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Exegese do Alcorão Sagrado - Parte II - Mesquita do Brás

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a carniça, o sangue, a carne de suíno e tu<strong>do</strong> o que tenha<br />

si<strong>do</strong> sacrifica<strong>do</strong> com a invocação de outro nome que não<br />

o de Deus; porém, quem, sem intenção nem ultrapassan<strong>do</strong><br />

o limite de absoluta necessidade, for compeli<strong>do</strong> a<br />

isso, saiba que Deus é Indulgente, Misericordioso.” (<strong>Alcorão</strong><br />

Sagra<strong>do</strong>, 16:115).<br />

Não é permiti<strong>do</strong>, em qualquer circunstância, ao muçulmano,<br />

ingerir da carne de porco qualquer quantidade,<br />

cozida ou não, a não ser em caso de extrema necessidade,<br />

em que dela, exclusivamente, dependa a conservação de<br />

sua vida, como num deserto, por exemplo, onde não exista<br />

outro alimento além dela, de acor<strong>do</strong> com a norma de que<br />

“a necessidade permite o proibi<strong>do</strong>.” É a norma estabelecida<br />

pela lei islâmica, abrin<strong>do</strong> a porta da permissão excepcional<br />

temporária, baseada em situações excepcionais<br />

acidentais, levan<strong>do</strong>-se em conta que a lei islâmica é uma<br />

lei realista, que determina para cada situação na vida o<br />

que é necessário permitir e considerar.<br />

Ao la<strong>do</strong> <strong>do</strong>s princípios constantes e das leis genuínas e<br />

gerais na vida cotidiana, a shari’ 1 a abre a porta de permissão<br />

e consideração excepcional temporária para os casos<br />

anormais. São situações excepcionais, classificadas como<br />

“necessidades” e reconhecidas no <strong>Alcorão</strong> Sagra<strong>do</strong> no versículo<br />

cita<strong>do</strong> acima, proibin<strong>do</strong> a carniça e a carne de porco:<br />

“Porém, quem, sem intenção nem abuso, for impeli<strong>do</strong> a<br />

isso, não será recrimina<strong>do</strong>” (<strong>Alcorão</strong> Sagra<strong>do</strong>, 2:173).<br />

Em outro versículo, lemos, depois de citar as proibições:<br />

“… salvo se fordes obriga<strong>do</strong>s a tal” (<strong>Alcorão</strong> Sagra<strong>do</strong>,<br />

6:119).<br />

O texto da lei não fornece uma explicação específica<br />

para a proibição da carne de porco, como acontece com a<br />

proibição das bebidas inebriantes e <strong>do</strong> jogo de azar, por<br />

exemplo. A explicação geral a respeito da proibição de<br />

alguns alimentos e bebidas, e seus similares, nos orienta<br />

para a sabe<strong>do</strong>ria na proibição da carne de porco. É a explicação<br />

de Deus, o Altíssimo: “… prescreve-lhes to<strong>do</strong> o<br />

bem e veda-lhes o imun<strong>do</strong>” (<strong>Alcorão</strong> Sagra<strong>do</strong>, 7:157).<br />

Isso inclui, pela sua abrangência, a proibição da<br />

carne de porco, considerada, de acor<strong>do</strong> com a shari’a,<br />

entre as coisas repugnantes. Está veda<strong>do</strong> ao muçulmano<br />

tu<strong>do</strong> o que constitui risco de corrupção na vida humana,<br />

seja no campo da saúde, economia e comportamento.<br />

Enfim, tu<strong>do</strong> que é maléfico e imun<strong>do</strong> está incluí<strong>do</strong> entre<br />

as coisas repugnantes.<br />

O porco é um animal carnívoro e herbívoro. Ele inclui<br />

as características de animais selvagens e <strong>do</strong>mestica<strong>do</strong>s.<br />

