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Mapeamento da autoincompatibilidade sexual do cacau e ... - Uesc

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ<br />

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PRODUÇÃO VEGETAL<br />

ISAMIRE SILVA ANDRADE<br />

MAPEAMENTO DA AUTOINCOMPATIBILIDADE SEXUAL DO CACAU E<br />

CERTIFICAÇÃO GENÉTICA DOS CLONES TSH-1188 E CCN-51 POR MEIO DE<br />

MARCADORES MICROSSATÉLIES<br />

ILHÉUS – BAHIA – BRASIL<br />

Julho de 2009


ISAMIRE SILVA ANDRADE<br />

MAPEAMENTO DA AUTOINCOMPATIBILIDADE SEXUAL DO CACAU E<br />

CERTIFICAÇÃO GENÉTICA DOS CLONES TSH-1188 E CCN-51 POR MEIO DE<br />

MARCADORES MICROSSATÉLIES<br />

Dissertação apresenta<strong>da</strong> à Universi<strong>da</strong>de<br />

Estadual de Santa Cruz, para a obtenção<br />

<strong>do</strong> título de Mestre em Produção Vegetal.<br />

Área de concentração: Melhoramento de<br />

Plantas e Biotecnologia<br />

Orienta<strong>do</strong>r: Prof. Ronan Xavier Corrêa<br />

ILHÉUS – BAHIA – BRASIL<br />

Julho de 2009<br />

ii


ISAMIRE SILVA ANDRADE<br />

MAPEAMENTO DA AUTOINCOMPATIBILIDADE SEXUAL DO CACAU E<br />

CERTIFICAÇÃO GENÉTICA DOS CLONES TSH-1188 E CCN-51 POR MEIO DE<br />

MARCADORES MICROSSATÉLIES<br />

Ilhéus, BA, 14 de julho de 2009<br />

Ioná Santos Araújo - DS<br />

UFERSA<br />

Dário Anhert - PhD<br />

UESC<br />

Ronan Xavier Corrêa - DS<br />

UESC<br />

(Orienta<strong>do</strong>r)<br />

iii


DEDICATÓRIA<br />

A minha ama<strong>da</strong> Erika, “luz <strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong>”, pelo o amor e incentivo.<br />

Aos meus pais, Ezaú e Maria, incansáveis luta<strong>do</strong>res pela minha educação, e a to<strong>da</strong><br />

minha família, pela paciência e compreensão pela minha ausência em tantos<br />

momentos, e a to<strong>do</strong>s aqueles que como eu, acreditam que com Fé, perseverança,<br />

capaci<strong>da</strong>de e dedicação é possível chegar lá.<br />

iv


concedi<strong>da</strong>.<br />

AGRADECIMENTO<br />

A Deus, pela infinita bon<strong>da</strong>de, constante proteção e por mais esta graça<br />

Ao Prof. Ronan Xavier Corrêa, meu orienta<strong>do</strong>r, pessoa singular que tive o<br />

prazer de conhecer, pela confiança deposita<strong>da</strong> e amizade durante to<strong>da</strong> minha vi<strong>da</strong><br />

acadêmica.<br />

A Prof a . Ioná Santos Araújo, uma <strong>da</strong>s principais responsáveis pela realização<br />

deste trabalho, pela atenção, comprometimento e cui<strong>da</strong><strong>do</strong>.<br />

Ao Prof. Dário Ahnert, pelo planejamento e implantação <strong>do</strong> experimento de<br />

campo, e pelos ensinamentos que me foram presta<strong>do</strong>s.<br />

A Dra. Regina Celle Rebouças Macha<strong>do</strong>, pela implantação e manutenção <strong>do</strong><br />

experimento em campo e pela aju<strong>da</strong> na obtenção <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s fenotípicos.<br />

Ao Dr. Uilson Vanderlei Lopes, pela aju<strong>da</strong> e pela colaboração<br />

À Universi<strong>da</strong>de Estadual de Santa Cruz, pela oportuni<strong>da</strong>de e realização <strong>do</strong><br />

curso e pela disponibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> infraestrutura laboratorial.<br />

À Almirante Cacau, M&M Mars, pela infraestrutura de campo, disponibili<strong>da</strong>de<br />

de pessoal para condução <strong>do</strong>s experimentos em campo.<br />

<strong>do</strong> projeto.<br />

À FAPESB, pela concessão <strong>da</strong> minha bolsa de estu<strong>do</strong>s e pelo financiamento<br />

Aos colegas <strong>do</strong> laboratório Mariana, Claudine, Bruna, Jeiza, Willian, Daniela e<br />

Samuel pelo companheirismo e pela aju<strong>da</strong>.<br />

v


A amiga Márcia Cristina <strong>da</strong> Silva Branco, pela sua dedicação e aju<strong>da</strong> nos<br />

trabalhos iniciais desta Dissertação.<br />

Aos colegas mestran<strong>do</strong>s, pela amizade e colaboração, em especial ao amigo<br />

Lúcio Mauro, pelo companheirismo e incentivo em to<strong>do</strong> o an<strong>da</strong>mento <strong>do</strong> curso.<br />

Aos meus amigos, Carlos Augusto, Lucas, Lúcio Mauro, Francisca, Ittana,<br />

pela companhia e convivência, e companeirismo.<br />

Aos queri<strong>do</strong>s amigos de Itajú <strong>do</strong> Colônia, Jailson, César, Roberto, Marleide,<br />

José Antônio, pelo incentivo e força.<br />

Aos professores <strong>do</strong> Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal, Curso<br />

de Mestra<strong>do</strong>, pelos ensinamentos.<br />

À coordenação e aos funcionários <strong>do</strong> Colegia<strong>do</strong> <strong>do</strong> Programa de Pós-<br />

graduação em Produção Vegetal, pelo imprescindível apoio.<br />

Aos funcionários <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> Almirante, Babito, Nêgo, Ressurreição, Goiano e<br />

em especial Valdevino, pela aju<strong>da</strong> incondicional nos trabalhos em campo.<br />

A minha família e a família de minha esposa, pelo apoio durante to<strong>do</strong> o curso,<br />

pela segurança e pela força nos momentos difíceis.<br />

Enfim, a to<strong>da</strong>s as pessoas que tiveram participação direta ou indireta na<br />

realização deste trabalho.<br />

Obriga<strong>do</strong>.<br />

vi


ÍNDICE<br />

EXTRATO ............................................................................................................... ix<br />

ABSTRACT ............................................................................................................ xi<br />

1 INTRODUÇÃO..................................................................................................... 1<br />

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ................................................................................ 4<br />

2.1 Origem e dispersão <strong>do</strong> <strong>cacau</strong>eiro .................................................................. 4<br />

2.2 Divergência em populações naturais e autoincompatibili<strong>da</strong>de ...................... 5<br />

2.3 Panorama geral <strong>da</strong> <strong>cacau</strong>icultura .................................................................. 8<br />

2.3.1 Distribuição geográfica ........................................................................ 8<br />

2.3.2 Importância sócio-econômica .............................................................. 9<br />

2.3.4 A <strong>cacau</strong>icultura baiana e a vassoura-de-bruxa ................................. 10<br />

2.4 Aspectos genéticos e botânicos <strong>do</strong> <strong>cacau</strong> ................................................... 11<br />

2.5 Biologia floral e sistemas de cruzamento .................................................... 13<br />

2.6 Incompatibili<strong>da</strong>de genética em plantas ........................................................ 16<br />

2.6.1 Autoincompatibili<strong>da</strong>de gametofítica ................................................... 18<br />

2.6.2 Autoincompatibili<strong>da</strong>de esporofítica .................................................... 18<br />

2.7 Sistema de incompatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong> em <strong>cacau</strong>eiro .................................... 20<br />

2.7.1 Determinação <strong>da</strong> compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong> .......................................... 24<br />

2.8 Bancos de germoplasma e certificação genética ......................................... 26<br />

2.9 Marca<strong>do</strong>res moleculares e desenvolvimento de mapas de ligação ............. 28<br />

3 MATERIAL E MÉTODOS .................................................................................. 35<br />

3.1 Material vegetal ........................................................................................... 35<br />

3.2 Caracterização <strong>da</strong> população quanto à compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong> .................. 36<br />

3.3 Caracterização morfo-fisiológica <strong>do</strong>s frutos ................................................. 37<br />

3.4 Obtenção de <strong>da</strong><strong>do</strong>s moleculares ................................................................. 38<br />

3.4.1 Extração de DNA <strong>do</strong>s genitores e progênies F1 ................................ 38<br />

3.4.2 Certificação genética <strong>do</strong>s clones TSH-1188 e CCN-51 .................... 39<br />

3.4.2.1 Reações RAPD ......................................................................................... 39<br />

vii


3.4.2.2 Reações microssatélites ........................................................................... 40<br />

3.4.3 Genotipagem <strong>da</strong> população segregante ........................................... 41<br />

3.4.4 Avaliação <strong>do</strong> polimorfismo <strong>da</strong> população segregante e de ligação entre<br />

marca<strong>do</strong>res e características ........................................................... 41<br />

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ......................................................................... 43<br />

4.1 Determinação <strong>da</strong> compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong> .................................................... 43<br />

4.2. Caracterização morfo-fisiológica <strong>do</strong>s frutos ................................................ 46<br />

4.2.1 Cor <strong>do</strong> fruto ....................................................................................... 46<br />

4.2.2 Número de sementes por fruto .......................................................... 48<br />

4.3 Certificação genética <strong>do</strong>s clones TSH-1188 e CCN-51 ............................... 51<br />

4.4 Segregação e ligação genética .................................................................... 57<br />

5 CONCLUSÕES.................................................................................................. 63<br />

6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................. 64<br />

viii


EXTRATO<br />

Andrade, Isamire Silva, M.S., Universi<strong>da</strong>de Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, julho de<br />

2009. <strong>Mapeamento</strong> <strong>da</strong> autoincompatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong> <strong>do</strong> <strong>cacau</strong> e certificação<br />

genética <strong>do</strong>s clones TSH-1188 e CCN-51 por meio de marca<strong>do</strong>res<br />

microssatélies. Orienta<strong>do</strong>r: Ronan Xavier Corrêa.<br />

Os diferentes níveis de compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong> apresenta<strong>do</strong> pelo <strong>cacau</strong>eiro podem<br />

ser responsáveis por grandes alterações <strong>do</strong>s níveis de produção, pois os <strong>cacau</strong>eiros<br />

autocompatíveis tendem a apresentar maior produção de frutos que os<br />

autoincompatíveis. O estu<strong>do</strong> de caracteres relaciona<strong>do</strong>s com produção (número de<br />

sementes por fruto), e de características qualitativas poucos influencia<strong>da</strong>s pelo<br />

ambiente e com alto poder de diferenciar genótipos (cor <strong>do</strong> fruto), torna-se uma<br />

ferramenta indispensável para o sucesso <strong>do</strong> programa de melhoramento <strong>do</strong><br />

<strong>cacau</strong>eiro. Nesse senti<strong>do</strong>, este estu<strong>do</strong> objetivou caracterizar a progênie de plantas<br />

F1(TSH-1188xCCN-51) quanto à pureza clonal de seus genitores, compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong>,<br />

cor <strong>do</strong> fruto e número de sementes por fruto, visan<strong>do</strong> identificar marca<strong>do</strong>res<br />

microssatélites liga<strong>do</strong>s as essas características. A natureza segregante destas<br />

características foi comprova<strong>da</strong> nesta população. Amostras de DNA <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is grupos<br />

de acessos <strong>da</strong> coleção de germoplasma <strong>do</strong> Centro de Ciências <strong>do</strong> Cacau M&MMars<br />

que foram utiliza<strong>do</strong>s como genitores <strong>da</strong> população foram amplifica<strong>do</strong>s com quinze<br />

primers microssatélites. Esses acessos de ca<strong>da</strong> grupo mostram-se indistinguíveis<br />

entre si pela genotipagem em 15 locos SSR, confirman<strong>do</strong> a pureza genética desses<br />

acessos. Uma amostra de 250 plantas toma<strong>da</strong>s ao acaso foram submeti<strong>da</strong>s a<br />

polinizações artificiais. O uso de um índice de pegamento ajusta<strong>do</strong> ao número de<br />

polinizações artificiais possibilitou a realização de testes de compatibili<strong>da</strong>de com a<br />

utilização de no mínimo de 15 autopolinizações por planta. As características cor <strong>do</strong><br />

ix


fruto maduro e compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong> segregaram na proporção de 1:1 e de forma<br />

independente nesta população. A característica número de sementes por fruto<br />

distribui-se de forma contínua na população de acor<strong>do</strong> com um padrão multigênico e<br />

com segregação transgressiva. Os marca<strong>do</strong>res microssatélites P23(217) e P10(108)<br />

estão liga<strong>do</strong>s à característica de compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong>. A característica cor de fruto<br />

não apresentou ligação genética significativa a nenhum <strong>do</strong>s microssatélites testa<strong>do</strong>s.<br />

A existência <strong>da</strong> segregação <strong>da</strong> característica compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong> e cor <strong>do</strong> fruto,<br />

possibilita que esta população seja utiliza<strong>da</strong> em estu<strong>do</strong>s de mapeamento genético<br />

para essas características.<br />

Palavras-chave: Theobroma cacao, compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong>, marca<strong>do</strong>res<br />

moleculares, mapeamento genético, número de sementes por fruto, cor <strong>do</strong> fruto,<br />

polinização artificial.<br />

x


ABSTRACT<br />

Andrade, Isamire Silva, M.S., Universi<strong>da</strong>de Estadual de Santa Cruz, Ilhéus, July,<br />

2009. Mapping of the <strong>sexual</strong> self-incompatible of the cocoa and genetic<br />

certification of the clones TSH-1188 and CCN-51 by microssatélies markers.<br />

Advisor: Ronan Xavier Corrêa.<br />

The different levels of <strong>sexual</strong> compatibility made by the cocoa may be responsible for<br />

major changes in production levels, because the self compatibility cocoa tend to have<br />

higher fruit production that self-incompatible. The study of traits related to production<br />

(number of seeds per fruit), and few qualitative characteristics influenced by the<br />

environment and with high power to differentiate genotypes (fruit color), it becomes<br />

an indispensable tool for successful breeding program of cocoa. Thus, this study<br />

aimed to characterize the progeny of F1 plants (TSH-1188xCCN-51) on the clonal<br />

purity of their parents, <strong>sexual</strong> compatibility, fruit color and number of seeds in order to<br />

identify microsatellite markers linked to these characteristics. The segregating nature<br />

of these features was demonstrated in this population. DNA samples from two groups<br />

of accessions of germplasm collection of the Science Center Cocoa (M&MMars) that<br />

were used as parents of the population were amplified with fifteen microsatellite<br />

primers. These accesses of each group appear to be indistinguishable by genotyping<br />

in 15 SSR loci, confirming the genetic purity of these accesses. A sample of 250<br />

plants taken at ran<strong>do</strong>m were subjected to artificial pollination. Using a rate of success<br />

set the number of artificial pollination were the basis for compatibility testing with the<br />

use of at least 15 per plant pollination. The characteristics of the ripe fruit color and<br />

<strong>sexual</strong> compatibility segregated in a 1:1 ratio and independently in this population.<br />

The characteristic number of seeds per fruit is distributed continuously in the<br />

population according to a stan<strong>da</strong>rd multigenic and transgressive segregation. The<br />

xi


microsatellite markers P23 (217) and P10 (108) are linked to the characteristic of <strong>sexual</strong><br />

compatibility. The characteristic color of fruit did not show significant linkage to any of<br />

the microsatellites tested. The existence of segregation of the trait <strong>sexual</strong><br />

compatibility and color of fruit means that this population to be used in genetic<br />

mapping studies for these characteristics.<br />

Key-words: Theobroma cacao, <strong>sexual</strong> compatibility, molecular markers, genetic<br />

linkage, number of seeds by fruit, fruit color, artificial pollination.<br />

xii


1 INTRODUÇÃO<br />

A <strong>cacau</strong>icultura tem uma grande importância econômica, social e<br />

ambiental nos mais de 50 países produtores, envolven<strong>do</strong> aproxima<strong>da</strong>mente<br />

<strong>do</strong>is milhões de agricultores (KNIGHT, 2000). A produção mundial de <strong>cacau</strong> na<br />

safra 2007/2008 foi de 3,6 milhões de tonela<strong>da</strong>s, sen<strong>do</strong> 70% desta produção<br />

oriun<strong>da</strong> de países <strong>do</strong> continente Africano, 19% <strong>do</strong>s países <strong>do</strong> Su<strong>do</strong>este <strong>da</strong> Ásia<br />

e Oceania, e 11% provenientes <strong>da</strong>s Américas <strong>do</strong> Sul e Central (ICCO, 2009). O<br />

Brasil hoje é o sexto principal produtor, participan<strong>do</strong> com 4,4% <strong>da</strong> produção<br />

mundial de <strong>cacau</strong> (ICCO, 2009) e tem duas zonas principais de produção: o Sul<br />

<strong>da</strong> Bahia e a Amazônia (ICCO, 2005).<br />

A Bahia se destaca por ser responsável por 70% <strong>da</strong> produção de<br />

amên<strong>do</strong>as de <strong>cacau</strong> <strong>do</strong> Brasil, enquanto que os outros 30% são produzi<strong>do</strong>s<br />

principalmente nos esta<strong>do</strong>s <strong>do</strong> Pará, Espírito Santo e Rondônia (ANUÁRIO<br />

ESTATÍSTICO DO BRASIL, 2003). A cultura <strong>do</strong> <strong>cacau</strong> possui um papel<br />

fun<strong>da</strong>mental no desenvolvimento <strong>da</strong> região sulbaiana, geran<strong>do</strong> empregos e<br />

destacan<strong>do</strong> o país no cenário econômico internacional, além de representar<br />

uma importante fonte de ren<strong>da</strong> para os produtores, possuin<strong>do</strong> ain<strong>da</strong> um caráter<br />

conservacionista, em função de seu plantio ser realiza<strong>do</strong> sob as sombras <strong>da</strong>s<br />

árvores nativas <strong>da</strong> Mata Atlântica.<br />

Um <strong>do</strong>s maiores entraves na produção de <strong>cacau</strong> no Brasil é a vassoura-<br />

de-bruxa, <strong>do</strong>ença causa<strong>da</strong> pelo fungo Moniliophthora perniciosa (AIME &<br />

PHILLIPS-MORA, 2005). Em 1989, com a chega<strong>da</strong> <strong>do</strong> fungo nas lavouras <strong>da</strong><br />

Bahia, houve uma grande mu<strong>da</strong>nça no cenário social <strong>da</strong> população local.<br />

Nesse esta<strong>do</strong>, os <strong>da</strong>nos causa<strong>do</strong>s pela <strong>do</strong>ença, fizeram com que muitos<br />

agricultores aban<strong>do</strong>nassem seus cultivos, provocan<strong>do</strong> demissões em massa de<br />

1


trabalha<strong>do</strong>res rurais e migrações de pessoas <strong>da</strong> zona rural para a zona urbana<br />

(TREVIZAN, 1996).<br />

Atualmente, vários esforços integra<strong>do</strong>s estão sen<strong>do</strong> feitos na tentativa<br />

de recuperar a região <strong>cacau</strong>eira baiana. A estratégia de piramidização de<br />

genes é uma ferramenta muito promissora e possibilita a obtenção de novas<br />

cultivares com diferentes fontes de resistência a M. perniciosa associa<strong>da</strong> a<br />

características de produtivi<strong>da</strong>de, que tem si<strong>do</strong> um <strong>do</strong>s principais objetivos <strong>do</strong>s<br />

programas de melhoramento <strong>do</strong> <strong>cacau</strong>eiro nos países <strong>da</strong> América <strong>do</strong> Sul<br />

(BARTLEY, 2005).<br />

Os diferentes níveis de compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong> apresenta<strong>do</strong>s pelo<br />

<strong>cacau</strong>eiro podem ser responsáveis por grandes alterações <strong>do</strong>s níveis de<br />

produção (CANTALINO, 2006), e se manifestam de forma acentua<strong>da</strong>,<br />

influencian<strong>do</strong> diretamente na quanti<strong>da</strong>de de frutos por planta, bem como no<br />

tamanho e número de sementes por fruto (BARTLEY, 2005). O número de<br />

sementes por fruto de <strong>cacau</strong> tem influência direta na produtivi<strong>da</strong>de,<br />

participan<strong>do</strong> diretamente na determinação de diferentes componente de<br />

produção (DIAS, 2001). A coloração <strong>do</strong>s frutos tem grande importância na<br />

discriminação <strong>do</strong>s grupos raciais, além de apresentar a possibili<strong>da</strong>de de ser<br />

utiliza<strong>do</strong> como um ótimo marca<strong>do</strong>r morfológico relaciona<strong>do</strong> a características<br />

relevantes ao melhoramento.<br />

Nesta perspectiva, foi planta<strong>da</strong> uma progênie oriun<strong>da</strong> <strong>do</strong> cruzamento<br />

interclonal entre TSH-1188 e CCN-51, que segrega para diversas<br />

características, dentre elas a compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong> e a cor <strong>do</strong> fruto. Com base<br />

nesta população e no mapa genético a ser construí<strong>do</strong>, espera-se identificar não<br />

só QTLs relaciona<strong>do</strong>s a essas características, mas também para<br />

características de resistência à vassoura-de-bruxa, podridão par<strong>da</strong> e outras<br />

características agronômicas de interesse.<br />

No presente trabalho, objetivou-se avaliar diferentes características na<br />

população segregante de <strong>cacau</strong>eiros e identificar marca<strong>do</strong>res microssatélites<br />

para essas características. Os objetivos específicos consistiram em: (i) Avaliar<br />

as características compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong>, cor de frutos e numero de sementes<br />

por fruto em uma amostra de plantas F1 deriva<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s clones TSH-1188 e<br />

CCN-51; (ii) Certificar a identi<strong>da</strong>de genética <strong>do</strong>s acessos de TSH-1188 e CCN-<br />

51 utiliza<strong>do</strong>s na obtenção <strong>da</strong> população segregante e oriun<strong>do</strong>s <strong>da</strong> coleção de<br />

2


germoplasma <strong>da</strong> Fazen<strong>da</strong> Almirante Cacau, com base em 15 marca<strong>do</strong>res<br />

microssatélites; (iii) Identificar marca<strong>do</strong>res microssatélites potencialmente<br />

liga<strong>do</strong>s a genes de cor <strong>do</strong> fruto e autoincompatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong> em <strong>cacau</strong>.<br />

3


2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />

2.1 Origem e dispersão <strong>do</strong> <strong>cacau</strong>eiro<br />

O <strong>cacau</strong>eiro é uma planta neotropical inicialmente descrita como Cacao<br />

fotos por Charles de L´Écluse. Em 1737, foi descrito por Linneu como<br />

Theobroma fructus, sen<strong>do</strong> que essa classificação permaneceu até 1753,<br />

quan<strong>do</strong> foi definitivamente designa<strong>do</strong> como Theobroma cacao L.<br />

Segun<strong>do</strong> Hardi (1960) o gênero Theobroma se originou na América <strong>do</strong><br />

Sul, possivelmente na bacia amazônica. Para Cheesman (1944), o centro de<br />

origem <strong>do</strong> T. cacao esta localiza<strong>do</strong> no Alto Amazonas, na região de confluência<br />

<strong>do</strong>s rios Solimões, Putamaio e Caquetá. Esta área <strong>da</strong> América <strong>do</strong> Sul parece<br />

admitir a mais ampla variabili<strong>da</strong>de, como reporta<strong>do</strong> por Pound (1938), na sua<br />

expedição de coleta de germoplasma de <strong>cacau</strong>.<br />

O <strong>cacau</strong> se espalhou em duas principais direções, <strong>da</strong>n<strong>do</strong> origem a<br />

grupos raciais distintos (CHEESMAN, 1944; CUATRECASAS, 1964; SORIA,<br />

1966; BRAUDEAU, 1969): O grupo <strong>do</strong>s Crioulos se disseminou em direção à<br />

América Central e sul <strong>do</strong> México, sen<strong>do</strong> considera<strong>do</strong> o primeiro <strong>cacau</strong><br />

<strong>do</strong>mestica<strong>do</strong>; produz frutos grandes, verdes ou vermelhos quan<strong>do</strong> imaturos,<br />

passan<strong>do</strong> a roxos ou amarelos maduros, com casca enruga<strong>da</strong>, suas sementes<br />

são grandes e arre<strong>do</strong>n<strong>da</strong><strong>da</strong>s e de cotilé<strong>do</strong>nes brancos ou violeta claro sen<strong>do</strong><br />

que produzem o chocolate de melhor quali<strong>da</strong>de (BARTLEY, 2005). O grupo<br />

<strong>do</strong>s Forasteiros ou Amazônicos se disseminou subdividin<strong>do</strong>-se em Forasteros<br />

<strong>do</strong> Baixo e Alto Amazonas. É responsável por 85% <strong>da</strong> produção mundial de<br />

<strong>cacau</strong> e caracterizam-se por possuir frutos ovóides, com casca lisa e coloração<br />

verde quan<strong>do</strong> imaturos, apresenta sementes intensamente pigmenta<strong>do</strong>, e com<br />

4


o seu interior violeta escuro (SOUZA; DIAS, 2001; MOTAMAYOR et al., 2002).<br />

Nesse grupo se apresenta maior diversi<strong>da</strong>de genética e melhor desempenho<br />

agronômico (BARTLEY, 1967; LOCKWOOD, 1976; MARITA, et al. 2001). Um<br />

terceiro grupo, denomina<strong>do</strong> grupo <strong>do</strong>s Trinitários, é constituí<strong>do</strong> de híbri<strong>do</strong>s<br />

naturais entre Forasteiros e Crioulos (SORIA, 1966; MOTAMAYOR et al.,<br />

2001), encontra<strong>do</strong>s em plantações devasta<strong>da</strong>s por <strong>do</strong>enças em Trini<strong>da</strong>de<br />

