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TEXTO B
UNIDADE 5
HISTÓRIAS E ARTIMANHAS
As raposas usam o campo geomagnético para orientar os seus movimentos durante
a caça e aumentar a eficiência dos ataques.
O campo magnético terrestre é capaz de influenciar uma série de comportamentos
associados à orientação espacial dos seres vivos. Agora, biólogos alemães
e checos descobriram como esse fenómeno natural pode interferir nos hábitos de
caça das raposas e aumentar a sua eficiência na captura das presas.
A equipa observou que as raposas à espreita tendem a direcionar a cabeça, nos
seus saltos de caça, o mais próximo possível do polo norte magnético, independentemente
da direção do vento ou da posição do Sol. E ainda: nos casos em que
a presa está escondida sob a neve ou erva alta, o alinhamento dos ataques ao longo
do eixo norte-sul resultou em taxas de captura significativamente maiores, segundo
um dos autores da pesquisa, Hynek Burda, da Universidade de Duisburg-Essen, na
Alemanha. O estudo foi publicado esta semana no jornal Biology Letters.
O mesmo grupo já havia publicado em 2008 um trabalho sobre a influência do
campo geomagnético no comportamento do gado.
Ao todo, 23 observadores participaram nas análises de campo e avaliaram cuidadosamente
592 saltos de 84 raposas. As observações foram feitas em diversos
habitats de 65 localidades da República Checa, em diferentes horas do dia e estações
do ano, ao longo de mais de um ano.
Além de comprovarem o sucesso nos ataques orientados para o norte, os biólogos
levantaram a hipótese de que o campo magnético possa ser usado pelas raposas,
não só para determinar a direção, mas também como um detetor de distância,
o que permite ao predador identificar a localização exata da fonte sonora, neste
caso, a presa.
Todos os seres vivos têm no seu organismo material magnético e, graças a ele –
de alguma forma ainda não compreendida – são capazes de detetar o campo geomagnético
através das suas células nervosas, transmitir esse sinal ao cérebro e
gerar um comportamento. No caso das raposas, essa resposta traduz-se nos ataques
voltados para uma direção magnética específica.
“O homem também sofre essa influência, já que, como outros animais, tem dentro
de si magnetite, o mineral mais magnético da Terra”, diz Esquivel.
In revista Ciência Hoje, 13/01/2010 (adaptado)
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