CYRELA & EUROMARBLE: Uma Parceria de Sucesso.
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Ponto<strong>de</strong>fuga<br />
os <strong>de</strong> praça para os turistas intrépidos<br />
ao frio.Nas cabinas,as janelas são enormes<br />
para facilitar, ainda que <strong>de</strong>itado, a<br />
visão dos monumentais blocos <strong>de</strong> gelo.<br />
Nos salões,vidraças que vão do teto ao<br />
chão dão acesso à paisagem o tempo<br />
todo. Isso, como me explicaria uma senhora<br />
argentina chegada numa dose <strong>de</strong><br />
pisco,era o diferencial da expedição.“O<br />
contato com a natureza”,disse ela,acenando<br />
ao barman brasileiro rumo ao<br />
seu quinto drinque da noite.<br />
No segundo dia nosso barquinho<br />
<strong>de</strong> expedição saiu para a baía <strong>de</strong> Wulaia,um<br />
pedaço <strong>de</strong> terra on<strong>de</strong> um dia<br />
Darwin pisou e vaticinou seu gran<strong>de</strong><br />
potencial arqueológico. O que vimos<br />
lá? Quase nada.Árvores,riachos,uma<br />
casinha abandonada que costumava<br />
ser uma estação militar <strong>de</strong> rádio,tocos<br />
<strong>de</strong> árvores roídos por castores, o ar<br />
mais puro da América, europeus tropeçando<br />
na trilha...No entanto,o legal<br />
42 43 C Y R E L A<br />
Acima, paisagem glacial vista <strong>de</strong>s<strong>de</strong> uma cabine do navio. À noite, é possível dormir com<br />
a janela aberta sem ser incomodado por qualquer luz mais forte que um punhado <strong>de</strong><br />
estrelas. Abaixo, o <strong>de</strong>ck superior do navio permite visão panorâmica. É habitado<br />
predominantemente por turistas imunes ao frio e apreço às paisagens do fim do mundo<br />
<strong>de</strong>sta viagem é que não importa o local on<strong>de</strong> você <strong>de</strong>sce,mas on<strong>de</strong> você percorre<br />
para chegar lá. O meio é tão atraente quanto o fim. O mais importante é estar ali<br />
navegando naquele espaço branco e inóspito.Do Canal Beagle cruzamos a Avenida<br />
dos Glaciares, um trecho <strong>de</strong> canal estreito e ro<strong>de</strong>ado por massivas formações<br />
<strong>de</strong> gelo.À vonta<strong>de</strong> no bar,os passageiros ostentavam copos <strong>de</strong> uísque com gelo natural<br />
dos glaciares,um requinte extremo,enquanto <strong>de</strong>sfrutavam a paisagem.<br />
Mas nada disso,nem das <strong>de</strong>mais saídas,chega a ser tão estarrecedor quanto a visita<br />
aos glaciares Piloto e Nena.Glaciares são estruturas monumentais sobreviventes da última<br />
Era do Gelo que vêm resistindo bravamente aos efeitos do aquecimento global.<br />
Depois <strong>de</strong> vê-los em seu absoluto esplendor,estou certo <strong>de</strong> que aqueles paredões <strong>de</strong> gelo<br />
são o próprio tempo solidificado.Os botes penetram num fior<strong>de</strong> estreito e navegam<br />
entre pedaços <strong>de</strong> gelo que flutuam sobre a água.Um guia vai à frente da embarcação,<br />
dando as explicações geológicas,enquanto vê-se surgir,<strong>de</strong>trás <strong>de</strong> uma rocha,um gigante<br />
azul.A aproximação permite estar a alguns metros da geleira,adjacente a um rochedo<br />
repleto <strong>de</strong> cormorões reais, uma espécie animal que lembra a mistura <strong>de</strong> um pingüim<br />
com um albatroz.Enquanto se admira a geleira,com alguma sorte,pedaços do gelo<br />
ruem e caem na água.Com bastante sorte,um pedação <strong>de</strong> gelo fará o espetáculo,tão<br />
formidável quanto assustador,porque ondas enormes cascateiam sobre nós.<br />
O tempo que não se ocupa em expedições é preenchido com palestras sobre a flora<br />
e a fauna da região patagônica.Esse conteúdo educativo é complementado pelos roteiros<br />
<strong>de</strong> viagem que havíamos recebido e pela boa disposição e informação dos guias.<br />
Aprendi,por exemplo,que o primeiro encontro com os aborígines que viviam na porção<br />
leste da Patagônia,próxima a Ushuaia,<strong>de</strong>u-se em 1520 pelo capitão luso Fernão <strong>de</strong>