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- MARAVILHA - SC, 30 DE MARÇO DE 2013 A/11<br />
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Dirceu José<br />
Mosmann<br />
E-mail: dirceu@jornaloli<strong>de</strong>r.com.br<br />
META DE INFLAÇÃO<br />
O Governo admite aumentar a meta da inflação para 2013 <strong>de</strong> 4,5% para 5,7%. Como a inflação<br />
já estava sinalizando fechar o ano próximo a 6%, isso me parece mais que coerente. Porém, o que<br />
a imprensa não noticiou é que 5,7% é o centro da meta e a faixa <strong>de</strong> oscilação é <strong>de</strong> 2% para mais ou<br />
para menos. Ou seja, o Governo já está admitindo uma inflação <strong>de</strong> 7,7%. Esse índice <strong>de</strong> reajuste po<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>senca<strong>de</strong>ar uma série <strong>de</strong> reajustes generalizados, coisa que o Governo não gostaria <strong>de</strong> ver <strong>de</strong> forma<br />
alguma. Porém, controlar esse nível <strong>de</strong> inflação mantendo a taxa básica <strong>de</strong> juros em 7,5% ao ano, não<br />
me parece possível. Apesar do Governo dizer que não interfere nas <strong>de</strong>cisões do Banco Central, se analisarmos<br />
historicamente o comportamento da Selic, percebemos uma clara obediência as <strong>de</strong>clarações<br />
da presi<strong>de</strong>nte Dilma. Talvez o conservadorismo na manutenção da taxa <strong>de</strong> juros esteja sendo um dos<br />
motivos da dificulda<strong>de</strong> no controle da inflação. Outra dificulda<strong>de</strong> no controle dos preços é o problema<br />
da <strong>de</strong>manda no agronegócio: pouca oferta para muita procura <strong>de</strong> alimentos a nível mundial. De qualquer<br />
forma, é necessário controlar a inflação. As ações sobre a <strong>de</strong>manda são morosas e <strong>de</strong> complexa<br />
implantação. Já em relação à elevação da taxa <strong>de</strong> juros, basta a realização <strong>de</strong> uma reunião e os resultados<br />
surgirão após 30 dias. Vamos aguardar, mas me parece certo que os juros aumentarão.<br />
CUSTOS DA INFRAESTRUTURA<br />
A falta <strong>de</strong> investimento em infraestrutura começa a mostrar seus efeitos <strong>de</strong> forma clara e perceptível<br />
a todos nós. Suspen<strong>de</strong>r carregamentos portuários é uma clara <strong>de</strong>claração <strong>de</strong> incapacida<strong>de</strong> comercial. Os<br />
poucos investimentos que existem estão todos atrasados. Acho que <strong>de</strong>vemos marcar um gran<strong>de</strong> evento<br />
internacional, imitando a Copa do Mundo. Talvez uma competição para quebrar o recor<strong>de</strong> mundial <strong>de</strong><br />
menor tempo <strong>de</strong> transporte e carregamento <strong>de</strong> grãos! Talvez algo semelhante, com data marcada para o<br />
evento acontecer, faça o Governo cair na realida<strong>de</strong>. Talvez seja necessário liberar as licitações, ou ainda<br />
não impedir a divulgação dos valores envolvidos nos projetos. Assim, existindo a facilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> “sobrar”<br />
valores para interessados, as obras não atrasem; ou ainda o setor produtivo do país possa sair da vergonha<br />
<strong>de</strong> não conseguir honrar os compromissos <strong>de</strong> entrega. Os custos da ineficiência governamental ultrapassam<br />
em muito a paciência e tolerância privada.<br />
CENÁRIOS DE 2020<br />
Um estudo estima que a mudança contínua em direção à terceirização global da produção. Os<br />
países <strong>de</strong>senvolvidos serão responsáveis pela pesquisa e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novos produtos e os<br />
países em <strong>de</strong>senvolvimento se <strong>de</strong>dicarão a sua produção. A produção <strong>de</strong>verá continuar se concentrando<br />
na Ásia. A China e a Índia juntas representarão 20% da produção do comércio mundial em<br />
2020.<br />
Esses países também <strong>de</strong>verão ser gran<strong>de</strong>s importadores <strong>de</strong> tecnologia e <strong>de</strong> produtos primários<br />
como os minérios. A produção necessita dos dois para seu <strong>de</strong>senvolvimento. A Europa <strong>de</strong>verá se<br />
beneficiar pela sua tradição na produção <strong>de</strong> equipamentos e métodos <strong>de</strong> produção industrial. Alguns<br />
afirmam que os países europeus serão os que mais ganharão nesse processo, principalmente<br />
na prestação <strong>de</strong> serviços.<br />
A África poucas vezes é citada no comércio mundial. Porém, consi<strong>de</strong>rando sua riqueza em minerais<br />
dos mais variados, ela está se tornando o centro das atenções dos países asiáticos. Os mais<br />
otimistas dizem que o domínio sobre ela fará a diferença entre os países em <strong>de</strong>senvolvimento que<br />
buscam o status <strong>de</strong> “Primeiro Mundo”. Conquistar essa posição passará obrigatoriamente pela África.<br />
O setor <strong>de</strong> maquinário e equipamento <strong>de</strong> transportes (que inclui produtos elétricos como computadores,<br />
televisores e lavadoras <strong>de</strong> roupas, bem como maquinário industrial) dará a maior contribuição<br />
para o crescimento do comércio nos próximos <strong>de</strong>z anos, seguido por outros fabricantes<br />
como indústria têxtil, ma<strong>de</strong>ira e borracha. No total, esses setores dominantes serão responsáveis<br />
por quase 54% do comércio <strong>de</strong> mercadorias até 2020.<br />
PÁSCOA<br />
Desenvolvimento<br />
Que a renovação<br />
aconteça no<br />
coração<br />
<strong>de</strong> cada um.<br />
POUPANÇA<br />
Agora que o povo brasileiro já sabe consumir, precisa<br />
apren<strong>de</strong>r a poupar. Essa mudança po<strong>de</strong> representar a tranquilida<strong>de</strong><br />
procurada para o controle do orçamento familiar.<br />
O Governo tem culpa em não termos o hábito <strong>de</strong> poupar, pois<br />
sempre estimulou o consumo. Tudo parece estar diferente.<br />
Mesmo com incentivos, o consumo não cresce mais. Então o<br />
que fazer? Poupar para que nos momentos difíceis as pessoas<br />
tenham para on<strong>de</strong> recorrer parece ser uma boa. Enfrentar momentos<br />
difíceis usando as reservas, ajuda em muito o controle<br />
sobre a inflação e o <strong>de</strong>sempenho da economia. O Governo está<br />
economizando? Não. Está errado. Porém, para ele o caminho<br />
não é o da poupança, e sim o <strong>de</strong> controlar o gasto do dinheiro<br />
na máquina pública e acima <strong>de</strong> tudo, investir na infraestrutura.<br />
Crescer agora significa continuar fazendo reformas estruturais.<br />
Risco Brasil. Custo Brasil. E a tão falada reforma tributária, vamos<br />
ou não ter evoluções?<br />
HUMOR EMPRESARIAL