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Prosa (3) - Academia Brasileira de Letras

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Os professores franceses e a re<strong>de</strong>scoberta do Brasil<br />

Em 1937 e 1938, publicou vários artigos sobre o Brasil nos Annales. O primeiro<br />

<strong>de</strong>les versava sobre a figura <strong>de</strong> Mauá e intitulava-se “Un problème d’influences:<br />

le Saint-Simonisme au Brésil” (Annales, 1937, v. 9).<br />

Sua atuação no Curso <strong>de</strong> História na UDF consistiu não só em organizar a<br />

ca<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> História Mo<strong>de</strong>rna, mas também em apresentar propostas para a<br />

montagem do curso como um todo, em geral valorizando as ca<strong>de</strong>iras <strong>de</strong> conteúdo<br />

histórico em <strong>de</strong>trimento das disciplinas <strong>de</strong> formação pedagógica. A ca<strong>de</strong>ira<br />

<strong>de</strong> História Mo<strong>de</strong>rna sofreu então uma duplicação <strong>de</strong> carga horária, passando <strong>de</strong><br />

três para seis horas semanais. A influência marcante <strong>de</strong> Hauser na estruturação<br />

curricular e na difusão <strong>de</strong> uma nova concepção <strong>de</strong> História Econômica e Social<br />

estava conectada com os movimentos <strong>de</strong> renovação da disciplina na França.<br />

Outro importante professor <strong>de</strong> História que participou das missões francesas<br />

e trabalhou no Rio <strong>de</strong> Janeiro foi o professor <strong>de</strong> História Antiga da UDF Eugène<br />

Albertini. Ainda que <strong>de</strong> uma geração mais jovem que Hauser (nasceu em<br />

1888, mas faleceu antes, em 1941), que usufruiu <strong>de</strong> menos facilida<strong>de</strong>s para ingressar<br />

no mercado <strong>de</strong> trabalho dos historiadores, Albertini rapidamente se colocou<br />

bem em termos profissionais. Formado pela École Normale Supérieure<br />

em 1900, agrégé <strong>de</strong>s lettres em 1903, após um concurso brilhante, passou três anos<br />

na École <strong>de</strong> Rome. A seguir, após um curto retorno ao ensino secundário, tornou-se,<br />

entre 1909 e 1912, membro da École <strong>de</strong>s Hautes Étu<strong>de</strong>s Hispaniques.<br />

Depois da guerra, foi professor <strong>de</strong> Língua e Literatura Clássica na Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Fribourg (1919) e <strong>de</strong> História Antiga na Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Letras</strong> <strong>de</strong> Argel<br />

(1920) até ingressar, em 1932, no Collège <strong>de</strong> France, em Paris.<br />

Uma biografia <strong>de</strong> Albertini, por mais curta que seja, mostra a multiplicida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> sua competência. Reconhecido latinista, também se <strong>de</strong>stacou como arqueólogo<br />

e epigrafista. Sua obra concentrou-se no estudo do Império Romano, em<br />

especial da África romana. Publicou um gran<strong>de</strong> número <strong>de</strong> livros e artigos e integrou<br />

o conselho <strong>de</strong> redação da Revue Historique. Foi ainda colaborador dos<br />

Annales. 14 Em pleno apogeu <strong>de</strong> sua carreira acadêmica na França, veio para o<br />

14 Ver Revue Historique, 1941, p. 373.<br />

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