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didáticos e de avaliação, assim como as intenções relativas<br />
aos aspectos valorativos e morais projetados<br />
pela escola. É exatamente este o currículo para o<br />
qual as escolas de engenharia devem se voltar, para<br />
(re) elaborar, (re) pensar e (re) estruturar seus<br />
objetivos.<br />
Neste contexto, para mudar as metodologias de ensino<br />
e formas de implementação de currículos, é preciso<br />
que, na formação do engenheiro, se considere que seus<br />
formadores são sujeitos capazes de transpor a condição<br />
que permeia a grande maioria dos mestres – principalmente<br />
aqueles das áreas tecnológicas –, que é a de<br />
“formador daltônico”, ou seja, aquele que considera,<br />
“idênticos” seus alunos, com saberes e necessidades<br />
semelhantes. Assim, para esse “formador daltônico”, diferenciar<br />
o currículo e a relação pedagógica que se estabelece<br />
em sala de aula é quase impossível, na medida<br />
em que ele está enraizado no currículo formal, na preocupação<br />
com cumprimento dos tempos e conteúdos<br />
pré-estabelecidos no compartilhamento e na seleção<br />
das disciplinas. É função do professor, entender que seu<br />
papel como educador, se caracteriza na construção do<br />
currículo em sala de aula e não somente na reprodução<br />
de modelos prontos.<br />
Entendendo, pois, que o currículo fornece a direção a<br />
seguir para o pleno exercício profissional no âmbito da<br />
engenharia, unindo, num contexto único, a ciência e a<br />
tecnologia.<br />
Para atender à tão falada modernização da Engenharia<br />
e ao mercado de trabalho, que a cada dia solicita mais<br />
e mais engenheiros, acredito que o currículo seja a<br />
peça-chave. A sociedade atual requer que os cursos de<br />
Engenharia considerem, na formação profissional, o<br />
acesso permanente ao saber científico-tecnológico.<br />
Para dar conta do alto grau de complexidade que envolve<br />
todo o processo formativo, é necessário que o<br />
currículo incorpore, de forma crítica e consequente, as<br />
propostas de flexibilização apontadas pelas novas Diretrizes<br />
Curriculares Nacionais (CNE/CES/MEC<br />
11/2002). Pela flexibilização, o currículo formal deixa<br />
de ter preponderância sobre um currículo estruturado<br />
por meio de um projeto pedagógico do curso (PPC)<br />
bem delineado e constantemente reavaliado, cujo objetivo<br />
principal é orientar a vida acadêmica do futuro<br />
engenheiro, levando em conta a diversidade do público<br />
a que se destina, seja na academia, seja no mundo do<br />
trabalho.<br />
Adriana Maria Tonini é engenheira civil pela UFMG; mestre em Tecno-<br />
logia Modelos Matemáticos e Computacionais pelo CEFET/MG e dou-<br />
tora em Educação – Ensino de Engenharia pela UFMG. Professora da<br />
UFOP. E-mail: atonini@cead.ufop.br<br />
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