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Em cima, Nancy Meyers com Meryl Streep durante a rodagem do fi lme. A realizadora confessa que escreveu o guião
a pensar na actriz: “Quando nos lembramos dela, só nos vêm à memória interpretações brilhantes. Ela é extraordinária”
“Nunca escreveria um fi lme que não fosse eu a realizar.
Põe-se muito de nós num guião para o entregar a outra pessoa„
verdade, tem razão: não é
comum assistirmos a estes
casos em fi lmes. Por isso, aí está:
“Amar é Complicado.”
Lux – De onde é que lhe surgiu
a ideia de pôr um casal de
60 anos a fumar um charro?
N.M. – Achei que seria engraçado.
Eu não fumo um charro desde
o nascimento da minha fi lha
mais velha – que tem agora 28
anos – e comecei a imaginar-me
a fazê-lo... Pensei que seria, no
mínimo, hilariante, e resolvi criar
essa cena. Diverti-me muito a
escrevê-la e depois a dirigi-la.
Lux – É difícil ser uma mulher
realizadora em Hollywood?
N.M. – Para mim não, porque
sou muito especialista nos meus
temas! Não acredito que um homem
conseguisse fazer este tipo
de fi lmes como eu. Claro que não
existem tantas mulheres a realizar
quanto homens, mas esperemos
que um dia isso mude. Em 2009
houve vários fi lmes dirigidos
por mulheres. E bons fi lmes.
Lux – Antes de começar a realizar,
já escrevia e produzia fi lmes.
O que é que a fez dar o passo para
a realização? Hoje consideraria
a hipótese de escrever
um filme para outra pessoa
dirigir?
N.M. – Não. Conseguiria produ-
zir um fi lme sem o dirigir, mas
nunca escreveria um fi lme que
não fosse eu a realizar. Põe-se
muito de nós num guião para
o entregar a outra pessoa. Essa
foi a principal razão pela qual
comecei a realizar. Talvez se
escrevesse um fi lme de acção,
sem nada de pessoal... Mas não
aquilo que escrevo. ■
texto Felipa Garnel (fgarnel@lux.iol.pt)
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