produção teórica em economia regional - das formulações ... - LinkPE
produção teórica em economia regional - das formulações ... - LinkPE
produção teórica em economia regional - das formulações ... - LinkPE
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
Contudo, nos últimos anos, algumas experiências de caráter participativo vêm sendo<br />
impl<strong>em</strong>enta<strong>das</strong> buscando a inserção de grupos sociais e/ou de interesses na formulação e<br />
acompanhamento <strong>das</strong> políticas de desenvolvimento local com o objetivo de atenuar tais<br />
disparidades regionais. São ex<strong>em</strong>plos dessa tentativa os diversos conselhos comunitários<br />
voltados para as políticas sociais, o Orçamento Participativo e a criação dos Territórios de<br />
Identidade, um novo modelo de planejamento <strong>das</strong> políticas públicas, baseado <strong>em</strong> métodos<br />
d<strong>em</strong>ocráticos e participativos com base <strong>em</strong> um padrão de <strong>regional</strong>ização ancorado no conceito<br />
de Território de Identidade. Tal modelo já v<strong>em</strong> sendo adotado <strong>em</strong> alguns estados da<br />
federação, como a Bahia, que foi subdividida <strong>em</strong> 26 Territórios de Identidade sendo cada um<br />
deles representado por diversos m<strong>em</strong>bros e setores da sociedade civil organizada (poderes<br />
locais, lideranças comunitárias, instituições sociais, artistas, produtores culturais, dentre<br />
outros). O objetivo principal da nova configuração é orientar a formulação de políticas<br />
públicas d<strong>em</strong>ocráticas <strong>em</strong> diversas áreas, especialmente no que se refere ao desenvolvimento<br />
local, descentralizando as toma<strong>das</strong> de decisão, consultando a sociedade civil e criando<br />
instâncias intermediárias entre o poder municipal e o estadual.<br />
Como não é objetivo deste trabalho avaliar os resultados dessas iniciativas, conclui-se o artigo<br />
propondo a realização de estudos que busqu<strong>em</strong> analisar o grau de eficácia de tais políticas <strong>em</strong><br />
distintas regiões nas quais vêm sendo impl<strong>em</strong>enta<strong>das</strong>.<br />
Considerações finais<br />
Este artigo apresentou os pressupostos básicos <strong>das</strong> principais teorias de desenvolvimento<br />
<strong>regional</strong> abordando desde as <strong>formulações</strong> clássicas aos modelos endógenos de<br />
desenvolvimento.<br />
A Economia Regional, entendida como o estudo da diferenciação espacial e <strong>das</strong> inter-relações<br />
entre as áreas dentro de um sist<strong>em</strong>a nacional de regiões, só começou a ganhar destaque e a<br />
firmar-se como campo de conhecimento específico e sist<strong>em</strong>atizado a partir dos anos 1950,<br />
quando a t<strong>em</strong>ática do planejamento <strong>regional</strong> passou a ocupar o centro <strong>das</strong> agen<strong>das</strong><br />
governamentais e <strong>das</strong> instituições de coordenação econômica e política do mundo ocidental.<br />
Os primeiros modelos teóricos preconizaram um receituário de cunho essencialmente<br />
desenvolvimentista, ou seja, atribuíam à industrialização e ao planejamento público<br />
centralizado a força motriz do processo de desenvolvimento. Tal concepção passou a orientar<br />
as políticas de desenvolvimento impl<strong>em</strong>enta<strong>das</strong> por governos de diversos países entre os anos<br />
1950-1970, dentre eles EUA, França, Itália e Brasil.<br />
Contudo, a persistência <strong>das</strong> desigualdades entre países e regiões levou a Economia Regional a<br />
passar por uma transição conceitual a partir dos anos 1980. Nesse período, há uma inversão<br />
de paradigmas e o modelo “de cima para baixo”, focado na industrialização e na ação<br />
centralizadora do Estado, é substituído pelo modelo “de baixo para cima”, segundo o qual as<br />
políticas de desenvolvimento <strong>regional</strong> dev<strong>em</strong> partir <strong>das</strong> potencialidades socioeconômicas<br />
originais da região e contar com ampla participação dos atores locais, ao invés de ser<strong>em</strong><br />
conduzi<strong>das</strong>, formula<strong>das</strong> e impl<strong>em</strong>enta<strong>das</strong> exclusivamente pelo poder central. Na nova<br />
concepção, ganhou força a ideia de que localidades e territórios dispõ<strong>em</strong> de recursos<br />
econômicos, humanos, institucionais e culturais que formam seu potencial de