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Ética - La Salle

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Independente de explicações serem subjetivas, realistas ou ideais, nossa tendência é a de<br />

adotar as que nos parecem mais certas. Esta capacidade de escolher entre o que consideramos<br />

certo ou errado é a consciência. Ela é como o alarme dos nossos critérios normativos, a maioria<br />

deles advindos da nossa educação. Assim, podemos sentir-nos fracassados diante de algo que<br />

fizemos, mesmo que para outras pessoas isto não represente algo grave. Também podemos<br />

pedir desculpas e voltar atrás no que prometemos. Para muitas pessoas a consciência se<br />

constitui na balança que mede atos, propostas ou desejos. O que é, então, este critério último<br />

que chamamos de consciência? Seria mero reflexo da educação mais ou menos rigorosa que<br />

recebemos?<br />

Há pelo menos dois aspectos a considerar:<br />

a) Consciência como controle inato – Sócrates e a teologia cristã sustentam que a<br />

consciência reflete o que deus espera de nós. Em ambientes não religiosos também<br />

há pessoas que entendem que a consciência é uma realidade natural da pessoa.<br />

Nós já nasceríamos com esta capacidade de julgar e escolher o mais adequado dos<br />

procedimentos.<br />

b) Consciência como força imposta pelo nosso ambiente de vida – seria, pois, o<br />

resultado das cobranças dos pais, do ambiente escolar e do grupo social ao qual<br />

pertencemos. Por isso a consciência teria o molde do ambiente cultural e poderia<br />

mudar e adequar-se a outras normas culturais.<br />

Na verdade, parece que os dois aspectos exercem peso decisivo na consciência e não<br />

conseguimos distinguir claramente o que é inato e o que é adquirido do ambiente cultural em<br />

nossa consciência. Assim como aprendemos a falar a língua, aprendemos a adotar critérios<br />

valorativos da conduta humana que envolve esta língua. Assim, também valores de consciência<br />

são aprendidos de múltiplas formas. O valor da responsabilidade, por exemplo, geralmente só o<br />

adquirimos depois de muita cobrança. 9i Mais do que nos dizer o que é certo ou errado, o papel<br />

da consciência é parecido com a do cachorro que late, quando desrespeitamos certas normas<br />

da boa convivência. É uma voz interior, mas, esta voz pode ser esquecida, assim como se<br />

esquece a própria língua quando não é falada. A consciência, portanto, a consciência exerce um<br />

papel parecido com a de um tribunal em nosso psiquismo: julga e decide a partir do que<br />

aprendeu a considerar certo ou errado.<br />

9.2 – Propriedades e Possibilidades<br />

Propriedade das coisas significa o que pertence a estas coisas. A água, por exemplo,<br />

pode apresentar cor, gosto e uma série de minerais, mas, a sua propriedade específica é H2O. A<br />

água pode até apresentar algumas propriedades acrescentadas, como estar fervida ou em<br />

estado de gelo. No entanto, é no H2O que se encontra a propriedade da água e o que a<br />

distingue das demais coisas.<br />

9 Na capacidade de julgar o certo e o errado está presente a ética social com seus códigos, suas normas e<br />

prescrições, pois ela deseja que seus membros vivam de forma honesta e recíproca. Podem as regras sociais<br />

manifestar-se obsoletas e o discernimento de uma pessoa pode abrir caminhos para um senso mais justo na<br />

convivência. Muitas pessoas vivem este conflito entre o que consideram justo e o que o grupo social convencionou<br />

como sendo justo. É o que vem ocorrendo em relação a casamento homo e hetero-sexual, aborto, ecologia, relações<br />

internacionais, etc.

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