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grupo bom jesus de alcoólicos anônimos - existe uma solução

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coraçăo.<br />

Maria Teresa - Área 08<br />

Experiências pessoais - Viemos, o medo e eu, até aqui.<br />

Viemos, o medo e eu, até aqui.<br />

Até aqui. A este sítio, que eu assim chamo, porque "sítio" para mim é mais abrangente que lugar.<br />

Com sítio, <strong>de</strong>signo o espaço on<strong>de</strong> me refugiei para năo morrer, ou enlouquecer, e o tempo on<strong>de</strong><br />

estou, no tempo que a vida me <strong>de</strong>u. Estou em, sou <strong>de</strong>, vivo em Alcoólicos Anónimos.<br />

- E aqui tu, medo, já năo és o que eras! Per<strong>de</strong>ste força, meu maroto, mas năo te finaste! Gran<strong>de</strong><br />

manhoso! Estás sempre à espreita...<br />

Que falar ou escrever sobre esta emoçăo que me apertava - aperta ainda, por vezes - as<br />

entranhas a ponto <strong>de</strong> me faltar o ar, <strong>de</strong> me tirar a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensar com algum tino? Afinal <strong>de</strong><br />

que tinha (ou tenho) medo? Afinal que tipo <strong>de</strong> sentir é este? Descobri imensas razőes para<br />

o viver : os julgamentos menos favoráveis, o sentir culpa, remorso ou vergonha; o ter <strong>de</strong> tomar<br />

<strong>de</strong>cisőes cujos resultados năo podia controlar ou, o năo tomar <strong>de</strong>cisăo nenh<strong>uma</strong>; a rejeiçăo das<br />

pessoas, mesmo que só imaginada; medo das raivas e <strong>de</strong> on<strong>de</strong> me podiam levar; dos silęncios,<br />

meus e dos outros. Medo <strong>de</strong> falar e medo <strong>de</strong> năo falar o <strong>de</strong>vido; medo da mudança e medo <strong>de</strong> năo<br />

mudar; concluí que o medo, esteve quase sempre colado nas minhas atitu<strong>de</strong>s: o medo <strong>de</strong> me<br />

mostrar tal como sou, levou-me a fingir e criar um "eu" diferente; medo <strong>de</strong> situaçőes<br />

<strong>de</strong>sconfortáveis levou-me a atacar tudo e todos; o medo <strong>de</strong> per<strong>de</strong>r o controlo levava-me ao<br />

afastamento, à fuga. Vi, que esta terrível emoçăo gera ou potencia outras, <strong>de</strong>strutivas, como a<br />

raiva e o ressentimento, a baixa auto estima, a <strong>de</strong>sconfiança e a tristeza.<br />

O medo, esse velho parceiro <strong>de</strong> viagem! Des<strong>de</strong> menino, tem sido fiel na sua permanência: vimonos<br />

crianças, adolescentes e adultos. Em todas as ida<strong>de</strong>s que fomos percorrendo juntos.<br />

O medo, <strong>de</strong> me mostrar tal como era, e sou. Sim, o medo <strong>de</strong> mostrar que tenho fragilida<strong>de</strong>s, que<br />

năo era (nem sou) tăo "boa pessoa" quanto possam pensar, nem tăo responsável, nem tăo forte,<br />

nem tăo infalível ou sábio, nem tăo...<br />

Aquele aperto no estômago, que subia em novelo à garganta e se espalhava, como onda pela<br />

cabeça, fazendo-a latejar, (Pum...pum...pum...), como um martelo a bater, enquanto a boca<br />

secava ficando como cortiça...<br />

E entăo, bebi! Ah! Tinha <strong>de</strong>scoberto, entretanto, <strong>uma</strong> forma <strong>de</strong> trocar as voltas ao medo. Jogava<br />

às escondidas com ele, fugia-lhe a espaços, dava-lhe com frequęncia bastante trabalho para me<br />

encontrar <strong>de</strong> novo. Sim, o álcool! -- Que <strong>de</strong>scoberta! Outros dias, iguais ou parecidos, o mesmo<br />

sentir, ou mais. Por vezes a angústia -- o medo refinado. E bebia! Fugia-lhe, escondia-me num<br />

bar, n<strong>uma</strong> tasca, armava-me <strong>de</strong> garrafas. Tinha um meio, vários meios <strong>de</strong> lutar contra esse<br />

estupor, e ia usá-los: Vais ver! -- Dizia-lhe em <strong>de</strong>safio.<br />

Que <strong>de</strong>sculpas..., que mentiras..., que manipulaçőes... que artimanhas... - A verda<strong>de</strong> é que năo!<br />

Que caminhos sofridos, repletos <strong>de</strong> aleijőes, <strong>de</strong> penas, <strong>de</strong> vergonhas, <strong>de</strong> remorsos, <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sespero... E lá estava ele, colado a mim, sem <strong>de</strong>spegar. O medo. Da rejeiçăo, das<br />

consequęncias, do julgamento, da crítica, do <strong>de</strong>sconhe cido, das dificulda<strong>de</strong>s, do sofrimento.<br />

- Faço năo faço... digo năo digo... vou, năo vou... Que vida! - Isto é vida?!... Que vida é esta?<br />

Bom... enquanto bebo, năo sinto! A partir <strong>de</strong> certo momento, claro, é tudo normal! - Quais

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