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CAPÍTULO I: DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA ... - UFF

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para enriquecer nosso vocabulário, um novo sentido para uma palavra que<br />

utilizamos corriqueiramente, um novo utensílio que facilita nossa vida prática,<br />

um recurso até então não utilizado de uma velha ferramenta, um caminho mais<br />

curto para chegar aonde queremos... Sempre que conhecemos, nos<br />

apropriamos destes conhecimentos em prol de novos conhecimentos, sem<br />

sequer nos darmos conta disso, sem sequer teorizarmos sobre isto. Quando<br />

conhecemos, já o fazemos de modo a lidar com as coisas que encontramos no<br />

mundo sempre de maneira pré-temática, ou ainda, de modo pré-teórico,<br />

antecedendo qualquer compreensão deste processo.<br />

O conhecimento e seus modos são alvo de preocupação de muitos<br />

autores em diversas áreas do saber ao longo da história. O filósofo Aristóteles<br />

(1990, p. 3) talvez tenha sido um dos primeiros a propor algo substancial sobre<br />

o tema, quando afirma: “Todos os homens têm sua gênese afim ao conhecer”.<br />

Com esta frase o autor grego expressa o parentesco do homem com o<br />

conhecimento; fazendo, mesmo, que compreendamos o conhecimento como<br />

algo próprio a este. Garcia (1987), fazendo uso inteligente da palavra francesa<br />

connaissance (conhecimento), grifa esta afinidade operando uma análise de<br />

suas partes do termo. Para a interpretação proposta pela autora, o<br />

conhecimento seria uma co (con) nascença (naissance), isto é: um nascer<br />

junto. Deste modo, podemos pensar o conhecimento como o ato a partir do<br />

qual o homem constrói a si mesmo, dando gênese à novas possibilidades de<br />

sua realização na medida que conhece novos meios para tal, nascendo e<br />

renascendo em cada novo conhecimento apropriado e utilizando-os no mundo;<br />

alterando e reconstruindo, com isto, suas relações com os outros homens, com<br />

as coisas deste mundo, com sua cultura, sua sociedade, sua história. É isso<br />

que nos assegura o seguinte referente:<br />

Um mundo é dado ao homem; sua glória não é suportar ou depreciar<br />

este mundo, mas sim enriquecê-lo construindo outros universos. Ele<br />

amassa e remodela a natureza, submetendo-a a suas próprias<br />

necessidades; constrói a sociedade e é, por sua vez, construído por<br />

ela; trata logo de remodelar este ambiente artificial para adaptá-lo a<br />

suas próprias necessidades animais e espirituais, assim como a seus<br />

sonhos: cria o mundo dos utensílios e o mundo da cultura. O<br />

conhecimento como atividade [...] pertence à vida social (BUNGE,<br />

1980, p. 9).

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