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cesar agenor fernandes da silva - ANPUH-SP - XXI Encontro ...

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E para os constituirmos ca<strong>da</strong> vez mais interessantes ao mesmo Público<br />

diligenciamos, por todos os meios e modos, que estiverem ao alcance de nossas<br />

facul<strong>da</strong>des, não só enriquecê-los com descrições interessantes, e artigos noticiosos,<br />

que tenham, por assim dizermos, imediato contato com os progressos <strong>da</strong> civilização,<br />

e <strong>da</strong> prosperi<strong>da</strong>de do Brasil; mas aperfeiçoá-los, evitando cui<strong>da</strong>dosamente os<br />

defeitos, e as incorreções [...].<br />

Os mais sábios, (que são, to<strong>da</strong>via, aqueles que melhor avaliarão nossos trabalhos, e<br />

que mais desculparão nossos involuntários erros e defeitos) e os mais poderosos<br />

Ci<strong>da</strong>dãos Brasileiros, são, inegavelmente, os que menos carecem <strong>da</strong> continuação do<br />

nosso Jornal, – já por terem uns vasta lição, e mesmo amplo conhecimento de tudo,<br />

ou quase tudo quanto nós publicarmos, –– e já porque outros, ain<strong>da</strong> quando não<br />

estejam n’ambos os casos, possuem contudo superabun<strong>da</strong>ntes facul<strong>da</strong>des de haver,<br />

por meio de efetivas correspondências, encomen<strong>da</strong>s e compras, todos quantos livros<br />

pretendem ter, para assim adquirirem mais ampla lição <strong>da</strong>s obras de que nos<br />

servirmos. Os menos ilustrados, e os mais destituídos de facul<strong>da</strong>des pecuniárias, ao<br />

contrário, reconhecendo que, pelas subscrições que fizeram para o nosso Periódico,<br />

podem pelo fácil e cômodo meio <strong>da</strong> leitura de seus continuados e diversos Números<br />

vantajosamente recrear-se e muito instruir-se; e além disso tirar partido, para o<br />

melhoramento de utili<strong>da</strong>des e de cômodos de sua vi<strong>da</strong>. Das traduções, notícias e<br />

descrições que ofertarmos, estimarão sem dúvi<strong>da</strong>, que prossigamos na nossa tarefa<br />

literária, e abençoarão o nosso zelo, e as nossas intenções (Jornal Scientifico,<br />

Economico e Litterario, n.2, 1826, p.95-96).<br />

As descobertas científicas divulga<strong>da</strong>s, em muitas ocasiões, recebiam a denominação<br />

de Artes, sobretudo quando os avanços eram referentes a questões técnicas de diversas áreas,<br />

como a arquitetura e a náutica. A invenção do pára-raios, de tecidos não inflamáveis, de<br />

máquinas para fazer pão e outros artigos para a indústria foram trata<strong>da</strong>s como novas<br />

descobertas <strong>da</strong>s artes. Na imprensa brasileira do período, a palavra Arte (que vem do grego<br />

Tchné) ganhou o mesmo sentido de Técnica, como no jornal O Patriota (1813-1814), editado<br />

por Manuel Ferreira de Araújo Guimarães, com a colaboração de alguns ministros de D. João<br />

no Rio de Janeiro. O magazine, na seção dedica<strong>da</strong> às “Artes”, publicou textos cujos conteúdos<br />

tocavam em questões técnico-científicas, como “Novo modo de refinar assucar”,<br />

“Branqueação <strong>da</strong> cera” e “Memorias sobre as novas fornalhas para cozer o assucar”.<br />

Esta concepção de Artes também está muito liga<strong>da</strong> à ideia de indústria. Entretanto, o<br />

termo indústria, nos primeiros decênios do século XIX, incorporava outra definição, pois se<br />

aplicava tanto a um conjunto de fábricas e manufaturas quanto aos indivíduos que poderiam<br />

ter indústria ou ser industriosos, ou seja, expressava uma quali<strong>da</strong>de que os súditos num<br />

primeiro momento e os ci<strong>da</strong>dãos no pós-independência deveriam ter. José <strong>da</strong> Silva Lisboa, em<br />

1810, no primeiro texto não oficial saído dos prelos <strong>da</strong> Imprensa Régia deu a seguinte<br />

definição do termo:<br />

A indústria é um termo ain<strong>da</strong> não exatamente definido. Em geral, nas matérias<br />

econômicas, se entende como sinônimo de trabalho ativo e assíduo. Assim diz-se<br />

que é industrioso um homem que trabalha com viveza constantemente para ganhar a<br />

sua vi<strong>da</strong>; e se chama a um preguiçoso, e inerte um homem sem indústria. Porém<br />

Anais do <strong>XXI</strong> <strong>Encontro</strong> Estadual de História –<strong>ANPUH</strong>-<strong>SP</strong> - Campinas, setembro, 2012.<br />

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