AS LAGOAS COSTEIRAS - Georeferencial
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peixes presentes nestas lagoas são exploradas para a alimentação de comunidades locais ou<br />
mesmo comercializadas, gerando renda.<br />
Os diversos sistemas lagunares desta região apresentam muitos processos físicos e<br />
funcionais em comum, mas também apresentam diferenças estruturais que os separam em<br />
essência. Dentre os diversos tipos de lagoas presentes nesta região, as lagoas costeiras se<br />
destacam pela intensa ação antrópica exercida sobre elas, tanto pela pesca quanto pela<br />
urbanização.<br />
As lagoas de Grussaí, Iquipari e do Açu, avaliadas na primeira etapa deste projeto e<br />
descritas no presente relatório, são lagoas costeiras onde processos antrópicos de<br />
comunicação com o mar são estabelecidos periodicamente e conhecidos como abertura da<br />
barra.<br />
Ao proceder esta comunicação da lagoa com o mar adjacente, é introduzida nas<br />
mesmas uma nova comunidade de peixes, além de acelerar o processo de salinização que já<br />
ocorria pelo spray marinho e por processo de percolação.<br />
Cada sistema costeiro lagunar apresenta características próprias, determinadas<br />
principalmente pelo número e tamanho de entradas (ligações com o mar); tamanho da<br />
barreira de areia e condições ambientais, como ventos, correntes de maré, aporte fluvial e<br />
pluviosidade. Estes fatores são responsáveis pela variação do gradiente de salinidade e<br />
circulação do sistema, os quais atuam diretamente no balanço hidrossalino, na qualidade da<br />
água e nos níveis de eutrofização (KJERFVE, 1994).<br />
Um dos principais fatores de zonação desses ecossistemas é a salinidade, que atua<br />
diretamente no potencial osmótico dos organismos e na diversidade da comunidade. De<br />
acordo com a influencia da maré, a salinidade pode variar de zero até condições de<br />
hipersalinidade (ROSS e EPPERLY, 1985). Deste modo, Muller (1978), classifica-as como<br />
hipohalinas, mesohalinas e hiperhalinas.<br />
No interior das lagoas, o teor salino varia em um gradiente horizontal, onde quanto<br />
mais próximo ao mar, maior a salinidade e, à medida que se desloca em sentido ao<br />
continente, vai diminuindo. Junto com o gradiente de salinidade, variam também a flora, a<br />
fauna, a quantidade de nutrientes dissolvidos e outras variáveis físico-químicas (C<strong>AS</strong>TEL et<br />
al., 1996).<br />
As lagoas costeiras são consideradas ambientes de alta produtividade, comparáveis às<br />
áreas estuarinas e de ressurgência. O recebimento de águas marinhas e fluviais, a alta taxa de<br />
sedimentação, a baixa profundidade, a alta penetração de luz e a constante homogeneização<br />
da coluna d'água, causada pelos ventos litorâneos, proporcionam uma elevada produtividade<br />
primária e uma rápida mineralização da matéria orgânica (CARMOUZE, 1994; UFRJ -<br />
Petrobrás, 1994).