Ele come tu<strong>do</strong>. É insaciável, come dejetos e todas as coisas<br />

imundas com voracidade. Ele é também carnívoro, come<br />

ratos e outros animais, come cadáveres, mesmo de animais<br />

de sua espécie. As descobertas científicas, hodiernamente,<br />

revelam que o porco possui elementos ativos causa<strong>do</strong>res<br />

de enfermidades, bactérias que muitas vezes estão ocultas<br />

e são maléficas. A carne de porco é vetor de um parasita<br />

1 - Conjunto das normas legais islâmicas, voltadas ao cotidiano <strong>do</strong> muçulmano (NE).<br />

perigoso ao corpo humano, a trichina, que se desenvolve<br />

no corpo humano de forma não tratável com remédios parasitários,<br />

crescen<strong>do</strong> dentro <strong>do</strong>s músculos humanos de forma<br />

que é impossível para a medicina, até hoje, combatê-la,<br />

depois que a pessoa for infestada. Daí a sabe<strong>do</strong>ria na proibição<br />

<strong>do</strong> consumo da carne de porco pelo Islã. A Enciclopédia<br />

Larousse diz: “Esse verme (Trichina) passa para o<br />

ser humano e se dirige para o coração, instala-se no teci<strong>do</strong><br />

muscular, principalmente no peito, no flanco, na garganta,<br />

nos olhos e na parede intestinal. As larvas encapsuladas<br />

permanecem vivas por muitos anos.”<br />

A descoberta não deve ser o único parâmetro a sustentar<br />

a interdição islâmica, uma vez que a ciência que descobriu<br />

esse mal poderá descobrir outras enfermidades ainda<br />

desconhecidas. Na opinião <strong>do</strong> Islã, é inaceitável a alegação<br />

de que a criação de porcos com méto<strong>do</strong>s modernos, em ambiente<br />

limpo, com tecnologia de observação em seus pastos<br />

e em seus currais, seja suficiente para acabar com os parasitas<br />

desse mal, pois a lei da proibição é absoluta e não<br />

ocasional. É possível que haja outras coisas prejudiciais<br />

desconhecidas na carne <strong>do</strong> porco, como era desconhecida<br />

a própria trichinose, antes de sua descoberta na época moderna.<br />

É preciso observar que se for possível cuidar da criação<br />

de porcos de forma tecnológica, que possa acabar com<br />

essa enfermidade, em algum lugar ou tempo, ou permitir<br />

que muitos centros civiliza<strong>do</strong>s ou capitais <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> o façam,<br />

isso não seria possível em todas as partes da terra,<br />

nos bairros e nas aldeias mais afasta<strong>do</strong>s e com menos recursos,<br />

principalmente em ambientes agrícolas, o que significa<br />

que esses méto<strong>do</strong>s não poderiam ser emprega<strong>do</strong>s em<br />

todas as épocas ou coloca<strong>do</strong>s à disposição de todas as pessoas.<br />

Por outro la<strong>do</strong>, esse cuida<strong>do</strong> saudável na sua criação<br />

em centros civiliza<strong>do</strong>s não garante a sua eliminação por<br />

completo.<br />

A esse propósito, a regra da chari’a determina<br />

que o benefício deve ser váli<strong>do</strong> para to<strong>do</strong>s os seres humanos,<br />

em to<strong>do</strong>s os lugares. Por isso, a proibição deve<br />

ser abrangente, de tal forma que ao muçulmano não é<br />

permiti<strong>do</strong> que ele rejeite a lei, porque isso iria permitir<br />

que cada um utilizasse o seu próprio intelecto e seu<br />

conhecimento insuficiente como critério para aceitar ou<br />

rejeitar as leis islâmicas. O seu dever é aceitar a lei<br />

islâmica na permissão e na proibição, quan<strong>do</strong> há um<br />

texto concreto. É o mesmo caso quanto à responsabilidade<br />

<strong>do</strong> indivíduo perante as leis mundanas instituídas<br />

aplicadas a ele. Cada indivíduo deve acatar as leis,<br />

quer esteja convenci<strong>do</strong> de sua validade ou não, depois<br />

da sua publicação pelo poder legislativo, uma vez que as<br />

autoridades legislativas que as elaboraram estudaram<br />

as suas implicações em to<strong>do</strong>s os aspectos relacionadas<br />

ao indivíduo, à comunidade, ao presente, ao futuro, às<br />

dimensões financeira, moral, social de forma inteligente<br />

e perspicaz, com meios materiais e intelectuais mais<br />

Evidências Islâmica - 1

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