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análise do perfil pneumofuncional dos trabalhadores de ... - Unama

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UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA<br />

Mayara Moreira Miranda<br />

Priscilla Ravila Porto Chagas<br />

Satiane Terezinha Maulli<br />

“ANÁLISE DO PERFIL PNEUMOFUNCIONAL DOS<br />

TRABALHADORES DE SERRARIAS EXPOSTOS AO PÓ DE<br />

MADEIRA NO MUNICÍPIO DE JACUNDÁ – PA – BRASIL”<br />

BELÉM – PA<br />

2009


Mayara Moreira Miranda<br />

Priscilla Ravila Porto Chagas<br />

Satiane Terezinha Maulli<br />

“ANÁLISE DO PERFIL PNEUMOFUNCIONAL DOS<br />

TRABALHADORES DE SERRARIAS EXPOSTOS AO PÓ DE<br />

MADEIRA NO MUNICÍPIO DE JACUNDÁ – PA – BRASIL”<br />

Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso apresenta<strong>do</strong> à<br />

Universida<strong>de</strong> da Amazônia para obtenção <strong>do</strong><br />

grau <strong>de</strong> bacharel em Fisioterapia.<br />

Orienta<strong>do</strong>r (a): Profª. Ms. Ft. Valéria Marques<br />

Ferreira Norman<strong>do</strong>.<br />

BELÉM – PA<br />

2009


Mayara Moreira Miranda<br />

Priscilla Ravila Porto Chagas<br />

Satiane Terezinha Maulli<br />

“ANÁLISE DO PERFIL PNEUMOFUNCIONAL DOS<br />

TRABALHADORES DE SERRARIAS EXPOSTOS AO PÓ DE<br />

MADEIRA NO MUNICÍPIO DE JACUNDÁ – PA – BRASIL”<br />

BANCA EXAMINADORA<br />

Profª. Ms. Ft. Valéria Marques Ferreira Norman<strong>do</strong><br />

Orienta<strong>do</strong>ra<br />

Profº. Ft. Paulo Eduar<strong>do</strong> Santos Avila<br />

Ft. Daniela Lobato Nazaré<br />

Apresenta<strong>do</strong> Em: ____/____/______<br />

Conceito: _____________<br />

Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso apresenta<strong>do</strong> à<br />

Universida<strong>de</strong> da Amazônia para obtenção <strong>do</strong><br />

grau <strong>de</strong> bacharel em Fisioterapia.<br />

Orienta<strong>do</strong>r (a): Profª. Ms. Ft. Valéria Marques<br />

Ferreira Norman<strong>do</strong>.<br />

BELÉM – PA<br />

2009


DEDICATÓRIA<br />

Dedicamos este trabalho <strong>de</strong> conclusão aos<br />

nossos pais, irmãos, familiares, namora<strong>do</strong><br />

e amigos que <strong>de</strong> muitas formas nos<br />

incentivaram e ajudaram para que fosse<br />

possível a concretização <strong>de</strong>ste trabalho.


AGRADECIMENTOS<br />

Agra<strong>de</strong>cemos, primeiramente, à Deus, que proporcionou essa vitória iluminan<strong>do</strong>-nos ao longo<br />

<strong>de</strong>sse caminho e crian<strong>do</strong> oportunida<strong>de</strong>s para que isso acontecesse.<br />

Aos nossos pais, nosso alicerce ao longo <strong>de</strong>ssa jornada que sempre ofereceram carinho e amor<br />

quan<strong>do</strong> precisávamos.<br />

À nossa querida orienta<strong>do</strong>ra, Profª. Valéria Norman<strong>do</strong>, pela sensibilida<strong>de</strong>, atenção e carinho<br />

ao longo <strong>de</strong>sse trajeto que a princípio era tão difícil, mas que com sua ajuda permitiu que este<br />

trabalho se <strong>de</strong>senvolvesse.<br />

Aos trabalha<strong>do</strong>res e responsáveis das Indústrias pela compreensão e colaboração ao aceitarem<br />

a proposta <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong>.<br />

À to<strong>do</strong>s os amigos, familiares e namora<strong>do</strong> pelo apoio, incentivo, <strong>de</strong>dicação e tolerância, por<br />

aturarem nossos estresses durante este perío<strong>do</strong> e por permanecerem ao nosso la<strong>do</strong> nos<br />

momentos difíceis, por contribuírem indiretamente para a realização <strong>de</strong>ste projeto.<br />

