Aprender e ensinar Ciências: do laboratório à sala de aula e vice ...
Aprender e ensinar Ciências: do laboratório à sala de aula e vice ...
Aprender e ensinar Ciências: do laboratório à sala de aula e vice ...
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
56<br />
Além <strong>de</strong> suas implicâncias práticas, é interessante consi<strong>de</strong>rar que a resolução<br />
<strong>de</strong> tarefas e problemas é um tema atualmente sob intensa pesquisa na área<br />
das neurociências cognitivas. embora resolver problemas é o que fazemos cotidianamente,<br />
inclusive quan<strong>do</strong> não sabemos o que fazer, para o cérebro constitui<br />
um <strong>de</strong>safio fenomenal – até no mais simples <strong>do</strong>s casos.<br />
Imaginar um problema ou um caso, e o roteiro que seguirá na <strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong>,<br />
é uma tarefa extremamente complexa, que só por meio <strong>de</strong> sucessivas reiterações<br />
e refinamentos alcançará um nível a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> para seu uso flui<strong>do</strong>. esta é<br />
uma área <strong>de</strong> nutrida experimentação na área <strong>de</strong> aprendizagem das ciências,<br />
que começou na década <strong>de</strong> 1960 (uma vez mais) com o estu<strong>do</strong> das estratégias<br />
para resolver adivinhações e jogos. nos anos 1970 realizaram-se experiências<br />
<strong>de</strong> campo em que se solicitava aos soluciona<strong>do</strong>res <strong>de</strong> problemas que<br />
“falassem” suas soluções e pensamentos em tempo real, e logo se analisavam<br />
as gravações. Atualmente, como dizíamos, este é um campo <strong>de</strong> intensas experimentações<br />
baseadas tanto no estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> fenômenos cognitivos como no processamento<br />
<strong>de</strong> informação, e, aplica<strong>do</strong> <strong>à</strong> <strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong>, merece sisudas pesquisas<br />
em cada disciplina científica. 26<br />
o mun<strong>do</strong> também existe: a ciência sai da <strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong><br />
Até nos referimos a aspectos da aprendizagem formal das ciências. tradicionalmente<br />
chamava-se aprendizagem não formal toda ativida<strong>de</strong> que ocorria<br />
fora da escola – a famosa saída que envolvia uma série <strong>de</strong> passos e autorizações<br />
burocráticas, viagens em minúsculos e duvi<strong>do</strong>sos resulta<strong>do</strong>s pedagógicos.<br />
Do mesmo mo<strong>do</strong>, costumava ser consi<strong>de</strong>rada uma espécie <strong>de</strong> divertimento, com<br />
relativamente pouca valoração. talvez para a ciência essas saídas sejam fundamentais<br />
– mesmo que sejam em um âmbito reduzi<strong>do</strong>: o pátio da escola, a<br />
praça, as pesquisas caseiras. É óbvio, as saídas em âmbitos <strong>de</strong> produção ou<br />
exibição <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s científicas (como <strong>laboratório</strong>s ou museus) oferecem uma<br />
contribuição fundamental para compreen<strong>de</strong>r como se constrói o conhecimento,<br />
e <strong>de</strong>vem ser fomentadas e aproveitadas com o planejamento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong>.<br />
A distinção apoiada em argumentos “geográficos” é atualmente um tanto<br />
absurda: o que acontece com a aprendizagem pela internet, ou nas experiências<br />
que se realizam em casa com um guia proveniente da escola, com os<br />
<strong>do</strong>cumentários <strong>de</strong> televisão? não vale a pena <strong>de</strong>ter-se em <strong>de</strong>finir formalida<strong>de</strong>s<br />
26 ver, por exemplo, Good, R.; Smith, m. how <strong>do</strong> We make Stu<strong>de</strong>nts better Problem Solvers? The Science Teacher 54(4):31-36, 1987. GABEL,<br />
D. (Ed.). Handbook of Research on Science Teaching and Learning. new York: macmillan, 1994.