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Maravilha - Sistema 103 de Rádios

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KELI FERNANDES<br />

Você sabe quando <strong>de</strong>ve trocar<br />

as esponjas da sua cozinha?<br />

Como <strong>de</strong>ve ser feita a sua limpeza<br />

e <strong>de</strong>sinfecção? E, principalmente,<br />

o que po<strong>de</strong> ocorrer<br />

na alimentação e saú<strong>de</strong> a partir da utilização<br />

<strong>de</strong> esponjas contaminadas? Uma pesquisa da<br />

professora e bióloga responsável pelo laboratório<br />

<strong>de</strong> microbiologia da Unoesc, Eliandra<br />

Rossi, durante a sua dissertação <strong>de</strong> mestrado,<br />

respon<strong>de</strong>u todas essas perguntas e foi capaz<br />

<strong>de</strong> alterar a Legislação Sanitária do Rio Gran<strong>de</strong><br />

do Sul. Devido aos altos índices <strong>de</strong> contaminação<br />

nas esponjas <strong>de</strong>tectados durante a<br />

pesquisa, as conclusões da pesquisa e, principalmente<br />

os métodos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinfecção, hoje<br />

são exigências da Vigilância Sanitária gaúcha<br />

para a concessão dos alvarás em estabelecimentos<br />

que trabalham com alimentos, como<br />

restaurantes, bares e padarias.<br />

Eliandra conta que a pesquisa teve como<br />

foco a contaminação das esponjas e <strong>de</strong>finição<br />

dos processos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinfecção, sendo analisadas<br />

80 amostras <strong>de</strong> esponjas coletadas em<br />

serviços <strong>de</strong> alimentação em municípios da<br />

região <strong>de</strong> São Miguel do Oeste e também em<br />

Porto Alegre. “Inicialmente, percebemos que<br />

a contaminação é gran<strong>de</strong> nas esponjas, que<br />

apresentaram contaminação por bactérias<br />

heterotróficas, variando <strong>de</strong> 3,4 a 10,4 logaritmo<br />

por esponja, com média <strong>de</strong> 9,1 logaritmo/esponja.<br />

Das amostras avaliadas, 76,25%<br />

apresentaram coliformes fecais, variando entre<br />

4,5 a 9,9 logaritmo/esponja, com média<br />

<strong>de</strong> 8,4. Tudo isso equivale a pelo menos um<br />

milhão <strong>de</strong> bactérias por centímetro quadrado<br />

<strong>de</strong> esponja”, alerta.<br />

Conforme a pesquisadora, a análise foi<br />

feita com uma contagem geral <strong>de</strong> bactérias<br />

e posteriormente <strong>de</strong> elementos patógenos,<br />

que po<strong>de</strong>m causar doenças. Assim se <strong>de</strong>staca<br />

o Staphylococcus aureus, Salmonella e Coliformes.<br />

“Dentre as 80 amostras, apenas duas<br />

apresentaram contaminação por Staphylococcus<br />

aureus e Salmonella. Todas as outras<br />

estavam contaminadas com coliformes, que<br />

estão presentes no intestino <strong>de</strong> seres humanos<br />

e dos animais <strong>de</strong> sangue quente”, explica.<br />

Ainda durante a primeira parte do trabalho,<br />

as esponjas foram submetidas a diver-<br />

QUESTÃO DE SAÚDE<br />

- MARAVILHA - SC, 30 DE MARÇO DE 2013<br />

O perigo silencioso da sua cozinha<br />

Pesquisa <strong>de</strong> uma professora da Unoesc foi capaz <strong>de</strong> alterar a legislação<br />

do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, <strong>de</strong>vido aos altos índices <strong>de</strong> contaminação das<br />

esponjas. A pesquisa também chegou à conclusão da melhor maneira <strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>sinfecção das esponjas, que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> apenas <strong>de</strong> uma simples fervura<br />

sos tratamentos com objetivo <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar<br />

a melhor forma <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinfecção. Foram realizados<br />

testes com hipoclorito <strong>de</strong> sódio (água<br />

sanitária) e também com fervura por cinco<br />

minutos, com o tempo contabilizado após o<br />

início da fervura. “Percebemos que, estatisticamente,<br />

os dois tratamentos são eficientes.<br />

Porém, no caso da água sanitária, percebemos<br />

que a presença <strong>de</strong> matéria organiza<br />

restos <strong>de</strong> comida, entre outros, interferia na<br />

<strong>de</strong>sinfecção. Uma esponja com restos <strong>de</strong> alimentos<br />

e gorduras, a <strong>de</strong>sinfecção <strong>de</strong>la não<br />

foi tão eficiente quando era nas esponjas sem<br />

matéria orgânica, que afetam a ação do cloro.<br />

Já a fervura eliminou uma quantida<strong>de</strong> muito<br />

maior <strong>de</strong> microrganismos, se mostrando<br />

mais eficiente na <strong>de</strong>sinfecção. Nós utilizamos<br />

a fervura em microondas, pela praticida<strong>de</strong>,<br />

mas em casa isso po<strong>de</strong> ser feito no fogão<br />

sem restrições”, enaltece.<br />

Eliandra explica que a i<strong>de</strong>ia da pesquisa<br />

surgiu após a percepção <strong>de</strong> que a maioria<br />

das pessoas usa as esponjas constantemente,<br />

costumando <strong>de</strong>scartá-la somente quando<br />

a espuma <strong>de</strong>la já não tem mais eficiência<br />

para a limpeza. “A espuma da esponja<br />

funciona como um excelente meio <strong>de</strong> cultura<br />

dos microrganismos, já que a esponja é<br />

porosa e com água <strong>de</strong>ntro, associada a restos<br />

<strong>de</strong> alimentos, é o ambiente propício para<br />

o crescimento <strong>de</strong> bactérias em geral, principalmente<br />

em temperaturas mais elevadas.<br />

Por isso não é recomendado simplesmente<br />

jogar água quente na esponja, pois quando<br />

a água escorrer e começar a esfriar, será o<br />

ambiente i<strong>de</strong>al para a proliferação dos microrganismos.<br />

Também pensamos na pesquisa<br />

pela associação das pessoas da esponja<br />

a um item <strong>de</strong> limpeza, quando na verda<strong>de</strong><br />

ela po<strong>de</strong> carregar muitos microrganismos,<br />

que <strong>de</strong> fato é o que acontece”, enfatiza a pesquisadora.<br />

Após a análise inicial, quando foi comprovada<br />

a presença <strong>de</strong> microrganismos nas<br />

esponjas e dos dois testes simples e eficazes<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sinfecção, a próxima etapa da pesquisa<br />

buscou analisar se as esponjas po<strong>de</strong>riam contaminar<br />

outras superfícies, que, inicialmente<br />

estariam sendo lavadas com elas. Veio estão<br />

o teste <strong>de</strong> contaminação em objetitos <strong>de</strong> aço<br />

inoxidável e polietileno (plástico). “Essa segunda<br />

etapa foi realizada somente com

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