Às minhas super amigas, Priscilla e Satiane, minhas gran<strong>de</strong>s companheiras ao longo <strong>de</strong>sse<br />

ano tão difícil, que me <strong>de</strong>ram forças quan<strong>do</strong> mais pensei em fraquejar e <strong>de</strong>sistir. Amigas,<br />

vocês são meus amores que moram no meu coração. A<strong>do</strong>ro vocês, meninas! (Mayara).


O dinheiro é inútil se você per<strong>de</strong> o bem<br />

mais valioso <strong>de</strong> tu<strong>do</strong>, a saú<strong>de</strong>.<br />

Bernardino Ramazzini


RESUMO<br />

Estima-se que pelo menos <strong>do</strong>is milhões <strong>de</strong> pessoas estão expostos à poeira <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira to<strong>do</strong>s<br />

os dias em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>. A espirometria é um teste que auxilia na prevenção e permite o<br />

diagnóstico e a quantificação <strong>do</strong>s distúrbios ventilatórios. Este estu<strong>do</strong> tem como objetivo<br />

avaliar o <strong>perfil</strong> <strong>pneumofuncional</strong> <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res expostos ao contato direto com o pó <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira. Foram avalia<strong>do</strong>s trinta e seis trabalha<strong>do</strong>res <strong>de</strong> oito Indústrias Ma<strong>de</strong>ireiras que<br />

exercem a ocupação <strong>de</strong> <strong>de</strong>stopa<strong>do</strong>res, serra<strong>do</strong>res e/ou circuleiros com ida<strong>de</strong> compreendida<br />

entre vinte e <strong>do</strong>is a quarenta e cinco anos, <strong>de</strong>ven<strong>do</strong> os mesmos não apresentar <strong>do</strong>enças<br />

respiratórias atuais ou patologias associadas. A coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s foi realizada mediante a<br />

aplicação <strong>de</strong> um questionário e por meio <strong>de</strong> uma avaliação <strong>pneumofuncional</strong>. Os resulta<strong>do</strong>s<br />

foram analisa<strong>do</strong>s juntamente com os valores espirométricos, os quais foram compara<strong>do</strong>s à<br />

valores previstos <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o Consenso <strong>de</strong> Espirometria da Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong><br />

Pneumologia e Tisiologia (SBPT, 2002). Os resulta<strong>do</strong>s espirométricos se mostraram abaixo<br />

<strong>do</strong> previsto para as variáveis CVL, CVF, VEF1, VEF1/CVF, PEF, FEF25%-75% e MEF50%,<br />

ocorren<strong>do</strong> significância estatística apenas para as variáveis CVL, VEF1 e MEF50% e valores<br />

acima nas variáveis MEF75% e VEF1/CVF, com p=0,021, <strong>de</strong>monstran<strong>do</strong>-se estatisticamente<br />

significante. Ao se comparar os grupos tabagistas e não-tabagistas não se obteve diferença<br />

estatística. Houve prevalência <strong>do</strong>s valores da CVL e MEF50% abaixo <strong>do</strong> predito para o grupo<br />

<strong>do</strong>s não-tabagistas, com uma diferença pequena e não significativa. De acor<strong>do</strong> com a função<br />

pulmonar foi observa<strong>do</strong> que 25,9% <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res apresentaram prova <strong>de</strong> função alterada<br />

sugerin<strong>do</strong> a presença <strong>de</strong> distúrbio ventilatório restritivo <strong>de</strong> leve a mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>, mas não houve<br />

significância estatística entre a presença <strong>de</strong> alteração da função pulmonar, os hábitos<br />

tabagícos e a ocupação.<br />

Palavras-chaves: Espirometria. Poeira <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira. Exposição Ocupacional.


