Exegese do Alcorão Sagrado - Parte II - Mesquita do Brás
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Conceitos<br />
Aliberdade e o livre arbítrio constituem<br />
<strong>do</strong>is <strong>do</strong>s mais sublimes valores<br />
humanos. A liberdade é o aban<strong>do</strong>nar<br />
as algemas e o <strong>do</strong>mínio imposto pelos<br />
outros; é o poder de se conduzir<br />
com uma vontade livre. O livre arbítrio<br />
é o poder de agir ou não por<br />
decisão interior, determinada pelo<br />
próprio ser humano, sem imposição<br />
ou influência forçada, contra a vontade.<br />
A leitura dinâmica <strong>do</strong>s textos <strong>do</strong> <strong>Alcorão</strong> nos esclarece<br />
que um <strong>do</strong>s seus objetivos fundamentais é libertar o ser<br />
humano para se tornar livre em seu movimento e sua relação<br />
com Deus. A partir desse relacionamento, lança-se o<br />
homem para formar o seu relacionamento consigo próprio<br />
e com os outros. Para que fique claro para nós o méto<strong>do</strong><br />
islâmico e sua linha na convocação para a liberdade, vamos<br />
esclarecer as mais distintas situações que podem aprisionar<br />
o ser humano e sobre as quais atua o <strong>Alcorão</strong> no<br />
senti<strong>do</strong> de libertá-lo, apresentan<strong>do</strong>-lhe sua natureza inata<br />
e favorecen<strong>do</strong> sua existência social. Essas situações são:<br />
1. A paralisação mental e a liberdade<br />
2. A autoridade e a liberdade<br />
3. A herança social e a liberdade<br />
4. A liberdade individual<br />
1. A Paralisação Mental e a Liberdade<br />
A fonte da liberdade no ser humano é a mente. Quan<strong>do</strong><br />
ela se liberta da estagnação, da paralisação e da su-<br />
1 - Conjunto das práticas proféticas (NE).<br />
1 - Evidências Islâmica<br />
CoNCEItos<br />
CULtURAIs<br />
<strong>Parte</strong> 2<br />
perstição, iluminan<strong>do</strong>-se com o conhecimento, com a<br />
ciência, com a educação, adquire o equipamento efetivo<br />
para se libertar e se fazer respeitar. O auto-respeito e a<br />
conservação <strong>do</strong> direito e da liberdade só são consegui<strong>do</strong>s<br />
com o respeito aos direitos <strong>do</strong>s outros e a proteção de sua<br />
liberdade. O <strong>Alcorão</strong> Sagra<strong>do</strong> convoca para a libertação<br />
da mente da superstição e da estagnação, convocan<strong>do</strong> o<br />
homem e a mulher a adquirir conhecimento e ciência. Com<br />
essa convocação, inspira-se a mente muçulmana. O ser humano<br />
conseguiu, à sombra dessa convocação, a sua liberdade,<br />
obten<strong>do</strong> as conquistas científicas no campo natural,<br />
da sociologia e da inovação cultural. Lemos esse apelo em<br />
muitos versículos e tradições proféticas e em práticas efetivas.<br />
Deus Altíssimo, diz: “Assim Deus vos elucida os Seus<br />
versículos, a fim de que mediteis” (2:219). E diz: “Temos<br />
elucida<strong>do</strong> os versículos para os sensatos” (6:98). E diz,<br />
ainda: “Na mudança <strong>do</strong>s ventos; nas nuvens submetidas<br />
entre o céu e a terra, (nisso tu<strong>do</strong>) há sinais para<br />
os sensatos” (2:164). E diz, mais: “E estas parábolas,<br />
citamo-las aos humanos; porém, só os sensatos as compreendem”<br />
(29:43). E diz, mais, ainda: “Dize: Ó Senhor<br />
meu, aumenta-me em sabe<strong>do</strong>ria!” (20:114). E diz, ainda,<br />
mais: “Deus dignificará os crentes, dentre vós, assim<br />
como os sábios, porque está inteira<strong>do</strong> de tu<strong>do</strong> quanto<br />
fazeis” (58:11).<br />
Assim, o apelo <strong>do</strong> <strong>Alcorão</strong> nos instiga a pensar, compreender,<br />
procurar e aumentar o conhecimento. Os muçulmanos<br />
receberam conscientemente esse apelo e estabeleceram<br />
as bases da ciência e <strong>do</strong> conhecimento, fundan<strong>do</strong><br />
méto<strong>do</strong>s de pesquisa científica, incentivan<strong>do</strong> a conquista<br />
<strong>do</strong> conhecimento e a iluminação da mente, características<br />
presentes até hoje no mun<strong>do</strong> contemporâneo. Na sunna 1