ÁREA TEMÁTICA: GESTÃO SOCIOAMBIENTAL TÍTULO ... - Engema
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A segunda metade do Século XX assistiu às transformações que o pós-guerra<br />
disseminou em todo o mundo, catalisando uma onda de desenvolvimento científico e<br />
tecnológico que remodelou inadvertidamente a produção e utilização de conhecimento<br />
nas mais variadas esferas da atividade humana.<br />
Esse período compreendido dentro do que o historiador britânico de ascendência<br />
egípcia Eric Hobsbawm chama de “era das ilusões perdidas” também viu brotar a<br />
primeira discussão sistemática, oficial e duradoura das questões relacionadas à<br />
sustentabilidade ambiental do planeta e os riscos que a humanidade insiste em correr<br />
quando não cuida adequadamente dos recursos naturais de que dispõe para dar<br />
continuidade à sua existência.<br />
O reflexo desses ventos de mudança e levante de novos paradigmas não deixou<br />
de reverberar nas ciências sociais aplicadas e, em particular, na ciência da gestão, que<br />
passou a apresentar em seu currículo uma nova área de estudos e pesquisas: a gestão<br />
ambiental.<br />
O interrelacionamento teórico é bastante perceptível dado que a proatividade<br />
ambiental é sempre associada a uma motivação do ambiente, do entorno, o que os<br />
autores creditam à pressão ambiental das partes interessadas.<br />
Entretanto, a própria proatividade ambiental organizacional precisa ser melhor<br />
explicada e conceituada para que essas motivações fiquem mais inteligíveis e o<br />
interrelacionamento teórico mais claro.<br />
Primeiro, o conceito de “ação voluntária” precisa ser revisto. A questão principal<br />
é em relação ao fato de tratar-se de pressões ambientais para proatividade e ainda assim<br />
se falar de voluntariado. Em outras palavras, se alguém recebe pressão para fazer algo e<br />
o faz por conta dessa pressão, como falar em voluntariado?<br />
Parece mais plausível, denominar de “posicionamento estratégico” a essa<br />
resposta à pressão. A Proatividade ambiental deve ser encarada como elemento<br />
estratégico de “sobrevivência” e “equilíbrio” de mercado, adaptação a cenário social e<br />
resposta a interpretações de monitoramento ambiental. É um feedback na perspectiva<br />
sistêmica.<br />
Por outro lado, o sentido de extra regulação, ou seja, fazer mais do que a lei<br />
obriga também aparenta ser inadequado. A própria “legalidade” é difícil de controlar e<br />
muito mais ainda de comparar entre organizações de tamanhos e ramos diferentes.<br />
O conceito de auto regulação também parece mais apropriado. A questão é que o<br />
“controle de impacto ambiental” e a “comunicação de ações de sustentabilidade” estão<br />
ligadas a questões de imagem para a organização, logo o interesse é de “fazer o que é<br />
certo” pela ótica da sociedade (stakeholders inclusos), da mídia, da Academia e não<br />
apenas na lógica positiva do Direito.<br />
Fazer mais do que exige a regulação (extra-regulação) não parece ser uma<br />
prática afeita à gestão, mas ser tutor de seu comportamento ambiental de forma<br />
adaptativa e estratégica (auto-regulação) sim.<br />
Logo, parece lógico atribuir a uma proatividade ligada a posicionamento<br />
estratégico e adaptabilidade de mercado uma estruturação de resposta a pressões<br />
externas orientadas por características demográficas, comerciais e financeiras.<br />
Como produto final do artigo, é proposto o seguinte conceito: proatividade<br />
ambiental organizacional é um posicionamento estratégico por parte das empresas no<br />
sentido de se adequarem às novas demandas de mercado pautada na autoregulação<br />
ambiental como resposta às pressões de caráter ambiental que as partes interessadas<br />
exercem sobre as organizações , sendo catalisada por três objetivos principais: a<br />
manutenção do equilíbrio estrutural da empresa enquanto ente social e dependente de<br />
sua imagem e função na mecânica mercadológica; a exploração comercial das