ABSTRACT<br />

It´s estimated that at least two million people are exposed to wood dust every day around the<br />

world. The spirometry is test than helps prevent and allows the diagnosis and quantification of<br />

respiratory disor<strong>de</strong>rs. This study aims to evaluate the profile <strong>pneumofuncional</strong> of workers<br />

exposed to direct contact with wood dust. We evaluated thirty-six workers from eight wood<br />

insdustries engaged in the occupation of <strong>de</strong>stopa<strong>do</strong>res, sawyers and circuleiros aged among<br />

twenty-two to forty-five years old, and they <strong>do</strong>n´t have current or respiratory comorbidities.<br />

Data collection was performed by applying a questionnaire and by an evaluation<br />

<strong>pneumofuncional</strong>. The results were analyzed together with spirometric values, which were<br />

compared to predicted values according to the Consensus on Spirometry of Pneumology and<br />

Tisiology Brazilian Society (SBPT, 2002). The spirometric results is shown below that<br />

expected for the variables SVC, FVC, FEV1, FEV1/FVC, PEF, FEF25% -75% and MEF50%,<br />

with statistical significance only for the variables SVC, FEV1% and MEF50 and higher<br />

values in the variables MEF75% and FEV1/FVC%, p = 0.021, <strong>de</strong>monstrating statistically<br />

significant. Comparing the groups smokers and non-smokers wasn’t obtained statistically.<br />

The prevalence values of SVC and MEF50% lower than predicted for the group of nonsmokers,<br />

with a small difference and not significant. According to pulmonary function was<br />

observed that 25.9% of workers showed evi<strong>de</strong>nce of altered function suggesting the presence<br />

of restrictive lung disease from mild to mo<strong>de</strong>rate, but there was no statistical significance<br />

between the presence of changes in lung function, smoking habits and occupation.<br />

Keywords: Spirometry. Wood Dust. Occupational Exposure.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES<br />

Quadro 1 – Efeitos <strong>do</strong>s poluentes na função respiratória. ........................................................ 22<br />

Quadro 2 – Efeitos Adversos <strong>do</strong>s Poluentes no Aparelho Respiratório. .................................. 22<br />

Gráfico 1 – Distribuição das Ocupações exercidas pelos trabalha<strong>do</strong>res nas Indústrias. .......... 30<br />

Gráfico 2 – Percentagem <strong>do</strong> Tempo <strong>de</strong> Exposição Inalatória Ocupacional à Poeira <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira<br />

em anos. .................................................................................................................................... 31<br />

Gráfico 3 – Frequência da presença <strong>de</strong> Sinais e Sintomas Respiratórios Relata<strong>do</strong>s pelos<br />

Trabalha<strong>do</strong>res Expostos a Poeira <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira........................................................................... 32<br />

Gráfico 4 – Frequência <strong>de</strong> Sinais e Sintomas Respiratórios Relata<strong>do</strong>s pelos Trabalha<strong>do</strong>res<br />

Expostos a Poeira <strong>de</strong> Ma<strong>de</strong>ira. ................................................................................................. 32


LISTA DE TABELAS<br />

Tabela 1 – Distribuição da média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res não-tabagistas e tabagistas<br />

expostos a poeira <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira. ................................................................................................... 29<br />

Tabela 2 – Distribuição <strong>do</strong> peso e altura <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res não-tabagistas e tabagistas expostos<br />

a poeira <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira. .................................................................................................................. 30<br />

Tabela 3 – Análise da função pulmonar <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res sob exposição inalatória ocupacional<br />

em relação aos valores previstos pelo Consenso <strong>de</strong> Espirometria da Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong><br />

Pneumologia e Tisiologia (SBPT, 2002). ................................................................................. 33<br />

Tabela 4 – Comparação <strong>do</strong>s valores espirométricos <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res tabagistas e<br />

não-tabagistas sob exposição inalatória ocupacional em relação aos valores previstos pelo<br />

