CAPÍTULO I: DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PESQUISA ... - UFF
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objetivo; fragmentário e não planejado, consistindo em uma maneira não<br />
metódica ou sistemática; herdados de maneira acrítica, não temática e, por<br />
isto, ingênua; podendo conter compreensões errôneas, acarretadas por<br />
conclusões induzidas pela repetição freqüente de um dado. Esta última<br />
característica faz com que o filósofo alemão Hans-Georg Gadamer (1998)<br />
aponte que o senso comum se alimente não do verdadeiro, mas do provável.<br />
Isto não faz do conhecimento comum algo que deveria ser<br />
desconsiderado. Afinal, é sempre dele que partimos, mesmo quando nos<br />
encaminhamos à ciência, em seu sentido mais ortodoxo. Quanto a isto,<br />
Gadamer acrescenta:<br />
sensus communis significa aqui, certamente, não somente aquela<br />
capacidade universal que existe em todos os homens, mas, ao<br />
mesmo tempo, o senso que institui comunidade. O que dá à vontade<br />
humana sua diretriz (...) não é a universalidade abstrata da razão,<br />
mas a universalidade concreta, que representa a comunidade de um<br />
grupo, de um povo, de uma nação, do conjunto da espécie humana.<br />
O desenvolvimento deste senso comum é, por isso, de decisiva<br />
importância para a vida (GADAMER, 1998, p.63).<br />
Esta passagem pretende apontar, também, que os conhecimentos<br />
relativos ao senso comum são diferentes do conhecimento cientifico, mas nem<br />
por isso menos próprios à vida. Contudo, as noções do senso comum são<br />
inválidas ao fazer científico, por não atenderem as requisições deste modo<br />
específico de conhecimento, diverso do senso comum, mas não de todo<br />
isoladas deste.<br />
1.3.2. Do conhecimento científico<br />
Trata-se de um modo de conhecer que exige mais do que o saber<br />
adquirido na chave de tentativa-erro-repetição, característica do conhecimento<br />
empírico. Tendo ganho formulação rigorosa na modernidade, este já traz, em<br />
seu registro de nascimento, um novo modo de apreender as coisas, não como<br />
mera ocorrência fortuita, mas a partir da relação entre essas ocorrências<br />
(efeitos) e suas causas; bem como com as leis que as regem. Com base na<br />
exposição de Bunge (1980), o conhecimento científico em geral pode ser<br />
inventariado em algumas de suas principais características. Daí, esse<br />
conhecimento pode ser: