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produção teórica em economia regional - das formulações ... - LinkPE

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O aparecimento duma indústria nova ou crescimento duma indústria existente<br />

propagam-se por intermédio dos preços, fluxos e antecipações. No decurso de<br />

períodos mais longos, os produtos de uma indústria ou produto de indústrias,<br />

profundamente transformados e por vezes dificilmente reconhecíveis <strong>em</strong><br />

comparação com seu esboço inicial, possibilitam novas invenções que dão orig<strong>em</strong> a<br />

novas indústrias. (PERROUX, 1975 3 , p. 100).<br />

Partindo da constatação de que o crescimento não aparece por toda parte ao mesmo t<strong>em</strong>po,<br />

mas “[...] manifesta-se com intensidades variáveis, <strong>em</strong> pontos ou polos de crescimento e<br />

propaga-se, segundo vias diferentes e com efeitos finais variáveis, no conjunto da <strong>economia</strong>”,<br />

Perroux (1975, p. 100) introduziu a ideia de polarização, sugerindo que a promoção do<br />

desenvolvimento <strong>regional</strong> t<strong>em</strong> início com a identificação dos espaços que reún<strong>em</strong> as melhores<br />

condições para se transformar <strong>em</strong> polos de crescimento. Definidos os espaços, o investimento<br />

concentrado na constituição dos polos gera um processo de crescimento econômico por<br />

difusão <strong>em</strong> toda a <strong>economia</strong>.<br />

Geograficamente concentrado, o polo industrial complexo transforma o seu meio<br />

geográfico imediato e, se t<strong>em</strong> poder para tanto, toda a estrutura da <strong>economia</strong><br />

nacional <strong>em</strong> que se situa. Centro de acumulação e concentração de meios humanos e<br />

de capitais fixos e definidos, chama à existência outros centros de acumulação e<br />

concentração de meios humanos e de capitais fixos e definidos. Quando dois destes<br />

centros entram <strong>em</strong> comunicação graças a vias de transporte material e intelectual,<br />

extensas transformações se desenham no horizonte econômico e nos planos de<br />

produtores e consumidores. (PERROUX, 1975, p. 108).<br />

Em seu modelo de aglomeração industrial, Perroux (1975) introduz os conceito de indústria<br />

motriz e indústria movida. A “indústria motriz”, ou “<strong>em</strong>presa líder”, ou ainda “indústria<br />

chave” é aquela que, ao aumentar suas próprias ven<strong>das</strong> de bens finais ou intermediários<br />

(outputs) e suas compras de serviços e produtos, induz ao aumento nas ven<strong>das</strong> de outras<br />

indústrias, as chama<strong>das</strong> indústrias movi<strong>das</strong>, que são as que fornec<strong>em</strong> matérias-primas,<br />

insumos, mão de obra, capital e serviços (inputs). Neste sentido, Perroux (1975, p. 106) define<br />

indústria motriz como uma indústria que “[...] induz na totalidade dum conjunto, por ex<strong>em</strong>plo,<br />

duma <strong>economia</strong> nacional, um crescimento de volume de <strong>produção</strong> global muito maior do que<br />

o crescimento do seu próprio volume de <strong>produção</strong>”. Assim, quando há aumento no volume de<br />

ven<strong>das</strong> de uma indústria-chave, há também uma forte expansão e crescimento de um conjunto<br />

mais amplo.<br />

Cabe ressaltar que, no complexo industrial de Perroux, a unidade motriz, base do processo de<br />

difusão, pode ser tanto uma <strong>em</strong>presa como um conjunto de <strong>em</strong>presas ou atividades que<br />

produz<strong>em</strong> ou induz<strong>em</strong> inovações no seu meio circundante e se relaciona com outras unidades<br />

movi<strong>das</strong>, “arrastando-as” no processo que induz. O crescimento do conjunto da <strong>economia</strong><br />

resulta, então, <strong>das</strong> inter-relações entre esses dois tipos de indústria, sendo as <strong>em</strong>presas líderes<br />

as responsáveis por transmitir os efeitos da expansão às indústrias movi<strong>das</strong>. A concepção de<br />

crescimento de Perroux está associada, portanto, ao conceito de polo e aos efeitos de arraste<br />

por ele exercido <strong>em</strong> todo o seu meio. Neste sentido, pode-se inferir que um polo de<br />

desenvolvimento é uma unidade econômica motriz ou um conjunto formado por várias dessas<br />

unidades que exerc<strong>em</strong> efeitos de expansão, integração e encadeamento sobre outras unidades<br />

a ela relaciona<strong>das</strong>.<br />

3 A obra de Perroux citada no presente artigo foi publicada <strong>em</strong> 1955. Contudo, a versão traduzida e consultada<br />

data de 1975.

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