Consenso <strong>de</strong> Espirometria da Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Pneumologia e Tisiologia (SBPT,<br />

2002). ........................................................................................................................................ 34<br />

Tabela 5 – Frequência e porcentagem <strong>do</strong>s tipos <strong>de</strong> distúrbios respiratórios encontra<strong>do</strong>s entre<br />

os trabalha<strong>do</strong>res da pesquisa..................................................................................................... 35<br />

Tabela 6 – Frequência e porcentagem <strong>do</strong>s tipos <strong>de</strong> distúrbios respiratórios encontra<strong>do</strong>s entre<br />

os grupos <strong>de</strong> tabagistas e não-tabagistas................................................................................... 35<br />

Tabela 7 – Correlação da frequência e porcentagem <strong>do</strong>s tipos <strong>de</strong> distúrbios respiratórios<br />

quanto a ocupação exercida. ..................................................................................................... 35


ATS American Thoracic Society<br />

CEP Comitê <strong>de</strong> Ética em Pesquisa<br />

CPT Capacida<strong>de</strong> Pulmonar Total<br />

CV Capacida<strong>de</strong> Vital<br />

CVF Capacida<strong>de</strong> Vital Forçada<br />

CVL Capacida<strong>de</strong> Vital Lenta<br />

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS<br />

DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica<br />

FC Frequência Cardíaca<br />

FR Frequência Respiratória<br />

FEF25%-75%<br />

Fluxo expiratório força<strong>do</strong> médio na faixa intermediária da CVF<br />

IARC Agência Internacional <strong>de</strong> Pesquisa sobre o Câncer.<br />

ISAAC International Study of Asthma and Allergies in Childhood<br />

MEF50%<br />

MEF75%<br />

Fluxo Expiratório Máximo em 50%<br />

Fluxo Expiratório Máximo em 75%<br />

MRC Medical Research Council<br />

NSA Não se Aplica<br />

PA Pressão Arterial Sistêmica<br />

PFE Pico <strong>de</strong> Fluxo Expiratório<br />

SBPT Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Pneumologia e Tisiologia<br />

TCLE Termo <strong>de</strong> Consentimento Livre e Esclareci<strong>do</strong><br />

UNAMA Universida<strong>de</strong> da Amazônia<br />

VAS Vias Aéreas Superiores<br />

VEF1<br />

Volume expiratório força<strong>do</strong> no primeiro segun<strong>do</strong><br />

VEF1/CV Relação entre Volume Expiratório Força<strong>do</strong> no primeiro segun<strong>do</strong> e a<br />

Capacida<strong>de</strong> Vital<br />

VEF1/CVF Relação entre Volume Expiratório Força<strong>do</strong> no primeiro segun<strong>do</strong> e a<br />

Capacida<strong>de</strong> Vital Forçada (índice <strong>de</strong> Tiffeneau)


SUMÁRIO<br />

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................. 12<br />

2 REFERENCIAL TEÓRICO ........................................................................................ 14<br />

2.1 A EXPLORAÇÃO E O BENEFICIAMENTO MADEIREIRO NO ESTADO DO<br />

PARÁ ............................................................................................................................ 14<br />

2.2 PÓ DE MADEIRA ........................................................................................................ 15<br />

2.3 EFEITOS SOBRE A SAÚDE DA EXPOSIÇÃO AO PÓ DE MADEIRA ................... 16<br />

2.4 TOXICIDADE .............................................................................................................. 17<br />

2.5 EFEITOS DA EXPOSIÇÃO DE PARTÍCULAS DE MADEIRA NO TRATO<br />

RESPIRATÓRIO .......................................................................................................... 18<br />

2.5.1 Deposição e retenção <strong>de</strong> partículas ......................................................................... 19<br />

2.5.2 As partículas e o sistema mucociliar ....................................................................... 20<br />

2.6 EFEITOS NO SISTEMA RESPIRATÓRIO ................................................................ 21<br />

2.7 PROVAS DE FUNÇÃO PULMONAR ........................................................................ 23<br />

3 METODOLOGIA ......................................................................................................... 25<br />

