RELATÓRIO E CONTAS 2008 - Montepio

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Finivalor - Sociedade Gestora de Fundos Mobiliários, S.A. 2009-01-30 O posterior recuo do preço do petróleo, que caiu mais de 70% desde os máximos até ao final do ano, em simultâneo com o agravamento da crise financeira e o acentuar do ritmo de deterioração das condições económicas, configuraram um choque deflaccionista que conduziu, em alguns casos, a inflação para mínimos da história recente e que deverá atingir pontualmente valores negativos em 2009. Ainda assim, 2008 não ficará na história pela evolução dos preços, mas sim pela manutenção e agravamento da crise financeira. A dimensão desta coloca desafios às empresas, Governos e autoridades nacionais e supranacionais como já não acontecia desde a Grande Depressão da década de 30. As pressões nos mercados financeiros tornaram-se mais acentuadas e abrangentes a partir de meados de Setembro, com a intensificação dos problemas de solvência de diversas instituições financeiras de referência a nível internacional e que resultaram no virtual desaparecimento do modelo de banca de investimento norteamericano. Em paralelo, os índices de volatilidade implícita aumentaram para novos máximos históricos, sublinhando os elevados níveis de incerteza quanto ao real valor dos títulos subjacentes. A deterioração dos balanços das instituições financeiras e a persistência de elevados níveis de incerteza, no período de Setembro e Outubro, realçaram o carácter sistémico da crise e levaram a uma resposta sem precedentes por parte das autoridades monetárias e Governos a nível global. De entre as medidas tomadas destacam-se a aprovação do “Troubled Assets Relief Program” ou Plano Paulson, nos EUA, e os aumentos de capital das instituições financeiras em dificuldade por parte de diversos Estados dos dois lados do Atlântico, que resultaram em alguns casos em nacionalizações de facto. O agravamento da crise financeira, num contexto de inversão do ciclo de construção em alguns dos países de referência, resultou na aceleração do ritmo de deterioração da actividade económica no quarto trimestre do ano, o qual deverá ser um dos mais negativos de sempre. A maioria dos países avançados fechou o ano em recessão técnica (ou em vias de entrar em recessão) e deverá manter uma dinâmica recessiva, pelo menos, no primeiro semestre de 2009, num contexto de contracção da produção industrial e de redução do comércio internacional. A persistência de condições financeiras restritivas e de elevados níveis de incerteza estão a corroer a confiança dos agentes económicos, a condicionar o investimento privado, tanto ao nível das famílias como das empresas, e a contribuir para uma rápida deterioração das condições do mercado de trabalho, mesmo em economias aparentemente dinâmicas até ao terceiro trimestre do ano, como é o caso da Alemanha. Nos EUA, por exemplo, foram destruídos mais de 1,5 milhões de empregos no último trimestre do ano, o que representa a mais grave perda de emprego em quaisquer três meses consecutivos desde a reconversão da economia de guerra, em 1945. Neste contexto, os Governos ficaram na contingência de conjurar medidas de incentivo à actividade económica, seja ao nível da descida de impostos ou do investimento público, as quais vão resultar num significativo aumento das despesas públicas e, consequentemente, das necessidades de financiamento da economia. Deste modo, espera-se uma significativa subida dos défices orçamentais da generalidade dos países desenvolvidos, com os EUA a encabeçarem a lista com estimativas de défice para 2009 que vão até aos 11% do PIB, enquanto que na zona euro diversos países vão ultrapassar a fasquia dos 3% no biénio de 2008/2009, Portugal incluído. 2.2. Sociedade Gestora Em 2008 a Sociedade Gestora preocupou-se em alargar o seu leque de produtos e serviços a oferecer aos Clientes, consubstanciando-se esse cuidado na apresentação do Finifundos – Agrupamento de Fundos de Investimento Mobiliário Aberto de Fundos que se constituiu com três fundos de fundos a saber: Finifundo Conservador - Fundo de Investimento Mobiliário Aberto de Fundos de Obrigações, Finifundo Moderado - Fundo de Investimento Mobiliário Aberto de Fundos Misto e Finifundo Agressivo - Fundo de Investimento Mobiliário Aberto de Fundos de Acções. Relatório e Contas de 2008 6
Finivalor - Sociedade Gestora de Fundos Mobiliários, S.A. 2009-01-30 No final do ano, a Finivalor decidiu alterar a política de investimentos do Finibond – Mercado Emergentes, tendo a sua classificação em função da classe de activos que compõem a sua carteira passado a classificação a ser de “flexível” da anterior de “obrigações internacionais de taxa fixa”, continuando a ser harmonizado. Por esse motivo, o fundo deixou de se designar Finibond – Mercado Emergentes, passando a ser Finifundo – Mercados Emergentes. A evolução dos valores líquidos globais dos fundos geridos pela Finivalor caracterizou-se por uma forte retracção, sequela natural da crise económica e financeira mundial. A excepção, pela positiva, foi o fundo imobiliário. No fundo imobiliário aberto Finipredial o valor líquido global do fundo superou ligeiramente os 224 milhões de euros, um crescimento de cerca de 12,8% relativamente a igual período de 2007, evolução abaixo das expectativas iniciais, mas ainda assim digna de especial realce face à crise vivida ao longo do ano. A gestão de fundos imobiliários no seu todo (fundos abertos e fechados) registou um acréscimo de 9,6%. Nos fundos mobiliários o total de valores líquidos globais situou-se em 82,2 milhões de euros, um decréscimo anual de 61,10% face ao valor apresentado em 31 de Dezembro de 2007. Dos dez fundos mobiliários geridos pela Finivalor, todos apresentaram evoluções negativas dos valores sob gestão, com excepção dos fundos de fundos que foram criados em 2008. Todos os sete fundos já existentes no início de 2008 viram os seus volumes caírem mais de 60%. Na gestão de patrimónios os montantes sob gestão registaram também uma redução, cerca de 18,31%, passando de 57,1 milhões de euros no final de 2007 para 46,6 milhões de euros em 31 de Dezembro de 2008. Em suma, o Valor Líquido Global dos Activos sob gestão da Finivalor decresceu 21,5%, atingindo no final de 2008 os 417,2 milhões de euros, face a 531,5 milhões de euros em igual período do ano anterior. 520,000,000 420,000,000 320,000,000 220,000,000 120,000,000 20,000,000 Valores sob Gestão Total Fundos Mobiliários Fundos Imobiliários Gestão de Patrimónios 2006 2007 2008 O Resultado Líquido do Exercício foi positivo em 2.977.254,67 euros, valor inferior em 10,8% ao verificado em 2008, que foi de 3.338.046,78 euros. Analisam-se, de seguida, os principais aspectos do comportamento dos fundos sob administração da Sociedade Gestora. 2.3. Fundos Relatório e Contas de 2008 7
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