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Ética - La Salle

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o fim último do agir ético está o valor. Já outros, consideram as leis e os deveres como critério<br />

supremo do agir ético. Os efeitos de uma ou outra posição são diversos.<br />

A primeira ponderação, que defende o valor, é conhecida como ética teleológica. A<br />

outra que sustenta as leis e os deveres de cumpri-las é conhecida como ética deontológica.<br />

Entretanto, tanto o fim último quanto o dever, implicam em grande variedade de focos: pode<br />

ser o prazer, o interesse, o utilitarismo, a felicidade, etc. Estes focos não podem ser<br />

sustentados, nem em regras divinas, nem em regras civis e tampouco em regras naturais.<br />

Pelo lado das defesas teleológicas, ou das finalidades, as considerações últimas da ética<br />

poderão ser estabelecidas como hedonismo, utilitarismo, eudaimonismo ou ética dos valores.<br />

Na outra perspectiva, a das leis e do seu cumprimento, ou ética deontológica, os fins<br />

predominantes são o estoicismo e o formalismo Kantiano. Voltaremos adiante a estes aspectos.<br />

7. Concepções <strong>Ética</strong>s mais comuns<br />

Ao longo da história três tipos de concepção ética se impuseram com maior abrangência:<br />

a) <strong>Ética</strong> da natureza – que vincula à natureza a origem das regras éticas. Portanto na raiz<br />

da ética estariam os fatores biológicos. Sob esta concepção, a solidariedade, o<br />

altruísmo e a disciplina não passariam de questões instintivas. Charles Darwin até<br />

justificou que lealdade, amor e fidelidade, nós os experimentaríamos do mesmo jeito<br />

que os outros animais. O efeito desta concepção reforça o determinismo biológico. A<br />

partir da Antropologia entende-se que o ser humano depende mais da cultura do que<br />

do determinismo biológico.<br />

b) <strong>Ética</strong> Heterônoma – oriunda especialmente da concepção religiosa cristã, sustenta que<br />

a origem última das normas éticas está em Deus. Daí o porquê de se chamar de<br />

heterônoma, pois, seria algo de fora da condição humana que lhe pede o cumprimento<br />

de normas. Em outras palavras, algo é bom porque vem de Deus e é ele que pede o<br />

cumprimento das leis. Como se constata, pode muito bem uma pessoa falar em nome<br />

de Deus e impor suas exigências como sendo de Deus. Seria, pois, uma apelação a Deus<br />

para controlar o comportamento ético de outras pessoas...<br />

c) <strong>Ética</strong> Autônoma – sustenta a fonte e a origem dos atos éticos na própria condição<br />

humana. Sobretudo a partir do filósofo Emanuel Kant, entende-se que o psiquismo de<br />

cada pessoa já apresenta uma inata capacidade de discernimento do que é bom ou<br />

ruim. A essência ética seria algo natural presente em cada ser humano e que lhes daria<br />

a capacidade de julgar um procedimento como ético ou não ético. Da noção Kantiana<br />

rapidamente se chegou à ética do emotivismo e do instante: assim, algo é bom, certo,<br />

correto e justo dependendo do humor daquele momento. Pode algo ser muito bom<br />

hoje, e não ser bom no dia de amanhã.<br />

Se prestarmos atenção às três concepções, poderemos que, uma como as outras, reduzem<br />

o caráter histórico e social do agir ético. Portanto, todo o campo das obrigações éticas não<br />

pode estar desvinculado das relações sociais. As decisões para um indivíduo devem ser as dos<br />

indivíduos e dos indivíduos em sociedade. Todo comportamento individual procede de relações

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