3.1 APROVAÇÃO DO ESTUDO ...................................................................................... 25<br />

3.2 TIPO DE ESTUDO ....................................................................................................... 25<br />

3.3 LOCAL DO ESTUDO .................................................................................................. 25<br />

3.4 AMOSTRA ................................................................................................................... 25<br />

3.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO ....................................................................................... 26<br />

3.6 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO ..................................................................................... 26<br />

3.7 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS....................... 26<br />

3.8 ANÁLISE DOS DADOS .............................................................................................. 28<br />

4 RESULTADOS .............................................................................................................. 29<br />

5 DISCUSSÃO .................................................................................................................. 36<br />

6 CONCLUSÃO ............................................................................................................... 43<br />

7 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES ................................................................................ 44<br />

REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 45<br />

APÊNDICE 1 .......................................................................................................................... 50<br />

APÊNDICE 2 .......................................................................................................................... 51<br />

APÊNDICE 3 .......................................................................................................................... 52<br />

APÊNDICE 4 .......................................................................................................................... 54<br />

ANEXO 1 ............................................................................................................................... 56


1 INTRODUÇÃO<br />

O Pará é o principal Esta<strong>do</strong> produtor <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira amazônica, representan<strong>do</strong> 45% <strong>do</strong><br />

total produzi<strong>do</strong>. O Esta<strong>do</strong> também concentra 51% das empresas ma<strong>de</strong>ireiras e gera 48% <strong>do</strong>s<br />

empregos da Indústria Ma<strong>de</strong>ireira da Amazônia (LENTINI et al, 2005).<br />

No ano <strong>de</strong> 2000 aproximadamente treze milhões <strong>de</strong> pessoas estavam ocupadas no setor<br />

florestal em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>. Os trabalha<strong>do</strong>res po<strong>de</strong>m estar expostos à poeiras <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira em<br />

todas as fases <strong>de</strong> transformação da mesma. Durante muitos anos, o pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira foi<br />

consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> como uma poeira que gerava transtornos, a qual irritava o nariz, os olhos ou a<br />

garganta, mas não causavam problemas <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> permanentes (GOVERNO DE ALBERTA,<br />

2004).<br />

Na fase <strong>de</strong> industrialização da ma<strong>de</strong>ira, este processo utiliza trabalha<strong>do</strong>res que<br />

laboram em galpões/barracões industriais (serrarias, lamina<strong>do</strong>ras, beneficia<strong>do</strong>ras e fábricas <strong>de</strong><br />

compensa<strong>do</strong>) manipulan<strong>do</strong> máquinas antigas e obsoletas, não automatizadas, <strong>de</strong> baixa<br />

produtivida<strong>de</strong> e sem as <strong>de</strong>vidas proteções (PIGNATI; MACHADO, 2005).<br />

Os trabalha<strong>do</strong>res <strong>do</strong> setor ma<strong>de</strong>ireiro estão expostos, rotineiramente, a uma varieda<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> fatores <strong>de</strong> risco ocupacionais, entre eles o pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e produtos químicos sintéticos<br />

utiliza<strong>do</strong>s para conferir à mesma, resistência e durabilida<strong>de</strong> (BAHIA, 2001).<br />

Des<strong>de</strong> o início <strong>do</strong> século XVIII, o pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira foi conheci<strong>do</strong> por afetar a saú<strong>de</strong> <strong>do</strong>s<br />

trabalha<strong>do</strong>res. Até recentemente, o foco principal tem si<strong>do</strong> a associação com neoplasias<br />

malignas na região nasossinusal, mas recentemente também tem o foco volta<strong>do</strong> para os<br />

sintomas não-malignos que afetam gran<strong>de</strong> parte da população, embora as conseqüências<br />

pessoais sejam menos graves. Alergias, asma, rinite e bronquite crônica são os mais<br />

freqüentes sintomas não-malignos (LANGE, 2008).<br />

Segun<strong>do</strong> Fernan<strong>de</strong>s (2006), <strong>de</strong>pois da pele, o trato respiratório é sistema orgânico em<br />

