14.04.2013 Views

VII – O malho eo cinzel - Entre Irmãos

VII – O malho eo cinzel - Entre Irmãos

VII – O malho eo cinzel - Entre Irmãos

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

... Criton respondeu: <strong>–</strong> Mas os raios do sol ainda iluminam os cimos dos montes e muitos<br />

houve que tomaram a bebida mais tarde; e, depois de a mandarem tomar, ainda os deixaram comer<br />

e beber e entregar-se aos prazeres do amor; não vos apresseis, portanto; ainda não chegou a hora.<br />

Replicou-lhe Sócrates: <strong>–</strong> Sim, Criton; esses a quem vos referis andaram bem procedendo<br />

assim, já que achavam proveitosa a demora; quanto a mim, tenho razão de não me portar desse<br />

modo, pois não julgo que lucre alguma coisa bebendo um pouco mais tarde o veneno; estaria a<br />

preservar uma vida que já perdi; com isso, apenas me enganaria a mim próprio. Peço-vos, pois,<br />

que façais o que digo.<br />

Ouvindo estas palavras, Criton fez sinal a um carrasco que se achava perto; o escravo<br />

afastou-se; em seguida voltou com o carcereiro a trazer a taça de veneno. <strong>–</strong> Disse-lhe Sócrates <strong>–</strong><br />

meu bom amigo, como tendes experiência destas coisas, dizei-me como devo proceder, <strong>–</strong> o<br />

carcereiro respondeu <strong>–</strong> ponde-vos a andar até sentirdes as pernas fracas; deitai-vos após e o<br />

veneno produzirá seu efeito. Ao mesmo tempo oferecia a taça a Sócrates, que, do modo mais<br />

natural e gentil, sem o menor medo, nem mudança de cor ou de expressão, olhando fixamente o<br />

carcereiro conforme era seu costume olhar os homens, tomou a taça e disse: Que achais da idéia<br />

duma libação a algum deus, derramando um pouco desta bebida? Poço ou não fazê-la. O<br />

carcereiro respondeu: Nós, Sócrates, preparamos apenas a quantidade que julgamos necessária.<br />

Compreendo, volveu o filósofo: mesmo assim devo pedir aos deuses que favoreçam minha viagem<br />

deste mundo para o outro <strong>–</strong> e possa este meu desejo, que será minha prece, ser atendido por eles.<br />

Então, levando a taça aos lábios, bebeu rápida e corajosamente a cicuta" 27<br />

Todos vós, ó respeitáveis aprendizes, tendes vontades poderosas. Mas sobre que matéria<br />

deveis aplicar vossos cinzéis? Pois deveis aplicar sobre as pedras brutas de vós mesmos,<br />

desbastando-as aqui e ali nos defeitos e vícios, até que ela possa ser utilizada no edifício social E<br />

nós outros que aqui estamos, conquanto mestres, também possuímos arestas a desbastar, pelo que<br />

nossa mestria é só simbólica. Em verdade, seremos eternos aprendizes, visto que sempre temos o<br />

que fazer sobre nós mesmos com o <strong>malho</strong> e com o <strong>cinzel</strong>.<br />

E para que serve o nosso trabalho em desbastar a pedra bruta que somos? Para que isto?<br />

Para que, proximamente possamos ajudar, com nossas pessoas, a construir o edifício social<br />

simbolizado neste templo que Deus mandou Salomão construir. Se as pedras não forem<br />

trabalhadas uma a uma, o edifício arquitetônico não se levantará da terra. Deus mandou Salomão<br />

edificar o templo, vede bem! Por isto a Maçonaria, conquanto obra humana, tem suas origens nos<br />

Céus. Daqui decorre o porque remoto, o porque devemos nos desbastar das pétreas asperezas! Isto<br />

nos cumpre a nós fazer, para que possamos, após a morte física, sermos recebidos no Oriente<br />

Eterno, na Maçonaria extra-terrena. Lembrai-vos de que numa de nossas sessões, um boletim nos<br />

informava que certo poderoso Irmão se tinha passado para o Oriente Eterno. É esta mística que<br />

deve ser o primeiro objetivo do Maçonaria, e deste decorre o outro, o secundário e próximo, que é<br />

nos <strong>cinzel</strong>armos a nós mesmos para que possamos entrar como parte no edifício social da<br />

humanidade.<br />

Que o Grande Arquiteto do Universo nos abençoe o propósito de sermos dignos<br />

aprendizes.<br />

<strong>VII</strong>I <strong>–</strong> A ampulheta<br />

A ciência antropológica nos demonstra, hoje, por seis tipos de provas, que houve<br />

evolução; são as provas pal<strong>eo</strong>ntológicas, as embriológicas, as dos órgãos residuais as anatômicas,<br />

as sorológicas, e as g<strong>eo</strong>gráficas. Como se deu a evolução, ainda é uma incógnita. E t<strong>eo</strong>rias várias<br />

27 Extraído parcialmente do livro História da Filosofia de Will Durant, da pág. 31 a 32<br />

22

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!