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Economias de Urbanização e Condição de Ocupação da Populaç…

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egiões mais diversifica<strong>da</strong>s. Duranton & Puga (2002) analisam quais as vantagens e<br />

<strong>de</strong>svantagens <strong>da</strong> especialização e diversificação urbana e chegam a algumas conclusões, entre<br />

as quais po<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>stacar a relação entre o crescimento <strong>da</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s e seu nível <strong>de</strong><br />

especialização ou diversificação e à sua localização relativa, a relação entre inovação e<br />

diversificação, e a tendência à diversificação <strong>da</strong>s gran<strong>de</strong>s ci<strong>da</strong><strong>de</strong>s.<br />

Da<strong>da</strong> esta tendência à diversificação dos gran<strong>de</strong>s centros urbanos, é importante<br />

analisar, como já <strong>de</strong>stacava Jacobs (1969), a contribuição do setor <strong>de</strong> serviços para a dinâmica<br />

econômica. Marshall (1995) <strong>de</strong>monstra que no período entre 1970 e 1990 a participação do<br />

emprego no setor <strong>de</strong> serviços cresceu significativamente nas economias <strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s. Tal<br />

crescimento foi viabilizado, principalmente, pelo aumento <strong>da</strong> integração entre ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s<br />

industriais e <strong>de</strong> serviços (manufatura necessita ca<strong>da</strong> vez mais <strong>de</strong> serviços especializados para<br />

realizar sua produção e os serviços precisam do avanço industrial para manter sua dinâmica),<br />

pela adoção do modo <strong>de</strong> produção flexível (surgimento <strong>de</strong> pequenas firmas prestadoras <strong>de</strong><br />

serviços à indústria), pelo <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> novas tecnologias, pelo aumento dos fluxos<br />

internacionais <strong>de</strong> bens e serviços e pela <strong>de</strong>man<strong>da</strong> por novos serviços coerentes com o novo<br />

padrão <strong>de</strong> vi<strong>da</strong> dos consumidores (conquistar nichos <strong>de</strong> mercado). O setor <strong>de</strong> serviços, antes<br />

consi<strong>de</strong>rado trabalho-intensivo, se diversificou, aumentou seu potencial produtivo e sua<br />

competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, <strong>da</strong>ndo origem a novos métodos <strong>de</strong> execução <strong>de</strong> difícil padronização, o que<br />

tornou seus segmentos mais sofisticados altamente <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra especializa<strong>da</strong><br />

(trabalhar com novas tecnologias e pesquisas). Além disso, os serviços mo<strong>de</strong>rnos (serviços<br />

prestados às indústrias – bancários, <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> softwares, consultoria, etc. –,<br />

serviços <strong>de</strong> informação, serviços financeiros, etc.) ten<strong>de</strong>m a se aglomerar em áreas urbanas,<br />

pois estas dispõem <strong>de</strong> to<strong>da</strong> infraestrutura necessária ao <strong>de</strong>senvolvimento dos mesmos<br />

(transportes, telecomunicações, mão-<strong>de</strong>-obra qualifica<strong>da</strong>, etc.), nas quais há melhores<br />

condições <strong>de</strong> proximi<strong>da</strong><strong>de</strong> e acessibili<strong>da</strong><strong>de</strong>, bem como a existência <strong>de</strong> um ambiente <strong>de</strong><br />

mercado competitivo que estimula a quali<strong>da</strong><strong>de</strong> dos serviços ofertados. Estes fatos <strong>de</strong>monstram<br />

a importância relativa do setor <strong>de</strong> serviços para explicar as mu<strong>da</strong>nças nas economias<br />

mo<strong>de</strong>rnas, visto que o mesmo tornou-se elemento essencial para o crescimento econômico<br />

(integração entre indústria e serviços reflete os ajustes realizados para manter a<br />

competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong> no cenário econômico mundial em constantes transformações).<br />

A oferta <strong>de</strong> serviços sofisticados concentra-se justamente nas regiões mais<br />

<strong>de</strong>senvolvi<strong>da</strong>s, ou seja, é possível observar uma relação positiva entre urbanização e emprego<br />

nos setores <strong>de</strong> serviços mo<strong>de</strong>rnos. Entretanto, é preciso salientar que as formas <strong>de</strong> organização<br />

e as tecnologias <strong>de</strong> comunicação presentes nestas regiões ten<strong>de</strong>m a tornar estes serviços ca<strong>da</strong><br />

vez mais intensivos em capital, ou seja, apesar <strong>da</strong> manutenção <strong>da</strong> posição estratégica <strong>de</strong>stas<br />

economias, o crescimento do emprego nestes ramos ten<strong>de</strong> a se ca<strong>da</strong> vez mais seletivo e a<br />

crescer a taxas mais baixas. Assim, à medi<strong>da</strong> que novos bens e serviços surgem, <strong>de</strong>terminados<br />

padrões <strong>de</strong> organização econômica também mu<strong>da</strong>m e isto tem reflexos nas tendências <strong>de</strong><br />

emprego, o que é objeto <strong>de</strong> interesse dos estudiosos do <strong>de</strong>senvolvimento regional e urbano.<br />

Fica claro então que o <strong>de</strong>senvolvimento recente <strong>da</strong>s tecnologias, especialmente <strong>de</strong><br />

comunicações e transportes, e o processo <strong>de</strong> urbanização <strong>de</strong>sempenham papel central na nova<br />

organização espacial <strong>da</strong> produção, o que tem implicações diretas sobre a condição <strong>de</strong><br />

ocupação dos trabalhadores, pois em regiões mais populosas, cujas ativi<strong>da</strong><strong>de</strong>s principais são<br />

mais intensivas em capital e em serviços sofisticados, a inserção dos mesmos po<strong>de</strong> ser mais<br />

difícil. Assim, parece interessante analisar como os níveis <strong>de</strong> urbanização afetam a<br />

probabili<strong>da</strong><strong>de</strong> <strong>de</strong> um indivíduo estar ou não inserido no mercado <strong>de</strong> trabalho, visto que este<br />

processo implica em transformações na estrutura ocupacional do emprego por intermédio dos<br />

movimentos populacionais por ele induzidos e pela reorganização dos mercados <strong>de</strong> trabalho.<br />

Consi<strong>de</strong>ra-se que a condição <strong>de</strong> ocupação dos trabalhadores é influencia<strong>da</strong> por seus atributos<br />

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