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Baixe em pdf - Instituto de Psicologia da USP

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Fernando César Capovilla e outros<br />

Descritores: Autopercepção. Locus <strong>de</strong> controle interno-externo. Solução<br />

<strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as. Expectativas. Estados <strong>em</strong>ocionais.<br />

D<br />

e acordo com o dicionário Oxford, o termo artefato significa “algo<br />

não presente no estado natural <strong>de</strong> um organismo, mas produzido<br />

enquanto ele está sendo preparado para exame.” (Hornby, 1974, p.43). Do<br />

mesmo modo, nas ciências humanas e sociais, po<strong>de</strong>-se conceber artefato<br />

como um achado que é atribuído pelo cientista à variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte<br />

manipula<strong>da</strong>, mas que é <strong>de</strong> fato consequência <strong>de</strong> variáveis estranhas nãocontrola<strong>da</strong>s<br />

e <strong>da</strong>s quais o pesquisador não está ciente (Capovilla, 1989).<br />

Em psicologia social, o estudo <strong>da</strong>s ameaças à vali<strong>da</strong><strong>de</strong> presentes nas<br />

práticas <strong>de</strong> pesquisa experimentais configura a área <strong>de</strong> artefatos <strong>de</strong><br />

pesquisa (Rosenthal & Rosnow, 1984).<br />

Num estudo norte-americano sobre artefatos <strong>de</strong> pesquisa<br />

(Capovilla, 1989), universitários eram convi<strong>da</strong>dos a participar <strong>de</strong> uma<br />

série <strong>de</strong> experimentos <strong>de</strong> resolução <strong>de</strong> probl<strong>em</strong>as ao computador<br />

conduzidos por experimentadores diferentes. Ao longo dos experimentos,<br />

enquanto os sujeitos resolviam os probl<strong>em</strong>as ao computador, um monitor<br />

<strong>de</strong> TV acima dos sujeitos era acionado, e o experimentador aparecia no<br />

ví<strong>de</strong>o instruindo os sujeitos sobre como resolver os probl<strong>em</strong>as. Meta<strong>de</strong><br />

<strong>da</strong>s instruções eram “boas” (isto é, se os sujeitos as seguiss<strong>em</strong> eles<br />

seriam mais eficazes <strong>em</strong> ganhar pontos que valiam dinheiro), meta<strong>de</strong><br />

eram “ruins” (isto é, se os sujeitos as seguiss<strong>em</strong> eles teriam mais trabalho<br />

e ganhariam menos pontos). Meta<strong>de</strong> <strong>da</strong>s instruções eram frasea<strong>da</strong>s <strong>em</strong><br />

tom <strong>de</strong> ord<strong>em</strong> (por ex.: “Você <strong>de</strong>ve proce<strong>de</strong>r <strong>da</strong> seguinte maneira: [...]”)<br />

e meta<strong>de</strong> <strong>em</strong> tom <strong>de</strong> conselho (por ex.: “É mais vantajoso proce<strong>de</strong>r <strong>da</strong><br />

seguinte maneira: [...]”). Finalmente, <strong>em</strong> meta<strong>de</strong> <strong>da</strong>s instruções o<br />

experimentador que aparecia no ví<strong>de</strong>o era um <strong>de</strong>sconhecido, e na outra<br />

meta<strong>de</strong> ele era o professor dos universitários numa disciplina<br />

introdutória.<br />

Os resultados <strong>de</strong>sse estudo foram claros: as instruções que part<strong>em</strong><br />

<strong>de</strong> um experimentador-professor tend<strong>em</strong> a ser segui<strong>da</strong>s, mesmo que<br />

sejam frasea<strong>da</strong>s como meros conselhos, e mesmo que estes conselhos<br />

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