou crescendo espiritualmente depois de ter sabido e admitido que tenho a doença do
alcoolismo e também, após ter entendido as razőes que me levavam a beber tanto. Já consigo
encarar os meus problemas com sobriedade e muita fé no meu Poder Superior.
...năo posso deixar morrer o meu sorriso, pois preciso dele...
Estou a preparar-me para retomar o meu caminho sem tempestades a barrar o meu tempo. Já que
săo tantos os elos quebrados, preciso refazer com cuidado os meus dias, numa procura sóbria
dos meus erros e negligências juntando pacientemente os meus pedaços, retalhos da minha
existência. Poderei criar um novo orgulho, talvez outras culpas, outros medos, mas ao arrumar os
meus dissabores, os meus instantes, năo posso deixar morrer o meu sorriso, pois preciso dele
para reger o meu dia com serenidade e precisăo.
O caminho pode ser sombrio e silencioso. Muitas vezes poderei nem provar esse "mosto" do puro
amor, mas quero distanciar-me do sofrimento, permitindo-me ser feliz exercendo toda a minha
liberdade.
Afinal, tenho uma vida financeiramente estável, tenho saúde, uma linda filha. Porque é que eu
tinha de andar a sofrer e a fazer sofrer por causa do álcool?
A oraçăo da serenidade mostra-me como devo manter o equilíbrio entre os sonhos e realidade,
até atingir a estrada da sobriedade.
Tenho de aceitar-me tal como Deus quer que eu seja. Aceitar aquilo que năo posso modificar e
modificar aquilo que posso, mas sóbrio, por mais 24 horas.
Obrigado Alcoólicos Anónimos.
Obrigado companheiros.
António N. - Área 08
Experiências pessoais - Há uma diferença