Os japoneses e a teicultura no município de Registro-SP - PGE/UEM

More documents

Recommendations

Info

O fato geográfico explicado por Monbeig (1957) menciona uma área em particular, mas que ocorrem sucessivas interações naturais e humanas, e que o geógrafo deve levar em consideração as relações desses ambientes, para só assim compreender sua dinâmica espacial. O complexo geográfico representa uma categoria de análise espacial com maior número de elementos, abarcando a possibilidade de diversas correlações espaciais, e compreendendo, por fim, um conjunto de fatos geográficos. Dantas apud Monbeig (2009): O geógrafo vê-se diante do complexo geográfico como diante de novelos de linha loucamente emaranhados, dos quais dificilmente se encontra a ponta. Essa metáfora dos novelos de linha nos leva a concluir que Monbeig tem sempre em mente a noção de simultaneidade e de complementaridade dos fenômenos que compõem o complexo geográfico (DANTAS, 20096, p.5). Monbeig faz menção a paisagem, referindo–se a essa como componente do complexo geográfico (DANTAS, 2009): [...] a paisagem é um dos elementos que compõe o complexo geográfico e disso podemos concluir que os elementos que se articulam para transformar a paisagem também entram na análise do complexo, ou seja, as diversas formas de trabalho são um componente desse complexo. (DANTAS, 2009, p.10). Esta forma de trabalho exercida pelo homem se traduz na introdução de culturas diversas, substituindo o seu revestimento natural, construindo casas, rasgando estradas, delimitando campos, erguendo postes para fiação, construindo barragens, estradas de ferro, canais, etc. “obra tão grandiosa” que, muitas vezes, transformam a topografia original e dá à terra um novo aspecto. (DANTAS, 2009). mencionando: Contudo, a paisagem tem suas limitações, e Monbeig (1957) faz esse alerta, A paisagem não exterioriza todos os elementos constituintes do complexo. Nem sempre nela se encontrarão expressos com clareza os modos de pensar, as estruturas financeiras que são, entretanto, parcelas apreciáveis do complexo geográfico. (MONBEIG, 1957, p.11) Portanto, a paisagem na visão de Monbeig seria um termo empregado para explicar um conjunto de fenômenos naturais e humanos que ocorrem em interação no espaço geográfico. A compreensão expressa nesta pesquisa, sobre a colonização japonesa no município de Registro privilegiou a leitura com base nas concepções de Monbeig, e posteriormente de 26
Claval (1995), que assim, como Sauer (1998), dão primordial importância aos aspectos culturais na leitura da paisagem. Quanto aos elementos que compõem a paisagem cultural, bem como sua abordagem dentro da Geografia Cultural, será uma abordagem realizada pelo geógrafo francês Paul Claval, um dos expoentes, na atualidade, de uma leitura na perspectiva cultural das sociedades. Sua compreensão se aproxima da de La Blache, à medida em que concebe o homem como principal agente transformador do meio natural, privilegiando as atividades humanas, compreendendo que a cultura é resultado dessa intervenção, constantemente modificada. Ignora o meio natural como elemento de correlação direta com a sociedade, afirmando que esse já não existe mais em função das sucessivas alterações. Segundo Claval (2007): Os homens não estão jamais em relação direta com a natureza: vivem num meio artificial que eles mesmos criaram; o vestuário e a casa os protegem das vicissitudes do clima; os caminhos e as vias facilitam a circulação. A vegetação natural é destruída e substituída pelas florestas cuja composição é controlada, pelas pastagens ou planícies para alimentar os animais, e pelos campos onde se desenvolvem as culturas (CLAVAL, 2007, p.12). A visão de Claval (2007) limita-se ao visível, ou seja, só leva em consideração as atividades que deixam impressões na paisagem. Dessa forma a cultura que resulta da expressão humana, pode sofrer mudanças no momento em que novas técnicas são introduzidas, porém pode manter algumas características anteriores, que no seu