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Maravilha - Sistema 103 de Rádios

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- MARAVILHA - SC, 30 DE MARÇO DE 2013<br />

esponjas <strong>de</strong> Porto Alegre, já que aqui<br />

passamos as orientações aos proprietários<br />

dos serviços <strong>de</strong> alimentação que colaboram<br />

com a pesquisa e, realmente, com a prática<br />

da fervura, os níveis <strong>de</strong> contaminação reduziram<br />

drasticamente. Com as esponjas coletadas<br />

para a segunda parte da pesquisa, nós<br />

realizamos a análise microbiológica, contatávamos<br />

a contaminação e então esfregávamos<br />

elas sobre superfícies <strong>de</strong> aço inoxidável<br />

e polietileno, com o objetivo <strong>de</strong> analisar a<br />

contaminação transmitida pela esponja ao<br />

utensílio”, explica Eliandra.<br />

De acordo com a pesquisa da bióloga, a <strong>de</strong>sinfecção<br />

da esponja, preferencialmente pela fervura<br />

<strong>de</strong> cinco minutos, <strong>de</strong>ve ser realizada após cada<br />

utilização, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que o uso não seja tão frequente.<br />

Em uma casa, a <strong>de</strong>sinfecção po<strong>de</strong> ser realizada<br />

após uma manhã inteira <strong>de</strong> utilização. “Se recomenda<br />

que a lavagem e <strong>de</strong>sinfecção seja realizada pelo<br />

menos após o término das limpezas gerais. Já a troca<br />

da esponja, em casa, é recomendada a cada semana,<br />

a não ser em casos em que o uso não frequente,<br />

<strong>de</strong> pessoas que fazem as refeições fora <strong>de</strong> casa, por<br />

exemplo”, <strong>de</strong>staca.<br />

Já nos serviços <strong>de</strong> alimentação, a utilização das<br />

esponjas é mais constante e, consequentemente, a<br />

contaminação é maior. No Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, a pesquisa<br />

da migueloestina Eliandra Rossi, colaborou<br />

para a alteração da Legislação Sanitária. Para concessão<br />

dos alvarás em estabelecimentos que trabalham<br />

com alimentos, a Vigilância Sanitária gaúcha<br />

cobra a <strong>de</strong>sinfecção diária das esponjas por fervura<br />

e com relatórios que apontam quem fez o procedimento.<br />

Já a troca das esponjas, chega a ser diária,<br />

mesmo com os processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinfecção. “Aqui<br />

não há uma legislação específica, mas sabemos que<br />

os serviços <strong>de</strong> alimentação já fazem <strong>de</strong>vido a nossa<br />

pesquisa, tanto que não conseguimos realizar a<br />

segunda etapa pelo método <strong>de</strong> fervura já estar sendo<br />

realizado. É muito gratificante ver um trabalho<br />

que <strong>de</strong>u resultado e é aplicável. Agora queremos divulgar<br />

essa pesquisa e levar esse conhecimento para<br />

toda a população, que possa adotar os métodos pesquisados<br />

para manter a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro da sua casa”,<br />

comemora.<br />

E muitos po<strong>de</strong>m questionar <strong>de</strong> on<strong>de</strong> vem tanta<br />

na contaminação encontrada das esponjas? A bióloga<br />

explica que toda essa contaminação vem dos<br />

próprios alimentos, da água, dos restos <strong>de</strong> comida,<br />

carne crua, entre outros, que acumulam microrganismos<br />

e acabam contribuindo para a contaminação.<br />

“Existe o risco <strong>de</strong> contaminação em um restaurante<br />

e normalmente avaliamos isso, mas existe esse<br />

Assim foi constatada que existe sim essa<br />

contaminação, da esponja para a superfície<br />

ou utensílio, em níveis que passam <strong>de</strong> 50%<br />

dos níveis já registrados na esponja. “Também<br />

analisamos quanto tempo esses microrganismos<br />

transferidos da esponja sobrevivem<br />

em uma superfície. Avaliamos<br />

com diferença <strong>de</strong> horas e percebemos que<br />

com o passar do tempo vai diminuindo, justamente<br />

por que vai diminuindo a umida<strong>de</strong><br />

na superfície, mas, 24 horas <strong>de</strong>pois, nós<br />

ainda tínhamos microrganismos na superfície.<br />

Levando em consi<strong>de</strong>ração que, a dona<br />

<strong>de</strong> casa, por exemplo, usa a esponja, lava<br />

a tábua e usa ela para cortar os outros alimentos,<br />

o risco <strong>de</strong> transferência é elevado,<br />

gerando a chamada contaminação cruzada<br />

– <strong>de</strong> um alimento, como carnes, para uma<br />

superfície e para outro alimento, como saladas<br />

que são consumidas cruas”, salienta a<br />

pesquisadora.<br />

Foram analisadas ainda quais <strong>de</strong>ssas superfícies,<br />

aço inoxidável e polietileno, tem<br />

transferência maior ou menor <strong>de</strong> microrganismos.<br />

Segundo Eliandra, na análise laboratorial,<br />

não houve diferenças, já que para pa-<br />

risco na nossa casa também. E, hoje, conforme dados<br />

da Vigilância Sanitária, a maioria dos surtos <strong>de</strong><br />

doenças ocorrem nas residências, seguido por serviços<br />

<strong>de</strong> alimentação e por escolas”, afirma.<br />

Outro alerta, além das esponjas, é para os panos<br />

e toalhas utilizadas nas cozinhas, que também po<strong>de</strong>m<br />

apresentar altos índices <strong>de</strong> contaminação. “O<br />

pano também agrega muita umida<strong>de</strong> e matéria orgânica<br />

e a <strong>de</strong>sinfecção só é possível com a lavagem<br />

completa. Por isso, é recomendada a substituição<br />

diária em casas e cada duas horas em serviços <strong>de</strong><br />

drões científicos, a pesquisa é realizada com<br />

utensílios novos, como no caso <strong>de</strong> tábuas <strong>de</strong><br />

corte <strong>de</strong> plástico, que não po<strong>de</strong>m apresentar<br />

ranhuras. “Já no dia a dia, sabemos que são<br />

utilizadas tábuas <strong>de</strong> polietileno, com ranhuras<br />

que acumulam microrganismos, certamente<br />

o risco <strong>de</strong> contaminação é maior quando<br />

comparada com uma tábua <strong>de</strong> vidro ou <strong>de</strong><br />

aço inox como na nossa pesquisa. O fato é que<br />

a contaminação ocorre e perdura por horas.<br />

Se não ocorrer a <strong>de</strong>sinfecção das esponjas, estaremos<br />

lavando a louça, mas contaminando<br />

ao mesmo tempo”, alerta.<br />

A durabilida<strong>de</strong>, a <strong>de</strong>sinfecção e as doenças<br />

alimentação”, recomenda a bióloga.<br />

Na Unoesc, campus <strong>de</strong> São Miguel do Oeste, o<br />

trabalho também foi <strong>de</strong>senvolvido pelas então acadêmicas<br />

do curso <strong>de</strong> Ciências Biológicas, Monica<br />

Rosanelli, Wiliane Grando e Diane Scapin em trabalhos<br />

<strong>de</strong> conclusão <strong>de</strong> curso e projetos <strong>de</strong> pesquisa<br />

com base na dissertação <strong>de</strong> mestrado da professora<br />

Eliandra. O laboratório também tem parceria com a<br />

Universida<strong>de</strong> Fe<strong>de</strong>ral do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, sob coor<strong>de</strong>nação<br />

do professor Eduardo César Tondo, promovendo<br />

trabalhos nas duas universida<strong>de</strong>s.

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