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Superexploração da Força de Trabalho e Concentração de Riqueza ...

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processo brasileiro <strong>de</strong> transição ao capitalismo, <strong>de</strong>sconsi<strong>de</strong>ram aspectos essenciais para a<br />

compreensão <strong>da</strong> natureza particularmente <strong>de</strong>sigual do <strong>de</strong>senvolvimento brasileiro.<br />

Para Marini, a condição <strong>de</strong> superexploração está registra<strong>da</strong> historicamente em diferentes<br />

contextos históricos e formações sociais. Porém, na América Latina esta condição não só<br />

esteve presente como se reproduziu, ganhando o sentido <strong>de</strong> especifici<strong>da</strong><strong>de</strong>. As razões estão<br />

apresenta<strong>da</strong>s em passagens dos textos <strong>de</strong> Marini transcritas, relaciona<strong>da</strong>s às bases<br />

econômicas <strong>de</strong> monocultura e à abundância <strong>de</strong> mão-<strong>de</strong>-obra.<br />

Contudo, a tese <strong>da</strong> existência <strong>de</strong> superexploração como marca do <strong>de</strong>senvolvimento capitalista<br />

brasileiro, assim como no caso <strong>de</strong> outras formações sociais, exige <strong>de</strong>terminações mais amplas<br />

do que aquelas originalmente coloca<strong>da</strong>s por ele. Ressalta-se no artigo a importância <strong>de</strong> se<br />

incorporar a dimensão <strong>da</strong> regulação e operação do Estado, em razão <strong>da</strong> importância <strong>de</strong>cisiva<br />

que esta instituição cumpre na dinâmica do capital e, portanto, para a reprodução <strong>da</strong>s<br />

condições extraordinárias <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> e riqueza. 28<br />

Neste sentido, o artigo implicitamente sustenta que há elementos a serem trabalhados,<br />

sobretudo se a pretensão é <strong>de</strong> afirmar a existência contemporânea <strong>da</strong> superexploração como<br />

marca relevante do <strong>de</strong>senvolvimento brasileiro e latino-americano.<br />

6. Referências bibliográficas:<br />

Arandia, A. K. (1992) O mercado <strong>de</strong> trabalho nos tempos do Collor: um aumento dos<br />

"<strong>de</strong>scamisados". IEFEE, Vol. 19, No. 4, pp. 132-142.<br />

Almei<strong>da</strong> Filho, N. (1993) “Conceitos <strong>de</strong> Padrão <strong>de</strong> Acumulação, Industrialização e<br />

Desenvolvimento”. In Economia-Ensaios, vol. 8 (1), <strong>de</strong>zembro, pp. 3-18.<br />

Almei<strong>da</strong> Filho, N. (1994) Limites Estruturais à Política Econômica no Brasil. Tese <strong>de</strong><br />

doutorado. Campinas, IE-UNICAMP.<br />

Almei<strong>da</strong> filho, N. (2011) O Ensino do Tema Desenvolvimento nas Escolas Brasileiras:<br />

eixos teóricos e proposições <strong>de</strong> políticas. In: Cardoso Jr, J. C.; Siqueira, C. H.R.<br />

(Orgs.). Complexi<strong>da</strong><strong>de</strong> e Desenvolvimento - Diálogos para o Desenvolvimento.<br />

Brasília: IPEA, v. 3, pp. 227-268.<br />

Almei<strong>da</strong> Filho, N. e Corrêa, V.P. (2011) “A CEPAL ain<strong>da</strong> é uma Escola <strong>de</strong> Pensamento?”<br />

in Revista <strong>de</strong> Economia Contemporânea, v. 15, p. 92-111.<br />

Arrighi, G. (1995) “A <strong>de</strong>sigual<strong>da</strong><strong>de</strong> mundial na distribuição <strong>de</strong> ren<strong>da</strong> e o futuro do<br />

Socialismo”. In Sa<strong>de</strong>r, Emir. (org.) O mundo <strong>de</strong>pois <strong>da</strong> que<strong>da</strong>. São Paulo: Paz e<br />

Terra.<br />

Arrighi, G. (2008) A<strong>da</strong>m Smith em Pequim: origens e fun<strong>da</strong>mentos do Século XXI. São<br />

Paulo: Boitempo.<br />

28 O livro <strong>de</strong> Joaquim Hirsch (2010) – Teoria Materialista do Estado – é certamente referência para esta<br />

incorporação. Ele sustenta que: “O aparelho <strong>de</strong> Estado é o terreno on<strong>de</strong> se gera uma regulação – pela<br />

força ou pelo consenso – <strong>da</strong>s relações <strong>de</strong> classe, e on<strong>de</strong> po<strong>de</strong> surgir uma política do capital<br />

relativamente consistente que ultrapassa as relações concorrenciais existentes. No sistema <strong>de</strong> Estados<br />

refletem-se tanto as relações concorrenciais capitalistas, como as relações antagônicas <strong>de</strong> classe. Disso<br />

po<strong>de</strong> resultar uma dinâmica expansiva que não é produto direto dos interesses econômicos <strong>de</strong><br />

valorização, como no caso do consenso social ser conseguido por meio <strong>de</strong> projeções sob o inimigo<br />

externo, ou guando problemas <strong>de</strong> legitimação interna são compensados por agressões externas. Isto é,<br />

o ‘comércio’ po<strong>de</strong> seguir inteiramente a ban<strong>de</strong>ira.” (págs. 215-16)<br />

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