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Cada um com a sua língua

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O beija-flor de Nei Lopes<br />

Por Marco Aurélio Fiochi | Foto Cia de Foto<br />

O samba deu régua e <strong>com</strong>passo ao <strong>com</strong>positor, cantor e escritor carioca Nei Lopes para<br />

empreender seu respeitável estudo sobre a presença das <strong>língua</strong>s africanas na formação do<br />

português falado no Brasil. Sua produção inclui 23 livros publicados e dois a ser lançados<br />

neste ano. São ensaios, contos, perfis e narrativas, além do constante levantamento das<br />

palavras de origem africana que integram o vocabulário dos brasileiros, o que rendeu quatro<br />

dicionários (dois voltados ao grupo linguístico banto, outro <strong>com</strong> termos afro-brasileiros<br />

para estudantes e mais <strong>um</strong> <strong>com</strong> verbetes sobre a produção literária negra). No campo da<br />

história, Lopes realizou a extensa pesquisa que <strong>com</strong>põe os cerca de 9 mil verbetes de <strong>sua</strong><br />

Enciclopédia Brasileira da Diáspora Africana (S<strong>um</strong>mus, 2004). Um dos mestres do partido<br />

alto, reunião musical em que o improviso é essencial para criar na hora versos inspirados e<br />

bem-h<strong>um</strong>orados sobre o cotidiano, é autor de vários sambas de sucesso, cantados, entre<br />

outros, por Clara Nunes, Alcione e Beth Carvalho. Distante da agitação do Rio de Janeiro e<br />

de <strong>sua</strong> paixão, o Salgueiro, vive tranquilo <strong>com</strong> a esposa, Sonia, em Seropédica, interior fl<strong>um</strong>inense.<br />

É lá que funciona o NEI (Núcleo de Estudos Independentes), <strong>um</strong>a brincadeira do<br />

escritor para falar de seu lugar de trabalho, <strong>um</strong> escritório repleto de livros, e para ressaltar<br />

que <strong>sua</strong> produção é feita de maneira solitária, sem filiação a nenh<strong>um</strong>a universidade, mas<br />

<strong>com</strong> a generosidade de amigos que lhe trazem materiais de estudo de várias partes do<br />

mundo. É no jardim de <strong>sua</strong> casa que ele recebe de vez em quando a visita de <strong>um</strong> passarinho,<br />

que, graças à verve afiada do sambista para a improvisação, foi batizado de “beija-flor<br />

de Nei Lopes”, trocadilho saboroso <strong>com</strong> o nome de outra famosa escola de samba, a Beija-<br />

Flor de Nilópolis.<br />

O sambista Nei Lopes em <strong>sua</strong> casa: “O samba é fonte de referência, apesar do esvaziamento cultural”<br />

16 Continu<strong>um</strong> Itaú Cultural Participe <strong>com</strong> <strong>sua</strong>s ideias 17<br />

entrevista

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