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Aprender e ensinar Ciências: do laboratório à sala de aula e vice ...

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parte <strong>do</strong> <strong>do</strong>cente, que estrutura o caminho a seguir. Ao longo <strong>de</strong> um curso <strong>de</strong><br />

ciências <strong>de</strong> qualquer nível, o caminho i<strong>de</strong>al é o que percorre as indagações<br />

<strong>de</strong> fechadas a abertas, no afã <strong>de</strong> obter estruturas <strong>de</strong> pensamento científico<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, ou ao menos tentá-lo.<br />

o nó <strong>de</strong> tu<strong>do</strong> isto é, claramente, o tipo <strong>de</strong> pergunta a introduzir na <strong>aula</strong>.<br />

estas questões po<strong>de</strong>m vir <strong>de</strong> múltiplas fontes: o que os alunos conhecem <strong>do</strong>s<br />

meios <strong>de</strong> comunicação, perguntas abertas <strong>do</strong>s livros <strong>de</strong> texto e, principalmente,<br />

aquelas que o <strong>do</strong>cente consi<strong>de</strong>ra essenciais para levar a bom termo a indagação<br />

<strong>de</strong> um tema particular. existe inclusive uma proposta <strong>de</strong> elaborar o currículo<br />

ao re<strong>do</strong>r das perguntas fundamentais para um tema científico <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>, <strong>de</strong><br />

uma perspectiva histórica que permita aos alunos um jogo <strong>de</strong> papel, fican<strong>do</strong><br />

no lugar <strong>do</strong>s primeiros que se perguntaram por algum fenômeno da natureza.<br />

este enfoque baseia-se na chamada “compreensão através <strong>do</strong> <strong>de</strong>senho” (un<strong>de</strong>rstanding<br />

by <strong>de</strong>sign), uma proposta <strong>de</strong>senvolvida por Grant Wiggins e Jay<br />

mctighe, publicada nos euA pela Associação para a Supervisão e o <strong>de</strong>senvolvimento<br />

<strong>do</strong> Curriculum (ASCD) 19<br />

e <strong>de</strong>m origem ao conhecimento que vamos<br />

<strong>ensinar</strong>, em lugar <strong>de</strong> estruturá-lo em função das respostas <strong>do</strong>s especialistas,<br />

ou, em outras palavras, <strong>do</strong> que “já se sabe”. Esta estratégia evita nos alunos a<br />

visão comum <strong>de</strong> que o conhecimento surge <strong>do</strong> nada, como uma verda<strong>de</strong> que se<br />

revela aos olhos <strong>do</strong>s que sabem olhar. na proposta original, o <strong>do</strong>cente se converte<br />

em um verda<strong>de</strong>iro <strong>de</strong>senhista, que prevê as situações as quais os alunos<br />

po<strong>de</strong>m enfrentar e assim não só clarificam seus próprios objetivos, mas também<br />

<strong>de</strong>senvolvem as ferramentas – as perguntas – para cumpri-los.<br />

essas perguntas po<strong>de</strong>m ser classificadas <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com sua complexida<strong>de</strong><br />

cognitiva, com o caráter das ferramentas necessárias (experimentais ou não)<br />

para respondê-las ou, inclusive, com que seu uso em <strong>aula</strong> requer <strong>de</strong> uma <strong>aula</strong><br />

ou <strong>de</strong> uma sequência didática que po<strong>de</strong> levar meses ou até o ano to<strong>do</strong>. As<br />

perguntas <strong>de</strong>vem ser afinadas e guiadas até que se constituam em verda<strong>de</strong>iras<br />

perguntas científicas, ou seja, comprováveis experimentalmente, colocadas <strong>à</strong><br />

prova, dispara<strong>do</strong>ras <strong>de</strong> predições etc. claro, o assunto é <strong>de</strong>terminar que uma<br />

pergunta seja científica, e isso, por si só, já é toda uma Pergunta. em um texto<br />

curiosamente chama<strong>do</strong> “Fazen<strong>do</strong> ciência”, 20 propõem-se alguns critérios para<br />

<strong>de</strong>cidir a “cientificida<strong>de</strong>” <strong>de</strong> uma pergunta para a <strong>sala</strong> <strong>de</strong> <strong>aula</strong>:<br />

19<br />

o livro <strong>de</strong> Wiggins y mctighe foi publica<strong>do</strong> em 1998 e se po<strong>de</strong> encontrar muita informação sobre esta proposta em http://www.grantwiggins.org/ubd.html<br />

20<br />

bYbee, R. Doing science: the process of scientific inquiry. in: science.education.nih.gov/Supplements/nih6/inquiry/gui<strong>de</strong>/nih_<strong>do</strong>ing-science.<br />

pdf.<br />

51

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