DE TEATRO - UTFPR
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telefonou para o professor Mezzadri dizendo<br />
que já estava pronto para começar. Era só o<br />
tempo de voltar de viagem. E assim o grande<br />
ator dos palcos paranaenses foi contratado. Nos<br />
primeiros anos seu contrato foi regido pela CLT.<br />
Anos depois, em função de novas exigências, fez<br />
concurso e foi aprovado, no cargo de professor.<br />
Apesar das transformações pelas quais passou a<br />
instituição ao longo daqueles anos, José Maria<br />
Santos permaneceu à frente do grupo até sua<br />
morte em 3 de janeiro de 1990.<br />
A história do trabalho de José Maria no grupo<br />
da ETFPR pode ser dividida em cinco períodos,<br />
de 1971 a 1975, de 1975 a 1978, 1979 a 1982,<br />
1983 a 1986 e de 1987 a 1990. Cada um destes<br />
períodos estava mais ou menos de acordo com<br />
a formação técnica quadrienal de cada grupo de<br />
estudantes participantes. Mas não foi algo muito<br />
rígido, pois ao longo destes períodos, muitos<br />
alunos entravam e saiam do grupo, entre uma<br />
montagem teatral e outra.<br />
Este artigo vai tratar basicamente da segunda<br />
fase, ou do segundo grupo de alunos do TETEF-<br />
Teatro da Escola Técnica Federal do Paraná, que<br />
vai de setembro de 1975 a dezembro de 1978.<br />
Antes disso, porém, a guisa de introdução, serão<br />
recuperadas algumas informações à respeito<br />
do primeiro período, que vai da fundação do<br />
grupo em 1972 até setembro de 1975. José<br />
Maria Santos, ou mais simplesmente Zé Maria<br />
como era chamado pelos seus alunos e pela<br />
classe teatral paranaense, implanta na ETFPR,<br />
na verdade, uma Escola de Teatro e não só um<br />
grupo de artistas amadores. Não porque fosse<br />
uma exigência da escola, muito pelo contrário.<br />
O grupo de teatro seria apenas uma atividade<br />
extraclasse dentro da área de Educação Artística.<br />
Mas Zé Maria queria que fosse algo mais do que<br />
um “grupinho de colégio de freiras”. ”. ” Por isso, sua<br />
preocupação de fazer estudos de texto, convidar<br />
profissionais para exercícios de impostação de<br />
voz, expressão corporal, dança e canto. Muitas<br />
vezes estes profissionais eram contratados para<br />
períodos de dois a três meses, como foram os<br />
casos de Afonso Burigo (cenografia, adereços,<br />
maquiagem), Lala Schneider (interpretação<br />
e composição de personagem) Odilo Sales<br />
(voz). Apesar de que Zé Maria tivesse claro<br />
que aqueles jovens artistas fossem apenas<br />
estudantes dos cursos técnicos oferecidos pela<br />
instituição nas áreas de Eletrônica, Mecânica,<br />
Letreiros do Teatro Guaíra, na estréia de Os Pequenos<br />
Burgueses<br />
Telecomunicações, Eletrotécnica, Edificações e<br />
Decoração.<br />
Naquele período inicial, Zé Maria dirigiu<br />
e produziu quatro espetáculos, renovando<br />
constantemente os alunos-atores. Contudo,<br />
apesar do entra e sai de alunos, Zé Maria<br />
conseguia manter uma pequena base de alunos-<br />
atores que permaneceram durante os quatros<br />
primeiros anos. Casos de Alcir Bay, Jorge<br />
Bostelmann (usando o pseudônimo de George<br />
Duvoisin) e Lineu Portela, entre outros.<br />
Neste período, os participantes do grupo<br />
tinham que ser necessariamente alunos<br />
matriculados nos cursos técnicos da ETFPR, não<br />
25<br />
Acervo Cley Scholz<br />
sendo, portanto, permitida a entrada de pessoas<br />
da comunidade. Além da renovação natural dos<br />
alunos-artistas de um espetáculo para outro,<br />
havia uma outra de ordem obrigatória. Os alunos<br />
ao completarem seus estudos técnicos e saírem<br />
da Escola eram forçados a se desligarem do<br />
grupo. Assim, a base do “elenco permanente”<br />
tinha um prazo pré-determinado de existência,<br />
ou seja, quatro anos. Por essa razão, a grande<br />
montagem de O O O Pagador Pagador Pagador de de de Promessas, Promessas de<br />
Dias Gomes, com o diretor convidado Aloísio<br />
Cherubin serviu de encerramento de trabalhos<br />
do primeiro grupo. A escolha de um diretor<br />
de fora, inseria-se nas mesmas propostas de<br />
Zé Maria de permitir um maior contato de<br />
seus alunos com os profissionais do teatro<br />
paranaense. Cherubin, aliás, era diretor do grupo<br />
de teatro dos estudantes do Colégio Estadual do<br />
Paraná e, além disso, ator e diretor profissional;<br />
o que por um lado possibilitava de parte a parte,<br />
seja dos artistas do TETEF, seja de Cherubin.<br />
Uns saberiam como era o trabalho do outro e<br />
vice-versa. E esta montagem acabou sendo o<br />
grande divisor de períodos daquele TETEF. Se na<br />
primeira fase foram montados apenas autores<br />
nacionais como Ariano Suassuna e seu Auto da<br />
Compadecida, Compadecida Martins Pena com Irmãos das<br />
Almas, Almas Oduvaldo Viana Filho com<br />
Chapetuba<br />
Futebol Futebol Futebol Clube Clube Clube e Dias Gomes, na segunda fase, o<br />
grupo abraçaria a dramaturgia mundial.<br />
Embora existisse a obrigatoriedade de<br />
deixar o grupo quando recebessem os diplomas<br />
de técnicos de 2° grau, alguns elementos<br />
foram convidados a voltar em montagens<br />
subseqüentes, casos de Lorival Gipiela, Alcir Bay<br />
(já falecido), Dionei Franco, Claudete Oliveira e<br />
Jorge Bostelmann.<br />
TETEF – segunda fase<br />
A segunda fase do grupo do TETEF começou