(CHEESMAN, 1944). Este grupo apresenta uma ampla variação de<br />

características morfológicas <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is anteriores. Suas sementes apresentam<br />

coloração interna que varia <strong>do</strong> amarelo até o roxo e o seu produto final é de<br />

quali<strong>da</strong>de intermediária (BRAUDEAU, 1969).<br />

2.2 Divergência em populações naturais e autoincompatibili<strong>da</strong>de<br />

As populações naturais de <strong>cacau</strong> constituem parte <strong>do</strong> repositório <strong>da</strong><br />

variabili<strong>da</strong>de genética potencial para programas de melhoramento <strong>da</strong> espécie.<br />

Essas populações representam recursos genéticos com possibili<strong>da</strong>de de uso<br />

para se obterem varie<strong>da</strong>des mais produtivas, a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s às regiões de cultivo e<br />

mais resistentes a pragas e <strong>do</strong>enças (DIAS, 2001).<br />

Pesquisas sobre avaliação e caracterização morfoagronômica dessas<br />

populações têm evidencia<strong>do</strong> ampla variabili<strong>da</strong>de de diversos caracteres<br />

relaciona<strong>do</strong>s a frutos, sementes, folhas e flores, além de porte, arquitetura <strong>da</strong><br />

planta e autoincompatibili<strong>da</strong>de (CASTRO; BARTLEY, 1983, 1985; CASTRO et<br />

al., 1989; BARTLEY, 2005; ALMEIDA, et al., 2009), produção e resistência a<br />

<strong>do</strong>enças (FONSECA; ALBUQUERQUE, 1999; PIRES, 2003; ALMEIDA, et al.,<br />

2009). O conhecimento <strong>da</strong> variabili<strong>da</strong>de dessa espécie tem si<strong>do</strong> amplia<strong>do</strong> com<br />

a utilização de marca<strong>do</strong>res moleculares (FALEIRO et al., 2001; MARITA et al.,<br />

2001; PLOETZ et al., 2005; SERENO et al., 2006;), mostra<strong>do</strong> a importância<br />

dessas populações para coleta de recursos genéticos. Essas pesquisas têm<br />

disponibiliza<strong>do</strong> informações importantes para os melhoristas (BARTLEY, 2005).<br />

E <strong>cacau</strong>, a presença de sistemas multialélicos de autoincompatibili<strong>da</strong>de<br />

(KNIGHT; ROGERS, 1955; COPE, 1962), podem acelerar a divergência<br />

genética em populações naturais, pois sabe-se que a estrutura genética de<br />

5


uma população é controla<strong>da</strong>, em grande parte, pelo mo<strong>do</strong> de reprodução de<br />

seus indivíduos (STEBINS, 1957).<br />

Em populações naturais, admiti-se que <strong>cacau</strong>eiros autoincompatíveis<br />

pre<strong>do</strong>minam no centro de origem <strong>da</strong> espécie, enquanto os autocompatíveis<br />

estão dispersos nas áreas marginais <strong>da</strong> distribuição (POSNETTE, 1945;<br />

COPE, 1962; 1976). O que foi contesta<strong>do</strong> devi<strong>do</strong> à presença de <strong>cacau</strong>eiros<br />

autoincompatíveis encontra<strong>do</strong>s também nas áreas marginais (SORIA, 1978).<br />

Contu<strong>do</strong>, essa hipótese especulativa apresenta alguma sustentação, na<br />

medi<strong>da</strong> em que a escassez de poliniza<strong>do</strong>res e a redução na densi<strong>da</strong>de <strong>da</strong><br />

população <strong>cacau</strong>eira nas áreas marginais <strong>da</strong> distribuição podem ter exerci<strong>do</strong><br />

forte pressão de seleção em favor <strong>da</strong> autocompatibili<strong>da</strong>de. Sabe-se que o<br />

sistema de cruzamento em plantas está sob o controle de poucos genes, os<br />

quais, quan<strong>do</strong> muta<strong>do</strong>s, promovem a necessária flexibili<strong>da</strong>de capaz de<br />

assegurar a reprodução <strong>da</strong> espécie. A autocompatibili<strong>da</strong>de teria, então, grande<br />

valor a<strong>da</strong>ptativo nessa situação (DIAS, 2001).<br />

A pre<strong>do</strong>minância <strong>da</strong> autoincompatibili<strong>da</strong>de no centro de origem e <strong>da</strong><br />

autocompatibili<strong>da</strong>de nas áreas marginais comporta ain<strong>da</strong> outra explicação<br />

(COPE, 1962). Assumin<strong>do</strong> que grande número de diferentes alelos de<br />

autoincompatibili<strong>da</strong>de estivesse presente na população original de <strong>cacau</strong>, se<br />

somente alguns poucos frutos tivessem si<strong>do</strong> transporta<strong>do</strong>s no perío<strong>do</strong> <strong>da</strong>s<br />

migrações humanas através <strong>do</strong>s Andes, então o número de alelos de<br />

incompatibili<strong>da</strong>de seria reduzi<strong>do</strong> a ca<strong>da</strong> estágio. Uma vez que o <strong>cacau</strong>eiro<br />

fosse planta<strong>do</strong> em grupos de árvores, a autoincompatibili<strong>da</strong>de não impediria a<br />

frutificação, desde que árvores de compatibili<strong>da</strong>de cruza<strong>da</strong> fossem incluí<strong>da</strong>s<br />

como poliniza<strong>do</strong>ras. Finalmente, um estágio ocorreria em que poucos alelos<br />

diferentes de incompatibili<strong>da</strong>de restariam na população.<br />

Embora o sistema de incompatibili<strong>da</strong>de possa, em teoria, ser manti<strong>do</strong><br />

em populações com apenas <strong>do</strong>is indivíduos, De Nettancourt (1977), afirma que<br />

a per<strong>da</strong> de alelos por deriva genética ou por seleção reduzirá o número de<br />

alelos em populações pequenas a valores abaixo <strong>do</strong> mínimo requeri<strong>do</strong> para o<br />

adequa<strong>do</strong> funcionamento <strong>do</strong> sistema. Neste senti<strong>do</strong>, quan<strong>do</strong> Astecas e Maias<br />

selecionaram os Crioulos com base em suas amên<strong>do</strong>as despigmenta<strong>da</strong>s para<br />

um melhor chocolate, eles estavam selecionan<strong>do</strong> indiretamente para<br />

autocompatibili<strong>da</strong>de (DIAS, 2001). Em outras palavras, a seleção consciente <strong>do</strong><br />

6


<strong>cacau</strong> de sementes brancas resultou em seleção automática, inconsciente para<br />

autocompatibili<strong>da</strong>de (HARLAN et al., 1973).<br />

Essa pode ter si<strong>do</strong> a outra razão para o pre<strong>do</strong>mínio <strong>da</strong>s populações<br />

autocompatíveis de Crioulos na América Central. Essa idéia encontra suporte<br />

no estu<strong>do</strong> teórico de populações mistas compostas de <strong>cacau</strong>eiros<br />

autoincompatíveis e autocompatíveis (COPE, 1962), assumin<strong>do</strong> ausência de<br />

depressão en<strong>do</strong>gâmica. No estu<strong>do</strong>, os autocompatíveis tenderam ao<br />

pre<strong>do</strong>mínio devi<strong>do</strong> à maior frutificação, enquanto os autoincompatíveis<br />

tenderam à eliminação, demonstran<strong>do</strong> que genótipos autocompatíveis e<br />

autoincompatíveis de <strong>cacau</strong> não podem coexistir em equilíbrio em população<br />

isola<strong>da</strong>. Contrariamente, observações de campo feitas em população<br />

aban<strong>do</strong>na<strong>da</strong> desde 1950, conten<strong>do</strong> ambos os <strong>cacau</strong>eiros Trinitários<br />

autocompatíveis e autoincompatíveis, pareceram indicar que a freqüência <strong>da</strong>s<br />

árvores autoincompatíveis aumentou em uma única geração (WARREN;<br />

KALAI, 1995). Contu<strong>do</strong>, esse resulta<strong>do</strong> pode também estar indican<strong>do</strong> que a<br />

redução <strong>do</strong>s <strong>cacau</strong>eiros autocompatíveis na população mista seja devi<strong>do</strong> à<br />

depressão por en<strong>do</strong>gamia, expressa como estabelecimento comprometi<strong>do</strong> de<br />

plântulas. Esta é uma questão complexa e que deman<strong>da</strong> mais pesquisas<br />

(DIAS, 2001).<br />

Sabe-se que nos centros de origem são encontra<strong>do</strong>s numerosos<br />

caracteres varietais endêmicos (VAVILOV, 1951). Seguramente alguns<br />

caracteres encontra<strong>do</strong>s em alta expressão nas populações <strong>do</strong>s Alto<br />

Amazônicos <strong>da</strong>s regiões <strong>do</strong> alto Amazonas, em comparação aos <strong>da</strong>s<br />

populações <strong>do</strong>s outros grupos raciais, como a marcante autoincompatibili<strong>da</strong>de<br />

(POSNETTE, 1945), o mais alto conteú<strong>do</strong> de manteiga (PIRES et al., 1998), a<br />

germinação precoce <strong>da</strong> semente dentro <strong>do</strong> fruto tão logo a maturação <strong>do</strong> fruto<br />

ocorra (SANCHEZ; JAFFÉ, 1992) e a mais alta concentração de genes para<br />

resistência à vassoura-de-bruxa (POUND, 1938; CHEESMAN, 1944) são<br />

alguns <strong>do</strong>s caracteres ancestrais endêmicos que reforçam a origem <strong>do</strong><br />

<strong>cacau</strong>eiro naquelas regiões e que, conseqüentemente, podem ser utiliza<strong>do</strong>s na<br />

identificação de populações silvestres.<br />

7


2.3 Panorama geral <strong>da</strong> <strong>cacau</strong>icultura<br />

2.3.1 Distribuição geográfica<br />

O <strong>cacau</strong>eiro é uma típica planta tropical americana, e em condições<br />

espontâneas é encontra<strong>do</strong> no estrato inferior <strong>da</strong>s florestas, em clareiras e<br />

beiran<strong>do</strong> os grandes rios, onde pre<strong>do</strong>minam condições de temperatura e<br />

umi<strong>da</strong>des eleva<strong>da</strong>s, típicas <strong>da</strong>s regiões tropicais que vão <strong>da</strong> bacia amazônica,<br />

à zona <strong>do</strong> Caribe e à <strong>do</strong> Pacífico (CHEESMAN, 1944; CUATRECASAS, 1964;<br />

BARTLEY, 2005). Era uma árvore conheci<strong>da</strong> e cultiva<strong>da</strong> pelos nativos<br />

americanos, principalmente Maias e Astecas. Do México, onde a propagação<br />

<strong>da</strong> espécie feita pelos nativos em tempos anteriores ao descobrimento dificulta<br />

especificar se as árvores são de ocorrência espontânea ou não (NOSTI, 1953),<br />

os espanhóis levaram o <strong>cacau</strong> para outras terras conquista<strong>da</strong>s, dentre elas, os<br />

países <strong>da</strong> América Central, a Colômbia, a Venezuela e as ilhas <strong>do</strong> Caribe. Na<br />

América <strong>do</strong> Sul, a Venezuela foi um <strong>do</strong>s primeiros países a cultivar <strong>cacau</strong>. O<br />

México permaneceu como maior produtor de <strong>cacau</strong> <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> até o século<br />

XVII. Com a crescente deman<strong>da</strong> <strong>do</strong> produto, o cultivo se estendeu,<br />

rapi<strong>da</strong>mente, para outras regiões, inclusive no Brasil, de onde foi leva<strong>do</strong> para o<br />

Oeste <strong>da</strong> África por portugueses, se expandin<strong>do</strong> em Gana, Nigéria, Camarões<br />

e Costa <strong>do</strong> Marfim, (PAULIN; ESKES, 1995). Atualmente encontram-se<br />

plantações de <strong>cacau</strong> em diversos países <strong>do</strong> su<strong>do</strong>este asiático, como a<br />

In<strong>do</strong>nésia, Malásia, Vietnã, Cingapura, Ma<strong>da</strong>gascar entre outoros (WCF, 2009).<br />

As principais regiões produtoras de <strong>cacau</strong> no mun<strong>do</strong> situam-se entre 15 o<br />

N e 20 o S de latitude, uma faixa bastante estreita ao longo <strong>do</strong> Equa<strong>do</strong>r e dentre<br />

os principais países produtores destaca-se o Brasil, onde existem pequenas<br />

áreas de produção em latitudes subtropical (23 o S), como é o caso <strong>do</strong> Esta<strong>do</strong><br />

de São Paulo. No entanto, a maior concentração de plantios está localiza<strong>da</strong><br />

entre as latitudes de 10 o acima e abaixo <strong>do</strong> equa<strong>do</strong>r. Em ver<strong>da</strong>de, os maiores<br />

plantios se concentram em regiões onde a temperatura média gira em torno de<br />

22 a 25 o C e a precipitação pluvial é eleva<strong>da</strong> e bem distribuí<strong>da</strong> ao longo <strong>do</strong><br />

ano, algo em torno de 1200 a 2000 mm, com um mínimo mensal varian<strong>do</strong> entre<br />

100 a 130 mm.<br />

A base geográfica <strong>da</strong> produção mundial compreende três áreas bem<br />

distintas, uma em ca<strong>da</strong> continente. Na América, com ênfase para o Brasil, mais<br />

8


precisamente para o Esta<strong>do</strong> <strong>da</strong> Bahia; na costa oeste africana, destacan<strong>do</strong>-se<br />

Costa <strong>do</strong> Marfim, Nigéria, Gana, Libéria e Camarões; e, ultimamente, no<br />

sudeste asiático, uma nova região produtora lidera<strong>da</strong> pela In<strong>do</strong>nésia, Vietnã e<br />

Filipinas (WCF, 2009).<br />

2.3.2 Importância sócio-econômica<br />

A cadeia produtiva <strong>do</strong> <strong>cacau</strong> envolve produtores de amên<strong>do</strong>as,<br />

compra<strong>do</strong>res de amên<strong>do</strong>as, indústrias e moageiras, empresas de importação e<br />

exportação, indústria chocolateira e de cosméticos, além de várias empresas<br />

fabricantes e distribui<strong>do</strong>ras de insumos e equipamentos envolvi<strong>do</strong>s em to<strong>da</strong> a<br />

cadeia de produção (ICCO, 2009). No Brasil, essa cadeia produtiva envolve<br />

investimentos <strong>da</strong> ordem de 2,3 bilhões de reais, sen<strong>do</strong> 1,7 bilhões no setor<br />

primário (terra, árvores e benfeitorias). A cultura é responsável por<br />

aproxima<strong>da</strong>mente 300 mil empregos diretos, mas, <strong>do</strong> <strong>cacau</strong>, dependem mais<br />

de três milhões de pessoas (DIAS, 2001).<br />

A produção mundial de <strong>cacau</strong> na safra 2007/2008 foi de 3,6 milhões de<br />

tonela<strong>da</strong>s, sen<strong>do</strong> 70% desta produção oriun<strong>da</strong> de países <strong>do</strong> continente<br />

Africano, 19% <strong>do</strong>s países <strong>do</strong> Su<strong>do</strong>este <strong>da</strong> Ásia e Oceania, e 11% provenientes<br />

<strong>da</strong>s Américas <strong>do</strong> Sul e Central (ICCO, 2009). A Costa <strong>do</strong> Marfim lidera, desde a<br />

déca<strong>da</strong> de 60, a produção mundial de <strong>cacau</strong> em amên<strong>do</strong>as secas, segui<strong>da</strong>, na<br />

ordem, por Gana, In<strong>do</strong>nésia, Nigéria, Camarões, Brasil e Equa<strong>do</strong>r. Este rol de<br />

oito países concentra mais de 90% <strong>da</strong> oferta mundial. Países como o Vietnã,<br />

Libéria e Filipinas aparecem com uma produção emergente, se despontan<strong>do</strong><br />

como importantes países produtores de <strong>cacau</strong>. Até a déca<strong>da</strong> de 80, o Brasil,<br />

ocupava o 2º lugar desse ranking, hoje aparece em 6º lugar, responden<strong>do</strong> por<br />

4,4%, atrás <strong>da</strong> Costa <strong>do</strong> Marfim (39,1%), Gana (19,92%), In<strong>do</strong>nésia (13,65%),<br />

Nigéria (5,46%) e Camarões (5,13%) (ICCO, 2009).<br />

O Brasil, que vinha com sua produção em declínio, entrou em um<br />

processo de recuperação nos últimos anos. O país foi o maior produtor mundial<br />

até mea<strong>do</strong>s de 1920 e, entre 1970 e 1980, gerou 3,618 bilhões de dólares em<br />

divisas com as exportações, alcançan<strong>do</strong> sua safra recorde de mais de 400 mil<br />

tonela<strong>da</strong>s logo em segui<strong>da</strong>, em 1984/85 (DIAS, 2001). Hoje, a produção<br />

9


asileira ocorre basicamente nos esta<strong>do</strong>s <strong>da</strong> Bahia, Pará, Rondônia, Espírito<br />

Santo e Amazonas, com pequena participação em Mato Grosso e São Paulo.<br />

O principal produtor é a Bahia, com 136.155 tonela<strong>da</strong>s de amên<strong>do</strong>a, o que<br />

equivale a 69,41% <strong>do</strong> total produzi<strong>do</strong> no país, segui<strong>do</strong> <strong>do</strong> Pará, com 32.804<br />

tonela<strong>da</strong>s (16,73%), Rondônia com 18.592 (9,48%) e Espírito Santo com 6.944<br />

t (3,54%) (ICCO, 2009).<br />

Além de ser um <strong>do</strong>s principais componentes econômicos nas regiões<br />

onde é cultiva<strong>da</strong>, a cultura <strong>do</strong> <strong>cacau</strong>eiro exerce também um papel importante<br />

na preservação ambiental. Seu cultivo associa<strong>do</strong> com árvores nativas tem<br />

auxilia<strong>do</strong> na preservação de biomas ameaça<strong>do</strong>s, como a Mata Atlântica e a<br />

Floresta Amazônica. Na Bahia, os fragmentos florestais <strong>da</strong> mata Atlântica não<br />

se restringem apenas às áreas de declivi<strong>da</strong>de acentua<strong>da</strong>, pelo contrário,<br />

atingem boa parte <strong>do</strong> litoral sulbaiano. Nessa região, a mata possui os seus<br />

mais significativos remanescentes, os quais fornecem sombra à grande maioria<br />

<strong>do</strong>s 700 mil ha de <strong>cacau</strong>eiros, preservan<strong>do</strong> o solo e a água (DIAS, 2001). O<br />

cultivo <strong>do</strong> <strong>cacau</strong>eiro nessa região foi, na sua maioria, implanta<strong>do</strong> sob mata<br />

ralea<strong>da</strong>, no sistema cabruca, e sua preservação devem ser persegui<strong>da</strong>s a<br />

qualquer custo (SILVA, 1997).<br />

2.3.4 A <strong>cacau</strong>icultura baiana e a vassoura-de-bruxa<br />

Desde 1746, quan<strong>do</strong> o <strong>cacau</strong> foi introduzi<strong>do</strong> na Bahia, a <strong>cacau</strong>icultura se<br />

tornou <strong>do</strong>s principais cultivos nesse esta<strong>do</strong>, levan<strong>do</strong> à Bahia a se destacar no<br />

cenário mundial como uma <strong>da</strong>s principais regiões produtora de <strong>cacau</strong> (DIAS,<br />

2001). Nesse esta<strong>do</strong>, praticamente 100 municípios têm suas economias<br />

basea<strong>da</strong>s no <strong>cacau</strong>, o qual é cultiva<strong>do</strong> principalmente no sistema cabruca, em<br />

aproxima<strong>da</strong>mente 29 mil proprie<strong>da</strong>des, em área equivalente a 700 mil ha<br />

(DIAS, 2001).<br />

Entre as safras de 1980/81 e 1999/00, a <strong>cacau</strong>icultura brasileira<br />

vivenciou uma que<strong>da</strong> abrupta de 68% na produção, atingin<strong>do</strong> o menor volume<br />

<strong>do</strong>s últimos anos, em torno de 96 mil tonela<strong>da</strong>s, resulta<strong>do</strong> <strong>da</strong> progressiva<br />

redução <strong>da</strong> área planta<strong>da</strong>, que<strong>da</strong> <strong>do</strong>s preços internacionais e <strong>do</strong> padrão<br />

tecnológico a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> como resposta ao alastramento <strong>da</strong> <strong>do</strong>ença vassoura-de-<br />

bruxa nos <strong>cacau</strong>ais <strong>da</strong> Bahia. A vassoura-de-bruxa é uma <strong>do</strong>ença causa<strong>da</strong><br />

10


pelo fungo Moniliophtora (=Crinipellis) perniciosa (Stahel) (AIME e PHILLIPS-<br />

MORA, 2005), e se caracteriza por infectar lançamentos foliares novos, frutos<br />

em desenvolvimento e almofa<strong>da</strong>s florais, poden<strong>do</strong> até provocar a morte <strong>da</strong><br />

planta quan<strong>do</strong> afeta<strong>da</strong> por sucessivos ciclos <strong>do</strong> patógeno associa<strong>do</strong>s a fatores<br />

bióticos (ANDEBRHAN, 1984; QUEIROZ et al, 2003). Na Bahia, foi detecta<strong>da</strong><br />

pela primeira vez em 1989 (PEREIRA et al., 1989) onde tomou proporções<br />

devasta<strong>do</strong>ras, devi<strong>do</strong> à susceptibili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> hospedeiro e condições climáticas<br />

altamente propícias à introdução <strong>do</strong> patógeno (LUZ et al., 1997). Plantações<br />

comerciais chegaram a perder 100 % <strong>da</strong> produção causan<strong>do</strong> um dramático<br />

impacto econômico, ecológico e social na região <strong>cacau</strong>eira baiana<br />

(ANDEBRHAN, 1998; RIOS-RUIZ et al., 2001), o que resultou na falência de<br />

inúmeros produtores, no desemprego de milhares de trabalha<strong>do</strong>res rurais que<br />

migraram para outras regiões, na erradicação de lavouras em declínio para<br />

substituição por pastagens e café, na depreciação <strong>da</strong> infra-estrutura e<br />

desvalorização <strong>da</strong>s proprie<strong>da</strong>des rurais e, ain<strong>da</strong> mais, na exploração<br />

descontrola<strong>da</strong> de espécies arbóreas de valor ecológico e econômico como<br />

alternativa de complementação <strong>da</strong> ren<strong>da</strong> <strong>do</strong>s produtores descapitaliza<strong>do</strong>s pela<br />

crise, o que transforman<strong>do</strong> o Brasil em importa<strong>do</strong>r <strong>cacau</strong> em amên<strong>do</strong>as na<br />

déca<strong>da</strong> de 1990 (DIAS, 2001).<br />

O melhoramento <strong>do</strong> <strong>cacau</strong>eiro no Brasil teve início na déca<strong>da</strong> de 50<br />

(VELLO, 1972), e atualmente vários esforços integra<strong>do</strong>s estão sen<strong>do</strong> feitos na<br />

tentativa de recuperar a região <strong>cacau</strong>eira baiana (DIAS, 2001). O uso de novas<br />

fontes de resistência a M. perniciosa associa<strong>da</strong> a características de<br />

produtivi<strong>da</strong>de é uma <strong>da</strong>s priori<strong>da</strong>des <strong>do</strong>s programas de melhoramento genético<br />

<strong>do</strong> <strong>cacau</strong>eiro nos países <strong>da</strong> América <strong>do</strong> Sul (BARTLEY, 2005). No Brasil, por<br />

exemplo, a sobrevivência <strong>da</strong> lavoura <strong>cacau</strong>eira na Bahia está, em grande parte,<br />

na dependência <strong>do</strong> lançamento de cultivares resistente (DIAS, 2001).<br />

2.4 Aspectos genéticos e botânicos <strong>do</strong> <strong>cacau</strong><br />

O <strong>cacau</strong>eiro (Theobroma cacao L.) é uma planta umbrófila de porte<br />

arbóreo e perene pertencente à família Malvaceae, gênero Theobroma<br />

(ALVERSON et al., 1999; APG II, 2003). Chega a atingir 20 m de altura em<br />

11


condições silvestres, mas em condições de cultivo normalmente alcançam ao<br />

re<strong>do</strong>r de 5 metros. Das 22 espécies que compõem o gênero, apenas o <strong>cacau</strong> e<br />

o cupuaçu (Theobroma grandiflorum) são explora<strong>do</strong>s comercialmente no Brasil<br />

(BARTLEY, 2005). É uma planta diplóide (2n = 20), com tamanho <strong>do</strong> genoma<br />

estima<strong>do</strong> em 0,43 ou 0,415 X 10 9 picogramas (FIGUEIRA et al., 1994), e<br />

pertence a classe <strong>da</strong>s dicotiledôneas e, assim sen<strong>do</strong>, as sementes apresentam<br />

<strong>do</strong>is cotilé<strong>do</strong>nes que representam a parte economicamente aproveitável, sen<strong>do</strong><br />

descarta<strong>do</strong>s a casca e o gérmen (BARTLEY, 2005).<br />

Ain<strong>da</strong> segun<strong>do</strong> Bartley (2005), o <strong>cacau</strong> possui ampla variabili<strong>da</strong>de<br />

genética para a maioria <strong>do</strong>s caracteres, especialmente para o tamanho, forma<br />

e cor <strong>do</strong>s frutos e <strong>da</strong>s sementes, resistência a <strong>do</strong>enças e pragas, vigor e<br />

tamanho <strong>da</strong> árvore, etc. A forma <strong>do</strong>s frutos pode variar de arre<strong>do</strong>n<strong>da</strong><strong>da</strong> a<br />

alonga<strong>da</strong> com diversi<strong>da</strong>de no comprimento e peso que varia de 100 a 2000 g.<br />

A cor <strong>do</strong> fruto vai de verde a vermelho quan<strong>do</strong> jovens e amarelos a<br />

alaranja<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> maduros. A coloração <strong>do</strong> fruto imaturo tem grande<br />

importância na discriminação <strong>do</strong>s grupos raciais, além de se apresentar como<br />

um ótimo descritor para diferenciar genótipos, poden<strong>do</strong> ser utiliza<strong>do</strong> como um<br />

marca<strong>do</strong>r morfológico, uma vez que é pouco influencia<strong>da</strong> pelo ambiente (DIAS,<br />

2001). Essa característica é descrita como monogênica, sobre o controle <strong>do</strong><br />

gene R, com <strong>do</strong>is alelos (R e r); e em frutos imaturos a pigmentação vermelha<br />

(RR e Rr) é <strong>do</strong>minante sobre a verde (rr) (SORIA, 1964). O controle<br />

monogênico, contu<strong>do</strong>, pode ser complementa<strong>do</strong> pela ação de genes<br />

modifica<strong>do</strong>res, uma vez que ocorrem gra<strong>da</strong>ções de cores entre o verde e o<br />

vermelho (DIAS, 2001).<br />

A cor <strong>da</strong>s sementes varia de branca ao roxo intenso, passan<strong>do</strong> por<br />

gradientes de coloração conforme a intensi<strong>da</strong>de de antocianina, e seu peso<br />

pode variar de 0,5 a 5,0 gramas, quan<strong>do</strong> secas (BARTLEY, 2005). O número<br />

de sementes por fruto pode chegar até 50, sen<strong>do</strong> uma característica importante<br />

na determinação de diversos componentes relaciona<strong>do</strong>s com a produção<br />

(DIAS, 2001). É um componente muito variável, e depende diretamente <strong>do</strong><br />

número de óvulos e <strong>do</strong> percentual de fertilização destes (ENGELS, 1983).<br />

A incompatibili<strong>da</strong>de gamética é um mecanismo genético evolutivo, de<br />

certo mo<strong>do</strong> complexo, que favorece a alogamia ou fecun<strong>da</strong>ção cruza<strong>da</strong> (DE<br />

NETTANCOURT, 2000). Desta forma, existem na população de <strong>cacau</strong>eiros<br />

12


tanto genótipos autocompatíveis (capazes de se autofertilizar com pólen <strong>da</strong><br />

própria planta), como genótipos autoincompatíveis, ou seja, incapazes de se<br />

autofertilizar e, por isso, necessitam pólen de flores de outras plantas com as<br />

quais são compatíveis. Esta característica é responsável por grandes<br />

alterações <strong>do</strong>s níveis de produção, e considera<strong>do</strong> como um gargalo tecnológico<br />

<strong>da</strong> cadeia produtiva <strong>do</strong> <strong>cacau</strong> no Sul <strong>da</strong> Bahia, devi<strong>do</strong> em diversas áreas os<br />

clones autoincompatíveis não estão produzin<strong>do</strong> de acor<strong>do</strong> com o preconiza<strong>do</strong><br />

quan<strong>do</strong> foram libera<strong>do</strong>s (CANTALINO, 2006). Estu<strong>do</strong>s indicam que a baixa<br />

produtivi<strong>da</strong>de em algumas plantações comerciais de <strong>cacau</strong> se deve a uma<br />

polinização pouco efetiva (LEAL, 2005), e que esta característica depende de<br />

condições ambientais favoráveis para o seu sucesso (MARTÍN, 1982).<br />

Consideran<strong>do</strong> a genealogia <strong>do</strong> material híbri<strong>do</strong> cultiva<strong>do</strong> no sul <strong>da</strong> Bahia,<br />

que tem como seus progenitores os clones Sca-6, Sca-12 e IMC-67 e outros<br />

acessos Alto Amazônicos que são materiais autoincompatíveis e não possuem<br />

alelos para autocompatibili<strong>da</strong>de, esperava-se que muitos desses híbri<strong>do</strong>s<br />

seleciona<strong>do</strong>s nas fazen<strong>da</strong>s <strong>da</strong> região sul baiana fossem autoincompatíveis.<br />

Porém um número considerável de seleções com genótipos autocompatíveis<br />

foi identifica<strong>do</strong> nesses cultivos (YAMADA, 2005). A maioria <strong>da</strong>s varie<strong>da</strong>des<br />

clonais em uso pelos produtores é autoincompatível, e testes de<br />

intercompatibili<strong>da</strong>de necessitam ser realiza<strong>do</strong>s para avaliar o grau de<br />

compatibili<strong>da</strong>de entre elas (BARTLEY, 2005). Mesmo em plantios policlonais, é<br />

necessário que os clones utiliza<strong>do</strong>s apresentem um alto grau de<br />

compatibili<strong>da</strong>de entre eles, caso contrário, os efeitos <strong>da</strong> incompatibili<strong>da</strong>de<br />

gamética sobre a produção irão se manifestar de forma acentua<strong>da</strong>, traduzin<strong>do</strong>-<br />

se em desuniformi<strong>da</strong>de em tamanho e número de sementes por fruto, como<br />

também na quanti<strong>da</strong>de de frutos por planta. A inclusão de clones<br />

autocompatíveis certamente reduz os efeitos negativos <strong>da</strong> incompatibili<strong>da</strong>de<br />

(BARTLEY, 2005).<br />

2.5 Biologia floral e sistemas de cruzamento<br />

O <strong>cacau</strong>eiro é uma espécie monóica, tipicamente cauliflora, pois as<br />

inflorescências se formam ao longo <strong>do</strong> tronco e ramificações secundárias e<br />

terciárias mais desenvolvi<strong>da</strong>s, em estruturas denomina<strong>da</strong>s almofa<strong>da</strong>s florais.<br />

13


As almofa<strong>da</strong>s florais não sen<strong>do</strong> <strong>da</strong>nifica<strong>da</strong>s por tratos culturais ou <strong>do</strong>enças<br />

podem produzir frutos por vários anos. As flores são hermafroditas e<br />

pentâmeras, apresentan<strong>do</strong> pétalas, sépalas, estames e estaminódios ou falsos<br />

estames. No pistilo, o ovário apresenta de 30 a 70 óvulos. Os órgãos<br />

reprodutivos (estame e pistilo) encontram-se isola<strong>do</strong>s na flor por duas barreiras<br />

físicas: a coroa de estaminódios e as próprias pétalas que envolvem as<br />

anteras. A presença dessas barreiras favorece a polinização cruza<strong>da</strong>, mesmo<br />

em <strong>cacau</strong>eiros autocompatíveis, embora nesses a taxa de autofecun<strong>da</strong>ção seja<br />

relativamente alta. Quan<strong>do</strong> a planta é jovem, as flores são produzi<strong>da</strong>s<br />

principalmente no tronco. Em plantas adultas, elas surgem por to<strong>da</strong> planta, em<br />

maior quanti<strong>da</strong>de nos ramos com mais de 1 cm de diâmetro. Plantas<br />

autocompatíveis apresentam uma menor quanti<strong>da</strong>de de flores que as plantas<br />

autoincompatíveis, porém a porcentagem de frutos nestas plantas é maior e<br />

esses frutos (COPE, 1939). Um <strong>cacau</strong>eiro adulto pode produzir mais de 100 a<br />

150 mil flores por ano, <strong>da</strong>s quais menos de 5% é poliniza<strong>da</strong>, e somente 0,5 a<br />

5% resulta na produção de frutos (COPE, 1976; ANEJA, et al., 1999). Isto é em<br />

parte devi<strong>do</strong> ao fato de que a taxa efetiva de autofertilização em árvores<br />

autoincompatíveis é baixa, enquanto que árvores autocompativeis pode<br />

alcançar até 43% (YAMADA; GURIES, 1998).<br />

O pólen é pegajoso, forman<strong>do</strong> pequenos grumos o que favorece a sua<br />

aderência à superfície de insetos, que comumente são os agentes<br />

poliniza<strong>do</strong>res <strong>da</strong>s flores. A flor não poliniza<strong>da</strong> nas primeiras 8 a 10 horas após<br />

a emergência cai; esse aborto ocorre normalmente nas 24 a 36 horas<br />

subseqüentes (ANEJA et al., 1999; HASENSTEIN; ZAVADA, 2001). O tempo<br />

que transcorre entre a germinação <strong>do</strong> pólen no estigma e a fecun<strong>da</strong>ção é de<br />

aproxima<strong>da</strong>mente seis horas (CHEESMAN, 1938). Se a polinização é realiza<strong>da</strong><br />

e a fecun<strong>da</strong>ção ocorre, o ovário e o pedicelo aumentam de tamanho, e a coroa<br />

murcha e se deteriora (ANEJA et al, 1999).<br />

Em <strong>cacau</strong>eiros, a abscisão floral pode ser uma conseqüência <strong>da</strong> reação<br />

de rejeição com o reconhecimento preceden<strong>do</strong> as primeiras mu<strong>da</strong>nças<br />

detectáveis no ambiente hormonal que pode conduzir à abscisão floral (ANEJA<br />

et al., 1994; BAKER, et al., 1997). A abscisão é um processo de regulação<br />

hormonal que envolve o órgão <strong>da</strong> planta e a zona de abscisão. O etileno e o<br />

aci<strong>do</strong> in<strong>do</strong>l acético (AIA), uma auxina, têm um papel primário no controle <strong>da</strong><br />

14


abscisão. O primeiro é o principal promotor <strong>da</strong> abscisão e o segun<strong>do</strong> pode inibir<br />

ou aumentar a produção <strong>do</strong> primeiro e prevenir ou acelerar a reação de<br />

abscisão (ANEJA et al, 1999; HASENSTEIN; ZAVADA, 2001). O aci<strong>do</strong><br />

abscísico aumenta nos teci<strong>do</strong>s em abscisão e participa <strong>do</strong> processo.<br />

O sistema de reprodução é componente importante <strong>da</strong> estrutura<br />

genética de populações. A distribuição <strong>da</strong> variação genética dentro de<br />

progênie, entre indivíduos <strong>da</strong> população e entre subdivisões <strong>da</strong> população, é<br />

regula<strong>da</strong> pelo sistema de reprodução <strong>da</strong> espécie (HAMRICK, 1982). Apesar de<br />

o <strong>cacau</strong>eiro apresentar flores hermafroditas e homógamas, sua polinização se<br />

limita quase que exclusivamente ao concurso de algumas espécies de<br />

micromoscas forcipomyia, pois só elas conseguem depositar de 35 a 40 grãos<br />

de pólen viáveis, quanti<strong>da</strong>de mínima para a formação de um fruto<br />

desenvolvi<strong>do</strong>, embora insetos, tais como trips, formigas e afídeos possam<br />

promover polinização acidental (CHAPMAN; SORIA, 1983). Segun<strong>do</strong><br />

Kaufmann, (1975) tais micromoscas são supostamente atraí<strong>da</strong>s pelas partes<br />

colori<strong>da</strong>s <strong>da</strong> flor, especialmente pelas linhas guias <strong>da</strong>s pétalas e pelos<br />

estaminódios, o que diverge <strong>da</strong> opinião de Soria et al, (1982), que acreditam<br />

que o comportamento desses insetos indepen<strong>da</strong> <strong>da</strong> coloração <strong>da</strong>s flores. As<br />

anteras <strong>da</strong>s flores <strong>do</strong>s <strong>cacau</strong>eiros encontram-se revesti<strong>da</strong>s por um<br />

prolongamento <strong>da</strong>s pétalas, em forma côncava, denomina<strong>do</strong> "cógula" ou<br />

"cuculo" e o ovário é envolvi<strong>do</strong> por um círculo de estaminódios inférteis. Essa<br />

estrutura complexa de flor exige a participação de insetos para proceder à<br />

polinização e representa uma a<strong>da</strong>ptação de T. cacao a ativi<strong>da</strong>de de seu<br />

principal agente poliniza<strong>do</strong>r (SORIA et al., 1975).<br />

O <strong>cacau</strong>eiro é considera<strong>do</strong> uma planta alógama (95% fecun<strong>da</strong>ção<br />

cruza<strong>da</strong>), apesar de que também ocorre uma taxa de autogamia<br />

(autofecun<strong>da</strong>ção) relativamente alta. A ocorrência desse eleva<strong>do</strong> grau de<br />

fecun<strong>da</strong>ção cruza<strong>da</strong> é característico dessa espécie, cujas taxas de cruzamento<br />

natural variam de 50 a 100%. Esse fato contribui para que as populações<br />

forma<strong>da</strong>s a partir de sementes obti<strong>da</strong>s sem controle de polinização apresentem<br />

eleva<strong>da</strong> heterogenei<strong>da</strong>de (VELLO; NASCIMENTO, 1971; TOXOPEUS, 1972)<br />

ou para que as populações locais, mesmo que tenham evoluí<strong>do</strong> em condição<br />

de isolamento, representem um grupo mais ou menos heterogêneo forma<strong>do</strong><br />

por indivíduos heterozigóticos (CHEESMAN, 1944). O mo<strong>do</strong> de polinização em<br />

15


<strong>cacau</strong> contribui para que ocorra, freqüentemente, a deposição <strong>da</strong> mistura de<br />

pólen <strong>da</strong> própria planta e <strong>da</strong>s plantas vizinhas sobre o estigma (VOELCKER,<br />

1940). No entanto, a presença de sistemas de incompatibili<strong>da</strong>de na população<br />

pode limitar a fecun<strong>da</strong>ção natural e restringir o fluxo de genes, bem como o<br />

rendimento de plantas autoincompatíveis, embora tais plantas apresentem,<br />

freqüentemente, cruzamento compatível entre si. Esse mecanismo de<br />

incompatibili<strong>da</strong>de é exclusivo de T. cacao, pois associa durante a<br />

microsporogênese, fatores gametofíticos e esporofíticos no controle <strong>do</strong> fenótipo<br />

de incompatibili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> pólen (BARTLEY, 2005).<br />

2.6 Incompatibili<strong>da</strong>de genética em plantas<br />

O fenômeno <strong>da</strong> autoincompatibili<strong>da</strong>de (AI) tem si<strong>do</strong> defini<strong>do</strong> de diversas<br />

maneiras ao longo <strong>do</strong> tempo e tem si<strong>do</strong> um assunto de grande interesse para<br />

geneticistas e melhoristas de plantas (DE NETTANCOURT, 2000). O conceito<br />

de maior consenso atualmente é o de Lundqvist (1964), referen<strong>da</strong><strong>do</strong> por De<br />

Nettancourt (1977; 2000). Para os autores, AI é a incapaci<strong>da</strong>de de uma planta<br />

fértil hermafrodita produzir zigotos após a autopolinização. Resulta <strong>do</strong> fracasso<br />

<strong>do</strong>s grãos de pólen <strong>da</strong> mesma planta de aderirem ou germinarem no estigma<br />

ou no fracasso <strong>do</strong>s tubos polínicos de penetrarem ou crescerem através <strong>do</strong><br />

estigma. Esta definição elimina os fracassos devi<strong>do</strong>s a diversas formas de<br />

esterili<strong>da</strong>de (genética, fisiológica etc.), ou outras barreiras reprodutivas, assim<br />

como os efeitos causa<strong>do</strong>s pela en<strong>do</strong>gamia (DE NETTANCOURT, 1977; 2000).<br />

É um mecanismo fisiológico, com base genética, que favorece a<br />

alogamia, promoven<strong>do</strong>, desta forma, a manutenção <strong>da</strong> variabili<strong>da</strong>de genética.<br />

Por isto é considera<strong>da</strong> como um <strong>do</strong>s fatores mais importantes para o sucesso<br />

evolutivo <strong>da</strong>s fanerógamas (BREWBAKER, 1957; HESLOP-HARRISON, 1983).<br />

Por outro la<strong>do</strong>, a AI pode, em alguns casos, levar a uma certa ineficiência<br />

reprodutiva. Sutherland & Delph (1984), comparan<strong>do</strong> 316 espécies, verificaram<br />

que a média de formação de frutos em espécies autocompatíveis era de 72,5%<br />

contra 22,1% em espécies autoincompatíveis. Da mesma forma, em Lótus, o<br />

desenvolvimento <strong>do</strong>s óvulos é mais uniforme nas espécies autocompatíveis <strong>do</strong><br />

que nas autoincompatíveis (BUBAR, 1958). E, sabe-se ain<strong>da</strong>, por exemplo, que<br />

os <strong>cacau</strong>eiros autocompatíveis tendem a apresentar maior produção de frutos<br />

16


e de amên<strong>do</strong>as secas que os auto-incompatíveis (LOCKWOOD, 1977 e<br />

MORERA et al., 1994).<br />

A autoincompatibili<strong>da</strong>de ocorre em uma ampla gama de famílias e<br />

gêneros de angiospermas, inclusive em várias plantas de interesse econômico<br />

(BREWBAKER, 1957) como em espécies de Nicotiana, Brassica, Medicago,<br />

Trifolium, Secale, Lotus, Helianthus e Theobroma. Os trabalhos publica<strong>do</strong>s<br />

sobre o assunto abrangem desde aspectos morfológicos, fisiológicos, aplicação<br />

no melhoramento até a biologia molecular e genética <strong>da</strong> autoincompatibili<strong>da</strong>de<br />

(BREWBAKER, 1957; DE NETTANCOURT, 2000).<br />

Existem <strong>do</strong>is tipos principais de AI, a gametofítica (AIG), em que a<br />

especifici<strong>da</strong>de <strong>do</strong> pólen é gera<strong>da</strong> pelo alelo S <strong>do</strong> genoma haplóide <strong>do</strong> grão <strong>do</strong><br />

pólen (gametófito), e a esporofítica (AIE), em que a especifici<strong>da</strong>de é gera<strong>da</strong><br />

pelo genótipo diplóide <strong>da</strong> planta adulta (esporófito) que deu origem ao grão de<br />

pólen. A reação <strong>da</strong> AI engloba desde o impedimento <strong>da</strong> germinação <strong>do</strong> pólen<br />

até o rompimento <strong>do</strong> tubo polínico (HESLOP-HARRISON, 1983; DE<br />

NETTANCOURT, 1977; 2000).<br />

Devi<strong>do</strong> à sua ampla distribuição entre as angiospermas, a AI teria<br />

surgi<strong>do</strong> precocemente, antes que houvesse divergência evolutiva<br />

(WHITEHOUSE, 1951), ou teria havi<strong>do</strong> um surgimento recorrente durante a<br />

evolução (BATEMAN, 1952). A AIG é o sistema mais comum entre as plantas,<br />

e supõe-se que seja o mais primitivo. (HESLOP-HARRISON, 1983; NEWBIGIN<br />

et al., 1993; DE NETTANCOURT, 1997; 2000). Estu<strong>do</strong>s de seqüenciamento<br />

gênico indicam que os locos para AI evoluíram a partir de origens<br />

independentes, diversas vezes, na evolução <strong>da</strong>s plantas com flores<br />

(CHARLESWORTH; AWADALLA, 1998).<br />

Além <strong>da</strong> AI, existe também o que se chama de pseu<strong>do</strong>-compatibili<strong>da</strong>de,<br />

que é a ocorrência de autocompatibili<strong>da</strong>de em espécies normalmente auto-<br />

incompatíveis. Nesse caso, ocorre formação de sementes sob algumas<br />

condições fisiológicas e ambientais especiais. Sabe-se que está sob controle<br />

genético, mas tem si<strong>do</strong> pouco estu<strong>da</strong><strong>da</strong> (DE NETTANCOURT, 1977; 2000).<br />

17


2.6.1 Autoincompatibili<strong>da</strong>de gametofítica<br />

Na AIG, os tubos polínicos só irão crescer e só irá ocorrer fecun<strong>da</strong>ção se<br />

o alelo presente no grão de pólen não estiver presente no teci<strong>do</strong> diplóide <strong>do</strong><br />

estilete. Por exemplo, nos seguintes cruzamentos, envolven<strong>do</strong> progenitores<br />

com diversos genótipos para os alelos S (alelos <strong>da</strong> AI):<br />

a) S1S2 (feminino) x S1S2 (masculino) grãos de pólen serão S1 e S2 <br />

tubos polínicos não irão crescer não haverá progênie;<br />

b) S1S2 (feminino) x S1S3 (masculino) grãos de pólen serão S1 e S3 <br />

apenas tubos polínicos S3 irão crescer progênie será S1S3 e S2S3;<br />

c) S1S2 (feminino) x S3S4 (masculino) grãos de pólen serão S3 e S4 <br />

to<strong>do</strong>s os tubos polínicos irão crescer progênie será S1S3, S1S4, S2S3 e<br />

S2S4; portanto, os cruzamentos compatíveis só ocorrerão quan<strong>do</strong> o alelo<br />

S <strong>do</strong> pólen for diferente de qualquer alelo presente no estilete diplóide.<br />

Nesse processo, o grão de pólen germina e a reação de<br />

incompatibili<strong>da</strong>de ocorre entre o tubo polínico e o estilete. Supõe-se que a ação<br />

<strong>do</strong>s genes S seja ativa<strong>da</strong> após a meiose. Há envolvimento de RNAses e<br />

glicoproteínas (NEWBIGIN et al., 1993).<br />

Muito ain<strong>da</strong> precisa ser estu<strong>da</strong><strong>do</strong> em relação à genética <strong>da</strong> reação <strong>da</strong><br />

AIG. Sabe-se que os tubos polínicos compatíveis apresentam estrutura normal,<br />

com deposição reticula<strong>da</strong> de calose, e os auto-incompatíveis desenvolvem um<br />

depósito irregular de calose, mas ain<strong>da</strong> não está claro o que é causa e o que é<br />

conseqüência (DE NETTANCOURT, 2000).<br />

A herança <strong>da</strong> AIG é em geral monofatorial, ou seja, regula<strong>da</strong> por um só<br />

loco com número variável de alelos (BURGOS et al., 1997). A estrutura <strong>do</strong><br />

loco-S é bastante complexa, provavelmente envolven<strong>do</strong> genes separa<strong>do</strong>s,<br />

controlan<strong>do</strong> as funções <strong>do</strong> pólen e <strong>do</strong> pistilo (MC CUBBIN; KAO, 1999; DE<br />

NETTANCOURT, 2000).<br />

2.6.2 Autoincompatibili<strong>da</strong>de esporofítica<br />

Na AIE, a especifici<strong>da</strong>de <strong>do</strong> pólen é determina<strong>da</strong> pelo genótipo diplóide<br />

<strong>do</strong> esporofíto, isto é, <strong>da</strong> planta mãe. Portanto, o que determinará a ocorrência<br />

18


ou não de AI não será o alelo que o pólen carrega, mas sim os alelos presentes<br />

no teci<strong>do</strong> diplóide <strong>da</strong> planta. Por exemplo, nos seguintes cruzamentos,<br />

envolven<strong>do</strong> progenitores com diversos genótipos para os alelos S,<br />

consideran<strong>do</strong> S1 <strong>do</strong>minante em relação a S2 e S3 e S3 <strong>do</strong>minante em relação a<br />

S4:<br />

a) S1S2 (feminino) x S1S2 (masculino) grãos de pólen portarão alelos<br />

S1 ou S2, mas expressarão sempre o S1 tubos polínicos não irão<br />

crescer não haverá progênie;<br />

b) S1S2 (feminino) x S1S3 (masculino) grãos de pólen portarão alelos<br />

S1 ou S3, mas expressarão sempre o S1 tubos polínicos não irão<br />

crescer não haverá progênie;<br />

c) S1S2 (feminino) x S3S4 (masculino) grãos de pólen portarão alelos<br />

S3 ou S4, mas expressarão sempre o S3 to<strong>do</strong>s os tubos polínicos irão<br />

crescer progênie será S1S3, S1S4, S2S3 e S2S4.<br />

A reação de AIE ocorre no estigma e as espécies que a apresentam são<br />

aquelas <strong>do</strong> tipo em que o pólen é libera<strong>do</strong> na forma trinuclea<strong>da</strong>. Os alelos S<br />

têm como sítio de ação as células <strong>da</strong>s papilas <strong>do</strong> estigma. A reação de<br />

incompatibili<strong>da</strong>de é rápi<strong>da</strong> e precoce e a capaci<strong>da</strong>de de discriminar entre o<br />

pólen <strong>da</strong> mesma planta e um pólen diferente é afeta<strong>da</strong> pelo estádio de<br />

desenvolvimento <strong>do</strong> estigma. A síntese <strong>do</strong>s produtos <strong>do</strong>s alelos-S ocorre<br />

supostamente antes <strong>do</strong> fim <strong>da</strong> meiose (NEWBIGIN et al., 1993; DE<br />

NETTANCOURT, 2000).<br />

A AIE pode, às vezes, estar associa<strong>da</strong> a polimorfismos florais. Quan<strong>do</strong><br />

isto não ocorre, diz-se que a AIE é homomórfica, ou seja, plantas com<br />

diferentes genótipos para incompatibili<strong>da</strong>de são morfologicamente idênticas.<br />

