13.04.2013 Views

ARQUITECTURA - Universidade Técnica de Lisboa

ARQUITECTURA - Universidade Técnica de Lisboa

ARQUITECTURA - Universidade Técnica de Lisboa

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

5. CONCLUSÕES<br />

5.1. HABITAÇÃO ARISTOCRÁTICA EM LISBOA<br />

Após esta breve abordagem à arquitectura aristocrática em <strong>Lisboa</strong> po<strong>de</strong>mos i<strong>de</strong>ntificar,<br />

com alguma certeza, uma fase em que a aristocracia procura adaptar as suas habitações aos<br />

preceitos estéticos <strong>de</strong> um novo período. O período referente aos casos aqui apresentados tem<br />

o seu início, como tudo parece apontar, para o início do século XVIII, e o seu término<br />

claramente marcado pelo surgimento do estilo joanino, evi<strong>de</strong>nciado em exemplos como o<br />

Palácio Ludovice (1747), em São Pedro <strong>de</strong> Alcântara, o Palácio Barbacena (174?), ou o<br />

Palácio dos Marqueses do Lavradio (1745), ambos no Campo <strong>de</strong> Santa Clara. A esmagadora<br />

maioria dos palácios aqui apresentados <strong>de</strong>notam, em várias características, ser o resultado <strong>de</strong><br />

alterações a casas nobres preexistentes. Apenas o Palácio Andra<strong>de</strong> (anexo 7.4.2) parece ter<br />

sido concebido <strong>de</strong> raiz <strong>de</strong> acordo com as premissas arquitectónicas i<strong>de</strong>ntificadas neste estudo.<br />

As adaptações sofridas pelos palácios ao novo período revelam-se essencialmente no que é<br />

visível <strong>de</strong> quem observa da via pública, ou <strong>de</strong> alguns espaços semipúblicos dos palácios. As<br />

fachadas são, nesta adaptação, o elemento que compromete os palácios com este novo<br />

período. Mesmo quando a adaptação das fachadas se revela difícil, como é o caso do Palácio<br />

<strong>de</strong> Santo Estêvão (anexo 7.4.18), a presença <strong>de</strong> janelas <strong>de</strong> sacada, e <strong>de</strong> outros elementos<br />

característicos do estilo da época, acaba por satisfazer a pretensão <strong>de</strong> normalização. Esta<br />

intenção regularizadora da fachada é levada ao limite em alguns casos, repetindo-se os<br />

elementos caracterizadores (com <strong>de</strong>staque para as janelas <strong>de</strong> sacada do andar nobre), em<br />

fachadas <strong>de</strong>masiado extensas, como nos palácios dos Carvalhos (anexo 7.4.5), Redondo<br />

(anexo 7.4.11) Tancos (anexo 7.4.14) e Pancas Palha (anexo 7.4.17). Outras vezes parecem<br />

não ser exaustivos o suficiente, como no Palácio Belmonte (anexo 7.4.4), para <strong>de</strong>notar a tão<br />

pretendida monumentalida<strong>de</strong>.<br />

A varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> soluções observáveis para as escadarias nobres e para as articulações<br />

<strong>de</strong>stas com a via pública, é mais um elemento revelador <strong>de</strong> como as intervenções sofridas<br />

neste período foram limitadas ao estritamente essencial. As escadarias, até algumas das que<br />

têm um carácter monumental, articulam-se muito pouco com a fachada e localizam-se na<br />

planta <strong>de</strong> uma forma <strong>de</strong>masiado aleatória, revelando uma concepção anterior ao período em<br />

causa ou, se concebidas nesta fase, adaptando-se simplesmente às preexistências, o que<br />

retira a este elemento o seu papel teatral. As alterações que os palácios aqui estudados sofrem<br />

neste período parecem ser, na falta <strong>de</strong> melhor expressão, um pouco “apressadas”. Este facto<br />

justifica-se na aparente necessida<strong>de</strong> que a aristocracia que apoiou a Restauração e a nova<br />

aristocracia em ascensão têm em afirmar rapidamente o seu estatuto social na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Lisboa</strong>.<br />

65

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!