Aprender e ensinar Ciências: do laboratório à sala de aula e vice ...
Aprender e ensinar Ciências: do laboratório à sala de aula e vice ...
Aprender e ensinar Ciências: do laboratório à sala de aula e vice ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
contratempos). talvez os pesquisa<strong>do</strong>res e <strong>do</strong>centes especializa<strong>do</strong>s em Física<br />
sejam os que mais <strong>de</strong>senvolveram estratégias para <strong>ensinar</strong>, apren<strong>de</strong>r e comprovar<br />
os efeitos <strong>de</strong> ambas as ativida<strong>de</strong>s. <strong>de</strong>ntro da biologia, algumas iniciativas<br />
como as <strong>do</strong> Instituto Médico Howard Hughes (www.hhmi.org) orientam-se<br />
a combinar pesquisas <strong>de</strong> ponta em ciências biomédicas com aquelas fronteiras<br />
cognitivas sobre o fenômeno da aprendizagem, embora sejam muito recentes<br />
para avaliar um possível efeito sobre o ensino da biologia e disciplinas afins.<br />
Ao menos no papel, os acor<strong>do</strong>s e consensos estão estabeleci<strong>do</strong>s, como o proposto<br />
em uma reportagem da Associação norte-Americana para o Progresso<br />
das <strong>Ciências</strong> (AAAS), <strong>de</strong> quase vinte anos, no qual diversos painéis acordaram<br />
que as reformas em educação <strong>de</strong> ciências <strong>de</strong>vessem vir <strong>de</strong> mãos dadas com<br />
um “ensino científico”, isto é, estratégias educacionais que se baseiam no processo<br />
<strong>de</strong> criação <strong>do</strong> conhecimento científico e que tenham si<strong>do</strong> comprovadas da<br />
mesma maneira que um experimento ou resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong> qualquer pesquisa que<br />
se aprecie. 9<br />
Mas <strong>do</strong> papel <strong>à</strong> <strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong> há um longo percurso e, apesar das iniciativas<br />
relativamente isoladas, ainda não se chegou <strong>à</strong> revolução no ensino <strong>de</strong> <strong>Ciências</strong><br />
que muitos vislumbravam. É claro: hoje as ciências adiantam que é uma barbarida<strong>de</strong>,<br />
mas com seu ensino não acontece o mesmo. e mais: no nível universitário,<br />
<strong>à</strong>s vezes os mesmos cientistas que exigem o maior <strong>do</strong>s rigores e refutabilida<strong>de</strong>s<br />
a seus da<strong>do</strong>s <strong>de</strong> pesquisa utilizam méto<strong>do</strong>s educacionais que claramente não<br />
são os mais efetivos. em muitos casos, é possível que nem sequer conheçam as<br />
pesquisas e provas sobre méto<strong>do</strong>s e estratégias <strong>de</strong> prova<strong>do</strong> valor – os quais<br />
não costumam chegar <strong>à</strong> bibliografia acadêmica que os pesquisa<strong>do</strong>res leem até<br />
no banheiro.<br />
Entretanto, as evidências estão na or<strong>de</strong>m <strong>do</strong> dia: é a participação ativa <strong>do</strong>s<br />
estudantes nas <strong>aula</strong>s, e não a típica transmissão vertical <strong>de</strong> informação ou o uso <strong>de</strong><br />
<strong>laboratório</strong>s apoia<strong>do</strong>s em receituários, o que ten<strong>de</strong> a garantir a aprendizagem<br />
<strong>de</strong> ciências. o mesmo ocorre com as pesquisas sobre o material impresso que<br />
realmente ajuda que os estudantes acompanhem o percurso científico que preten<strong>de</strong>mos<br />
fomentar. embora nos <strong>de</strong>dicaremos a esse tema mais adiante, vale a pena<br />
apresentar algumas questões sobre o que ler para enten<strong>de</strong>r e saborear a ciência.<br />
9<br />
AAAS, Science for all Americans: A Project 2061 report on literacy goals in science, mathematics, and technology. Washington, dc: AAAS,<br />
1989.<br />
35