Quan<strong>do</strong> há ligação entre polimorfismos florais e genótipos para<br />

incompatibili<strong>da</strong>de, diz-se que a AIE é heteromórfica. Neste caso, as diferenças<br />

na morfologia floral estão associa<strong>da</strong>s a tipos de incompatibili<strong>da</strong>de. Em geral,<br />

estas diferenças envolvem diferentes comprimentos de estiletes e estames.<br />

Espécies distílicas são aquelas em que uma <strong>da</strong>s formas florais tem estiletes<br />

longos e anteras curtas e a outra forma tem estilete curto e anteras longas. As<br />

polinizações compatíveis ocorrem apenas entre anteras e estigmas <strong>do</strong> mesmo<br />

comprimento, ou seja, entre diferentes formas florais (DE NETTANCOURT,<br />

1977; 2000; RICHARDS, 1997).<br />

19


A herança <strong>da</strong> AIE é variável, poden<strong>do</strong> ser controla<strong>da</strong> tanto por um único<br />

loco ou até por muitos locos (GOODWILLIE, 1997). A AIE é considera<strong>da</strong> um<br />

sistema bastante complexo e que pode abranger diversos tipos de mecanismos<br />

fisiológicos e genéticos (HESLOP-HARRISON, 1983; DE NETTANCOURT,<br />

1977; 1997; 2000; RICHARDS, 1997). Os genes-S <strong>do</strong> sistema de AIE são<br />

superfamílias de genes. O grande polimorfismo existente para o número de<br />

alelos S tanto nos sistemas de AIG e AIE, bem como a manutenção deste<br />

polimorfismo, é explica<strong>do</strong> pela ação <strong>da</strong> seleção que favoreceria diferentes<br />

alelos, asseguran<strong>do</strong> a fertili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> população. Alelos raros teriam uma<br />

vantagem de fertili<strong>da</strong>de, pois os grãos de pólen que os portassem não seriam<br />

rejeita<strong>do</strong>s pelas plantas receptoras e estes alelos tenderiam a aumentar em<br />

freqüência (CHARLESWORTH; GUTTMAN, 1997).<br />

Muitas questões ain<strong>da</strong> estão para serem resolvi<strong>da</strong>s, porém os estu<strong>do</strong>s<br />

envolven<strong>do</strong> o processo de autoincompatibili<strong>da</strong>de ao nível molecular em plantas<br />

contribuíram grandemente para o entendimento atual sobre o processo de<br />

reconhecimento e rejeição <strong>do</strong>s grãos incompatíveis pelo estigma. Apesar de<br />

alguns detalhes ain<strong>da</strong> serem desconheci<strong>do</strong>s, o volume de conhecimentos<br />

acumula<strong>do</strong>s para as diferentes espécies, nos permite uma visão bastante<br />

ampla <strong>do</strong> processo.<br />

A utilização <strong>da</strong> AI no melhoramento de plantas é feita há bastante<br />

tempo, mas existe uma lacuna entre o conhecimento teórico <strong>da</strong> AI e a<br />

aplicação destes conhecimentos no melhoramento genético (DE<br />

NETTANCOURT, 1997). A ocorrência de AI em espécies de interesse<br />

econômico pode ter uma importância muito grande, sen<strong>do</strong> muito positiva em<br />

alguns casos e um empecilho em outros, dependen<strong>do</strong> <strong>da</strong> parte <strong>da</strong> planta que é<br />

colhi<strong>da</strong> e <strong>do</strong> tipo de reprodução <strong>da</strong> mesma (DE NETTANCOURT, 1977).<br />

2.7 Sistema de incompatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong> em <strong>cacau</strong>eiro<br />

O sistema de autoincompatibili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>cacau</strong>eiro é considera<strong>do</strong> único<br />

porque a expressão <strong>do</strong> gene S (gene de reconhecimento) aparentemente<br />

ocorre apenas no ovário, quan<strong>do</strong> o tubo polínico e o óvulo entram em contato e<br />

a reação de rejeição resulta na abscisão <strong>da</strong> flor e não na deposição de calose<br />

20


no tubo polínico (DE NETTANCOURT, 1977). O tipo de controle genético é<br />

polifatorial gameto-esporofítico e, apesar de este ser o exemplo mais marcante,<br />

existem referências à inibição ovariana em outras espécies (DE<br />

NETTANCOURT, 2000). A auto-incompatibili<strong>da</strong>de em plantas que produzem<br />

flores, a exemplo <strong>do</strong> <strong>cacau</strong>, na<strong>da</strong> mais é que um processo bioquímico de<br />

reconhecimento e rejeição que impede a autofertilização (singamia). Estão<br />

envolvi<strong>da</strong>s as interações entre o grão de pólen e o pistilo (estigma ou estilete).<br />

E o tubo polínico, que se origina com a germinação <strong>do</strong> pólen, pode ser inibi<strong>do</strong><br />

tanto no estigma quanto no estilete.<br />

A primeira vez que se mencionou a existência de incompatibili<strong>da</strong>de em<br />

<strong>cacau</strong>eiros foi em 1925, quan<strong>do</strong> Harland, em Trini<strong>da</strong>d, observan<strong>do</strong> <strong>cacau</strong>eiros<br />

sadios e de mesmo desenvolvimento vegetativo, notou que havia uma<br />

acentua<strong>da</strong> diferença entre eles quanto ao número de frutos, e que alguns deles<br />

nem chegavam a produzir. Porém, coube a Pound (1932), realizar os primeiros<br />

estu<strong>do</strong>s sobre a incompatibili<strong>da</strong>de <strong>do</strong> <strong>cacau</strong>eiro, o qual verificou que<br />

determina<strong>da</strong>s plantas não se autofecun<strong>da</strong>vam, ou seja, eram<br />

autoincompatíveis. Observou ain<strong>da</strong> que flores de árvores incompatíveis tinham<br />

também a característica de seu pólen não fecun<strong>da</strong>r outras plantas<br />

incompatíveis (POUND, 1935a) e que, o pólen proveniente de uma planta<br />

autocompatível é viável sobre qualquer estigma, porém quan<strong>do</strong> provém de<br />

plantas autoincompatíveis sua viabili<strong>da</strong>de se restringe aos estigmas de<br />

<strong>cacau</strong>eiros autocompatíveis (POUND, 1935b).<br />

Cheesman (1938) confirmou a existência de incompatibili<strong>da</strong>de em<br />

plantações de Trini<strong>da</strong>d e classificou as plantas em: 1) Plantas autocompatíveis,<br />

que frutificam ao serem poliniza<strong>da</strong>s por pólen de outras plantas<br />

autocompatíveis; 2) plantas autocompatíveis que podem frutificar quan<strong>do</strong><br />

poliniza<strong>da</strong>s com pólen de plantas autoincompatíveis; 3) plantas<br />

autoincompatíveis que frutificam ao serem poliniza<strong>da</strong>s com pólen de outras<br />

árvores autoincompatíveis; 4) Plantas autoincompatíveis que não frutificam ao<br />

serem poliniza<strong>da</strong>s por pólen de outras plantas autoincompatíveis.<br />

Outros investiga<strong>do</strong>res vieram, posteriormente, a estu<strong>da</strong>r este<br />

mecanismo (KNIGHT; ROGERS 1953; 1955; COPE 1958; 1959; 1962) e<br />

mostraram que uma polinização incompatível não resulta <strong>da</strong> inibição <strong>da</strong><br />

germinação <strong>do</strong> pólen ou <strong>do</strong> crescimento <strong>do</strong> tubo polínico, como foi postula<strong>do</strong><br />

21


por Posnette (1938), eles demonstraram que isso ocorre devi<strong>do</strong> a uma falha na<br />

fusão <strong>do</strong> núcleo espermático <strong>do</strong> grão-de-pólen com a oosfera numa<br />

percentagem de óvulos após uma polinização incompatível, ten<strong>do</strong> como<br />

conseqüência o aborto <strong>da</strong>s flores.<br />

Knight & Rogers (1955), propuseram uma hipótese genética para<br />

explicar as incompatibili<strong>da</strong>des <strong>do</strong> <strong>cacau</strong>eiro basea<strong>do</strong>s no fato de que a<br />

fertilização estaria sen<strong>do</strong> controla<strong>da</strong> por uma série de alelos múltiplos S, de<br />

natureza esporofítica, em número de cinco com a seguinte ordem: S1 > S2 = S3<br />

> S4 > S5, e que a incompatibili<strong>da</strong>de ocorre depois que o tubo polínico penetra<br />

no óvulo, sen<strong>do</strong> a reação esporofítica e determina<strong>da</strong> pela constituição diplóide<br />

<strong>do</strong>s genitores.<br />

Cope (1962), demonstrou que as incompatibili<strong>da</strong>des em T. cacao estaria<br />

controla<strong>da</strong> pelo sistema genético <strong>da</strong> fusão e não fusão <strong>do</strong>s óvulos, repousan<strong>do</strong><br />

nisto o sucesso ou o fracasso <strong>da</strong> singamia. Sugeriu ain<strong>da</strong> que a hipótese<br />

formula<strong>da</strong> por Knight & Rogers (1955), na qual uma série de alelos “S” de ação<br />

esporofítica estaria governan<strong>do</strong> as incompatibili<strong>da</strong>des seria inadequa<strong>da</strong> para<br />

explicar os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s em seu trabalho. Cope postulou ain<strong>da</strong> a<br />

existência de um novo alelo S6 na série de alelos múltiplos de<br />

incompatibili<strong>da</strong>des e de <strong>do</strong>is locos complementares A e B, independentes,<br />

porém complementares aos genes S. Estes acessórios teriam a função de<br />

produzir um substrato, que ausente, impediria as incompatibili<strong>da</strong>des de se<br />

manifestarem. Os locos A e B atuariam antes <strong>da</strong> meiose expressan<strong>do</strong> ação de<br />

<strong>do</strong>minância e produzin<strong>do</strong> um precursor inespecífico para os alelos S após a<br />

meiose. Se presentes na forma <strong>do</strong>minante concorrem para que os alelos atuem<br />

em base esporofítica, porém, se tais locos estivessem na forma recessiva,<br />

to<strong>da</strong>s as formas de S seriam autocompatíveis. Neste mesmo trabalho, Cope<br />

(1962), propôs fórmulas genotípicas de incompatibili<strong>da</strong>des para a série de<br />

cultivares por ele estu<strong>da</strong><strong>do</strong> e estabeleceu que os alelos S teriam a seguinte<br />

ordem de <strong>do</strong>minância: Sa = Sb = Sc > Sd > Sf. O padrão de segregação <strong>do</strong>s<br />

locos A, B e S e a distribuição <strong>do</strong>s fenótipos após cruzamentos entre<br />

<strong>cacau</strong>eiros auto-incompatíveis e autocompatíveis, em to<strong>da</strong>s as possibili<strong>da</strong>des,<br />

foram apresenta<strong>do</strong>s por Bartley & Cope, (1973).<br />

O crescimento <strong>do</strong> tubo polínico em polinização incompatível é<br />

comparável ao <strong>da</strong> polinização compatível normal, com os anterozóides<br />

22


atingin<strong>do</strong> normalmente o saco embrionário. Entretanto, a anormali<strong>da</strong>de surge<br />

no saco embrionário e se processa por impedimento <strong>da</strong> singamia: a fusão <strong>do</strong>s<br />

gametas masculinos com os femininos carregan<strong>do</strong> o mesmo alelo <strong>do</strong>minante.<br />

De mo<strong>do</strong> que, em polinizações incompatíveis, podem ocorrer 25%, 50% e até<br />

100% de abortos (Cope, 1958 e 1962), demonstran<strong>do</strong> que o fenômeno exibe<br />

gra<strong>da</strong>ções em sua expressão. Essa gra<strong>da</strong>ção na expressão <strong>da</strong> auto-<br />

incompatibili<strong>da</strong>de tem si<strong>do</strong> também confirma<strong>da</strong> com marca<strong>do</strong>res bioquímicos.<br />

Lanaud et al., (1987), por exemplo, utilizan<strong>do</strong> marca<strong>do</strong>res isoenzimáticos,<br />

observaram que a percentagem de sementes autofecun<strong>da</strong><strong>da</strong>s, em clones auto-<br />

incompatíveis, variou de 0 a 89%, enquanto Yama<strong>da</strong> (1991), verificou taxas de<br />

en<strong>do</strong>gamia, em clones autoincompatíveis, que variaram apenas de 3 a 8%.<br />

Levan<strong>do</strong> em consideração resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s em autofecun<strong>da</strong>ções<br />

de clones autocompatíveis, Coral (1970) propôs a hipótese <strong>da</strong> existência de<br />

clones com diferentes graus de autocompatibili<strong>da</strong>de, e que tal fenômeno<br />

poderia ser explica<strong>do</strong> pela introdução de <strong>do</strong>is pares de genes independentes, X<br />

e Z, complementares e modifica<strong>do</strong>res <strong>do</strong> gene S de incompatibili<strong>da</strong>de.<br />

Adicionalmente, o cruzamento entre determina<strong>do</strong>s clones autocompatíveis<br />

pode gerar progênies parcialmente ou totalmente autoincompatíveis. Estu<strong>do</strong>s<br />

mostraram que algumas progênies de clones como PA-150 (YAMADA et al.,<br />

1988), UF-613 (BARTLEY; YAMADA, 1982) e TSH (ICS-1x Sca-6) podem<br />

segregar para autocompatibili<strong>da</strong>de (DIAS, 2001; YAMADA et al., 2005).<br />

Pandey, 1960, reconheceu a natureza genética <strong>do</strong> sistema de<br />

incompatibili<strong>da</strong>de em <strong>cacau</strong>, porém criticou a interpretação genética<br />

desnecessariamente complexa <strong>da</strong><strong>da</strong> a ele. Para justificar a ocorrência de<br />

híbri<strong>do</strong>s auto-incompatíveis gera<strong>do</strong>s de genitores autocompatíveis, este autor<br />

utilizou-se <strong>da</strong> interação alélica competitiva, descartan<strong>do</strong> a postulação <strong>do</strong>s locos<br />

independentes A e B proposta por Cope (1958, 1962). A interação competitiva<br />

entre alelos S, ao impedir a expressão completa de qualquer deles<br />

isola<strong>da</strong>mente, explicaria o evento. Um <strong>cacau</strong>eiro ten<strong>do</strong> <strong>do</strong>is alelos S<br />

interagin<strong>do</strong> competitivamente, não produziria a substância específica de<br />

incompatibili<strong>da</strong>de em quanti<strong>da</strong>de suficiente para crescimento de pólen, para<br />

qualquer <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is alelos e seria completamente autocompatível. Não obstante,<br />

a progênie <strong>do</strong> cruzamento entre <strong>do</strong>is desses <strong>cacau</strong>eiros poderia ser então<br />

auto-incompatível. De mo<strong>do</strong> que as árvores autocompatíveis e auto-<br />

23


incompatíveis na progênie poderiam surgir nas proporções de 3:1, 1:1 e 1:3 e<br />

esta hipótese de Pandey explicaria bem o evento com base somente nos alelos<br />

S. A ação de <strong>do</strong>minância de um alelo sobre o outro e a ação de independência<br />

de ambos os alelos já haviam si<strong>do</strong> adequa<strong>da</strong>mente utiliza<strong>da</strong>s na teoria de<br />

Knight & Rogers (1953, 1955) para explicar o funcionamento <strong>do</strong>s alelos <strong>do</strong> loco<br />

S. E, realmente, os estu<strong>do</strong>s de incompatibili<strong>da</strong>de (CORAL, 1970; CARLETTO;<br />

SORIA, 1973) têm demonstra<strong>do</strong> que o fenômeno em T. cacao é melhor<br />

explica<strong>do</strong> pela teoria <strong>do</strong> loco S de Knight & Rogers (1953, 1955), <strong>do</strong> que pela<br />

teoria <strong>do</strong>s locos independentes A, B e S de Cope (1958, 1962).<br />

Existem também estu<strong>do</strong>s mostran<strong>do</strong> que o reconhecimento <strong>da</strong><br />

autocompatibili<strong>da</strong>de ocorre antes <strong>do</strong> contato <strong>do</strong> pólen com óvulo. Aneja et al.,<br />

(1994), verificaram que no clone IMC 30, auto-incompatível, o seu pólen não<br />

germinou. Entretanto, com a aplicação de CO2 a reação de<br />

autoincompatibili<strong>da</strong>de foi inibi<strong>da</strong> em flores autopoliniza<strong>da</strong>s, indican<strong>do</strong> que o<br />

sistema de autoincompatibili<strong>da</strong>de em <strong>cacau</strong>eiros pode ser um resulta<strong>do</strong> de <strong>do</strong>is<br />

processos: Primeiramente com um aumento na quanti<strong>da</strong>de de áci<strong>do</strong> abscísico<br />

em resposta à interação pólen-estigma. A segun<strong>da</strong> resposta afeta os níveis de<br />

AIA e etileno, após o contato <strong>do</strong> tubo polínico com o óvulo, estabelecen<strong>do</strong> as<br />

condições hormonais que determinam o aborto <strong>da</strong> flor (ANEJA et al., 1994;.<br />

ANEJA et al., 1999; HASENSTEIN; ZAVADA, 2001) Assim, a abscisão parece<br />

ocorrer se altos níveis de etileno e de áci<strong>do</strong> abscísico estão presentes, o que é<br />

observa<strong>do</strong> em flores incompatíveis poliniza<strong>da</strong>s. Por outro la<strong>do</strong>, é possível<br />

retar<strong>da</strong>r ou até mesmo inibir a abscisão com a aplicação tanto de CO2 quanto<br />

de auxinas sintéticas ou de outros compostos que aumentem os níveis de<br />

auxinas ou diminuam os níveis de aci<strong>do</strong> abscísico e, ou etileno (ALMEIDA;<br />

VALLE, 2007).<br />

2.7.1 Determinação <strong>da</strong> compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong><br />

Os estu<strong>do</strong>s <strong>da</strong> reação de compatibili<strong>da</strong>de são realiza<strong>do</strong>s por meio de<br />

autopolinizações controla<strong>da</strong>s. Ressalte-se que uma única polinização gera<br />

entre 40 e 45 sementes e que, em polinizações incompatíveis, as flores são<br />

aborta<strong>da</strong>s dentro de 3 a 4 dias, e as avaliações são feitas geralmente no<br />

24


terceiro, sétimo e 15º dias após as polinizações (TERREROS et al., 1982;<br />

YAMADA et al., 1982; YAMADA; BARTLEY, 1984; PINTO et al., 1998).<br />

Dois critérios são comumente emprega<strong>do</strong>s para se testar a reação de<br />

incompatibili<strong>da</strong>de de <strong>da</strong><strong>do</strong> genótipo. Pelo primeiro, o número mínimo de flores<br />

reti<strong>da</strong>s nas autopolinizações e nos cruzamentos, com uma ou mais<br />

testemunhas para declarar a compatibili<strong>da</strong>de, é estima<strong>do</strong> empregan<strong>do</strong>-se o<br />

qui-quadra<strong>do</strong> para testar a proporção de 1:1, a 5% de probabili<strong>da</strong>de com 1 grau<br />

de liber<strong>da</strong>de (TERREROS et al., 1982). Pelo segun<strong>do</strong> critério, a<br />

compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong> de um material é determina<strong>da</strong> pela retenção de flores<br />

(índice de pegamento) no 15º dia após as polinizações. López (1982) considera<br />

que um material é autocompatível se este apresentar um índice de pegamento<br />

de no mínimo 2%. Já autores como Bartley & Cope (1973), Terreros et al.,<br />

(1982), Lopes & Carletto (1995) e León (2000), consideram que esse índice de<br />

pegamento deva ser superior a 5%, enquanto que para Pinto et al., (1998) é<br />

necessário um índice de pegamento de pelo menos 10%, pois ocasionalmente<br />

plantas autoincompatíveis podem produzir um ou outro fruto nas polinizações.<br />

Alguns autores ain<strong>da</strong> recomen<strong>da</strong>m valores como, 14% (LEAL 2005) e até 40%<br />

(CASTILHO, 2005), acreditan<strong>do</strong> que em polinizações artificiais o pólen<br />

coloca<strong>do</strong> diretamente no estigma <strong>da</strong> flor facilite o pegamento <strong>da</strong>s polinizações.<br />

Segun<strong>do</strong> Lopes & Carletto (1995), este segun<strong>do</strong> critério parece superestimar a<br />

autocompatibili<strong>da</strong>de mais que o primeiro, pois o tamanho amostral reduzi<strong>do</strong><br />

influencia grandemente os resulta<strong>do</strong>s comprometen<strong>do</strong> assim as inferências.<br />

Os resulta<strong>do</strong>s confusos e contraditórios obti<strong>do</strong>s nos estu<strong>do</strong>s <strong>da</strong> reação<br />

de incompatibili<strong>da</strong>de mostram claramente a deficiência <strong>do</strong>s procedimentos<br />

a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s na abor<strong>da</strong>gem <strong>do</strong> fenômeno. A abscisão <strong>da</strong>s flores, por exemplo,<br />

pode ser causa<strong>da</strong> tanto pela ineficiência na mecânica de polinização quanto<br />

por reações fisiológicas e sazonais ocorri<strong>da</strong>s no órgão reprodutor. Também os<br />

critérios a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong>s para declaração de incompatibili<strong>da</strong>de são discutíveis.<br />

Existem variações, desde oito (LEAL, 2005), 10 e (CARLETTO, 1972) até 15<br />

dias (PINTO et al., 1998), no perío<strong>do</strong> pós-polinização para tal declaração, o<br />

que impede a comparação de resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s por diferentes autores. O<br />

tamanho amostral utiliza<strong>do</strong> nestes estu<strong>do</strong>s é também altamente variável, com<br />

alguns autores realizan<strong>do</strong> apenas 15 (BARTLEY; COPE 1973)<br />

autopolinizações e polinizações cruza<strong>da</strong>s, enquanto outros empregam até 40<br />

25


(PINTO et al., 1998). Segun<strong>do</strong> Lopes & Carletto (1995), para ca<strong>da</strong> <strong>cacau</strong>eiro,<br />

utiliza-se entre 15 e 40 flores para autopolinização e polinizações cruza<strong>da</strong>s,<br />

sen<strong>do</strong> 26 o número médio ótimo. Como se não bastasse, as várias teorias<br />

propostas para a reação são complexas, particulariza<strong>da</strong>s por genótipos, e,<br />

portanto, não se aplicam a to<strong>da</strong>s as situações (DIAS, 2001).<br />

2.8 Bancos de germoplasma e certificação genética<br />

Segun<strong>do</strong> IBPGR (1983), atual Bioversity International, germoplasma é o<br />

material que constitui a base física <strong>da</strong> herança e se transmite de uma geração<br />

para outra através de células reprodutivas. Numa visão mais ampla,<br />

germoplasma pode ser considera<strong>do</strong> a soma total <strong>do</strong>s materiais hereditários de<br />

uma espécie. Os bancos de germoplasma (BAG) têm como objetivos evitar a<br />

per<strong>da</strong> de recursos genéticos, conservar fontes genéticas para futuro uso em<br />

melhoramento e colecionar, identificar e caracterizar genótipos para uso no<br />

melhoramento (BARBIERI, 2003). Devi<strong>do</strong> à recalcitrância <strong>da</strong>s sementes, que<br />

são pouco a<strong>da</strong>pta<strong>da</strong>s para armazenamento em longo prazo, os recursos<br />

genéticos de <strong>cacau</strong>eiros devem ser manti<strong>do</strong>s em coleções de campo de<br />

plantas vivas (DIAS, 2001). Usualmente, coleções de germoplasma de<br />

Theobroma cacao são muito grandes e ocupam áreas muito extensas,<br />

tornan<strong>do</strong>-se onerosas e difíceis para o manejo apropria<strong>do</strong>, deman<strong>da</strong>n<strong>do</strong> muito<br />

trabalho com várias práticas culturais.<br />

No Brasil, a CEPLAC possui <strong>do</strong>is grandes bancos de germoplasma de<br />

<strong>cacau</strong>. O maior deles encontra-se estabeleci<strong>do</strong> na região norte, no município<br />

de Marituba, no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Pará. O outro está localiza<strong>do</strong> em Ilhéus, Bahia,<br />

sen<strong>do</strong> considera<strong>do</strong> como mais diversifica<strong>do</strong> geneticamente (BARTLEY, 2005).<br />

Em conjunto, os <strong>do</strong>is bancos de germoplasma possuem cerca de 3.000 tipos<br />

diferentes de acessos clonais e 17.000 acessos seminais com ampla<br />

variabili<strong>da</strong>de para a maioria <strong>do</strong>s caracteres de importância genética e<br />

agronômica como produção, resistência a <strong>do</strong>enças, compatibili<strong>da</strong>de gamética,<br />

forma e tamanho de frutos e sementes, porte, arquitetura, flor, etc (BARTLEY,<br />

2005). Ain<strong>da</strong> na Bahia, na ci<strong>da</strong>de de Barro Preto, outro BAG com cerca de 600<br />

acessos clonais encontra-se localiza<strong>do</strong> na Fazen<strong>da</strong> Almirante Cacau, atual<br />

26


Centro de Ciências <strong>do</strong> Cacau (Regina Celle Rebouças Macha<strong>do</strong>, informação<br />

pessoal).<br />

Nestas coleções, ca<strong>da</strong> tipo de <strong>cacau</strong>eiro (acesso clonal ou seminal) é<br />

individualmente representa<strong>do</strong> por várias plantas (normalmente 10) que são<br />

repetições <strong>do</strong> mesmo genótipo, o que garante e facilita a sua manutenção,<br />

caracterização e avaliação. Esses bancos na<strong>da</strong> mais são que depósitos<br />

naturais de genes, representan<strong>do</strong> a variabili<strong>da</strong>de natural <strong>da</strong> espécie<br />

Theobroma cacao.<br />

É de fun<strong>da</strong>mental importância à realização <strong>da</strong> caracterização molecular<br />

e morfológica <strong>do</strong>s acessos que compõem as coleções visan<strong>do</strong> conhecer as<br />

potenciali<strong>da</strong>des <strong>da</strong>s mesmas, identifican<strong>do</strong> assim a variabili<strong>da</strong>de entre e dentre<br />

as populações. Essas são as ferramentas indispensáveis aos fitomelhora<strong>do</strong>res<br />

<strong>do</strong> programa de melhoramento <strong>do</strong> <strong>cacau</strong>eiro, que através de cruzamentos<br />

apropria<strong>do</strong>s, possam explorar a variabili<strong>da</strong>de genética e promover a criação de<br />

cultivares com características superiores para uso comercial (BARTLEY, 2005).<br />

A presença de erros na identificação de acessos em vários bancos de<br />

germoplasma parece ser mais comum <strong>do</strong> que se espera e, nesse senti<strong>do</strong>, visto<br />

a grande importância <strong>do</strong>s bancos de germoplasma, um esforço internacional é<br />

necessário para a caracterização de to<strong>da</strong>s as coleções de germoplasma de<br />

<strong>cacau</strong>eiro <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> (FALEIRO et al., 2002). Dentro <strong>do</strong> escopo <strong>do</strong> projeto<br />

