Política económica e política de emprego: o modelo ... - Análise Social
Política económica e política de emprego: o modelo ... - Análise Social
Política económica e política de emprego: o modelo ... - Análise Social
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
644<br />
ciais e a estrutura salarial. Várias dificulda<strong>de</strong>s no plano económico se<br />
foram colocando à <strong>política</strong> <strong>de</strong> salários mínimos: i<strong>de</strong>ntificação da capacida<strong>de</strong><br />
concreta <strong>de</strong> pagamento dos diferentes sectores, capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> oferta<br />
<strong>de</strong> bens <strong>de</strong> consumo <strong>de</strong> «massas», repercussões na estrutura salarial, <strong>de</strong>terminação<br />
do orçamento mínimo individual e familiar, formas <strong>de</strong> actualização<br />
(revisão periódica/in<strong>de</strong>xação).<br />
Po<strong>de</strong>r-se-á, todavia, afirmar que a fixação <strong>de</strong> salários mínimos constituiu<br />
o mais regular e menos controverso dos instrumentos da <strong>política</strong> <strong>de</strong><br />
salários nas duas décadas que temos vindo a analisar.<br />
Q POLÍTICA DE EMPREGO<br />
1. SÍNTESE DA EVOLUÇÃO DO EMPREGO<br />
Em texto anterior 41 já tivemos oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> concretizar a evolução<br />
do <strong>emprego</strong> ao nível europeu nas décadas <strong>de</strong> 50-60. Seria assim injustificado<br />
repetir aqui os dados e os quadros nele consi<strong>de</strong>rados, já que importa<br />
essencialmente traçar os elementos coneretizadores da concepção da <strong>política</strong><br />
<strong>de</strong> <strong>emprego</strong> dominante nesses anos e dizer quais os instrumentos mais<br />
utilizados.<br />
Parece-nos, porém, conveniente retomar as principais conclusões sobre<br />
tal evolução, pois é à luz <strong>de</strong>las que a <strong>política</strong> <strong>de</strong> <strong>emprego</strong> <strong>de</strong>ve ser apreciada.<br />
1.° Queda progressiva da participação da população europeia na população<br />
mundial (12,9 % em 1950, 10,8 % em 1970). Redução ten<strong>de</strong>ncial<br />
das taxas <strong>de</strong> fertilida<strong>de</strong>; estabilização na progressão da<br />
esperança <strong>de</strong> vida.<br />
2.° Evolução mo<strong>de</strong>rada da população em ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalhar, reflectindo<br />
a evolução <strong>de</strong>mográfica. Subida generalizada da taxa <strong>de</strong> participação<br />
feminina e <strong>de</strong>clínio relativo da taxa <strong>de</strong> participação masculina.<br />
Queda das taxas <strong>de</strong> participação nos extremos <strong>de</strong>vida quer<br />
ao alargamento da escolarida<strong>de</strong>, quer à redução ou antecipação da<br />
ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> reforma. Queda mais acentuada nas taxas masculinas do<br />
que nas femininas.<br />
3.° A população activa evoluiu mais rapidamente do que o <strong>emprego</strong>.<br />
Aceleração do êxodo rural, embora se registem situações bem diversas<br />
<strong>de</strong>ntro dos países da CEE. O alargamento do volume <strong>de</strong><br />
oferta <strong>de</strong> trabalho nos sectores industriais ficou a <strong>de</strong>ver-se basicamente<br />
às transferências sectoriais <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra, à imigração e às<br />
variações nas taxas <strong>de</strong> activida<strong>de</strong>.<br />
4.° O crescimento da produtivida<strong>de</strong> ficou a <strong>de</strong>ver-se mais (85 %) ao<br />
processo <strong>de</strong> enriquecimento <strong>de</strong> factores do que ao processo <strong>de</strong><br />
substituição çapital-trabalho. A produtivida<strong>de</strong> a partir <strong>de</strong> 1965 reflectiu<br />
o incremento da produtivida<strong>de</strong> do trabalho em contraste<br />
com a queda ou a estabilização da produtivida<strong>de</strong> do capital. A saída<br />
<strong>de</strong> sectores <strong>de</strong> baixa produtivida<strong>de</strong> para sectores <strong>de</strong> alta produtivida<strong>de</strong><br />
exerceu uma influência significativa na evolução global da<br />
produtivida<strong>de</strong>.<br />
41 Américo Ramos dos Santos, «A Europa e a questão do <strong>emprego</strong>...», cit.