ARQUITECTURA - Universidade Técnica de Lisboa
ARQUITECTURA - Universidade Técnica de Lisboa
ARQUITECTURA - Universidade Técnica de Lisboa
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
contrário, a generalida<strong>de</strong> dos palácios apresenta coberturas que, apesar <strong>de</strong> apontarem<br />
também para múltiplas ampliações e alterações, revelam-se bastante mais or<strong>de</strong>nados.<br />
Palácios cujos corpos são cobertos individualmente por telhados contínuos (Andra<strong>de</strong>; Almada;<br />
Redondo; Ficalho; Pancas Palha) ou por múltiplos telhados ortogonais entre si (Alcáçovas;<br />
Carvalhos; Con<strong>de</strong> Barão; Copeiros Mores; Minas; Murça; Flor da Murta; Teles <strong>de</strong> Melo),<br />
parecem ser a regra, chegando, no caso do Palácio Andra<strong>de</strong>, a apresentar uma absoluta<br />
simetria. Apenas um caso revela uma cobertura totalmente unificada, com um telhado <strong>de</strong> três<br />
águas, o Palácio Teles <strong>de</strong> Meneses.<br />
16<br />
O papel dos pátios parece po<strong>de</strong>r dividir-se em três grupos distintos. O primeiro grupo<br />
remete-nos para três palácios (Azurara; Figueira; Santo Estêvão) que apresentam pátios<br />
exíguos <strong>de</strong> natureza medieval totalmente embutidos na planta, associados a poços ou<br />
cisternas. Outro palácio com um pátio<br />
envolvido pela planta é o Palácio<br />
Pancas Palha, embora neste caso a<br />
conformação da planta nos revele<br />
características bem mais mo<strong>de</strong>rnas. O<br />
terceiro grupo, também com dois<br />
palácios (Tancos; Belmonte), parece<br />
apontar para uma espécie <strong>de</strong> tipologia<br />
<strong>de</strong> transição entre o rural e o urbano.<br />
Os pátios existentes, murados para o<br />
exterior, são <strong>de</strong> passagem obrigatória<br />
no acesso aos palácios, ganhando<br />
<strong>de</strong>sta forma um carácter mais público<br />
que os pátios medievais, mais<br />
pequenos e <strong>de</strong>stinados a serventias<br />
domésticas. Esta característica pública<br />
é dominante no último conjunto <strong>de</strong><br />
palácios (Almada; Redondo; Murça;<br />
Figura 11: Planta esquemática do Palácio <strong>de</strong> Azurara.<br />
Caracterizado pela sua planta irregular e por ocupar dois<br />
gavetos. A associação <strong>de</strong> vários corpos é ainda <strong>de</strong>nunciada pela<br />
composição <strong>de</strong>sor<strong>de</strong>nada da cobertura. No centro um pátio<br />
exíguo que se encontra ao nível do primeiro andar.<br />
Fonte: <strong>de</strong>senho do autor.<br />
Arcos), cujo acesso ao interior se faz obrigatoriamente através <strong>de</strong> pátios quadrangulares <strong>de</strong><br />
dimensões relevantes (à excepção do <strong>de</strong> Murça), acessíveis por passagens que atravessam os<br />
edifícios em forma <strong>de</strong> túnel (Almada; Redondo; Arcos) ou <strong>de</strong> antecâmaras (Murça). De<br />
qualquer das formas a maior parte dos palácios não apresenta pátios residuais ou <strong>de</strong> transição<br />
com o exterior (Flor da Murta; Con<strong>de</strong> Barão; Alcáçovas; Teles <strong>de</strong> Meneses; Carvalhos;<br />
Andra<strong>de</strong>; Ficalho; Minas; Teles <strong>de</strong> Melo). Nestes casos os palácios relacionam-se directamente<br />
com a via pública, utilizando exclusivamente átrios ou vestíbulos como espaços <strong>de</strong> transição.