Internacional “Conservação e Utilização de Germoplasma de Cacaueiro”,<br />

financia<strong>do</strong> pela parceria CFC/ICCO/IPGRI, Risterucci et al (2000b) avaliaram<br />

148 indivíduos de 28 clones, amostra<strong>do</strong>s em várias coleções nacionais,<br />

empregan<strong>do</strong> 10 locos de microssatélites, e identificaram cerca de 30% <strong>do</strong>s<br />

indivíduos com erros de identificação. Figueira (1998) demonstrou por meio de<br />

marca<strong>do</strong>res RAPD, diferenças na identificação de acessos de <strong>cacau</strong> entre os<br />

bancos de germoplasma <strong>do</strong> Brasil e <strong>da</strong> Malásia. De um estu<strong>do</strong> com 20<br />

genótipos avalia<strong>do</strong>s com 19 SSRs, Risterucci et al (2001) sugeriu que 15 locos<br />

microssatélites são suficientes para verificação <strong>da</strong> identi<strong>da</strong>de e Swanson et al<br />

(2003) sugeriu que 11 SSRs podem ser suficientes para a genotipagem de<br />

acessos de <strong>cacau</strong>. A identificação de acessos por genotipagem molecular, ao<br />

contrário <strong>da</strong> caracterização morfo-agronômica, independe <strong>da</strong> i<strong>da</strong>de <strong>da</strong> planta,<br />

<strong>do</strong> estádio de desenvolvimento em que ela se encontra e mesmo <strong>do</strong> ambiente<br />

em que é cultiva<strong>da</strong>.<br />

27


2.9 Marca<strong>do</strong>res moleculares e desenvolvimento de mapas de ligação<br />

Os polimorfismos genéticos em nível <strong>do</strong> DNA são abun<strong>da</strong>ntes nos<br />

genomas vegetais e podem ser detecta<strong>do</strong>s por diferentes técnicas de biologia<br />

molécular, geran<strong>do</strong> marca<strong>do</strong>res moleculares informativos. Marca<strong>do</strong>res<br />

moleculares basea<strong>do</strong>s na amplificação de fragmentos de DNA pela reação em<br />

cadeia <strong>da</strong> polimerase (PCR) têm si<strong>do</strong> largamente emprega<strong>do</strong>s nos programas<br />

de melhoramento de plantas, como na caracterização de populações,<br />

construções de mapas de ligação e detecção de QTL entre outras aplicações<br />

(FERREIRA; GRATTAPAGLIA, 1998).<br />

Na construção de mapas de ligação normalmente são emprega<strong>do</strong>s<br />

grande número de marca<strong>do</strong>res moleculares, sejam eles loco-específicos<br />

<strong>do</strong>minantes (como RAPD – DNA polimórfico amplifica<strong>do</strong> ao acaso; AFLP –<br />

polimorfismo de comprimento de fragmentos amplifica<strong>do</strong>s) ou loco co-<br />

<strong>do</strong>minante (como microssatélites; RFLP – polimorfismo de comprimento de<br />

fragmentos de restrição obti<strong>do</strong>s por cortes aleatórios <strong>da</strong> fita dupla de DNA).<br />

Presentes na maioria <strong>do</strong>s genomas <strong>do</strong>s organismos eucariotos, os<br />

marca<strong>do</strong>res moleculares <strong>do</strong> tipo microssatélites (Simple Sequence Repeats -<br />

SSR) consistem de seqüências curtas de 2-5 nucleotídeos repeti<strong>da</strong>s em<br />

tandem, flanquea<strong>da</strong>s por seqüências únicas não repeti<strong>da</strong>s, sen<strong>do</strong> os elementos<br />

repeti<strong>do</strong>s mais comuns os di-nucleotídeos AT e CA. A variação alélica em locos<br />

de microsatélites pode ser facilmente detecta<strong>da</strong> por PCR usan<strong>do</strong> primers<br />

flanquea<strong>do</strong>res específicos. O polimorfismo basea<strong>do</strong> na variação <strong>do</strong> número de<br />

seqüências repeti<strong>da</strong>s <strong>do</strong>s microssatélites é provavelmente ocasiona<strong>do</strong> por<br />

escorregamento <strong>da</strong> DNA polimerase na replicação <strong>do</strong> DNA ou por troca de<br />

partes desigual entre os cromossomos (HANCOCK, 2000).<br />

Os marca<strong>do</strong>res microssatélites tornaram-se rapi<strong>da</strong>mente os mais<br />

utiliza<strong>do</strong>s pelos geneticistas de humanos, para o desenvolvimento de mapas de<br />

ligação e para a identificação de indivíduos. Em plantas, os microssatélites são<br />

muito freqüentes e distribuí<strong>do</strong>s ao acaso ao longo <strong>do</strong> genoma, também sen<strong>do</strong><br />

amplamente utiliza<strong>do</strong>s nos estu<strong>do</strong>s de diversi<strong>da</strong>de genética, caracterização de<br />

germoplasma, construção de mapas genéticos e localização de QTLs. Esses<br />

28


marca<strong>do</strong>res têm si<strong>do</strong> amplamente utiliza<strong>do</strong>s em muitas espécies de plantas por<br />

serem abun<strong>da</strong>ntes, com freqüência média de um a ca<strong>da</strong> 50 mil pares de bases,<br />

possuírem alto grau de polimorfismo, serem loco-específicos, apresentarem<br />

reprodutibili<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s, baixa quanti<strong>da</strong>de de DNA requeri<strong>da</strong> nas<br />

análises, serem detecta<strong>do</strong>s facilmente utilizan<strong>do</strong> gel de agarose, poliacrilami<strong>da</strong><br />

ou através de sequenciamento automático (PUGH et al., 2004). Atualmente<br />

existem mapea<strong>do</strong>s muitos locos de microssatélites para o <strong>cacau</strong>eiro<br />

distribuí<strong>do</strong>s ao longo <strong>do</strong>s 10 cromossomos (LANAUD et al., 1995; PUGH et al.,<br />

2004; BROWN et al., 2005; SCHNELL et al., 2007).<br />

O mapeamento genético teve início após o reconhecimento <strong>do</strong><br />

fenômeno <strong>da</strong> ligação genética (MORGAN, 1910). Ele toma como base a<br />

hipótese de que a co-segregação de <strong>do</strong>is marca<strong>do</strong>res indica proximi<strong>da</strong>de entre<br />

eles, e que a probabili<strong>da</strong>de de ocorrer permutas genéticas entre esses <strong>do</strong>is<br />

marca<strong>do</strong>res é menor, quanto menor for à distância entre eles. Dessa forma, é<br />

possível ordenar linearmente a informação genética ao longo <strong>do</strong>s<br />

cromossomos. A grande disponibili<strong>da</strong>de de marca<strong>do</strong>res moleculares e<br />

meto<strong>do</strong>logias estatísticas eficientes fizeram com que, atualmente, estejam<br />

disponíveis mapas genéticos satura<strong>do</strong>s para a maioria <strong>da</strong>s espécies cultiva<strong>da</strong>s,<br />

dentre elas a soja (CORRÊA, 1995), o café (PEARL et al., 2004), o milho<br />

(BRUNELLI et al., 2002), o eucalipto (GRATTAPAGLIA; SEDEROFF, 1994), o<br />

feijão (FALEIRO et al., 2003), além <strong>do</strong> <strong>cacau</strong>eiro, onde os diferentes mapas<br />

construí<strong>do</strong>s (LANAUD et al., 1995; CROUZILLAT et al., 1996; RISTERUCCI et<br />

al., 2000; CROUZILLAT et al., 2000; FLAMENT et al., 2001; QUEIROZ et al.,<br />

2003; CLÉMENT, 2003; RISTERUCCI et al., 2003; LANAUD et al., 2004),<br />

culminou com o estabelecimento <strong>do</strong> primeiro mapa consenso para o <strong>cacau</strong><br />

(PUGH et al., 2004), além disso diversos outros mapas foram construí<strong>do</strong>s<br />

visan<strong>do</strong> obter informações relevantes aos diversos programas de<br />

melhoramento <strong>do</strong> <strong>cacau</strong>eiro desenvolvi<strong>do</strong>s em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong> (LANAUD et al.,<br />

1995; MOTIAL et al., 2000; ARAÚJO, 2002; BROWN et al., 2005; FALEIRO et<br />

al., 2006; SCHNELL et al., 2007), e pelo menos 13 outros mapas de ligação já<br />

foram desenvolvi<strong>do</strong>s e utiliza<strong>do</strong>s principalmente para identificar regiões<br />

genômicas associa<strong>da</strong>s com componentes de produção, vigor e resistência a<br />

várias espécies e isola<strong>do</strong>s de Phytophthora que atacam o <strong>cacau</strong>eiro em to<strong>da</strong>s<br />

29


as partes <strong>do</strong> mun<strong>do</strong> e também para resistência a M. perniciosa (FIGUEIRA;<br />

CASCARDO, 2001; FIGUEIRA; ALLEMANO, 2005).<br />

Segun<strong>do</strong> Ahnert (2000), a construção de mapa genético satura<strong>do</strong> é<br />

relevante para obter informações importantes sobre estrutura genética <strong>da</strong><br />

espécie, desde a associação com caracteres qualitativos, localização <strong>do</strong>s<br />

mesmos grupos de ligação e identificação de regiões genômicas associa<strong>da</strong>s a<br />

caracteres quantitativos. A utilização desses mapas favorece um maior estu<strong>do</strong><br />

<strong>da</strong> cultura, pois a cobertura e análise completa de genomas; a decomposição<br />

de características genéticas complexas nos seus componentes mendelianos; a<br />

localização <strong>da</strong>s regiões genômicas que controlam caracteres de importância; a<br />

quantificação <strong>do</strong> efeito destas regiões genômicas que controlam caracteres de<br />

importância; facilitar o melhoramento assisti<strong>do</strong> por marca<strong>do</strong>res e clonagem<br />

basea<strong>da</strong> em mapa (FERREIRA; GRATTAPAGLIA, 1998).<br />

Os mapas genéticos são construí<strong>do</strong>s pela análise de co-segregação <strong>do</strong>s<br />

marca<strong>do</strong>res genéticos nos produtos <strong>da</strong> meiose, em progênies origina<strong>da</strong>s de<br />

cruzamentos entre genitores contrastantes para um determina<strong>do</strong> caráter (LIU,<br />

1998). Os marca<strong>do</strong>res localiza<strong>do</strong>s em diferentes cromossomos devem<br />

segregar independentemente e os marca<strong>do</strong>res localiza<strong>do</strong>s no mesmo<br />

cromossomo são transmiti<strong>do</strong>s conjuntamente, a menos que esta ligação seja<br />

quebra<strong>da</strong> por uma recombinação no gameta genitor. A construção de mapas<br />

genéticos e posterior localização de QTLs associa<strong>do</strong>s a características de<br />

interesse agronômico baseia-se em diferentes meto<strong>do</strong>logias estatísticas que<br />

possibilitam associar as informações <strong>da</strong> segregação de marcas moleculares às<br />

características fenotípicas que se desejam mapear (LIU, 1998).<br />

O desenvolvimento de mapas genômicos envolve a seleção <strong>da</strong><br />

população mais apropria<strong>da</strong> para mapear; o cálculo <strong>da</strong>s freqüências de<br />

recombinação em pares, usan<strong>do</strong> esta população; o estabelecimento de grupos<br />

de ligação; a estimativa <strong>da</strong>s distâncias no mapa entre marcas e a determinação<br />

<strong>da</strong> ordem linear por marca<strong>do</strong>res, de forma a minimizar os eventos de<br />

recombinação (FERREIRA; GRATTAPAGLIA, 1998). A escolha de genitores<br />

para desenvolvimento de mapas genômicos é crítica em plantas perenes<br />

arbóreas e o tipo de marca<strong>do</strong>r a ser utiliza<strong>do</strong> deve ser considera<strong>do</strong>. Os<br />

genitores devem ser importantes no programa de melhoramento, apresentar<br />

nível satisfatório de polimorfismo para o tipo de marca<strong>do</strong>r a ser usa<strong>do</strong>, além de<br />

30


segregar para várias características qualitativas e quantitativas de importância<br />

(componentes de produção e resistência à <strong>do</strong>ença, etc.) e de quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong><br />

produto, para maximizar a obtenção de informações (FIGUEIRA; CASCARDO,<br />

2001).<br />

Em geral, os mapas genéticos <strong>do</strong> <strong>cacau</strong>eiro vêm sen<strong>do</strong> gera<strong>do</strong>s a partir<br />

de progênies F1, F2, ou pseu<strong>do</strong> test cross, deriva<strong>da</strong>s de cruzamentos entre<br />

genitores heterozigotos (FERREIRA; GRATTAPAGLIA, 1988). Para<br />

construções destes mapas utilizam-se marca<strong>do</strong>res <strong>do</strong>minantes, exploran<strong>do</strong> a<br />

configuração de pseu<strong>do</strong>-testcross e marca<strong>do</strong>res co-<strong>do</strong>minantes (LANAUD et<br />

al., 1995; RISTERUCCI et al., 2000; FLAMENT et al., 2001; CLÉMENT et al.,<br />

2003; PUGH et al., 2004; BROWN et al., 2005). São construí<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is mapas,<br />

sen<strong>do</strong> um para ca<strong>da</strong> genitor, basea<strong>do</strong> na segregação de marca<strong>do</strong>res co-<br />

<strong>do</strong>minantes, como RFLPs, microssatélites e isoenzimas, que permitem a fusão<br />

<strong>do</strong>s diversos mapas, ou ain<strong>da</strong> a comparação direta com o mapa de referência<br />

estabeleci<strong>do</strong> para o <strong>cacau</strong>eiro (PUGH et al., 2004). Os marca<strong>do</strong>res <strong>do</strong>minantes<br />

(RAPDs e AFLPs), mais abun<strong>da</strong>ntes, foram usa<strong>do</strong>s para saturar esses mapas<br />

genéticos. Para o <strong>cacau</strong>eiro, comumente um genótipo altamente heterozigótico<br />

é cruza<strong>do</strong> com um genótipo mais homozigoto, tal como o mutante albino<br />

‘Catongo’. Alternativamente, já foi utiliza<strong>da</strong> para mapeamento uma população<br />

de retrocruzamento, deriva<strong>da</strong> de uma única planta F1 retrocruza<strong>da</strong> com o<br />

genitor mais homozigoto (CROUZILLAT et al., 1996), enquanto que em outros<br />

casos específicos, populações F2 foram especialmente gera<strong>da</strong>s e usa<strong>da</strong>s para<br />

a identificação de regiões genômicas associa<strong>da</strong>s com sabor de chocolate e<br />

quali<strong>da</strong>de <strong>da</strong> semente (CROUZILLAT et al., 2001; ARAÚJO, 2002) e<br />

resistência à M. perniciosa (QUEIROZ et al., 2003; BROWN et al., 2005;<br />

FALEIRO et al., 2006).<br />

O primeiro mapa de ligação <strong>do</strong> <strong>cacau</strong>eiro foi desenvolvi<strong>do</strong> para a<br />

população F1 de 100 indivíduos <strong>do</strong> cruzamento entre os clones UPA 402 x UF<br />

676 (LANAUD et al., 1995). Foram forma<strong>do</strong>s dez grupos de ligação, cobrin<strong>do</strong><br />

759 cM e conten<strong>do</strong> 193 locos, incluin<strong>do</strong> cinco de isoenzimas, 160 de RFLPs,<br />

sen<strong>do</strong> 101 de cDNA, 55 de son<strong>da</strong>s genômicas e quatro de genes de funções<br />

conheci<strong>da</strong>s e 28 locos de RAPD. Este mapa foi posteriormente satura<strong>do</strong> com<br />

marca<strong>do</strong>res adicionais, ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> incluí<strong>do</strong>s mais 18 locos de RFLP (três<br />

son<strong>da</strong>s de cDNA, dez genômicos, <strong>do</strong>is genes de funções conheci<strong>da</strong>s, e três<br />

31


son<strong>da</strong>s teloméricas); <strong>do</strong>is locos de RAPD; 191 locos de AFLP e 20 de<br />

microssatélites, totalizan<strong>do</strong> 424 marca<strong>do</strong>res, engloban<strong>do</strong> 885,4 cM com<br />

espaçamento médio entre marca<strong>do</strong>res de 2,1 cM (RISTERUCCI et al., 2000).<br />

Pugh et al., (2004) realizaram a mais recente saturação <strong>do</strong> mapa consensual<br />

<strong>do</strong> <strong>cacau</strong>eiro acrescentan<strong>do</strong> mais 35 indivíduos à população F1 originalmente<br />

utiliza<strong>da</strong> por Lanaud et al., (1995). A versão mais atualiza<strong>da</strong> <strong>do</strong> mapa<br />

consensual <strong>do</strong> <strong>cacau</strong>eiro conta com dez grupos de ligação, cobrin<strong>do</strong> 782,8 cM<br />

e conten<strong>do</strong> 465 locos, <strong>do</strong>s quais 268 são de microssatélites, 176 de RFLPs,<br />

cinco de isoenzimas e 16 de Rgenes-RFLP. A média de distância entre ca<strong>da</strong><br />

marca<strong>do</strong>r é de 1,7 cM.<br />

Para identificação de regiões genômicas associa<strong>da</strong>s à resistência a M.<br />

perniciosa, um mapa genético foi desenvolvi<strong>do</strong> no Brasil para uma população<br />

de 82 indivíduos F2 deriva<strong>do</strong>s <strong>da</strong> autofecun<strong>da</strong>ção <strong>do</strong> genótipo ‘TSH-516’, um<br />

híbri<strong>do</strong> seleciona<strong>do</strong> <strong>do</strong> cruzamento de ‘ICS1‘ x ‘Scavina 6’ (QUEIROZ et al.,<br />

2003). O mapa genético continha 124 marca<strong>do</strong>res RAPD e 69 AFLP em 25<br />

grupos de ligação, cobrin<strong>do</strong> 1.713 cM, e permitiu a identificação de um loco<br />

principal de QTL, responsável por cerca de 35% <strong>da</strong> variância fenotípica para<br />

resistência a M. perniciosa, avalia<strong>da</strong> sob condições de campo por <strong>do</strong>is anos.<br />

Esse mapa genético foi recentemente satura<strong>do</strong> para um total de 343<br />

marca<strong>do</strong>res (232 RAPD; 77 AFLP; e 33 microssatélites), perfazen<strong>do</strong> 16 grupos<br />

de ligação com um total de 670 cM (FALEIRO et al., 2006). Novas avaliações<br />

de resistência foram conduzi<strong>da</strong>s num perío<strong>do</strong> de seis anos, permitin<strong>do</strong> a<br />

confirmação <strong>do</strong> QTL descrito por Queiroz et al, (2003). Na saturação <strong>do</strong> mapa,<br />

três locos de microssatélites (P02, P01 e L09) foram mapea<strong>do</strong>s nessa mesma<br />

região <strong>do</strong> QTL sen<strong>do</strong> que esses locos já haviam si<strong>do</strong> mapea<strong>do</strong>s no<br />

cromossomo 9 <strong>do</strong> mapa consensual (RISTERUCCI et al., 2000; KUHN et al.,<br />

2003). Um novo mapa para a população F2 de autofecun<strong>da</strong>ção de ‘TSH-516’ foi<br />

recentemente construí<strong>do</strong> por Brown et al., (2005). Neste mapa 146 indivíduos<br />

foram genotipa<strong>do</strong>s com 182 marca<strong>do</strong>res sen<strong>do</strong> 170 microssatélites, oito genes<br />

homólogos de resistência (RGH) e quatro genes candi<strong>da</strong>tos relaciona<strong>do</strong>s a<br />

estresse (WRKY). O comprimento total <strong>do</strong> mapa foi estabeleci<strong>do</strong> em 671,9 cM.<br />

Dois QTLs foram encontra<strong>do</strong>s, um no grupo de ligação 9, como já descrito por<br />

Queiroz et al. (2003) e Faleiro et al. (2006), e outro no grupo I, com<br />

porcentagem de variação fenotípica de 51% e 6%, respectivamente. O QTL <strong>do</strong><br />

32


grupo de ligação I foi localiza<strong>do</strong> próximo <strong>da</strong>s marcas mTcCIR22, mTcCIR264 e<br />

RGH11, enquanto que o QTL <strong>do</strong> grupo IX foi próximo <strong>da</strong>s mTcCIR24,<br />

mTcCIR35 e mTcCIR157. Ambos os QTLs tiveram efeito de <strong>do</strong>minância para<br />

resistência a M. perniciosa, sen<strong>do</strong> que o QTL de maior efeito <strong>do</strong> grupo IX foi<br />

originário <strong>do</strong> ‘SCA 6’ e o de menor efeito <strong>do</strong> grupo I foi her<strong>da</strong><strong>do</strong> de ‘ICS 1’.<br />

Clement et al. (2003a) encontrou um conjuntos de QTLs relaciona<strong>do</strong>s ao<br />

número de óvulos por ovário, identifica<strong>do</strong>s em diversos cromossomos (1, 2, 4,<br />

5 e 6). Três QTLs foram encontra<strong>do</strong>s no grupo de ligação 4 <strong>do</strong> mapa consenso<br />

(PUGH, et al., 2004) associa<strong>do</strong>s aos clones DR 1 (Trinitário), S 52 (Trinitário) e<br />

IMC 78 (Forasteiro) e explicou 23,5%, 15,0% e 24,2% respectivamente, <strong>da</strong><br />

variação fenotípica para essa característica. Os QTLs associa<strong>do</strong>s aos clones<br />

DR 1 e IMC 78 estão situa<strong>do</strong>s em uma mesma região cromossômica <strong>do</strong> grupo<br />

de ligação 4, enquanto que o associa<strong>do</strong> ao clone S 52 encontra-se na marca<br />

mTcCIR18.<br />

Albuquerque (2006) detectou três QTLs associa<strong>do</strong>s à resistência à<br />

vassoura-de-bruxa, um no grupo de ligação 8 de ICS 39 x CAB 0208 e <strong>do</strong>is no<br />

mapa de ICS 39 x CAB 0214, sen<strong>do</strong> um no grupo de ligação 4 e outro no grupo<br />

9. A relação genética entre os <strong>do</strong>is clones CAB genitores <strong>da</strong>s populações<br />

contrastantes e 81 genótipos de <strong>cacau</strong>eiro utiliza<strong>do</strong>s como fontes de<br />

resistência a M. perniciosa foram basea<strong>da</strong>s nas freqüências alélicas de 20<br />

locos de microssatélites. A não existência de relação de parentesco e a alta<br />

dissimilari<strong>da</strong>de genética encontra<strong>da</strong> entre o clone Sca 6 e os CAB 0208 e CAB<br />

0214 reforça a possibili<strong>da</strong>de destes acessos possuírem diferentes genes de<br />

resistência a M. perniciosa. Três QTLs associa<strong>do</strong>s à resistência <strong>do</strong> <strong>cacau</strong>eiro a<br />

P. palmivora foram encontra<strong>do</strong>s também no grupo de ligação 4, em regiões<br />

muito próximas de onde foi localiza<strong>do</strong> o QTL associa<strong>do</strong> à resistência M.<br />

perniciosa no mapa de ‘ICS 39 x CAB 0214’ (ALBUQUERQUE, 2006). Um<br />

destes QTLs foi encontra<strong>do</strong> por Crouzilat et al. (2000) e foi capaz de explicar<br />

13,2% <strong>da</strong> variação fenotípica <strong>da</strong> resistência de frutos de ‘Catongo’ (Forasteiro).<br />

Dois QTLs foram encontra<strong>do</strong>s por Clement et al. (2003b) associa<strong>do</strong>s aos<br />

clones IMC 78 e DR1. Estes QTLs foram capazes de explicar 22,6% e 10,1%<br />

respectivamente, <strong>da</strong> variação fenotípica <strong>da</strong> resistência à podridão em frutos<br />

com base em <strong>da</strong><strong>do</strong>s de campo acumula<strong>do</strong>s por mais de seis anos.<br />

33


No mapeamento de genes homólogos de resistência (RGH) realiza<strong>do</strong><br />

por Lanaud et al. (2004) utilizan<strong>do</strong> as mesmas progênies F1 <strong>do</strong> mapa de<br />

referência <strong>do</strong> <strong>cacau</strong>eiro (PUGH et al., 2004), foram localiza<strong>do</strong>s quatro genes<br />

alinha<strong>do</strong>s em seqüência no grupo de ligação 4. Estes genes estavam próximos<br />

<strong>do</strong>s locos de microssatélites mTcCIR17 e mTcCIR18 na mesma região onde<br />

foram detecta<strong>do</strong>s os QTLs associa<strong>do</strong>s à resistência a P. palmivora (CLEMENT<br />

et al., 2003b), à M. perniciosa no mapa de ‘ICS 39 x CAB 0214’<br />

(ALBUQUERQUE, 2006) associa<strong>do</strong>s ao número de óvulos por ovário<br />

(CLEMENT et al., 2003a) em <strong>cacau</strong>eiros.<br />

34


3 MATERIAL E MÉTODOS<br />

3.1 Material vegetal<br />

As amostras utiliza<strong>da</strong>s neste trabalho foram obti<strong>da</strong>s numa progênie de<br />

600 plantas de origem interclonal oriun<strong>da</strong> <strong>do</strong> cruzamento de TSH-1188 x CCN-<br />

51 foi utiliza<strong>da</strong> para obtenção <strong>da</strong>s amostras utiliza<strong>da</strong>s neste trabalho. As<br />

plantas encontram-se na Fazen<strong>da</strong> Almirante Cacau, localiza<strong>da</strong> no município de<br />

Barro Preto, BA, planta<strong>da</strong>s no ano 2000. O cruzamento, os tratos culturais e as<br />

avaliações agronômicas e fitopatológicas encontram-se descritas por Santos<br />

(2007) e Bahia (2007). O clone TSH-1188 ("Trini<strong>da</strong>d Selected Hybrids")<br />

originou-se de cruzamentos envolven<strong>do</strong> os clones IMC-67, ICS-1, Sca 6 e P-<br />

