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produção teórica em economia regional - das formulações ... - LinkPE

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Influenciado pelo conceito de aglomeração desenvolvido por Marshall, Myrdal (1965)<br />

defendia que são outros fatores, como infraestrutura adequada, disponibilidade de matériaprima<br />

e proximidade com fornecedores e/ou consumidores, os determinantes na atração de<br />

investimentos industriais e não a mão de obra.<br />

A esse respeito, cabe destacar que os fatores locacionais de <strong>produção</strong> estão intimamente<br />

relacionados com perfil de cada <strong>em</strong>preendimento. As indústrias tradicionais (têxtil, calçados,<br />

alimentos, bebi<strong>das</strong> etc.), por ser<strong>em</strong> intensivas <strong>em</strong> mão de obra, ainda costumam tomar suas<br />

decisões locacionais levando <strong>em</strong> conta o custo da força de trabalho <strong>em</strong> cada região onde pode<br />

se instalar. Em contrapartida, indústrias dinâmicas, intensivas <strong>em</strong> capital, como é o caso dos<br />

segmentos químico e petroquímico, geralmente se instalam <strong>em</strong> locais onde pod<strong>em</strong> se<br />

beneficiar <strong>das</strong> vantagens da aglomeração, como oferta de infraestrutura, existência de insumos<br />

e matérias-primas, proximidade com fornecedores, serviços de apoio, dentre outras.<br />

Myrdal (1965) via com preocupação a concentração espacial <strong>das</strong> atividades industriais,<br />

argumentando que elas tend<strong>em</strong> a atrair e concentrar também outros tipos de atividades<br />

econômicas e culturais, deixando o resto do país relativamente estagnado.<br />

Se as forças do mercado não foss<strong>em</strong> controla<strong>das</strong> por uma política intervencionista, a<br />

<strong>produção</strong> industrial, o comércio, os bancos, os seguros e, de fato, quase to<strong>das</strong> as<br />

atividades econômicas que na <strong>economia</strong> <strong>em</strong> desenvolvimento, tend<strong>em</strong> a<br />

proporcionar r<strong>em</strong>uneração b<strong>em</strong> maior de que a média e, além disso, outras<br />

atividades como a ciência, a arte, a literatura, a educação e a cultura superior se<br />

concentrariam <strong>em</strong> determina<strong>das</strong> localidades e regiões, deixando o resto do país de<br />

certo modo estagnado. (MYRDAL, 1965, p. 51-52).<br />

Neste sentido, o autor procurou d<strong>em</strong>onstrar que “[...] o jogo <strong>das</strong> forças do mercado tende, <strong>em</strong><br />

geral, a aumentar e não a diminuir as desigualdades regionais” (MYRDAL, 1965, p. 51).<br />

Myrdal (1965) também chamou atenção para o fato de que a expansão <strong>em</strong> uma localidade<br />

gera efeitos regressivos (backwash effects) <strong>em</strong> outras, aumentando as disparidades regionais.<br />

Isso porque essa expansão tende a deslocar fluxos de capitais e de mão de obra de outras<br />

partes do país <strong>em</strong> direção às regiões mais ricas. Neste sentido, procurou d<strong>em</strong>onstrar que os<br />

movimentos de capital tend<strong>em</strong> a provocar efeitos s<strong>em</strong>elhantes no aumento da desigualdade:<br />

Os movimentos de mão de obra, capital, bens e serviços não imped<strong>em</strong>, por si<br />

mesmos, a tendência natural à desigualdade <strong>regional</strong>. Por si próprios [...] são, antes,<br />

os meios pelos quais o processo acumulativo se desenvolve – para cima, nas regiões<br />

muito afortuna<strong>das</strong> –, e para baixo, nas desafortuna<strong>das</strong>. (MYRDAL, 1965, p. 53).<br />

Tal visão contrapõe-se à teoria tradicional (clássica e neoclássica) na qual a mobilidade dos<br />

fatores tende ao equilíbrio. Na avaliação de Myrdal (1965, p. 54), ocorre exatamente o<br />

contrário:<br />

Nos centros de expansão, o aumento da d<strong>em</strong>anda dará um impulso ao investimento<br />

que, por sua vez, elevará as ren<strong>das</strong> e a procura, e causará um segundo fluxo de<br />

investimentos, e assim por diante. A poupança aumentará <strong>em</strong> decorrência <strong>das</strong> ren<strong>das</strong><br />

mais altas, mas tenderá a ficar inferior ao investimento, no sentido de que a oferta de<br />

capital teria de satisfazer uma ativa d<strong>em</strong>anda. Nas outras regiões, a falta de novo<br />

impulso expansionista t<strong>em</strong> como consequência o fato de a d<strong>em</strong>anda de capital<br />

permanecer relativamente fraca, mesmo quando comparada ao volume de<br />

poupanças, que será pequeno porque as ren<strong>das</strong> também o são e tend<strong>em</strong> a declinar. O<br />

sist<strong>em</strong>a bancário, quando não controlado para operar de maneira diferente, tende a

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