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Ética - La Salle

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Aristóteles dizia que a felicidade era o único bom absoluto, pois considerava a felicidade<br />

como o “sumo bem” e eu estaria no mais elevado grau dos bens. Como Aristóteles desprezava<br />

o trabalho manual, como reflexo da mentalidade do seu tempo, ele só poderia privilegiar a<br />

razão como o sumo bem. Disto veio uma seqüela para a história posterior que associou<br />

felicidade à contemplação e a atividade intelectual. Em conseqüência, mulheres, pobres e<br />

analfabetos não teriam sequer possibilidades de chegar ao nível mais elevado da felicidade.<br />

A ética cristã passou a sustentar que aqui na terra não se consegue felicidade plena, mas<br />

apenas felicidade relativa. Somente depois da morte se poderia chegar a uma felicidade plena.<br />

Em nossos tempos atuais, sobretudo o pensamento iluminista e materialista, passou a inverter<br />

a posição cristã: pode-se ser plenamente feliz aqui na Terra. Todavia, conceberam a felicidade<br />

numa perspectiva abstrata e idealizada de modos que, também fugiu do alcance concreto.<br />

Estes pensadores mais recentes, mesmo pensando a felicidade concreta, ao pensarem o ser<br />

humano de uma forma muito abstrata, pois não modificaram as mediações econômicas e nem<br />

a da liberdade pessoal. Bem podemos imaginar que alguém pobre, discriminado ou excluído ao<br />

acesso dos bens culturais mais prestigiados, não poderá sentir-se feliz, a não ser em escala<br />

muito pequena e restrita.<br />

A praxe do senso comum nos aponta que a busca de felicidade encontra muitos<br />

obstáculos: podem ser os fracassos no amor e na profissão, pode ser o surgimento de doenças<br />

e incompreensões, pode ser o imprevisível de fatos que nos afetam como repentinas alterações<br />

de humor, etc. A noção de felicidade é condicionada por características sociais que a<br />

restringem. Assim pode alguém sonhar em ser feliz com a aquisição de uma propriedade e<br />

associar a felicidade ao que possui e não ao que está vivendo. A mera posse de muitos bens<br />

não esgota a felicidade. Por isso, poucas pessoas sustentam, em nossos dias, que a felicidade é<br />

o sumo do que é bom. Tanto a contemplação quanto a posse de bens representam horizontes<br />

ainda muito abstratos, egocêntricos e possessivos para uma relativa felicidade.<br />

11.3 - O bom como prazer (hedonismo)<br />

Há dois significados para o termo prazer: um corresponde a um estado afetivo<br />

agradável, como a presença amiga, o encantamento, a solução de algum problema difícil; o<br />

outro equivale a sentir sensações agradáveis, como as provenientes de afagos, cócegas,<br />

comidas, bebidas, etc.<br />

Para os hedonistas o critério supremo da moralidade é o do prazer sensível, de modos<br />

que o bem moral é identificado com prazer.<br />

Os sofistas gregos foram defensores desta ótica, mas, o grande expoente do hedonismo,<br />

o pensador grego Epicuro sugeria às pessoas que procurassem o máximo de prazer, mas não<br />

em nenhum destes dois sentidos salientados acima. Ele indicava o prazer de uma sensação<br />

intelectual e estética. A bondade, um ato ou uma experiência seriam mais valiosos de acordo<br />

com o a capacidade de propiciar níveis mais elevados de prazer. A esta concepção pode-se<br />

levantar o mesmo questionamento relacionada ao bom como felicidade porque reduz o bom a<br />

experiências psíquicas ou a vivências subjetivas. O prazer, na verdade, não é o único fim do ser<br />

humano.<br />

Entre pensadores modernos, foram defensores do hedonismo Montaigne, Hobes,<br />

Helvetius, Bentham, Stuart Mill e outros.

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