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Prosa (3) - Academia Brasileira de Letras

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Momentos <strong>de</strong>cisivos da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> São Paulo<br />

mudança do sistema, ainda que custasse, como custou, um alto preço, para o<br />

pagamento das in<strong>de</strong>nizações trabalhistas. Se não tivesse assumido essa atitu<strong>de</strong>,<br />

a USP estaria logo mais com insuportáveis encargos sociais, e não teria sido<br />

possível o aceleramento das construções, com resultados que em poucos meses<br />

se positivaram. Transformando o Fundusp em órgão especializado <strong>de</strong> projetos<br />

e <strong>de</strong> controle <strong>de</strong> obras, o seu magnífico corpo <strong>de</strong> arquitetos, engenheiros e<br />

técnicos alterou em tempo o panorama universitário, passando as edificações<br />

já iniciadas a obe<strong>de</strong>cer a rigorosos cronogramas, ao mesmo tempo que outro<br />

espírito se impunha na elaboração dos projetos, procurando-se harmonizar as<br />

exigências estéticas com as <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m funcional, antes nem sempre a<strong>de</strong>quadamente<br />

atendidas.<br />

Não posso esten<strong>de</strong>r-me sobre o que foi realizado em matéria <strong>de</strong> obras e serviços,<br />

graças a substanciais recursos obtidos dos ilustres governadores Abreu<br />

Sodré e Laudo Natel, assim como da alienação <strong>de</strong> bens da herança jacente e<br />

das antigas Escolas, motivo pelo qual rogo ao leitor interessado que consulte o<br />

II volume <strong>de</strong> minhas já citadas Memórias. Nele se po<strong>de</strong>rá ver que também não<br />

me faltou cuidado pelos valores estéticos dos quais uma Universida<strong>de</strong> não<br />

po<strong>de</strong> prescindir.<br />

Foi a compreensão estética que me levou a acolher a proposta <strong>de</strong> construção<br />

da Torre universitária com 50 m <strong>de</strong> altura, projetada e aprovada pelo Conselho<br />

Universitário há mais <strong>de</strong> 20 anos, com recebimento, na época, <strong>de</strong> donativos<br />

feitos pela colônia portuguesa, conforme projeto do gran<strong>de</strong> e pranteado<br />

arquiteto Rino Levi, com baixos-relevos <strong>de</strong> autoria <strong>de</strong> Elizabeth Nobiling, a<br />

qual, não obstante sua avançada ida<strong>de</strong>, fez questão <strong>de</strong> retomar seu trabalho<br />

quando lhe foi dada a grata notícia da ereção da Torre. Duas imensas pare<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> concreto pré-moldado, representadas, numa <strong>de</strong>las, as ciências humanas, e,<br />

na outra, as ciências naturais, ambas culminando num imenso relógio <strong>de</strong>stinado<br />

a assimilar a unida<strong>de</strong> progressiva do tempo. Em torno da Torre man<strong>de</strong>i que<br />

se escrevesse: “No universo da cultura o centro está em toda parte.”<br />

Talvez seja esse o lema que <strong>de</strong>ve guiar para sempre o <strong>de</strong>stino da Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> São Paulo.<br />

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