Os japoneses e a teicultura no município de Registro-SP - PGE/UEM
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aten<strong>de</strong>r a <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> trabalho das fazendas cafeeiras, foi a criação <strong>de</strong> uma política<br />
imigratória que atrairia diversas etnias.<br />
Segundo Martins (1973):<br />
Com a abolição do tráfico (...) o que se necessitava era basicamente uma política <strong>de</strong><br />
imigração, para constituição <strong>de</strong> um mercado <strong>de</strong> mão <strong>de</strong> obra que fizesse do trabalho<br />
livre um fator <strong>de</strong> produção eco<strong>no</strong>micamente aceitável pela gran<strong>de</strong> lavoura.<br />
(MARTINS, 1973, p.51)<br />
Segundo Prado Jr. (1979), a imigração tem naturalmente a preferência dos maiores e<br />
mais diretos interessados: os proprietários necessitados <strong>de</strong> braços na lavoura, principalmente<br />
na cafeeira. Ainda para esse autor:<br />
Este processo <strong>de</strong> recrutamento e fixação dos imigrantes passa a ser <strong>de</strong><strong>no</strong>minado<br />
“imigração subvencionada”, reservando–se o <strong>no</strong>me <strong>de</strong> “colonização” ao primitivo<br />
sistema <strong>de</strong> localização <strong>de</strong> imigrantes em pequenas proprieda<strong>de</strong>s agrupadas em núcleos<br />
(PRADO JR, 1979, p.189).<br />
A política <strong>de</strong> posse <strong>de</strong> terras por meio da compra, <strong>de</strong>flagrada a partir <strong>de</strong> 1850, e restrita<br />
aos trabalhadores das fazendas, inviabilizava a poupança <strong>de</strong> valores suficientes para comprar<br />
uma proprieda<strong>de</strong> e se libertar da condição <strong>de</strong> assalariado. <strong>Os</strong> ganhos estavam condicionados<br />
aos interesses dos fazen<strong>de</strong>iros, e seu <strong>de</strong>sti<strong>no</strong> era controlado por esses.<br />
Consi<strong>de</strong>rando a expectativa do imigrante, o Brasil possuía dois atrativos: a gran<strong>de</strong><br />
quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> terras disponíveis, e a <strong>de</strong>manda em larga escala <strong>de</strong> trabalhadores nas fazendas<br />
<strong>de</strong> café, principalmente do interior paulista.<br />
Segundo Monbeig (1984), havia, em terras paulistanas, um total <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> 123 mil,<br />
distribuídos nas fazendas <strong>de</strong> café entre os a<strong>no</strong>s <strong>de</strong> 1898 a 1902.<br />
Essa porta <strong>de</strong> entrada dos imigrantes, utilizada inicialmente pelos Italia<strong>no</strong>s, ocorrerá,<br />
<strong>no</strong> inicio do século XX, <strong>de</strong> forma mais sistemática, com os <strong>japoneses</strong>, conseqüência da<br />
implantação das políticas migratórias tanto <strong>no</strong> Brasil, quanto <strong>no</strong> Japão.<br />
O inicio das relações entre o Brasil e o Japão, países tão diferentes culturalmente e tão<br />
distantes geograficamente, se <strong>de</strong>u a partir do momento em que ambos passaram por<br />
complicações políticas, econômicas e sociais internas.<br />
De um lado o Brasil que <strong>de</strong>senvolveu uma política <strong>de</strong> atração imigratória para o<br />
trabalho na lavoura <strong>de</strong> café, e para o “branqueamento” da população brasileira; e do outro<br />
lado, o Japão transformando sua base produtiva, com intenso êxodo rural, estimulando sua<br />
política <strong>de</strong> expansão territorial, por meio da <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> políticas <strong>de</strong> emigração. Somado a<br />
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