Os japoneses e a teicultura no município de Registro-SP - PGE/UEM
Os japoneses e a teicultura no município de Registro-SP - PGE/UEM
Os japoneses e a teicultura no município de Registro-SP - PGE/UEM
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>de</strong> chá, que em muitos casos também era produtora fornecedora. Essa década <strong>de</strong> fracassos se<br />
iniciará a partir dos a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> 1990 e se arrastará até 2010.<br />
<strong>Os</strong> motivos foram vários: o confisco implementado pelo gover<strong>no</strong> <strong>de</strong> Collor <strong>de</strong> Melo; a<br />
implementação do pla<strong>no</strong> real, em 1994; a balança comercial e o câmbio (relação dólar-real), a<br />
concorrência <strong>de</strong> países produtores, a falta <strong>de</strong> investimento <strong>no</strong> plantio do chá, <strong>de</strong>ntre outros.<br />
<strong>Os</strong> resultados das entrevistas levaram a concluir que a gran<strong>de</strong> maioria dos produtores<br />
que eram <strong>de</strong>scen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> <strong>japoneses</strong> já abando<strong>no</strong>u o cultivo do chá e partiram para outras<br />
ativida<strong>de</strong>s ainda que <strong>no</strong> ramo agrícola, como o plantio <strong>de</strong> plantas ornamentais e pupunha.<br />
Poucos produtores que são proprietários continuam produzindo, essa é uma ativida<strong>de</strong><br />
que tem sido concentrada pelos arrendatários que continuam produzindo o chá, muitos por<br />
falta <strong>de</strong> chance <strong>de</strong> mudarem <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s.<br />
Na lista <strong>de</strong> produtores das fábricas Amaya e Yamatea, quase a totalida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
fornecedores são compostos por arrendatários. As pessoas entrevistadas <strong>de</strong>sse meio já estão<br />
acima dos 40 a<strong>no</strong>s, ida<strong>de</strong> vista com restrições pelo mercado <strong>de</strong> trabalho.<br />
A saída está sendo o mercado inter<strong>no</strong>. Mas a produção <strong>de</strong>stinada para esse fim ainda é<br />
muito baixa, representando apenas 10% do total beneficiado pelas indústrias, não <strong>de</strong>spertando<br />
ainda o interesse para investimentos.<br />
Para iniciar uma melhoria nas condições <strong>de</strong> produção e comercialização do chá, com<br />
consequente melhoria <strong>no</strong> valor <strong>de</strong> compra e venda <strong>de</strong>sse produto envolveria um processo <strong>de</strong><br />
adaptação às <strong>no</strong>vas exigências comerciais dos países exportadores, iniciando com a melhoria<br />
das condições dos trabalhadores que produzem o chá, sejam eles proprietários ou<br />
arrendatários, com especial atenção àqueles proprietários <strong>de</strong> peque<strong>no</strong>s lotes. Mo<strong>de</strong>rnização<br />
dos equipamentos que processam o chá e re<strong>no</strong>vação das áreas plantadas.<br />
Habituados aos investimentos governamentais, fossem eles do gover<strong>no</strong> brasileiro ou<br />
japonês, como <strong>no</strong> contexto da colonização, os imigrantes <strong>japoneses</strong>, principalmente os que se<br />
<strong>de</strong>dicaram a <strong>teicultura</strong>, pouco investiram <strong>no</strong> processo <strong>de</strong> produção, que envolvia <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />
plantio dos chazais, até o processo <strong>de</strong> moagem.<br />
Esse pouco investimento começou pelos fabricantes que exigiam qualida<strong>de</strong>, mas não<br />
pagavam o suficiente para que o proprietário ou arrendatário produtor, principalmente o<br />
peque<strong>no</strong>, investisse na área <strong>de</strong> plantação e posteriormente <strong>no</strong> momento da colheita. Essas<br />
condições na etapa <strong>de</strong> fornecimento submetiam os produtores às regras impostas pelos<br />
fabricantes, que passavam pela compra <strong>de</strong> insumos com <strong>de</strong>sconto em folha <strong>de</strong> pagamento,<br />
pelo valor pago à qualida<strong>de</strong> do chá, <strong>de</strong>ntre outros problemas.<br />
101