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produção teórica em economia regional - das formulações ... - LinkPE

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<strong>em</strong> diferentes localizações levando <strong>em</strong> consideração apenas os custos de transporte. Neste<br />

sentido, quis d<strong>em</strong>onstrar que a renda econômica depende da distância do mercado<br />

consumidor, ou seja, terras mais próximas do centro consumidor têm maior renda <strong>em</strong> relação<br />

àquelas mais distantes.<br />

Mesmo tendo sido criticado por não levar <strong>em</strong> conta o papel da tecnologia e por apoiar-se <strong>em</strong><br />

pr<strong>em</strong>issas dificilmente encontra<strong>das</strong> no mundo real, o modelo de Thünen serviu de estímulo e<br />

ponto de partida para a realização de novos estudos sobre a questão locacional <strong>das</strong> atividades<br />

econômicas. Prova disso foi o trabalho desenvolvido neste campo por Alfred Weber, outro<br />

economista al<strong>em</strong>ão que, enfatizando as decisões do ponto de vista da firma, publicou, <strong>em</strong><br />

1909, a Teoria da Localização Industrial. Neste trabalho, Weber defende que a decisão quanto<br />

à localização <strong>das</strong> atividades industriais decorre não apenas do custo de transporte de matériasprimas<br />

e produtos finais, mas também do custo de mão de obra e da posição e do tamanho dos<br />

centros de consumo. Como não admitia a mobilidade espacial da força de trabalho, afirma que<br />

se os menores custos de mão de obra compensar<strong>em</strong> os maiores custos de transporte, as<br />

indústrias tenderão a localizar-se nas regiões onde aquele custo for inferior.<br />

O geógrafo al<strong>em</strong>ão Walter Christaller, por sua vez, elaborou uma teoria da localização para os<br />

serviços e instituições urbanas. Partindo da observação de que algumas cidades se destacam<br />

como centro de uma região, Christaller procurou compreender os fatores que determinam o<br />

número, o tamanho e a distribuição <strong>das</strong> cidades entendi<strong>das</strong> como “lugares centrais”, aquelas<br />

que distribu<strong>em</strong> bens e serviços para outras localidades <strong>em</strong> seu entorno. O autor constatou que<br />

quanto maior for<strong>em</strong> o nível mínimo de d<strong>em</strong>anda que asseguraria a <strong>produção</strong> de um b<strong>em</strong> ou<br />

serviço (limiar) e a distância que a população dispersa se dispõe a percorrer para adquiri-los<br />

(alcance), menor será o número de cidades aptas a oferecê-los. Neste sentido, ao publicar, <strong>em</strong><br />

1933, a Teoria <strong>das</strong> Localidades Centrais, estabelece uma espécie de hierarquia entre as<br />

cidades (SILVA, 1976).<br />

Assim, até a década de 1940, os estudos sobre Economia Regional estavam praticamente<br />

restritos à localização <strong>das</strong> atividades econômicas e seus desdobramentos 2 . As <strong>formulações</strong> de<br />

Von Thünen, Alfred Weber e Walter Christaller são reconheci<strong>das</strong> como os trabalhos<br />

incipientes nessa área.<br />

Conforme Lopes (2003), as Teorias Clássicas da Localização foram considera<strong>das</strong> estáticas por<br />

limitar<strong>em</strong>-se a quantificar os custos e os lucros como as únicas variáveis que dev<strong>em</strong> ser<br />

considera<strong>das</strong> ao se definir a localização de uma atividade econômica. Além disso, o autor<br />

destaca que elas não consideravam o papel relevante da tecnologia, e que, <strong>em</strong> alguns<br />

momentos, apoiavam-se <strong>em</strong> pressupostos dificilmente encontrados no mundo real. Azzoni<br />

(1982), por sua vez, destaca que, <strong>em</strong> que pes<strong>em</strong> as falhas <strong>das</strong> <strong>formulações</strong> <strong>teórica</strong>s, os fatores<br />

clássicos de localização são de grande importância e não dev<strong>em</strong> ser descartados na<br />

compreensão <strong>das</strong> decisões <strong>em</strong>presariais.<br />

2 Foi o economista norte-americano Walter Isard que publicou <strong>em</strong> 1956 o primeiro livro <strong>em</strong> inglês no âmbito <strong>das</strong><br />

teorias da localização: “A Ord<strong>em</strong> Espacial da Economia”. Reconhecendo a importância do conjunto de teorias<br />

até então só disponíveis <strong>em</strong> al<strong>em</strong>ão, esse autor propôs uma espécie de síntese <strong>em</strong> língua inglesa <strong>das</strong> teorias da<br />

escola clássica da localização numa linha de pensamento que se convencionou chamar de “Regional Science”, a<br />

partir da qual novos fatores de localização foram sendo introduzidos com o objetivo de aumentar o seu grau de<br />

“adequação” à realidade (CAVALCANTE, 2004).

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