18. Produz frutos vermelhos e com rugosi<strong>da</strong>de áspera (CEPEC, 1987), é<br />

autoincompatível e apresenta resistência à vassoura-de-bruxa (LUZ et al.,<br />

1997). O CCN-51 ("Colección Castro Naranjal") é oriun<strong>do</strong> de uma planta F1 <strong>do</strong><br />

cruzamento entre ICS-95 x IMC-67, cruza<strong>da</strong> com um clone nativo <strong>do</strong> oriente<br />

equatoriano denomina<strong>do</strong> "Canelos" (BARTLEY, 1986). O CCN-51 produz frutos<br />

vermelho-arroxea<strong>do</strong>s quan<strong>do</strong> imaturos, passan<strong>do</strong> a amarelo-alaranja<strong>do</strong>s<br />

quan<strong>do</strong> maduros, com casca levemente enruga<strong>da</strong> e sementes com coloração<br />

interna púrpura clara. Ele é autocompatível, possui resistência mediana à<br />

vassoura-de-bruxa e apresenta alta produtivi<strong>da</strong>de (CAMPO; ANDÍA, 1997).<br />

Quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> com outras varie<strong>da</strong>des locais <strong>do</strong> Equa<strong>do</strong>r, tem<br />

demonstra<strong>do</strong> ser resistente à vassoura-de-bruxa. A sua suscetibili<strong>da</strong>de à<br />

podridão-par<strong>da</strong> é menor quan<strong>do</strong> compara<strong>da</strong> à outra enfermi<strong>da</strong>de comum no<br />

Equa<strong>do</strong>r, a monilíase (CAMPO; ANDÍA, 1997). No Brasil, a resistência <strong>do</strong> CCN-<br />

51 à vassoura-de-bruxa foi confirma<strong>da</strong> por Pires (2003).<br />

35


3.2 Caracterização <strong>da</strong> população quanto à compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong><br />

As autopolinizações artificiais foram realiza<strong>da</strong>s em 250 plantas <strong>da</strong><br />

progênie e nos seus genitores entre janeiro de 2007 a maio de 2009, de acor<strong>do</strong><br />

com a disponibili<strong>da</strong>de de flores nas plantas. As polinizações artificiais<br />

propriamente ditas foram feitas segun<strong>do</strong> as recomen<strong>da</strong>ções de Pinto et al.,<br />

(1998), seguin<strong>do</strong> os procedimentos descritos a seguir, modifican<strong>do</strong>-se<br />

frequência de verificações: a) Os botões florais entumeci<strong>do</strong>s, prestes a abrir no<br />

dia seguinte, foram analisa<strong>do</strong>s sempre no dia anterior <strong>da</strong> polinização artificial, e<br />

protegi<strong>do</strong>s com um pequeno tubo de vidro transparente (1,4 cm de diâmetro<br />

por 7 cm de comprimento) com uma de suas extremi<strong>da</strong>des cobertas por uma<br />

tela fina (para evitar a passagem de insetos), e a outra extremi<strong>da</strong>de aberta era<br />

fixa<strong>da</strong> na planta por finas borrachas, a fim de proteger os botões. b) Na manhã<br />

<strong>do</strong> dia seguinte, entre 6 e 12 horas, as flores protegi<strong>da</strong>s foram poliniza<strong>da</strong>s<br />

artificialmente apenas as flores que se abriam durante a noite. Depois <strong>da</strong><br />

retira<strong>da</strong> <strong>do</strong> tubo, realizava-se o corte <strong>do</strong>s estaminóides <strong>da</strong> flor receptora, com a<br />

pinça, para facilitar a polinização e a identificação <strong>da</strong> flor poliniza<strong>da</strong>; Algumas<br />

flores <strong>da</strong> mesma planta foram seleciona<strong>da</strong>s como <strong>do</strong>a<strong>do</strong>ras, desde que suas<br />

anteras estivessem soltan<strong>do</strong> pólen. Com a pinça, esfregava-se o pólen<br />

diretamente no estigma <strong>da</strong> flor receptora, a qual foi novamente protegi<strong>da</strong>,<br />

<strong>da</strong>ta<strong>da</strong> e identifica<strong>da</strong>s por fitas. As proteções foram retira<strong>da</strong>s três dias após a<br />

polinização, quan<strong>do</strong> foi realiza<strong>da</strong> a primeira verificação para toma<strong>da</strong> de <strong>da</strong><strong>do</strong>s.<br />

Outras verificações foram feitas aos 5, 8, 15 e 30 dias após as polinizações. As<br />

verificações complementares foram realiza<strong>da</strong>s no 30º apenas para confirmação<br />

<strong>do</strong> índice de pegamento.<br />

A caracterização <strong>da</strong> compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong> foi feita com base na<br />

retenção de flores, observa<strong>da</strong> no 15º dia após as polinizações e determina<strong>da</strong>s<br />

pelo índice de pegamento (IP), que é a razão entre <strong>do</strong> número de flores<br />

vinga<strong>da</strong>s (FV) e o número de flores poliniza<strong>da</strong>s (FP) numa planta (IP =<br />

(FV/FP)100). Neste trabalho, utilizou-se um IP de pelo menos 10% como<br />

referência para determinar a autocompatibili<strong>da</strong>de <strong>da</strong>s plantas que atingiram o<br />

tamanho amostral de 26 polinizações artificiais. Esse número de polinizações é<br />

36


considera<strong>do</strong> como ótimo, poden<strong>do</strong> ser reduzi<strong>do</strong> a 15 polinizações (LOPES;<br />

CARLETTO, 1995). As plantas que alcançaram um tamanho amostral mínimo a<br />

partir de 15 autopolinizações também foram avalia<strong>da</strong>s quanto à compatibili<strong>da</strong>de<br />

<strong>sexual</strong> e a determinação <strong>da</strong> autocompatibili<strong>da</strong>de foi feita basea<strong>do</strong> num IP (%)<br />

ajusta<strong>do</strong> em função <strong>do</strong> número de flores poliniza<strong>da</strong>s. Desta forma, foram<br />

considera<strong>da</strong>s autocompatíveis as progênies que apresentaram esse índice<br />

maior ou igual a 20% em plantas com o mínimo de 15 autopolinizações, IP<br />

igual a 15% em plantas que atingiram de 20 a 25 autopolinizações e IP igual a<br />

10% para as plantas com o mínimo de 26 autopolinizações.<br />

A distribuição <strong>da</strong> freqüência para o número de flores poliniza<strong>da</strong>s foi<br />

analisa<strong>da</strong> em uma amostra de 250 plantas poliniza<strong>da</strong>s. Os coeficientes de<br />

correlação de Pearson foram determina<strong>do</strong>s para as variáveis flores poliniza<strong>da</strong>s<br />

(FP) e índice de pegamento (IP) a partir <strong>da</strong>s 60 plantas que apresentaram<br />

acima de 15 flores poliniza<strong>da</strong>s. A análise de segregação <strong>da</strong> característica<br />

compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong> na amostra de 60 plantas <strong>da</strong> população foi realiza<strong>da</strong><br />

com base no teste qui-quadra<strong>do</strong> a 5% de significância. To<strong>da</strong>s as análise<br />

estatísticas foram realiza<strong>da</strong>s com o software Bioestat 5.0 (AYRES et al., 2007).<br />

3.3 Caracterização morfo-fisiológica <strong>do</strong>s frutos<br />

A cor <strong>do</strong> fruto foi determina<strong>da</strong> em observações realiza<strong>da</strong>s durante as<br />

colheitas <strong>do</strong>s anos de 2007, 2008 e 2009, em frutos em estágio de completa<br />

maturação e classifica<strong>do</strong>s em roxos (R) e amarelos (A). A segregação <strong>da</strong><br />

característica <strong>da</strong> cor <strong>do</strong> fruto na amostra de 60 plantas foi testa<strong>da</strong> com base no<br />

teste qui-quadra<strong>do</strong> a 5% de significância.<br />

A caracterização <strong>do</strong>s frutos quanto ao número médio de sementes foi<br />

realiza<strong>da</strong> de acor<strong>do</strong> com <strong>da</strong><strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s nas colheitas realiza<strong>da</strong>s nos anos de<br />

2007, 2008 e 2009, onde os frutos sadios de 60 árvores individuais foram<br />

colhi<strong>do</strong>s e suas sementes conta<strong>da</strong>s. O número médio de sementes por fruto e<br />

o número médio de sementes chochas por fruto foram determina<strong>do</strong>s,<br />

possibilitan<strong>do</strong> demonstrar a distribuição de freqüências para essas<br />

características em uma amostra de 60 indivíduos dessa população.<br />

37


As medi<strong>da</strong>s de correlação de Pearson foram calcula<strong>da</strong>s entre a<br />

característica de compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong> e as características morfo-fisiológicas<br />

<strong>do</strong>s frutos para uma amostra de 60 plantas <strong>da</strong> progênie.<br />

3.4 Obtenção de <strong>da</strong><strong>do</strong>s moleculares<br />

3.4.1 Extração de DNA <strong>do</strong>s genitores e progênies F1<br />

Amostras de DNA de oito indivíduos CCN-51 e 24 indivíduos TSH-1188,<br />

que foram utiliza<strong>do</strong>s nos cruzamentos, e de 44 plantas F1 foram extraí<strong>da</strong>s pelo<br />

méto<strong>do</strong> de CTAB modifica<strong>do</strong> (DOYLE; DOYLE, 1990; CORRÊA et al., 1999;<br />

ARAÚJO et al., 2007). Dentre as 44 plantas F1, 20 foram avalia<strong>da</strong>s em campo<br />

como autocompatíveis e 24 como autoincompatíveis. Amostras de<br />

aproxima<strong>da</strong>mente 300 mg de teci<strong>do</strong> de folha de ca<strong>da</strong> indivíduo foram<br />

macera<strong>da</strong>s em presença de nitrogênio líqui<strong>do</strong> e polivinilpirroli<strong>do</strong>na (PVP),<br />

sen<strong>do</strong> posteriormente transferi<strong>da</strong>s para tubos Epen<strong>do</strong>rff® de 2 mL,<br />

adicionan<strong>do</strong>-se aos mesmos 800 µL de tampão [tris-HCl 100 mmol.L -1 , pH 8,0;<br />

EDTA 20 mmol.L -1 , pH 8,0; NaCl 1,4 mol.L -1 ; 0,2% (v/v) β- mercaptoetanol, 2%<br />

CTAB, e 0,1 mg de proteinase K]. Após 60 min em banho-maria a 65 o C, os<br />

tubos foram centrifuga<strong>do</strong>s a 14.000 g por 7 min e os sobrena<strong>da</strong>ntes<br />

transferi<strong>do</strong>s para novos tubos. Aos sobrena<strong>da</strong>ntes adicionaram-se 800 µL de<br />

24:1 clorofórmio: álcool isoamílico, agitan<strong>do</strong> por cinco min, seguin<strong>do</strong> de<br />

centrifugação a 14.000 g por 7 min. Esta etapa foi repeti<strong>da</strong> por duas vezes. Os<br />

sobrena<strong>da</strong>ntes transferi<strong>do</strong>s para novos tubos receberam isopropanol gela<strong>do</strong>,<br />

na proporção de 1:1 (isopropanol: sobrena<strong>da</strong>nte), e centrifuga<strong>do</strong>s a 14.000 g<br />

por cinco min. Descartaram-se os sobrena<strong>da</strong>ntes e os precipita<strong>do</strong>s foram<br />

lava<strong>do</strong>s com 1 mL de solução 70% de etanol por 2 vezes. Após as lavagens, os<br />

precipita<strong>do</strong>s foram secos ao ar por 12 h e ressuspensos em solução de TE (10<br />

mmol.L -1 , Tris-HCl, EDTA 1 mmol.L -1 , pH 8,0) conten<strong>do</strong> RNAse na<br />

concentração final de 40 µg e incuba<strong>do</strong>s em banho-maria a 37º C por 60 min.<br />

Para verificar a integri<strong>da</strong>de <strong>do</strong> DNA extraí<strong>do</strong>, uma alíquota de 3 µL de ca<strong>da</strong><br />

amostra, adiciona<strong>da</strong> de 3 µL <strong>do</strong> corante tipo IV (Bromofenol Blue a 0,25%,<br />

sacarose 40%) aplica<strong>da</strong> em gel de agarose a 0,8%, utilizan<strong>do</strong> como tampão de<br />

corri<strong>da</strong> o TBE 1X (EDTA 2 mol.L -1 ; Tris-borato 9 mol.L -1 ).<br />

38


A corri<strong>da</strong> eletroforética foi realiza<strong>da</strong> com 80 V, durante 1 hora. Os géis<br />

foram cora<strong>do</strong>s com brometo de etídio a 10 mg.mL -1 , foto<strong>do</strong>cumenta<strong>do</strong>s sob luz<br />

ultra violeta (UV). A concentração <strong>do</strong> DNA de ca<strong>da</strong> amostra <strong>do</strong>s genitores foi<br />

estima<strong>da</strong> pelo espectrofotômetro a 260 nm Cary Winv 50, utilizan<strong>do</strong>-se o<br />

software RNA&DNA (SAMBROOK et al., 1989) e, em segui<strong>da</strong> diluí<strong>da</strong> para 10<br />

ng.µL -1 . A quali<strong>da</strong>de <strong>do</strong> DNA foi avalia<strong>da</strong> tanto por gel de agarose 1% como por<br />

espectrofotometria, consideran<strong>do</strong> a razão A260/A280.<br />

3.4.2 Certificação genética <strong>do</strong>s clones TSH-1188 e CCN-51<br />

3.4.2.1 Reações RAPD<br />

Amostras de DNA <strong>do</strong>s genitores foram amplifica<strong>da</strong>s pela técnica de<br />

RAPD – Ran<strong>do</strong>m Amplified Polymorphic DNA (WILLIAMS et al., 1990). Nas<br />

amplificações foram emprega<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is primers decâmeros, identifica<strong>do</strong>s como:<br />

AX15 e D20. As reações de amplificação foram feitas em um volume total de<br />

25 µL, conten<strong>do</strong> 3,0 µL de DNA a 10 ng.µL -1 de DNA genômico, 2,0 µL de<br />

dNTP’s a 2,5 µmol.L -1 , 3,0 µL de MgCl2 a 50 mmol.L -1 , 0,2 µL de Taq DNA<br />

polimerase a 5 U.µL -1 , 3,0 µL de primer a 10 µmol.L -1 , 2,5 µL tampão 10X e<br />

11,3 µL de H2O mili-Q autoclava<strong>da</strong>. As amplificações foram realiza<strong>da</strong>s em um<br />

termocicla<strong>do</strong>r, programa<strong>do</strong> para 40 ciclos, ca<strong>da</strong> um com a seguinte seqüência:<br />

2 min a 92 °C; 40 ciclos (1 min a 94 °C; 1 min a 35 °C; 1 min a 72 °C); uma<br />

extensão final de 5 min a 72 °C e finalmente, a temperatura foi reduzi<strong>da</strong> para<br />

15°C. Após a amplificação foram adiciona<strong>da</strong>s, a ca<strong>da</strong> amostra, 3 µl de uma<br />

mistura de azul de bromofenol (0,25%), glicerol (60%) em água. Essas<br />

amostras foram aplica<strong>da</strong>s em gel de agarose 1,2% submerso em tampão TBE<br />

1X (Tris-Base, Áci<strong>do</strong> Bórico, EDTA). A separação eletroforética foi de<br />

aproxima<strong>da</strong>mente duas horas, a 100 volts, em gel de agarose a 3%, cora<strong>do</strong><br />

com brometo de etídio e fotografa<strong>do</strong> sob luz ultravioleta.<br />

39


3.4.2.2 Reações microssatélites<br />

As amostras de DNA de ca<strong>da</strong> planta foram amplifica<strong>da</strong>s pela técnica de<br />

PCR (Polymerase Chain Reaction), utilizan<strong>do</strong> 15 primers microssatélites ou<br />

simple sequence repeats – SSR. As sequências <strong>do</strong>s primers microssatélites<br />

utiliza<strong>do</strong>s foram isola<strong>do</strong>s e caracteriza<strong>do</strong>s previamente por: (i) Araújo et al.<br />

(2007) – UENF/CEPLAC 16; UENF/CEPLAC 66; UENF/CEPLAC 69;<br />

UENF/CEPLAC102; UENF/CEPLAC110; UENF/CEPLAC118;<br />

UENF/CEPLAC121; UENF/CEPLAC129; (ii) Lanaud et al., (1999), Pugh (2004)<br />

– mTcCIR10; mTcCIR18; mTcCIR21; mTcCIR24; mTcCIR30; mTcCIR129;<br />

mTcCIR131. As temperaturas de anelamento emprega<strong>da</strong>s foram aquelas<br />

recomen<strong>da</strong><strong>da</strong>s na caracterização <strong>do</strong>s primers microssatélites (LANAUD et al.,<br />

1999; PUGH et al., 2004; ARAUJO et al., 2007)<br />

As reações de amplificação foram feitas em um volume total de 20 µL<br />

conten<strong>do</strong> 10 ng de DNA genômico por passo, ca<strong>da</strong> um <strong>do</strong>s desoxinucleotídeos<br />

(dATP, dTTP, dGTP e dCTP) a 2,5 mmol.L -1 , MgCl2 50 mmol.L -1 , tampão para<br />

PCR 1X (Tris-HCl a 10 mmol.L -1 , KCl a 50 mmol.L -1 , MgCl2 a 1,5 mmol.L -1 , pH<br />

8,3), 2,5 µL de DNA, ca<strong>da</strong> par de primer (forward e reverse) a 0,2 µmol.L -1 e 1<br />

uni<strong>da</strong>de <strong>da</strong> enzima Taq DNA polimerase (Fermentas). As amplificações foram<br />

realiza<strong>da</strong>s em termocicla<strong>do</strong>r (Gene AMP PCR System 9700 – PERKIN ELMER)<br />

programa<strong>do</strong> de acor<strong>do</strong> com o seguinte programa: 2 min a 96 ºC + 30 ciclos (1<br />

min a 94 ºC + temperatura de anelamento específica de ca<strong>da</strong> par de primers<br />

por 1 min + 72 ºC por 1 min), finalizan<strong>do</strong> com um passo a 72 ºC por 7 min.<br />

Após as amplificações, a separação <strong>do</strong>s fragmentos foi realiza<strong>da</strong> por<br />

eletroforese em gel de agarose a 3,0%. Foram adiciona<strong>da</strong>s, a ca<strong>da</strong> amostra, 3<br />

µL de uma mistura de azul de bromofenol (0,25 %) e glicerol (60 %) em água.<br />

O gel foi submerso em tampão TBE 1X (Tris-Base, Áci<strong>do</strong> Bórico, EDTA) e a<br />

separação eletroforética foi de, aproxima<strong>da</strong>mente, duas horas a 100 volts em<br />

gel de agarose a 3%, cora<strong>do</strong> com brometo de etídio e fotografa<strong>do</strong> sob luz<br />

ultravioleta. Para determinar o comprimento <strong>do</strong>s fragmentos utilizou-se o<br />

padrão de peso molecular conheci<strong>do</strong>, DNA <strong>do</strong> fago lamb<strong>da</strong> digeri<strong>do</strong> com<br />

enzima de restrição em fragmentos múltiplos de 100 pb. Após a obtenção <strong>do</strong>s<br />

géis de agarose, foi observa<strong>da</strong> a presença ou ausência de polimorfismo entre<br />

os clones de ca<strong>da</strong> genitor.<br />

40


3.4.3 Genotipagem <strong>da</strong> população segregante<br />

Os 39 primers microssatélites utiliza<strong>do</strong>s para amplificar o DNA <strong>da</strong>s 44<br />

plantas <strong>da</strong> progênie e de <strong>do</strong>is genitores foram desenvolvi<strong>do</strong>s previamente<br />

(LANAUD et al., 1999; PUGH et al, 2004), porém, por motivo de sigilo<br />

provisório, serão apresenta<strong>do</strong>s de forma codifica<strong>da</strong> neste trabalho (L para os<br />

caracteriza<strong>do</strong>s por Lanaud et al., (1999) e P para os caracteriza<strong>do</strong>s em Pugh et<br />

al., (2004).<br />

A comprovação <strong>da</strong>s amplificações foi realiza<strong>da</strong> por eletroforese em gel<br />

de agarose e a separação <strong>do</strong>s fragmentos amplifica<strong>do</strong>s foi em géis de<br />

poliacrilami<strong>da</strong>, utilizan<strong>do</strong> o seqüencia<strong>do</strong>r automático ABI 3730. Após a<br />

obtenção <strong>do</strong>s géis os <strong>da</strong><strong>do</strong>s foram avalia<strong>do</strong>s utilizan<strong>do</strong>-se o programa<br />

GENEMAPPER ® . Realizou-se a análise de <strong>da</strong><strong>do</strong>s, extrain<strong>do</strong> os<br />

eletroferogramas <strong>do</strong>s géis e determinan<strong>do</strong> o tamanho <strong>do</strong>s fragmentos, em<br />

pares de bases, utilizan<strong>do</strong>-se padrão de peso molecular (ROX400). As<br />

informações armazena<strong>da</strong>s nesse projeto foram analisa<strong>da</strong>s com base na<br />

presença/ausência de fragmentos, geran<strong>do</strong>-se, assim, uma matriz de <strong>da</strong><strong>do</strong>s<br />

binários.<br />

3.4.4 Avaliação <strong>do</strong> polimorfismo <strong>da</strong> população segregante e de ligação<br />

entre marca<strong>do</strong>res e características<br />

As marcas polimórficas indica<strong>da</strong>s a serem utiliza<strong>da</strong>s na construção <strong>do</strong><br />

mapa de ligação foram identifica<strong>da</strong>s quanto à presença em um parental e<br />

ausência no outro. Alguns marca<strong>do</strong>res detectavam duas marcas exclusivas<br />

para um único genitor, indican<strong>do</strong> que um ou ambos os genitores eram<br />

heterozigotos para os referi<strong>do</strong>s locos. Contu<strong>do</strong>, foi realiza<strong>do</strong> o artifício de<br />

duplicar o marca<strong>do</strong>r e inverter a denominação, a fim de identificar a origem <strong>da</strong>s<br />

ban<strong>da</strong>s, como proposto por Al-Janabi et al. (1993). Dessa forma, os fragmentos<br />

41


presentes nos genitores TSH-1188 e CCN-51 tiveram suas origens<br />

determina<strong>da</strong>s e também puderam ser utiliza<strong>do</strong>s nas análises subseqüentes.<br />

Dentre as 60 plantas que atingiram o mínimo de 15 autopolinizações,<br />

somente as 44 foram genotipa<strong>da</strong>s com os primers microssatélites. Ca<strong>da</strong> alelo<br />

SSR exclusivo de TSH-1188 foi analisa<strong>do</strong> quanto à segregação na proporção<br />

1:1 pelo teste qui-quadra<strong>do</strong>; procedimento idêntico foi realiza<strong>do</strong> com os alelos<br />

exclusivos de CCN-51. A codificação <strong>do</strong>s <strong>da</strong><strong>do</strong>s foi realiza<strong>da</strong> de acor<strong>do</strong> com<br />

Lander et al. (1987). Portanto, a matriz com os comprimentos de alelos foi<br />

transforma<strong>da</strong> em uma matriz de A e H e os genótipos nos locos conten<strong>do</strong><br />

alelos exclusivos para pelo menos um <strong>do</strong>s genitores foram padroniza<strong>do</strong>s.<br />

As características cor <strong>do</strong> fruto e compatibili<strong>da</strong>de foram incluí<strong>da</strong>s nessa<br />

análise, codifican<strong>do</strong>-as <strong>da</strong> seguinte forma: (i) para testar a hipótese de ligação<br />

entre características e alelos exclusivos de TSH-1188, progênies com fruto<br />

roxo foram codifica<strong>da</strong>s como H e fruto amarelo como A, enquanto que<br />

progênies autoincompatíveis como H e autocompatíveis como A; (ii) para testar<br />

a hipótese de ligação entre características e alelos exclusivos de CCN-51,<br />

progênies com fruto amarelo foram codifica<strong>da</strong>s como H e fruto roxo como A,<br />

enquanto que progênies autocompatíveis como H e autoincompatíveis como A.<br />

A análise pelo teste de multipontos, empregan<strong>do</strong>-se LOD > 3,5 e r ≤ 0,5<br />

foi feita com auxílio <strong>do</strong>s coman<strong>do</strong>s “group”, "Compare" e "Map" <strong>do</strong> programa<br />

MAPMAKER/EXP 3.0.b. (LANDER et al., 1987; LINCOLN et al., 1992). Além <strong>do</strong><br />

coman<strong>do</strong> básico de mapeamento pelo teste multipontos, testes de ligação<br />

adicionais foram utiliza<strong>do</strong>s para quantificar os valores de LOD e distancia<br />

genética relativos a hipóteses de ligação <strong>da</strong>s características com o conjunto de<br />

marca<strong>do</strong>res, utilizan<strong>do</strong>-se o coman<strong>do</strong> "Try" <strong>do</strong> Mapmaker.<br />

