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Tradução de Marcelo Schild - Grupo Editorial Record

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— Sempre amei este quarto. É para cá que venho pensar. Quando<br />

algo assim acontece, você passa muito tempo pensando.<br />

Ele <strong>de</strong>u um sorriso pequeno e apertado: Não se preocupe, estou bem.<br />

— Tenho certeza <strong>de</strong> que é verda<strong>de</strong>.<br />

— A parte que não consigo superar é: por que esse cara fez isso?<br />

— Dan, você realmente não <strong>de</strong>veria...<br />

— Não, escute. Apenas... Eu não... Não preciso <strong>de</strong> alguém para segurar<br />

a minha mão. Sou uma pessoa racional, é tudo. Tenho perguntas.<br />

Não sobre os <strong>de</strong>talhes. Quando conversamos, você e eu, sempre é sobre<br />

os <strong>de</strong>talhes: as provas, os procedimentos no tribunal. Mas sou uma pessoa<br />

racional, certo? Sou uma pessoa racional e tenho perguntas. Outras<br />

perguntas.<br />

Afun<strong>de</strong>i na ca<strong>de</strong>ira, senti meus ombros relaxando, aquiescendo.<br />

— Certo. É o seguinte: Ben era tão bom. Esta é a primeira coisa. É<br />

claro que nenhuma criança merece isso. Sei disso. Mas Ben era realmente<br />

um bom menino. Ele era tão bom. E apenas uma criança. Ele<br />

tinha 14 anos, por Deus! Nunca arrumou nenhum problema. Nunca.<br />

Nunca, nunca, nunca. Então, por quê? Qual é o motivo? Não falo <strong>de</strong><br />

raiva, ganância, inveja, esse tipo <strong>de</strong> motivo, porque não po<strong>de</strong> haver um<br />

motivo comum neste caso, não po<strong>de</strong>, simplesmente não faz sentido.<br />

Quem po<strong>de</strong>ria sentir tamanha raiva contra Ben, contra qualquer garoto<br />

pequeno? Simplesmente não faz sentido. Simplesmente não faz sentido.<br />

— Rifkin colocou as pontas <strong>de</strong> quatro <strong>de</strong>dos da mão direita sobre a<br />

testa e massageou a pele em pequenos círculos. — O que quero dizer é:<br />

o que separa essas pessoas? Porque já senti essas coisas, é claro, esses<br />

motivos... raiva, ganância, inveja... você sentiu isso, todo mundo sentiu.<br />

Mas nunca matamos ninguém. Enten<strong>de</strong>? Jamais seríamos capazes <strong>de</strong> matar<br />

alguém. Mas algumas pessoas o fazem, algumas conseguem. Por que<br />

é assim?<br />

— Não sei.<br />

— Você <strong>de</strong>ve ter alguma noção quanto a essas coisas.<br />

— Não. Não tenho, <strong>de</strong> verda<strong>de</strong>.<br />

— Mas você conversa com eles, os conhece. O que eles dizem, os<br />

assassinos?<br />

— Não falam muita coisa, a maioria <strong>de</strong>les.<br />

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