entendimento cabe ao geógrafo elucidar a ocorrência dessas transformações que refletem diretamente na paisagem. A produção de Claval (2007) tem sido importante referencial para os estudos da Geografia Cultural, contribuindo principalmente para explicar fatores ligados as heranças culturais de diferentes sociedades. Sua contribuição interessou a essa pesquisa, à medida que tratou-se também de uma conjuntura herdada de um período histórico da colonização japonesa estudada. Na produção brasileira, os autores que se destacam atualmente são Corrêa e Rosendhal (1998): A paisagem, de fato, é uma “maneira de ver”, uma maneira de compor e harmonizar o mundo externo em uma “cena”, em uma unidade visual. (CORRÊA E ROSENDHAL, 1998, p.98) 27
Page 1 and 2: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ C
Page 3: Dados Internacionais de Catalogaç
Page 6 and 7: AGRADECIMENTOS Nesses dois anos no
Page 8 and 9: "Ter um ideal é ter fé inabaláve
Page 10 and 11: ABSTRACT The present research was t
Page 12 and 13: FIGURA 5: IMIGRANTES NA HOSPEDARIA
Page 14 and 15: SUMÁRIO INTRODUÇÃO .............
Page 16 and 17: INTRODUÇÃO Em 1908, inicia-se a p
Page 18 and 19: CAPÍTULO 1 - RECONSTITUIÇÃO HIST
Page 20 and 21: Petrone (1966), completa, afirmando
Page 22 and 23: imateriais são intensas. Essas tra
Page 24 and 25: Essa idéia era comum entre as duas
Page 28 and 29: Esses autores aproximam-se das conc
Page 30 and 31: décadas seguintes, sendo responsá
Page 32 and 33: 1.4 - A produção do espaço rural
Page 34 and 35: sucessivas políticas de estimulo
Page 36 and 37: arquipélago japonês da explosão
Page 38 and 39: isso estava o fato de que o Japão
Page 40 and 41: japonesas já estava estabelecido a
Page 42 and 43: Mapa 2: Localização das regiões
Page 44 and 45: Figura 5: Imigrantes na Hospedaria
Page 46 and 47: Enfim, resultado das condições pr
Page 48 and 49: 2.2.1 - Criação da colônia japon
Page 50 and 51: A Kaigai escolheu Registro como sua
Page 52 and 53: Depois desse período de grande flu
Page 54 and 55: Figura 11: Mapa de localização do
Page 56 and 57: que obtiveram melhores resultados n
Page 58 and 59: A colônia de Registro dividiu-se e
Page 60 and 61: onde passaram a residir. Nas circun
Page 62 and 63: nova fase do contexto histórico do
Page 64 and 65: Figura 14: Fazenda de Chá de Toraz
Page 66 and 67: Com relação ao contexto das mudan
Page 68 and 69: Quadro 4: Entrada de folhas verdes
Page 70 and 71: pelo governo de Juscelino Kubitsche
Page 72 and 73: Nas palavras de Besse (2006), quand
Page 74 and 75: A amostragem determinada envolveu d
Page 76 and 77:
Entre 1995 e 1999, a produção de
Page 78 and 79:
Em síntese, o quadro 5 apresenta
Page 80 and 81:
Figura 18: Plantação de pupunha,
Page 82 and 83:
Figura 21: Chazal recém podado Fon
Page 84 and 85:
Mapa 5: Propriedades rurais com pla
Page 86 and 87:
O último levantamento sobre o univ
Page 88 and 89:
Atualmente 95% da produção do ch
Page 90 and 91:
pelas fábricas Yamatea e Amaya, qu
Page 92 and 93:
Figura 28: Chá destinado a exporta
Page 94 and 95:
crise enfrentada pela produção do
Page 96 and 97:
Produtor Início da atividade com o
Page 98 and 99:
Para alguns, já em idade avançada
Page 100 and 101:
A partir de 1920, passa a se explor
Page 102 and 103:
Enfim, é uma situação que perdur
Page 104 and 105:
______. A Geografia Cultural. 3ªed
Page 106 and 107:
KANEKO Kuniei. O Centenário da Imi
Page 108 and 109:
SAITO, Hiroshi. Assimilação e Int
Page 110 and 111:
WARNIER, Jean-Pierre. A mundializa
Page 112 and 113:
Atualmente só restaram as instala
Page 114 and 115:
O que mudou é com relação ás pa
Page 116 and 117:
Figura 39: Antiga casa da família
Page 118 and 119:
cultivar chá? - 40? 11 - Em que an
Page 120 and 121:
do chá em áreas próximas as nasc
Page 122 and 123:
Porque? vez? 16 - De 1994 a 2010, h
Page 124 and 125:
Figura 41: Comemoração do centen
show all

Os japoneses e a teicultura no município de Registro-SP - PGE/UEM

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

Delete template?

Save as template?