42


4 RESULTADOS E DISCUSSÃO<br />

4.1 Determinação <strong>da</strong> compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong><br />

Dentre as 250 plantas <strong>da</strong> progênie que foram poliniza<strong>da</strong>s artificialmente,<br />

somente 60 (24%) atingiram o número mínimo de 15 autopolinizações durante<br />

os <strong>do</strong>is anos de avaliação (Figura 1). Segun<strong>do</strong> Lopes & Carletto (1995), para<br />

ca<strong>da</strong> <strong>cacau</strong>eiro, deve-se utilizar entre 15 e 40 flores para autopolinização e<br />

polinizações cruza<strong>da</strong>s, sen<strong>do</strong> 26 o número médio ótimo. A baixa<br />

disponibili<strong>da</strong>de de flores apresenta<strong>da</strong> pelas plantas durante o experimento<br />

pode ter si<strong>do</strong> uma resposta fisiológica <strong>da</strong> planta as condições climáticas<br />

atípicas apresenta<strong>da</strong>s no ano de 2007. Esse perío<strong>do</strong> foi caracteriza<strong>do</strong> por um<br />

excesso de chuva apresenta<strong>da</strong> nos primeiros meses de 2007, segui<strong>do</strong> por<br />

longas estiagens e eleva<strong>da</strong>s temperaturas, o que comprometeu a floração<br />

subsequente.<br />

Apesar de a roça ser nova e a recomen<strong>da</strong>ção de po<strong>da</strong> ser restrita a um<br />

mínimo necessário para a boa formação <strong>da</strong> árvore e um perfeito arejamento <strong>da</strong><br />

cultura, o presente cultivo encontra com um alto índice de alto sombreamento,<br />

causa<strong>do</strong> pela ausência de po<strong>da</strong>s e fechamento <strong>do</strong>s ramos. Portanto, esse<br />

aspecto pode ter influencia<strong>do</strong> o baixo índice de floração apresenta<strong>do</strong> durante o<br />

perío<strong>do</strong> de avaliação, uma vez que essas condições podem favorece a<br />

estabili<strong>da</strong>de <strong>da</strong> temperatura e <strong>da</strong> umi<strong>da</strong>de no ambiente, fatores que tem<br />

influência negativa na floração e produção de frutos no <strong>cacau</strong>. Além disso,<br />

observa-se que em plantações tecnicamente po<strong>da</strong><strong>da</strong>s, a produção de flores e<br />

de frutos aumenta significativamente, em relação às não po<strong>da</strong><strong>da</strong>s (DIAS,<br />

43


2001). Desta forma, espera-se nos próximos anos de avaliação, alcançar um<br />

maior número de polinizações por planta.<br />

Figura 1. Histograma de número de plantas autopolinizações artificiais 250<br />

plantas F1 <strong>do</strong> cruzamento TSH-1188 x CCN-51.<br />

Não houve alteração na proporção espera<strong>da</strong> de segregação <strong>da</strong><br />

característica na população quan<strong>do</strong> respeita<strong>do</strong> o número mínimo de 15<br />

autopolinizações por planta utilizan<strong>do</strong> um índice de pegamento ajusta<strong>do</strong> ao<br />

número de autopolinizações (Tabela 1). A correlação entre índice de<br />

pegamento e número de flores poliniza<strong>da</strong>s foi não significativa (r = -0,069),<br />

possibilitan<strong>do</strong> a utilização <strong>da</strong>s plantas com até 15 autopolinizações nas<br />

análises, sem superestimar a determinação <strong>da</strong> característica (LOPES:<br />

CARLETTO, 1995). Observa-se que ao utilizar um número inferior a 15<br />

autopolinizações controla<strong>da</strong>s, a segregação <strong>da</strong> característica sofreu uma<br />

grande distorção, resultan<strong>do</strong> em um qui-quadra<strong>do</strong> significativo em relação à<br />

segregação 1:1. Embora seja recomen<strong>da</strong><strong>do</strong> de 15 até 40 polinizações (LOPES:<br />

CARLETTO, 1995; PIRES, 1998), o presente resulta<strong>do</strong> evidencia que, nessas<br />

condições, se for a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> índice de pegamento ajusta<strong>do</strong> ao número de<br />

44


polinizações, esse número de polinizações artificiais pode ser reduzi<strong>do</strong> até o<br />

mínimo utiliza<strong>do</strong> neste trabalho.<br />

Tabela 1. Relação entre o número de autopolinizações e o índice de<br />

pegamento na determinação <strong>da</strong> compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong> <strong>do</strong> <strong>cacau</strong>eiro e<br />

verificação <strong>da</strong> segregação <strong>da</strong> característica pelo teste qui-quadra<strong>do</strong><br />

Autopolinizações<br />

Índice de<br />

Pegamento<br />

(%)<br />

Nº de<br />

Plantas<br />

45<br />

(E)<br />

AC: AI<br />

(O)<br />

AC: AI<br />

Quiquadra<strong>do</strong><br />

≥ 26 10 43 1:1 22:20 0,095 0,758 ns<br />

20 a 25 15 3 1:1 1:2 0,333 0,564 ns<br />

15 a 19 20 14 1:1 7:7 0,000 1,000 ns<br />

10-14 25 16 1:1 2:14 9,000 0,003*<br />

ns Não significativo e as frequências observa<strong>da</strong>s (O) de plantas autocompatíveis (AC) para<br />

plantas autoincompatíveis (AI) não diferem estatisticamente <strong>da</strong> razão espera<strong>da</strong> (E) de<br />

segregação 1:1 pelo teste qui-quadra<strong>do</strong> a 5% de probabili<strong>da</strong>de.<br />

* Significativo e as frequências observa<strong>da</strong>s (O) de plantas AC para plantas AI diferem<br />

estatisticamente <strong>da</strong> razão espera<strong>da</strong> (E) de segregação 1:1 pelo teste qui-quadra<strong>do</strong> a 5% de<br />

probabili<strong>da</strong>de.<br />

A segregação genética <strong>da</strong> característica compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong> na<br />

população estu<strong>da</strong><strong>da</strong> no presente trabalho foi consistente com padrão de<br />

retrocruzamento (Figura 2). Dentre as 60 plantas para as quais foi alcança<strong>do</strong><br />

um mínimo de 15 autopolinizações, 29 apresentaram foram classifica<strong>da</strong>s como<br />

autocompatíveis e 31 como autoincompatíveis, uma segregação tipicamente<br />

1:1 (comprova<strong>do</strong> pelo teste de qui-quadra<strong>do</strong> a 5% de significância: X 2 = 0,067;<br />

p= 0,796). Os genitores são contrastantes para essa característica: CCN-51 é<br />

autocompatível e TSH-1188 é autoincompatível (BARTLEY, 2005). Portanto, a<br />

natureza heterozigota deste loco no clone CCN-51 é demonstra<strong>da</strong> no presente<br />

trabalho. Desta forma, denominan<strong>do</strong>-se o alelo de incompatibili<strong>da</strong>de de i,<br />

recessivo, têm-se: CCN-51, Ii; e TSH-1188, ii. Isso implica que as plantas<br />

seleciona<strong>da</strong>s nesta população como autocompatíveis serão heterozigotas.<br />

p


Figura 2. Número de plantas observa<strong>do</strong> e espera<strong>do</strong> para a característica <strong>da</strong><br />

autocompatibili<strong>da</strong>de (AC) e autoincompatibili<strong>da</strong>de (AI), em 60 plantas F1 <strong>do</strong><br />

cruzamento TSH-1188 x CCN-51.<br />

4.2. Caracterização morfo-fisiológica <strong>do</strong>s frutos<br />

4.2.1 Cor <strong>do</strong> fruto<br />

A segregação genética <strong>da</strong> característica cor <strong>do</strong> fruto maduro nesta<br />

população foi compatível com a segregação 3:1 para frutos roxos (43 plantas) e<br />

verdes (17 plantas) (X 2 = 0,356; p = 0,551, teste qui-quadra<strong>do</strong> a 5% de<br />

significância para 60 plantas). A cor <strong>do</strong> fruto em <strong>cacau</strong>eiro na fase imatura é<br />

verde ou roxa nesta população. Ao amadurecerem, os frutos de cor verde<br />

tornam-se amarelos. Contu<strong>do</strong>, os frutos de cor roxa podem tornar alaranja<strong>do</strong>s<br />

ou permanecer roxos. Essa característica é descrita como monogênica, sobre o<br />

controle <strong>do</strong> gene R, com <strong>do</strong>is alelos (R e r); e em frutos imaturos a<br />

pigmentação vermelha (RR e Rr) é <strong>do</strong>minante sobre a verde (rr) (SORIA,<br />

1964). Ambos o genitores dessa população em estu<strong>do</strong> apresentam frutos roxos<br />

quan<strong>do</strong> imaturos, com os frutos CCN-51 toman<strong>do</strong> uma coloração alaranja<strong>da</strong><br />

quan<strong>do</strong> maduros, porém, a segregação de 3:1 observa<strong>da</strong> na progênie para<br />

frutos imaturo de coloração roxa (genótipos RR ou Rr) e verde (genótipo rr),<br />

comprova que ambos genitores são heterozigotos (Rr) para essa característica.<br />

46


A análise <strong>da</strong> segregação conjunta <strong>da</strong>s características cor <strong>do</strong> fruto e<br />

compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong> (Figura 3), apresentou uma proporção de 3:3:1:1, para<br />

as classes fenotípicas: 1) plantas autoincompatívels com frutos roxo (21<br />

plantas); 2) plantas autocompatíveis com fruto roxo (22 plantas); 3) plantas<br />

autocompatíveis com fruto verde (7 plantas); e 4) plantas autoincompatíveis e<br />

fruto verde (10 plantas).<br />

Estes resulta<strong>do</strong>s esta compatível com o produto <strong>da</strong>s probabili<strong>da</strong>des de<br />

independência <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is locos, nos quais se observou a segregação 3:1 para<br />

cor <strong>do</strong> fruto imaturo e 1:1 para compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong>. Essa proporção <strong>do</strong>s<br />

fenótipos sugere que essa características segregam independentemente uma<br />

<strong>da</strong> outra, poden<strong>do</strong> também ser também confirma<strong>do</strong> pela baixa correlação (r =<br />

0,090; p = 0,494), encontra<strong>da</strong> em 60 plantas entre essas características.<br />

Figura 3. Frequências espera<strong>da</strong>s (colunas sóli<strong>da</strong>s) e observa<strong>da</strong>s (colunas<br />

rachura<strong>da</strong>s) <strong>da</strong>s classes fenotípicas (1) plantas autoincompatívels com frutos<br />

roxo; (2) plantas autocompatíveis com fruto roxo; (3) plantas autocompatíveis<br />

com fruto verde; e (4) plantas autoincompatíveis e fruto verde) distribuí<strong>da</strong>s em<br />

60 plantas <strong>da</strong> progênie em estu<strong>do</strong>. Qui-quadra<strong>do</strong> não significativo (X 2 = 0,977 e<br />

p = 0,8066 a 5% de probabili<strong>da</strong>de e 3 graus de liber<strong>da</strong>de).<br />

47


4.2.2 Número de sementes por fruto<br />

O histograma de freqüências observa<strong>da</strong>s para o número de sementes<br />

por fruto e o número de sementes chochas por fruto configurou-se<br />

aproxima<strong>da</strong>mente em uma distribuição normal (Figura 4A e 4B), sugerin<strong>do</strong> a<br />

existência de vários genes controlan<strong>do</strong> essas características. Na distribuição<br />

de freqüência <strong>do</strong> número médio de sementes por fruto observou-se que as<br />

maiores produções e as menores quanti<strong>da</strong>des de sementes inviáveis (chochas)<br />

concentraram-se em um maior número de plantas, evidencian<strong>do</strong> que a<br />

característica de produtivi<strong>da</strong>de de ambos os genitores foi transferi<strong>da</strong> para<br />

indivíduos <strong>da</strong> progênie. O número médio de sementes por fruto na progênie<br />

variou entre 20 e 52, com uma média de 39,7 sementes por fruto nessa<br />

progênie.<br />

A<br />

Figura 4. Histograma de freqüência de 60 plantas F1 <strong>do</strong> cruzamento TSH-1188<br />

x CCN-51, relativa ao número de sementes por fruto (A) e número médio de<br />

sementes chochas por fruto (B).<br />

Dos 60 indivíduos <strong>da</strong> progênie avalia<strong>do</strong>s para número de sementes por<br />

fruto, foram identifica<strong>do</strong>s 25% de plantas (15 plantas, cuja média foi de 48,20<br />

sementes por fruto) com número de sementes superior ao genitor de maior<br />

média (45,6 sementes por fruto). O número de sementes chochas variou de<br />

zero a três sementes por fruto, e esteve presente em 73,3% <strong>da</strong>s plantas, <strong>da</strong>s<br />

B<br />

48


quais 51,2% (21 plantas) apresentaram média inferior ao genitor de menor<br />

média de sementes chochas (0,7).<br />

Essa tendência de segregação transgressiva, ou seja, o aparecimento,<br />

em gerações segregantes, de indivíduos que estão fora <strong>do</strong> intervalo <strong>do</strong>s<br />

genitores no que se refere à <strong>da</strong><strong>da</strong> característica, também foi observa<strong>do</strong> nesta<br />

população quanto ao número de óvulos por ovário (BAHIA, 2006).<br />

As médias <strong>da</strong>s variâncias estima<strong>da</strong>s para o caráter número de sementes<br />

por fruto mostraram que essa característica tem alta her<strong>da</strong>bili<strong>da</strong>de nesta<br />

progênie (Tabela 2). No entanto, a presença de sementes inviáveis mostrou-se<br />

fortemente influencia<strong>da</strong> pelo ambiente (her<strong>da</strong>bili<strong>da</strong>de baixa) e corresponde a<br />

uma baixa percentagem <strong>do</strong> número total de sementes por fruto. Estu<strong>do</strong>s<br />

posteriores poderão ser realiza<strong>do</strong>s no senti<strong>do</strong> de verificar a performance<br />

desses clones quanto ao peso médio por semente e produção.<br />

Tabela 2. Médias e variâncias estima<strong>da</strong>s para as frequências de número de<br />

sementes por fruto (A) e número de sementes inviáveis por fruto (B) nos<br />

genitores e na progênie<br />

A<br />

População Média a Extremos Var. Fen. Var. Amb. b Var. Gen. c Ha<br />

CCN-51 39,00 38 e 40 1,00 1,00 - -<br />

TSH-1188 45,60 44 e 50 6,30 6,30 - -<br />

Progênie 39,81 20 e 52 62,08 3,65 58,33 0,94<br />

B<br />

População Média a Extremos Var. Fen. Var. Amb. b Var. Gen. c H a<br />

CCN-51 1,00 0,0 e 2,0 0,50 0,50 - -<br />

TSH-1188 0,60 0,0 e 2,0 0,80 0,80 - -<br />

Progênie 0,59 0,0 e 3,0 0,44 0,65 -0,21 -0,48<br />

a As médias <strong>do</strong>s genitores e <strong>da</strong> progênie foram diferentes entre si pelo teste t a 5% de<br />

probabili<strong>da</strong>de. b Var. Amb. <strong>da</strong> progênie = (CCN-51 + TSH-1188)/2. c Var. Gen. = Var. Fen. –<br />

Var. Amb. H a = Var. Gen. / Var. Fen.<br />

A taxa de conversão de óvulos em sementes foi superior a 70% nesta<br />

progênie (Tabela 3). Curiosamente, CCN-51 apresentou uma conversão de<br />

apenas 67% bem como um maior número de sementes chochas. Mesmo ten<strong>do</strong><br />

o maior número de óvulos por ovário, apresentou menor número de sementes<br />

por fruto. A maior produtivi<strong>da</strong>de conferi<strong>da</strong> ao clone CCN-51 em relação ao<br />

clone TSH-1188, pode ser atribuí<strong>da</strong> ao fato <strong>do</strong> CCN-51 ser autocompatível e<br />

produzir um maior número de frutos por planta que o TSH-1188 que é<br />

49


autoincompatível (BARTLEY, 2005). Pois mesmo ten<strong>do</strong> um menor número de<br />

sementes por fruto em relação ao TSH-1188, o CCN-51 possui sementes<br />

grandes e mais pesa<strong>da</strong>s, compensan<strong>do</strong> o menor número de sementes por fruto<br />

e a menor taxa de conversão de óvulos em sementes mostra<strong>do</strong>s nesse<br />

trabalho. É relata<strong>da</strong> na literatura uma correlação negativa entre quanti<strong>da</strong>de e<br />

tamanho de semente por fruto (ENGELS, 1983).<br />

Tabela 3. Relação entre o número médio de óvulos e número médio de<br />

sementes <strong>do</strong>s genitores e progênie<br />

Genótipos Número médio de Número médio de Taxa de conversão de<br />

óvulos (BAHIA, 2006) sementes<br />

óvulos em sementes<br />

CCN-51 58,6 39,0 0,67<br />

TSH-1188 53,5 45,6 0,85<br />

Progênie 54,5 39,8 0,73<br />

Normalmente, a polinização com maior quanti<strong>da</strong>de de pólen resulta em<br />

frutos com maior número de sementes e menor possibili<strong>da</strong>de de aborto<br />

(STEPHENSON et al., 1988). Esse processo de abortamento pode ser<br />

considera<strong>do</strong> um mecanismo pelo qual as plantas podem influenciar a quali<strong>da</strong>de<br />

de suas sementes (LEE, 1984).<br />

Falque et al. (1995), estu<strong>da</strong>n<strong>do</strong> as relações entre a intensi<strong>da</strong>de de<br />

polinização e número de sementes por fruto em clones Forasteiros Alto<br />

Amazônicos, na Costa <strong>do</strong> Marfim, verificou uma estreita correlação entre essas<br />

características. Porém, sabe-se que o número de sementes por fruto depende<br />

<strong>do</strong> número de óvulos (NEPI; PACINI, 1993) e de sua fertilização (BARTLEY,<br />

2005). Uma leve correlação negativa foi observa<strong>da</strong> entre número médio de<br />

sementes por fruto e número médio de sementes chochas por fruto, o que<br />

mostra que além <strong>da</strong> fertilização <strong>do</strong>s óvulos e <strong>da</strong> intensi<strong>da</strong>de de polinização,<br />

outros aspectos fisiológicos devem influenciar o preenchimento <strong>da</strong>s sementes.<br />

As correlações destas características com compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong> foram<br />

de mo<strong>do</strong> geral próximas de zero (Tabela 4). Contu<strong>do</strong>, visto serem aspectos<br />

relevantes para o caráter produtivi<strong>da</strong>de, é necessário verificar aspectos <strong>da</strong><br />

biologia reprodutiva, visan<strong>do</strong> eluci<strong>da</strong>r mecanismos <strong>da</strong> fertilização e formação<br />

<strong>da</strong>s sementes, pois se sabe que estas características dependem de condições<br />

50


ambientais favoráveis para o seu sucesso (MARTÍN, 1982). Segun<strong>do</strong> Leal<br />

(2005), a baixa produtivi<strong>da</strong>de em algumas plantações comerciais se deve em<br />

parte a uma polinização pouco efetiva, tratos culturais inadequa<strong>do</strong>s e<br />

condições ambientais desfavoráveis e outros aspectos fisiológicos.<br />

Tabela 4. Coeficientes de correlação de Pearson entre as características<br />

avalia<strong>da</strong>s em 60 plantas F1 de TSH-1188 x CCN-51<br />

Características CS SP ScP CF<br />

Compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong> (CS) 1 -0,051 0.107 -0,090<br />

Número médio de sementes por fruto (SP) 1 -0,169 0,110<br />

Número médio de sementes chochas por fruto (ScP) 1 0,017<br />

Cor <strong>do</strong> fruto maduro (CF) 1<br />

4.3 Certificação genética <strong>do</strong>s clones TSH-1188 e CCN-51<br />

As amostras de DNA apresentaram concentrações varian<strong>do</strong> de 35,0 a<br />

629,8 ng/µl que foram suficientes para a realização de to<strong>da</strong>s as reações<br />

necessárias para a análise (Tabela 5). A razão A260/A280 variou entre 2,1 e 10,3,<br />

indican<strong>do</strong> que as amostras encontram-se com algumas contaminações,<br />

supostamente proteínas. No entanto, essas contaminações não interferiram no<br />

an<strong>da</strong>mento <strong>da</strong>s reações PCR.<br />

Tabela 5. Identificação <strong>do</strong>s indivíduos, relação <strong>da</strong>s absorbâncias <strong>da</strong>s amostras<br />

de DNA a 260 nm e 280 nm e quantificação <strong>da</strong>s concentrações de DNA com<br />

base em três repetições<br />

Nº<br />

Indivíduo A(260) A(280) A(260)/A(280) Conc. (ng/µl)<br />

01 CCN-51 P02 0,691 0,135 8,038 317,7<br />

02 CCN-51 P03 0,663 0,173 7,086 281,3<br />

03 CCN-51 P04 0,414 0,126 8,200 164,3<br />

04 CCN-51 P05 0,705 0,440 7,463 151,8<br />

05 CCN-51 P06 0,599 0,367 10,280 127,8<br />

06 CCN-51 P07 0,846 0,218 7,097 365,3<br />

07 CCN-51 P08 0,951 0,425 3,300 358,3<br />

08 CCN-51 P10 0,768 0,145 8,691 352,5<br />

09 TSH-1188 P01/L05 0,478 0,279 3,211 144,3<br />

10 TSH-1188 P01/L07 1,043 0,496 4,091 360,7<br />

11 TSH-1188 P01/L08 0,102 0,052 3,381 35,0<br />

51


12 TSH-1188 P01/L09 0,261 0,820 6,265 106,5<br />

14 TSH-1188 P02/L02 0,324 0,083 7,179 139,7<br />

15 TSH-1188 P02/L03 0,598 0,167 7,952 247,0<br />

16 TSH-1188 P02/L04 1,155 0,775 2,720 303,3<br />

17 TSH-1188 P02/L05 0,870 0,068 8,438 67,7<br />

18 TSH-1188 P02/L06 0,450 0,175 5,825 166,2<br />

19 TSH-1188 P02/L07 1,199 0,708 3,054 368,2<br />

20 TSH-1188 P02/L08 0,262 0,125 4,044 90,5<br />

21 TSH-1188 P02/L09 1,881 0,995 3,375 629,8<br />

22 TSH-1188 P03/L03 0,805 0,492 3,204 228,0<br />

23 TSH-1188 P03/L04 0,598 0,167 7,952 247,1<br />

24 TSH-1188 P03/L05 1,155 0,775 2,720 303,4<br />

25 TSH-1188 P03/L06 0,870 0,068 8,438 67,8<br />

26 TSH-1188 P03/L07 0,450 0,175 5,825 166,2<br />

27 TSH-1188 P04/L06 0,629 0,518 2,067 108,8<br />

O DNA extraí<strong>do</strong> apresentou-se íntegros ou com baixa proporção de<br />

fragmentação (Figura 5). Apenas algumas amostras apresentaram leve arraste<br />

e em to<strong>da</strong>s as amostras foi observa<strong>da</strong> a formação de uma ban<strong>da</strong> níti<strong>da</strong> de<br />

DNA. A presença de amostra reti<strong>da</strong> no poço de aplicação e entre ele até a<br />

ban<strong>da</strong> de DNA é outra indicativa de presença de proteínas ou outras<br />

macromoléculas mistura<strong>da</strong>s ao DNA, o que foi também indica<strong>do</strong> pelos altos<br />

valores de relação de absorbância 260 por 280.<br />

Figura 5. Padrão eletroforético <strong>da</strong>s amostras de DNA genômico total,<br />

separa<strong>da</strong>s em gel de agarose 1 % e cora<strong>da</strong>s com Brometo de Etídio. Foram<br />

aplica<strong>do</strong>s 2 µL de DNA + 2 µL de corante tipo lV por canaleta.<br />

As amplificações com primers RAPD ocorreram com sucesso (Figura 6),<br />

o que garantiu um DNA de quali<strong>da</strong>de para a continui<strong>da</strong>de <strong>do</strong>s trabalhos com os<br />

marca<strong>do</strong>res microssatélies. Neste estu<strong>do</strong>, o uso de apenas <strong>do</strong>is primers RAPD,<br />

escolhi<strong>do</strong>s aleatoriamente, teve como único objetivo verificar se DNA extraí<strong>do</strong><br />

apresentava condições ideais para as reações de amplificação, visto que esta é<br />

uma técnica bastante simplifica<strong>da</strong> além de requerer pouca quanti<strong>da</strong>de de DNA<br />

por análise (GOULÃO et al., 2001).<br />

52


Como informação, o resulta<strong>do</strong> <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is primers consistiu em ban<strong>da</strong>s<br />

monomórficas entre to<strong>do</strong>s os indivíduos analisa<strong>do</strong>s em ca<strong>da</strong> grupo. Esse<br />

padrão monomórfico evidencia que os indivíduos são geneticamente<br />

homogêneos para esses <strong>do</strong>is primers utiliza<strong>do</strong>s. Embora apenas <strong>do</strong>is primers<br />

não sejam suficientes para essa finali<strong>da</strong>de, os marca<strong>do</strong>res RAPD podem ser<br />

úteis para testar a pureza genética e discriminar cultivares em certas situações.<br />

Figueira et al. (1998), usan<strong>do</strong> marca<strong>do</strong>res RAPD para analisar a similari<strong>da</strong>de<br />

genética entre acessos manti<strong>do</strong>s em duplicatas em coleções <strong>do</strong><br />

CEPEC/CEPLAC (CEPEC, 2005) e BAL Plantations (Malásia), considerou<br />

como não-idênticas essas plantas. De acor<strong>do</strong> com os autores, 3 (27,3%) <strong>do</strong>s<br />

11 acessos não mostraram a mesma identi<strong>da</strong>de genética nas duas coleções.<br />

Figura 6. Padrão de ban<strong>da</strong>s RAPD separa<strong>da</strong>s em gel de agarose a 1,2 % e<br />

cora<strong>do</strong> com Brometo de Etídio. Amplificações com os primers: AX15 a partir<br />

<strong>da</strong>s amostras de DNA <strong>do</strong>s 16 indivíduos de TSH-1188 (A) e <strong>da</strong>s amostras <strong>do</strong>s<br />

oito indivíduos de CCN-51 (B); D20, 16 indivíduos de TSH-1188 (C) e oito de<br />

CCN-51 (D). M = corresponde ao padrão de tamanho de fragmento de DNA <strong>do</strong><br />

fago Lamb<strong>da</strong> 100 Kb.<br />

53


Nenhum <strong>do</strong>s 15 primers microssatélites evidenciou diferenças entre os<br />

acessos de mesmo genitor, utiliza<strong>do</strong>s nos cruzamentos, como pode ser<br />

ilustra<strong>do</strong> com ban<strong>da</strong>s evidentes e monomórficas para ca<strong>da</strong> grupo de genitor<br />

