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A<br />
TESTE 5<br />
Nome N. o Turma Data<br />
Lê o texto A, extraído do Romance da Raposa.<br />
5<br />
10<br />
15<br />
20<br />
25<br />
I<br />
TEXTO A<br />
UNIDADE 5<br />
HISTÓRIAS E ARTIMANHAS<br />
Naquele dia de primavera, já noitinha, o bicho homem veio e emparedou a raposa<br />
com os filhos. Emparedou-os tapando muito bem tapadas com pedras e torrões todas<br />
as saídas da cova, e armando a ratoeira à entrada principal. (…)<br />
Acabara de dar de mamar aos filhos, e pusera-se a ouvir o arraial que lá ia fora, e<br />
onde tudo cantava, desde o pisco-chilreiro à rola timorata, quando sentiu um rumor<br />
suspeito. Era o temível e misterioso bicho homem.<br />
O gigante chegou, parou, resmungou e, depois de passar revista ao terreno para que<br />
deitavam as várias saídas da cova, despediu com seu passo pesado, meditado, martelado<br />
de sempre.<br />
O inimigo não levantara o engenho e a raposa não perdeu mais tempo na esperança<br />
de que, cansando-se, ele o fizesse ou bicho esparvadiço o viesse chincar. E, sem mais<br />
hesitações, procurou romper uma contramina que lhe restituísse a liberdade.<br />
Com este propósito percorreu o covil com o olho lampeiro e perdigueiro de bom<br />
engenheiro. Examinou por um lado, examinou por outro, até que descobriu uma lura<br />
de rato, que não sabia aonde ia dar, se a Seca, se a Meca, se a França ou Aragança, e<br />
pôs logo mãos à obra. Durante quatro dias e quatro noites, cavou, rapou, furou. Tomada<br />
de desânimo, muitas vezes gemeu, ganiu, latiu. Quando parava, era para resfolgar, beber<br />
os ventos, palpitar a extensão que teria de abrir (…). E volvia a cavar, a rapar, a minar.<br />
Na sexta noite, quando tinha já os queixos em sangue, as unhas lascadas, e ainda não<br />
luzia o céu pelo buraquinho, veio o bufo para cima das árvores, ao pé da sua porta,<br />
gemer, soltar aquele pio triste do lavrador que foi à feira e perdeu os cabanos: Viram<br />
bois! Viram bois!<br />
“Se este ratoneiro quisesse, safava-me da enrascada. Vamos lá ver!”<br />
Chegou a Salta-pocinhas à porta, o mais fora que podia sem pisar o terreno traiçoeiro<br />
da armadilha, e ganiu de focinho ao alto:<br />
– Senhor bufo! Senhor bufo! (…)<br />
– Que quer você, sua desavergonhada? – exclamou o bufo em tom de cólera. (…)<br />
– Para morrer em paz, só falta que Vossoria vá chamar o escrivão… (…)<br />
– A comadre quer então o escrivão?<br />
Etapas •<br />
47