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UNIDADE 1 - TESTE 1 (B)<br />

TEXTO C<br />

Um coelho andava certo dia a passear na floresta<br />

quando encontrou, à sombra de uma árvore, um grande<br />

ajuntamento de animais. Curioso, aproximou-se do<br />

grupo e perguntou:<br />

- Que se passa, amigos? Há alguma novidade?<br />

- Estamos aqui reunidos para resolver um problema! -<br />

respondeu-lhe uma tartaruga que estava sentada entre<br />

um cágado e um macaco.<br />

- E já o resolveram? - quis saber o Coelho.<br />

- Ainda não. - explicou o cágado. - Aguardamos a chegada<br />

do nosso chefe, para depois o resolvermos!<br />

- E quem é o vosso chefe? - tornou o Coelho.<br />

- O nosso chefe é o Elefante! - informou um lagarto que<br />

fazia parte do grupo.<br />

- O Elefante?! - espantou-se o Coelho, dando um salto.<br />

- Ele mesmo! - confirmou o Macaco, fazendo com a cabeça<br />

um sinal afirmativo.<br />

- Não posso acreditar! É impossível! - quase gritou o<br />

Coelho, arrebitando muito as suas orelhas.<br />

Ao vê-lo tão agitado, a Tartaruga perguntou:<br />

- Passa-se alguma coisa, Sr. Coelho?<br />

- Passa-se, sim, D. Tartaruga! - respondeu o Coelho,<br />

muito solene. - Passa-se que o Elefante não pode ser o<br />

vosso chefe, porque é o meu criado particular!<br />

- É mentira! É mentira! - exclamaram ao mesmo tempo<br />

todos os animais.<br />

- É verdade! O Elefante é o meu criado particular! - teimou<br />

o coelho, arrebitando ainda mais as orelhas compridas.<br />

- O Elefante é um animal sensato, inteligente e o maior<br />

da floresta! Não pode ser criado particular de um pequeno<br />

coelho como tu! - interrompeu o Gato-Bravo, com<br />

ar de poucos amigos.<br />

- Pois fica sabendo que ele até me leva às costas sempre<br />

que me apetece dar um passeio mais longe! - replicou<br />

o Coelho, cheio de importância.<br />

- Nesse caso, prova o que afirmas! - desafiou o Lagarto.<br />

- Prová-lo-ei mais depressa do que imaginam! - retorquiu<br />

o Coelho, afastando-se todo empertigado.<br />

Nessa altura, alguns animais resolveram abandonar a<br />

reunião, convencidos de que o Coelho falara verdade.<br />

Pouco depois chegou o Elefante.<br />

- Então, os outros ainda não chegaram? - perguntou ele.<br />

- Pelo contrário! - informou o macaco. - Já cá estiveram,<br />

mas foram-se embora!<br />

- Embora, porquê?! - surpreendeu-se o Elefante.<br />

- Porque o Coelho afirmou que tu não eras o nosso<br />

chefe, mas sim o seu criado particular!<br />

- Pois irei buscar o Coelho hoje mesmo, para que desminta<br />

aquilo que disse! - exclamou o Elefante, bastante<br />

irritado.<br />

O Coelho, porém, esperto como era, assim que pressentiu<br />

as passadas do Elefante perto de casa, saiu para a<br />

rua, deitou-se sobre uma esteira e começou a gemer<br />

como se estivesse muito doente.<br />

SOLUÇÕES<br />

Chegado junto dele, o Elefante ordenou, numa voz muito<br />

zangada:<br />

- Levanta-te e vem imediatamente comigo! Tens de<br />

dizer a todos os animais da floresta que mentiste e que<br />

não sou teu criado particular!<br />

- Oh! Querido amigo! Eu estou muito mal! Estou a morrer!<br />

- queixou-se o Coelho numa voz sumida e arrastada.<br />

- Lamento muito, mas tens que vir comigo! - teimou o<br />

Elefante.<br />

- Não te zangues! Isso foi só uma pequena brincadeira!<br />

E eu estou muito mal! - volveu ele cheio de manha.<br />

- Já te disse! Levanta-te e vem comigo! - insistiu o Elefante,<br />

cada vez mais zangado.<br />

- Não posso! Não consigo nem pôr-me em pé! Só se tu<br />

me levares às costas!<br />

- Seja! Levar-te-ei às costas! - concordou o outro.<br />

- Nesse caso, dá-me a minha camisa nova, que está<br />

sobre a cadeira!<br />

O Elefante meteu a tromba pela porta e deu-lhe a camisa.<br />

- Já agora, dá-me também as calças novas e os sapatos<br />

novos! Se eu morrer pelo caminho, quero estar vestido<br />

com as minhas melhores roupas!<br />

O Elefante assim fez.<br />

Quando já estava calçado e vestido, o Coelho subiu devagarinho<br />

para as costas do Elefante. Nessa altura<br />

pediu numa voz ainda mais fraca:<br />

- Amigo, dá-me a sombrinha! Está muito sol e eu posso<br />

não aguentar o calor e morrer antes de chegar junto aos<br />

outros!<br />

O Elefante pegou na sombrinha com a tromba e entregou-a<br />

ao Coelho. Depois disto puseram-se a caminho.<br />

Bem repimpado sobre o dorso do Elefante, o Coelho,<br />

mal viu que se aproximavam do grupo dos animais,<br />

tomou uma posição importante, espetou o focinho e pôs<br />

um ar cheio de satisfação.<br />

Ao vê-lo às costas do Elefante, debaixo da sombrinha e<br />

muito bem vestido, os outros bichos, cheios de espanto,<br />

puseram-se a cochichar:<br />

- É verdade! É verdade! O Elefante é o criado particular<br />

do Coelho!<br />

Assim, mal os dois pararam junto deles, o Coelho saltou<br />

ágil para o chão, apontou o Elefante, que, de tão espantado,<br />

nem conseguia falar, e disse:<br />

- Aqui está a prova do que afirmei! E agora, acreditam<br />

ou não que o Elefante é o meu criado particular?<br />

- Acreditamos! Acreditamos! - gritaram os animais às<br />

gargalhadas.<br />

Descobrindo finalmente a maroteira, o Elefante, mais<br />

zangado do que nunca, esticou a tromba para agarrar o<br />

mentiroso. Mas o Coelho, matreiro como poucos, deu<br />

uma corrida tão veloz que o Elefante o perdeu de vista!<br />

Contam os animais da floresta, depois de saberem a<br />

verdade, que o Elefante ainda por lá anda, à procura do<br />

maroto do Coelho, para lhe pedir contas de tão grande<br />

partida.<br />

“O Coelho e o Elefante” in Os Mais Belos Contos<br />

de Todo o Mundo I, Europa-América<br />

Etapas •<br />

69

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