maior contato com o meio ambiente. Logo, a poluição ocupacional e ambiental na forma <strong>de</strong><br />

poeiras, fumos, vapores e gases tóxicos são fatores <strong>de</strong> risco importante para o sistema<br />

respiratório.<br />

O reconhecimento a<strong>de</strong>qua<strong>do</strong> <strong>do</strong>s riscos no ambiente <strong>de</strong> trabalho e <strong>do</strong>s riscos à saú<strong>de</strong><br />

relaciona<strong>do</strong>s com os mesmos fornece boas razões para levar a cabo diversas <strong>de</strong>cisões e ações<br />

profiláticas, como também para gama e a frequência <strong>do</strong>s exames médicos. A influência e o<br />

mecanismo <strong>do</strong> efeito adverso <strong>do</strong> pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira sobre as vias aéreas <strong>de</strong>vem ser objetos <strong>de</strong><br />

12


investigação e <strong>de</strong>vem ser refletidas em a<strong>de</strong>quada regulamentação jurídica referente aos riscos<br />

ocupacionais, a fim <strong>de</strong> eliminar ou limitar ao máximo o risco sanitário (BARAN; TEUL,<br />

2008).<br />

Com base nas condições <strong>de</strong> trabalho para manipulação da ma<strong>de</strong>ira em relação às<br />

práticas <strong>de</strong> segurança e acessibilida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res quanto à proteção e exposição<br />

ocupacional, este estu<strong>do</strong> justifica-se na tentativa <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar o <strong>perfil</strong> <strong>pneumofuncional</strong><br />

<strong>de</strong>sses indivíduos expostos diariamente ao pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e conhecer os possíveis<br />

comprometimentos que o sistema respiratório está sujeito. Estas medidas irão ajudar a<br />

i<strong>de</strong>ntificar se os trabalha<strong>do</strong>res são suscetíveis ou não ao pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, a fim <strong>de</strong> que eles<br />

possam tomar outras medidas preventivas a<strong>de</strong>quadas.<br />

O principal objetivo <strong>de</strong>ste estu<strong>do</strong> constitui em avaliar o <strong>perfil</strong> <strong>pneumofuncional</strong> <strong>do</strong>s<br />

trabalha<strong>do</strong>res expostos ao contato direto com o pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira. Tem como objetivos<br />

específicos: <strong>de</strong>terminar a presença <strong>de</strong> sinais e sintomas respiratórios em trabalha<strong>do</strong>res<br />

expostos ao pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira; analisar o <strong>perfil</strong> obstrutivo <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res expostos ao pó <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira; analisar o <strong>perfil</strong> restritivo <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res expostos ao pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira; verificar se há<br />

relação entre a presença <strong>de</strong> sintomas respiratórios e o prejuízo ventilatório da função<br />

pulmonar; assim como correlacionar o <strong>perfil</strong> <strong>pneumofuncional</strong> <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res expostos ao<br />

pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e sua ativida<strong>de</strong> laboral.<br />

13


2 REFERENCIAL TEÓRICO<br />

2.1 A EXPLORAÇÃO E O BENEFICIAMENTO MADEIREIRO NO ESTADO DO<br />

PARÁ<br />

O <strong>de</strong>smatamento da Floresta Amazônica é ocasiona<strong>do</strong> por vários motivos, como<br />

aberturas <strong>de</strong> estradas, conversão da floresta para ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> agricultura, <strong>de</strong> mineração,<br />

construção <strong>de</strong> hidrelétricas <strong>do</strong>s mais varia<strong>do</strong>s portes, exploração <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, além <strong>do</strong>s fatores<br />

gera<strong>do</strong>s pelo próprio nativo como, por exemplo, as “queimadas” (LEAL, 2005).<br />

O crescimento significativo da ativida<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ireira na Amazônia resulta em parte, da<br />

exaustão das florestas <strong>do</strong> sul e su<strong>de</strong>ste <strong>do</strong> Brasil. Além disso, o esgotamento progressivo das<br />

florestas tropicais da Ásia, responsáveis por 70% <strong>do</strong> comércio internacional <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras<br />

contribui para um aumento na procura <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras na Floresta Amazônica (BARROS;<br />

