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Novas Diretrizes em Tempo de Paz

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CLAUSEWITZ - O professor <strong>de</strong> Latim.<br />

SEGISMUNDO - Levaram para um interrogatório, o professor?<br />

CLAUSEWITZ - Levaram. Sim. Eu estava lá... na mesma sala...<br />

SEGISMUNDO - E aí?<br />

CLAUSEWITZ - Pren<strong>de</strong>ram o professor numa ca<strong>de</strong>ira... numa ca<strong>de</strong>ira como esta.<br />

(TEMPO) Aí começaram a bater... bater <strong>em</strong> professor... no professor... com...<br />

com uma...<br />

SEGISMUNDO - Uma, o quê?<br />

CLAUSEWITZ - Eu não sei. Eu não tenho as palavras.<br />

SEGISMUNDO - Eu vou <strong>em</strong>prestar algumas ao senhor. Antes <strong>de</strong> me mandar<strong>em</strong><br />

para este posto, eu fazia uns serviços para a Policia Política...<br />

CLAUSEWITZ - O senhor?<br />

SEGISMUNDO - Qu<strong>em</strong> me arrumou o <strong>em</strong>prego foi um padrinho. Ele era um dos<br />

chefes lá <strong>de</strong>ntro. Me trouxe do Rio Gran<strong>de</strong> porque confiava só <strong>em</strong> mim. Sabia que<br />

eu dava conta do recado.<br />

CLAUSEWITZ - (CONFUSO) Não entendi.<br />

SEGISMUNDO - Alguém tinha <strong>de</strong> fazer o serviço.<br />

CLAUSEWITZ - Que serviço?<br />

SEGISMUNDO - Fazer aquele pessoal falar. Às vezes não queriam n<strong>em</strong> que<br />

aquele pessoal falasse. Era só dar um susto. Sabe, eu s<strong>em</strong>pre gostei <strong>de</strong> dar um<br />

bom susto. (TEMPO) É... Enquanto precisaram <strong>de</strong> mim eu fiz muita coisa para<br />

eles. (SEM QUALQUER EMOÇÃO) Cansei <strong>de</strong> ver o sujeito chegar <strong>de</strong> cinqüenta<br />

dias s<strong>em</strong> ver o sol, mijando na mesma bacia esse t<strong>em</strong>po todo, e ainda ter <strong>de</strong> ficar<br />

mais vinte horas <strong>de</strong> joelhos. Os meus rapazes raspavam os pelos do corpo do<br />

sujeito, davam uns beliscões e se divertiam atirando uma lata no topo da cabeça<br />

<strong>de</strong>le. Quando caía <strong>de</strong> cara no chão, aí sim, aí era hora <strong>de</strong> começar. Eu puxava o<br />

sujeito pelos cabelos e não <strong>de</strong>ixava ele dormir. Queimava o corpo inteiro do<br />

sujeito com ponta <strong>de</strong> cigarro, até no saco. Depois jogava óleo <strong>de</strong> rícino <strong>em</strong> cima.<br />

Batia com o cassetete até não enxergar mais o rosto do <strong>de</strong>tido. Enfiava pimenta<br />

no cu <strong>de</strong>le com um clister <strong>de</strong>ste tamanho. E o sujeito ainda tinha que limpar toda a<br />

bosta do chão. Ou eu batia mais com o cassetete. Para os mais difíceis eu tinha<br />

um expediente: enfiava no canal do pênis um arame. Depois eu esquentava a<br />

ponta que ficava para fora com um maçarico. O sujeito parecia um leitão na hora<br />

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