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AS LAGOAS COSTEIRAS - Georeferencial

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“Os estromatólitos recentes (...) são localizados numa localidade altamente<br />

poluída, pois ao redor dessa lagoa são situados sítios agropecuários e de lazer, que<br />

muitas vezes utilizam agrotóxicos e outros produtos nocivos criando situações<br />

altamente perigosas para alterações do ambiente hidroquímico da lagoa (...) os<br />

pequenos produtores arrancam as biohermas de estromatólitos para dar lugar à<br />

plantação de tomate, pimentão, batata doce, milho etc (...) o calcário<br />

estromatolítico está sendo utilizado na construção civil (alicerces das casas,<br />

fabricação de ‘cal virgem’) pela população.” (SRIV<strong>AS</strong>TAVA, 1999, p. 7).<br />

Com relação às lagoas que chegam ao mar, a abertura de barra e a pesca predatória<br />

constituem também um sério problema ambiental a ser examinado em cada caso. Já os<br />

ecossistemas vegetais nativos vêm sofrendo desmatamento tanto para fornecimento de<br />

energia quanto para abrir espaço à agricultura, à pecuária e à urbanização. A destruição de<br />

ecossistemas é a maior ameaça à fauna nativa. Norma Crud Maciel denunciou que os<br />

moluscos Cochlorina navicula, Auris bilabiata melanostoma e Streptaxis contusus correm<br />

sérios riscos em virtude da destruição de seus habitats. O primeiro só ocorre na vegetação<br />

psamófila costeira de São João da Barra e da praia de Morobá, no Espírito Santo, não<br />

avançando para o sul. O segundo e o terceiro, além de não contarem com populações<br />

abundantes, limitam-se ao trecho de restinga entre São João da Barra e Macaé (MACIEL, in:<br />

LACERDA, et al., 1984).<br />

Lagoa de Grussaí<br />

Tal qual as lagoas de Iquipari e Açu, a lagoa de Grussaí é um braço do delta do rio<br />

Paraíba do Sul formado na progradação deste no interior de uma semilaguna, a partir de 5<br />

mil anos A.P. Como as outras duas lagoas, seu curso parece a resultante da luta entre as<br />

forças do rio e do mar. A Carta Geológica do Brasil, organizada por Alberto Ribeiro<br />

Lamego em 1954, mostra seu curso paralelo ao do rio Paraíba do Sul, descrevendo um<br />

percurso de sul para norte, como o do rio do qual era auxiliar, talvez indício do predomínio<br />

das correntes marinhas nesta direção. Nesta carta, que expressa uma ecofisionomia não mais<br />

existente quando de sua formulação, a lagoa de Grussaí conecta-se à lagoa do Taí Grande,<br />

que, nascendo no Paraíba do Sul e correndo perpendicularmente a ele, ligava-se às lagoas do<br />

Quitinguta e Câmara até chegar ao brejo do Riscado, também coletor de um outro sistema<br />

linear e paralelo a este constituído pelas lagoas do Taí Pequeno, dos Jacarés, de Bananeiras e<br />

do Pau Grande. Daí em diante, unificadas, de alguma forma estas águas copiosas chegavam<br />

à lagoa do Açu, até hoje ainda conhecida por rio Iguaçu ou Açu. Na altura da localidade de<br />

Pipeiras, havia uma comunicação natural entre os dois sistemas.<br />

Além deste grande alimentador da lagoa de Grussaí, ela também recebia água do<br />

Paraíba do Sul por meio de um canal menor, também perpendicular a ambos, formado pelas

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