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AS LAGOAS COSTEIRAS - Georeferencial

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florística e as formações vegetais ali contidas, especialmente aquelas ao norte do Estado do<br />

Rio de Janeiro como demonstra uma análise da bibliografia existente para restingas até<br />

1982.” (ARAUJO e HENRIQUES in LACERDA, 1984).<br />

As formações vegetais ocorrentes em lagoas de restinga podem ser classificadas em<br />

mata periodicamente inundada, mata permanentemente inundada, herbácea brejosa e<br />

aquática. O primeiro tipo vive permanentemente em lâminas d’água rasas (até 50 cm.)<br />

resultantes de afloramentos de lençol freático. Caracteriza-se por manchas de vegetação<br />

arbórea pouco densas com dominância de Tabebuia cassinoides, cujos exemplares alcançam<br />

altura máxima de 10-15 metros. As matas periodicamente inundadas ocorrem nas depressões<br />

entre cordões arenosos, sujeitas ao afloramento do lençol freático na estação das águas.<br />

Podem apresentar dossel com 20 metros de altura, atingindo alguns indivíduos estatura de 23<br />

metros. Dominam esta formação as espécies Tapirira guianensis, Symphonia globulifera,<br />

Calophyllum brasiliense e Andira fraxinifolia no estrato superior. Mais abaixo, encontra-se<br />

Tabebuia cassinoides. A vegetação herbácea brejosa é encontrada nas depressões<br />

intercaladas às cristas da praia e nas extremidades dos braços de lagoas, ambientes sujeitos a<br />

variações sazonais extremas, ora secos, ora totalmente encharcados. As espécies mais<br />

comuns que ocorrem nestes meios são Typha domingensis, Cladium jamaicense, Sagittaria<br />

lancifolia e várias espécies de gramíneas e ciperáceas. Por fim, a vegetação aquática medra<br />

nas lagoas permanentes, onde mais comumente ocorrem Nymphaea ampla e N. rudgeana,<br />

Nymphoides humboldtiana, Eichhornia azuerea, Leersia hexandra, Eleocharis interstincta,<br />

Utricularia foliosa e U. gibba (ARAUJO, SCARANO, SÁ, KURTZ, ZALUAR,<br />

MONTEZUMA e OLIVEIRA in ESTEVES, 1998). No solo firme e arenoso das restingas,<br />

uma formação vegetal com influência marinha pode ser denominada de psamófila costeira,<br />

com zonação que vai desde vegetação herbácea, junto à costa, até vegetação arbustivo-<br />

arbórea no interior, passando por uma faixa de vegetação arbustiva modelada pelos ventos<br />

(ARAUJO, SCARANO, SÁ, KURTZ, ZALUAR, MONTEZUMA e OLIVEIRA in<br />

ESTEVES, 1998; SAMPAIO, 1915 a, b, 1945, e SOFFIATI, in ESTEVES e LACERDA,<br />

2000). Detalhando mais, um grupo de estudiosos esmiúça estas três zonações em terra firme,<br />

identificando as formações nativas halófila e psamófila reptante, arbustiva fechada de pós-<br />

praia, arbustiva aberta de Clusia, arbustiva aberta de Ericaceae, mata de cordão arenoso e<br />

arbustiva aberta de Palmae (ARAUJO, SCARANO, SÁ, KURTZ, ZALUAR,<br />

MONTEZUMA e OLIVEIRA in ESTEVES, 1998, p. 45-52). Esta tipologia foi estabelecida<br />

com base na restinga meridional da região, formada no Pleistoceno, há cerca de 120 mil anos<br />

antes do presente. No entanto, ela pode ser aplicada à restinga setentrional, datada do<br />

Holoceno, por falta de estudos para ela, salvo levantamento efetuado por Jorge Antonio de<br />

Assumpção Nunes para a vegetação nativa de restinga entre as lagoas de Grussaí e Iquipari,

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