(Figura 7). O padrão <strong>da</strong>s amplificações mostra<strong>do</strong> nessa figura referente a esse<br />

marca<strong>do</strong>r retrata bem os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s com os 15 marca<strong>do</strong>res, onde a<br />

diferença de padrão ban<strong>da</strong>s entre TSH-1188 e CCN-51 revela polimorfismo<br />

entre esses <strong>do</strong>is clones para esse loco (duas ban<strong>da</strong>s na figura 8A para o TSH-<br />

1188 e uma ban<strong>da</strong> na figura 8B para o CCN-51). A homogenei<strong>da</strong>de dentro de<br />

ca<strong>da</strong> clone que é representa<strong>da</strong> pela ausência de diferenças alélicas entre os<br />

indivíduos de mesmo clone, indican<strong>do</strong> uma pureza varietal nos clones<br />

estu<strong>da</strong><strong>do</strong>s neste trabalho. Portanto, esses resulta<strong>do</strong>s indicam que os genótipos<br />

de to<strong>do</strong>s os clones mostram-se indistinguíveis entre si, não existin<strong>do</strong> mistura<br />

varietal, com base nestes 15 locos microssatélites. No entanto, nas reações de<br />

amplificação utilizan<strong>do</strong> géis de agarose, o tipo de eletroforese pode ter<br />

influencia<strong>do</strong> na determinação <strong>do</strong> número de alelos, uma vez que o poder de<br />

resolução de géis de agarose permite distinguir fragmentos que diferem acima<br />

de 3 pb ao passo que o de poliacrilami<strong>da</strong> permite distinguir fragmentos que<br />

diferem em um pb. Ferreira e Grattapaglia (1998) recomen<strong>da</strong>m o uso de matriz<br />

de alta resolução para a visualização <strong>do</strong>s fragmentos, pois dependen<strong>do</strong> <strong>do</strong><br />

número de nucleotídeos <strong>do</strong> elemento repeti<strong>do</strong> no microssatélite, a visualização<br />

em gel de agarose pode não ser possível. Embora as diferenças de até 3 pb<br />

não poderem ser detecta<strong>da</strong>s em gel de agarose, esse tipo de polimorfismo não<br />

compromete este estu<strong>do</strong>, visto que para estes genitores, <strong>do</strong>s 36 primers<br />

polimórficos, apenas 4 (11%) apresentaram diferenças alélicas inferiores a 4<br />

nucleotídeos.<br />

54


Figura 7. Padrão de ban<strong>da</strong>s de DNA amplifica<strong>do</strong> com primers microssatélites<br />

separa<strong>da</strong>s em gel de agarose a 3 % e cora<strong>do</strong> com Brometo de Etídio.<br />

Amplificações com o primer microssatélite: UENF/CEPLAC 129 a partir <strong>da</strong>s<br />

amostras de DNA <strong>do</strong>s 24 indivíduos de TSH-1188 (A) e <strong>da</strong>s amostras <strong>do</strong>s oito<br />

indivíduos de CCN-51 (B); UENF/CEPLAC 118, 24 indivíduos de TSH-1188 (C)<br />

e oito de CCN-51 (D). M = corresponde ao padrão de tamanho de fragmento de<br />

DNA <strong>do</strong> fago Lamb<strong>da</strong> 100Kb.<br />

A ausência de alelos exclusivos na progênie em relação aos genitores é<br />

mais uma evidência <strong>da</strong> pureza clonal desses acessos, visto que, to<strong>do</strong>s os<br />

alelos encontra<strong>do</strong>s na população estavam presentes também nos acessos<br />

utiliza<strong>do</strong>s neste trabalho como genitores.<br />

A análise <strong>do</strong>s comprimentos <strong>do</strong>s alelos <strong>do</strong>s genitores amplifica<strong>do</strong>s por<br />

15 primers SSR utiliza<strong>do</strong>s pode-se verificar que a maioria <strong>do</strong>s locos (71,43%)<br />

apresenta <strong>do</strong>is alelos em ca<strong>da</strong> indivíduo, confirman<strong>do</strong> a natureza heterozigota<br />

<strong>do</strong>s genitores. Além disso, pode-se comprovar que to<strong>do</strong>s esses primers<br />

apresentam polimorfismo entre os genitores em, pelo menos, um alelo por loco.<br />

O número de locos a ser testa<strong>do</strong> depende <strong>do</strong> grau de pureza <strong>da</strong>s<br />

amostras. Para os casos em que são encontra<strong>da</strong>s diferenças, as análises<br />

terminam quan<strong>do</strong> as diferenças são detecta<strong>da</strong>s (SCHUSTER et al., 2004). O<br />

estu<strong>do</strong> sobre identi<strong>da</strong>de e variabili<strong>da</strong>de genética em geral e de certificação<br />

clonal de acessos de <strong>cacau</strong>eiro de banco de germoplasma tem si<strong>do</strong> feito com<br />

cerca de 8 a 9 locos SSR, sen<strong>do</strong> idealmente utiliza<strong>do</strong>s 15 locos SSR para a<br />

diferenciação satisfatória de acessos fortemente relaciona<strong>do</strong>s geneticamente<br />

(RISTERUCCI et al., 2000b; 2001; GILMOUR, 2001). Saunders et al. (2000),<br />

55


asea<strong>do</strong> na análise <strong>da</strong>s características de diferentes tipos de marca<strong>do</strong>res de<br />

DNA, propôs o estabelecimento de um protocolo de caracterização molecular<br />

de acessos de <strong>cacau</strong> usan<strong>do</strong> 15 locos microssatélites. De acor<strong>do</strong> com Zhang et<br />

al. (2006), trabalhos de diversi<strong>da</strong>de genética utilizan<strong>do</strong> 15 locos SSRs permite<br />

alcançar uma probabili<strong>da</strong>de de identificação de 1 em 10000 , ou seja, um nível<br />

de confiança de 99,99%, fornecen<strong>do</strong> um alto rigor estatístico na identificação<br />

de acessos de <strong>cacau</strong>. Andrade (2006), em estu<strong>do</strong>s de diversi<strong>da</strong>de genética de<br />

<strong>cacau</strong>eiros, mostrou que a utilização de 15 primers microssatélites eram<br />

suficientes para eliminar incongruências presentes em dendrogramas oriun<strong>do</strong>s<br />

de análises de agrupamento gera<strong>do</strong>s com <strong>da</strong><strong>do</strong>s de 8 primers microssatélites.<br />

Em um estu<strong>do</strong> para diferenciação de cultivares de soja, Priolli et al.<br />

(2002) relataram que 12 locos microssatélites não foram suficientes para<br />

diferenciar os cultivares de soja avalia<strong>do</strong>s, e atribuíram esse impedimento a<br />

estreita base genética <strong>do</strong>s programas brasileiros de melhoramento de soja.<br />

Além disso, outras regiões <strong>do</strong> genoma com grande variabili<strong>da</strong>de podem não ter<br />

si<strong>do</strong> amostra<strong>da</strong>s. Por outro la<strong>do</strong>, Garcia et al (2007) relatou que 10 locos SSR<br />

foram suficientes para identificação adequa<strong>da</strong> de cultivares de soja.<br />

Devi<strong>do</strong> à genealogia de TSH-1188 e CCN-51 incluírem clones<br />

geneticamente distintos e com alta heterozigosi<strong>da</strong>de, a utilização de 15 primers<br />

microssatélites mostra-se suficientemente segura para certificação <strong>da</strong><br />

identi<strong>da</strong>de genética <strong>do</strong>s acessos desses clones neste trabalho.<br />

Tabela 6. Tamanho estima<strong>do</strong> <strong>do</strong>s alelos identifica<strong>do</strong>s (pb) na análise de<br />

39 locos de microssatélites <strong>da</strong> em 44 indivíduos <strong>da</strong> progênie ‘TSH-1188 x CCN-<br />

51, em comparação à localização nos grupos de ligação <strong>do</strong> mapa consensual<br />

<strong>do</strong> <strong>cacau</strong>eiro (PUGH et al., 2004) e alelo clona<strong>do</strong> (LANAUD et al., 1999)<br />

Loco<br />

Grupo de<br />

ligação<br />

Alelo clona<strong>do</strong><br />

(pb)<br />

56<br />

Alelos observa<strong>do</strong>s (pb) Nº de<br />

TSH-1188 CCN-51 alelos<br />

L03 1 254 232 232 232 250 2<br />

P21 1 139 116 141 130 116 3<br />

L08 1 289 286 286 286 286 1<br />

P28 1 192 196 206 196 206 2<br />

P29 1 - 142 144 142 144 2<br />

P30 1 - 185 187 185 187 2<br />

P14 2 129 123 135 123 127 3


L06 2 376 371 371 352 371 2<br />

P9 2 112 114 114 109 114 2<br />

P15 3 - 205 213 205 211 3<br />

L07 3 - 142 153 140 153 3<br />

P13 4 - 191 195 191 191 2<br />

P19 4 175 175 177 175 175 2<br />

L04 4 271 271 281 271 281 2<br />

L05 4 345 116 141 116 130 3<br />

P23 4 220 219 221 217 219 3<br />

P26 4 - 112 145 112 114 3<br />

P10 4 139 120 136 108 136 3<br />

L02 5 208 203 205 203 210 3<br />

P12 5 105 92 102 92 93 3<br />

P27 5 190 189 189 189 189 1<br />

P05 6 - 147 153 133 145 4<br />

L01 6 274 185 187 185 187 2<br />

P16 7 - 209 215 209 215 2<br />

P20 7 288 283 291 281 283 3<br />

P04 7 265 192 202 184 202 3<br />

P06 7 234 231 231 226 231 3<br />

P07 7 354 328 362 352 362 3<br />

P22 8 - 150 152 150 161 3<br />

P25 8 193 192 192 192 192 1<br />

P17 9 - 115 118 113 118 3<br />

P18 9 288 291 291 291 295 2<br />

L09 9 198 184 184 184 192 2<br />

P01 9 182 180 180 171 180 2<br />

P02 9 235 237 237 232 237 2<br />

P08 9 226 235 257 262 262 3<br />

P24 10 307 315 323 309 309 3<br />

P03 10 150 146 176 133 153 4<br />

P11 10 - 185 187 185 187 2<br />

4.4 Segregação e ligação genética<br />

De mo<strong>do</strong> geral, os tamanhos <strong>do</strong>s fragmentos de microssatélites obti<strong>do</strong>s<br />

nas amplificações corroboraram os valores relata<strong>do</strong>s por Lanaud et al. (1999) e<br />

Pugh et al. (2004) (Tabela 6). Foram identifica<strong>do</strong>s 97 alelos nos 39 locos que<br />

exibiram produtos de amplificação, e o número de alelos por microssatélite<br />

variou de 1 a 4 (média de 2.49 alelo por loco), o que está de acor<strong>do</strong> com o<br />

espera<strong>do</strong> para essa população, que envolve seis clones diferentes em sua<br />

57


genealogia. Os genitores TSH-1188 e CCN-51 apresentaram respectivamente<br />

71,79% e 82,50% <strong>do</strong>s locos heterozigotos, confirman<strong>do</strong> sua natureza<br />

heterozigota, sen<strong>do</strong>, portanto adequa<strong>do</strong>s para estu<strong>do</strong>s de mapeamento<br />

genético.<br />

Dos 39 microssatélites analisa<strong>do</strong>s, os alelos exclusivos de ca<strong>da</strong> genitor<br />

segregaram de acor<strong>do</strong> com a proporção mendeliana 1:1 em 28 microssatélites,<br />

sen<strong>do</strong> 20 desses marca<strong>do</strong>res comuns para ambos os genitores (Tabela 7).<br />

Essa segregação é típica de retrocruzamentos. Dos 11 locos microssatélites<br />

não utiliza<strong>do</strong>s na construção <strong>do</strong> mapa de ligação, um apresentou problemas e<br />

codificação (P30), três foram monomórficos (L08, P25 e P27) e sete<br />

demonstraram outros padrões de segregação típicos de<br />

intercruzamentos (L04, L05, P11, P12, P16, P28 e P29). Os marca<strong>do</strong>res com<br />

tais desvios de segregação foram descarta<strong>do</strong>s no presente estu<strong>do</strong>. Tal medi<strong>da</strong><br />

foi a<strong>do</strong>ta<strong>da</strong> pelo fato de que os mesmos alteraram a construção <strong>do</strong>s grupos de<br />

ligação, geran<strong>do</strong>, portanto, grupos desuniformes, o que não retrata a reali<strong>da</strong>de<br />

de um grupo de ligação genético. Nesse caso, os programas utiliza<strong>do</strong>s para<br />

calcular a freqüência de recombinação levam em consideração a segregação<br />

1:1. A utilização desses marca<strong>do</strong>res pode aumentar a probabili<strong>da</strong>de de erro, ou<br />

seja, assumir como ver<strong>da</strong>deira uma associação entre <strong>do</strong>is locos não liga<strong>do</strong>s.<br />

Do total de 28 marcas utiliza<strong>da</strong>s para construção <strong>do</strong> mapa, 13 não<br />

permaneceram agrupa<strong>da</strong>s e mostraram-se independentes aos grupos de<br />

ligação forma<strong>do</strong>s e os demais possibilitaram evidenciar grupos de ligação<br />

correspondentes a regiões genômicas de 5 grupos de ligação <strong>do</strong> <strong>cacau</strong> (Figura<br />

8). Os alelos exclusivos de TSH-1188 possibilitaram identificar <strong>do</strong>is locos<br />

liga<strong>do</strong>s à característica de compatibili<strong>da</strong>de: P23, cuja ban<strong>da</strong> exclusiva de TSH-<br />

1188 está liga<strong>da</strong> em repulsão com a autoincompatibili<strong>da</strong>de; P10, cuja ban<strong>da</strong><br />

exclusiva <strong>do</strong> TSH-1188 está liga<strong>da</strong> em acoplamento com autoincompatibili<strong>da</strong>de<br />

(Figura 8). De fato, a maioria <strong>da</strong>s progênies auto-incompatíveis possui alelos<br />

de P10 exclusivo de TSH-1188.<br />

Tabela 7. Marca<strong>do</strong>res microssatélites que segregaram na proporção<br />

espera<strong>da</strong> (1:1) para os alelos exclusivos de ca<strong>da</strong> genitor (CCN-51 e TSH-<br />

1188), e o valor <strong>do</strong> quí-quadra<strong>do</strong> significativo a P > 0,05 (X 2 < 3,846)<br />

58


Marca<strong>do</strong>r<br />

CCN-51<br />

TSH-1188<br />

Marca<strong>do</strong>r<br />

X 2 P X 2 p<br />

L02 0,701 0,402 L02 1,140 0,286<br />

P12 0,972 0,324 P12 0,581 0,446<br />

P14 0,015 0,902 P14 0,220 0,639<br />

P15 2,304 0,129 P15 3,789 0,052<br />

P17 2,833 0,092 P17 0,095 0,758<br />

P20 0,701 0,402 P20 0,022 0,881<br />

P21 0,015 0,904 P21 1,884 0,170<br />

P22 1,457 0,227 P22 1,455 0,228<br />

L07 0,059 0,808 L07 0,095 0,758<br />

P23 0,159 0,690 P23 1,400 0,237<br />

P03 0,505 0,477 P03 0,818 0,366<br />

P04 0,014 0,906 P04 0,364 0,546<br />

P05 0,069 0,793 P05 1,000 0,317<br />

P07 0,368 0,544 P07 0,023 0,879<br />

P10 0,396 0,529 P10 2,077 0,150<br />

L01 2,833 0,092 L01 0,023 0,879<br />

P19 0,130 0,719 P09 0,243 0,622<br />

P13 0,132 0,717 L03 0,095 0,758<br />

P24 0,229 0,632 P18 0,209 0,647<br />

P08 3,409 0,065 L06 1,524 0,217<br />

L09 0,022 0,881<br />

P01 0,000 1,000<br />

P02 0,818 0,366<br />

P06 0,000 1,000<br />

A característica cor de fruto não apresentou ligação genética significativa<br />

a nenhum <strong>do</strong>s microssatélites testa<strong>do</strong>s. Por tentativa de ligação (coman<strong>do</strong> “Try”<br />

<strong>do</strong> Mapmaker), foi demonstra<strong>da</strong> uma hipótese fraca de associação entre a<br />

característica cor de fruto e o GL7 (P07 com Cor: 57,9 cM; LOD 0,76).<br />

Contu<strong>do</strong>, esses <strong>da</strong><strong>do</strong>s indicam a necessi<strong>da</strong>de de testar um maior número de<br />

locos visan<strong>do</strong> identificar marca<strong>do</strong>res mais fortemente associa<strong>do</strong>s a essa<br />

característica.<br />

O ordenamento <strong>da</strong>s marcas nos grupos de ligação onde foram<br />

detecta<strong>do</strong>s, de uma maneira geral, apresentou semelhança com o observa<strong>do</strong><br />

nos grupos de ligação <strong>do</strong> mapa consensual para o <strong>cacau</strong>eiro publica<strong>do</strong> por<br />

Pugh et al. (2004).<br />

59


Observam-se também pequenas diferenças de distância calcula<strong>da</strong> entre<br />

algumas marcas nos diferentes grupos de ligação, relativamente aqueles<br />

obti<strong>do</strong>s por Pugh et al. (2004), o que pode ser explica<strong>do</strong> pelo reduzi<strong>do</strong> número<br />

de indivíduos e marca<strong>do</strong>res emprega<strong>do</strong>s no presente estu<strong>do</strong>. Além disso, ca<strong>da</strong><br />

genitor pode ter diferentes taxas de recombinação nas diferentes posições <strong>do</strong><br />

genoma. A baixa saturação destes grupos de ligação construí<strong>do</strong>s a partir de<br />

alelos exclusivos de TSH-1188 e CCN-51 dificultou a integração entre eles.<br />

Mesmo assim, quan<strong>do</strong> compara<strong>do</strong> com o mapa consensual (PUGH et al.,<br />

2004) e haven<strong>do</strong> locos com ban<strong>da</strong>s informativas simultaneamente entre os <strong>do</strong>is<br />

genitores, foi possível evidenciar a integração entre grupos de ligação.<br />

Clement et al. (2003a) encontrou um conjuntos de QTLs relaciona<strong>do</strong>s ao<br />

número de óvulos por ovário, identifica<strong>do</strong>s em diversos cromossomos (1, 2, 4,<br />

5 e 6). Três QTLs foram encontra<strong>do</strong>s no grupo de ligação 4 <strong>do</strong> mapa consenso<br />

(PUGH, et al., 2004) associa<strong>do</strong>s aos clones DR 1(Trinitário), S 52 (Trinitário) e<br />

IMC 78 (Forasteiro) e explicou 23,5%, 15,0% e 24,2% respectivamente, <strong>da</strong><br />

variação fenotípica para essa característica. Os QTLs associa<strong>do</strong>s aos clones<br />

DR 1 e IMC 78 estão situa<strong>do</strong>s em uma mesma região cromossômica <strong>do</strong> grupo<br />

de ligação 4 e distantes em torno de 61,15 cM <strong>da</strong> marca mTcCIR76, enquanto<br />

que o associa<strong>do</strong> ao clone S 52 encontra-se na marca mTcCIR18, situa<strong>do</strong> 16,1<br />

cM <strong>da</strong> marca mTcCIR76.<br />

60


27,7<br />

GL1<br />

GL4<br />

9,4<br />

12,8<br />

TSH<br />

CCN<br />

P21<br />

L03<br />

7,5<br />

57,5<br />

GL7<br />

P23<br />

P19<br />

P10<br />

14,8<br />

P04<br />

P07<br />

Cor<br />

TSH<br />

Figura 8. Grupos de ligação determina<strong>do</strong>s a partir de 26 alelos exclusivos de<br />

TSH-1188 e 24 de CCN-51, bem como <strong>da</strong>s características cor de fruto e<br />

compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong>, com base na população F1 deriva<strong>da</strong> desses clones.<br />

GL1, 2, 4, 7 e 9 correspondem ao mapa integra<strong>do</strong> por Pugh et al. (2004).<br />

61<br />

L06<br />

P14<br />

GL2 GL9<br />

CCN TSH<br />

14,8<br />

TSH<br />

10,0<br />

7,3<br />

P10<br />

Incomp.<br />

P04<br />

P06<br />

P07<br />

P20<br />

21,0<br />

10,0<br />

12,9<br />

7,5<br />

TSH<br />

TSH<br />

P23<br />

P01<br />

L09<br />

P02<br />

P18<br />

Comp.


Albuquerque (2006) localizou um QTL relaciona<strong>do</strong> à resistência a VB no<br />

grupo de ligação 4, ten<strong>do</strong> como marcas cofatores o mTcCIR18 a esquer<strong>da</strong> e<br />

mTcCIR76 a direita, explican<strong>do</strong> 41,9% <strong>da</strong> variação fenotípica <strong>da</strong>s progênies<br />

quanto a resistência a M. perniciosa no mapa de ‘ICS 39 x CAB 0214’. Três<br />

QTLs associa<strong>do</strong>s à resistência <strong>do</strong> <strong>cacau</strong>eiro a P. palmivora foram encontra<strong>do</strong>s<br />

também no grupo de ligação 4, em regiões muito próximas de onde foi<br />

localiza<strong>do</strong> o QTL associa<strong>do</strong> à resistência M. perniciosa no mapa de ‘ICS 39 x<br />

CAB 0214’ (ALBUQUERQUE, 2006). Um destes QTLs foi encontra<strong>do</strong> por<br />

Crouzilat et al. (2000) e foi capaz de explicar 13,2% <strong>da</strong> variação fenotípica <strong>da</strong><br />

resistência de frutos de ‘Catongo’ (Forasteiro). Dois QTLs foram encontra<strong>do</strong>s<br />

por Clement et al. (2003b) associa<strong>do</strong>s aos clones IMC 78 e DR1. Estes QTLs<br />

foram capazes de explicar 22,6% e 10,1% respectivamente, <strong>da</strong> variação<br />

fenotípica <strong>da</strong> resistência à podridão em frutos com base em <strong>da</strong><strong>do</strong>s de campo<br />

acumula<strong>do</strong>s por mais de seis anos.<br />

No mapeamento de genes homólogos de resistência (RGH) realiza<strong>do</strong><br />

por Lanaud et al. (2004) utilizan<strong>do</strong> as mesmas progênies F1 <strong>do</strong> mapa de<br />

referência <strong>do</strong> <strong>cacau</strong>eiro (PUGH et al., 2004), foram localiza<strong>do</strong>s quatro genes<br />

alinha<strong>do</strong>s em seqüência no grupo de ligação 4. Estes genes estavam próximos<br />

<strong>do</strong>s locos de microssatélites mTcCIR17 e mTcCIR18 na mesma região onde<br />

foram detecta<strong>do</strong>s os QTLs associa<strong>do</strong>s à resistência a P. palmivora (CLEMENT<br />

et al., 2003b), QTL associa<strong>do</strong> a resistência à M. perniciosa no mapa de ‘ICS 39<br />

x CAB 0214’ (ALBUQUERQUE, 2006) e QTLs associa<strong>do</strong>s ao número de óvulos<br />

por ovário (CLEMENT et al., 2003a) em <strong>cacau</strong>eiros.<br />

O grupo de ligação 9, apresentou quatro marcas com 30,4 cM,<br />

mostran<strong>do</strong> apenas pequenas diferenças de posicionamentos em relação ao<br />

mapa consenso (PUGH, 2004). Apesar deste estu<strong>do</strong> não levar em<br />

consideração aspectos de resistência a vassoura-de-bruxa, este grupo de<br />

ligação é de extremo interesse, pois nele foi localiza<strong>do</strong> o principal QTL para<br />

resistência a essa <strong>do</strong>ença, oriun<strong>do</strong> <strong>do</strong> genótipo ‘Scavina 6’ (QUEIROZ, et al.,<br />

2003; FALEIRO et al., 2006), que esta presente na genealogia <strong>do</strong>s <strong>do</strong>is<br />

genitores desta população de estu<strong>do</strong>.<br />

62


5 CONCLUSÕES<br />

O uso de um índice de pegamento ajusta<strong>do</strong> ao número de polinizações<br />

artificiais por planta possibilita a realização de testes de compatibili<strong>da</strong>de com a<br />

utilização de um número reduzi<strong>do</strong> de no mínimo de 15 autopolinizações por<br />

planta sem superestimar a determinação <strong>da</strong> característica.<br />

As características compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong> e cor <strong>do</strong> fruto segregaram na<br />

proporção de 1:1 e 3:1, respectivamente, e de forma independente nesta<br />

população.<br />

O número de sementes por fruto distribui-se de forma contínua na<br />

população de acor<strong>do</strong> com um padrão multigênico e com segregação<br />

transgressiva, assim como o número de sementes inviáveis por fruto.<br />

Os acessos que representam os clones TSH-1188 e CCN-51 na coleção<br />

de germoplasma <strong>do</strong> Centro de Ciências <strong>do</strong> Cacau M&MMars, são<br />

geneticamente puros. Os acessos de ca<strong>da</strong> grupo mostram-se indistinguíveis<br />

entre si pela genotipagem em 15 locos SSR.<br />

As marcas microssatélites P23 e P10 (não divulga<strong>da</strong>s por motivos de<br />

sigilo de pesquisa) estão liga<strong>do</strong>s à característica de compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong>. A<br />

característica cor de fruto não apresentou ligação genética significativa a<br />

nenhum <strong>do</strong>s microssatélites testa<strong>do</strong>s. A existência <strong>da</strong> segregação <strong>da</strong><br />

característica compatibili<strong>da</strong>de <strong>sexual</strong> e cor <strong>do</strong> fruto, possibilita que esta<br />

população seja utiliza<strong>da</strong> em estu<strong>do</strong>s de mapeamento genético para essas<br />

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