VERÍSSIMO, 2002).<br />

O setor ma<strong>de</strong>ireiro ocupa lugar <strong>de</strong> <strong>de</strong>staque no Esta<strong>do</strong> <strong>do</strong> Pará. Estimativas <strong>de</strong><br />

produção mostram cerca <strong>de</strong> duas mil e trezentas empresas com esse tipo <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> atuantes<br />

no merca<strong>do</strong> amazônico, sen<strong>do</strong> que, aproximadamente 90% <strong>de</strong>las se localizam no Pará<br />

(BAHIA, 2001).<br />

A Indústria Ma<strong>de</strong>ireira <strong>de</strong>senvolve seu processo em duas etapas. A primeira ocorre na<br />

fase <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> matéria-prima; a <strong>de</strong>rrubada <strong>de</strong> árvores. Na segunda etapa, objeto <strong>de</strong>ste<br />

trabalho, ocorre o beneficiamento da ma<strong>de</strong>ira, no qual algumas indústrias recebem a ma<strong>de</strong>ira<br />

ainda sob a forma <strong>de</strong> toras e outras recebem transformadas em serra<strong>do</strong>s. O produto final é<br />

bastante diversifica<strong>do</strong> tais como tábuas, lambris, tacos e compensa<strong>do</strong>s (SOBIERAY et al,<br />

2007).<br />

As etapas produtivas <strong>de</strong>ssa indústria são: corte <strong>de</strong> árvores da floresta; transporte <strong>de</strong><br />

toras até as indústrias – serrarias ou lamina<strong>do</strong>ras; transformação primária em tábuas/vigas ou<br />

lâminas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira; transporte das tábuas/vigas para as beneficia<strong>do</strong>ras que fazem a<br />

transformação secundária em portas, pisos, forros ou transporte das lâminas para as fábricas<br />

<strong>de</strong> compensa<strong>do</strong>s; transporte <strong>do</strong>s produtos para os portos <strong>de</strong> exportação ou para reven<strong>de</strong><strong>do</strong>ras.<br />

Em todas as etapas da produção confirmam-se situações <strong>de</strong> riscos sociais, tecnológicos,<br />

ergonômicos e organizacionais que produzem <strong>do</strong>enças e aci<strong>de</strong>ntes relaciona<strong>do</strong> ao trabalho.<br />

14


Porém, nas serrarias a poeira expõe diretamente to<strong>do</strong>s os serra<strong>do</strong>res, circuleiros e<br />

<strong>de</strong>stopa<strong>do</strong>res e, indiretamente to<strong>do</strong>s os trabalha<strong>do</strong>res (PIGNATI; MACHADO, 2005).<br />

De acor<strong>do</strong> com o Ministério <strong>do</strong> Trabalho e Emprego (2008), as funções citadas a cima<br />

são assim <strong>de</strong>scritas: o serra<strong>do</strong>r serra a ma<strong>de</strong>ira em peças <strong>de</strong> diâmetro, comprimento e<br />

espessura variáveis, utilizan<strong>do</strong> diversos tipos <strong>de</strong> serras, para obter vigas, caibros, ripas e<br />

tábuas; o circuleiro opera uma serra circular múltipla provida <strong>de</strong> lâminas, controlan<strong>do</strong> seus<br />

dispositivos <strong>de</strong> coman<strong>do</strong>, a fim <strong>de</strong> obter ripas para confecção <strong>de</strong> móveis e esquadrias; e o<br />

<strong>de</strong>stopa<strong>do</strong>r opera uma serra circular <strong>de</strong> lâminas múltiplas, regulan<strong>do</strong> seus mecanismos e<br />

acionan<strong>do</strong> os coman<strong>do</strong>s, com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> aparar e esquadrejar as bordas <strong>de</strong>siguais <strong>do</strong>s<br />

toros ou pranchas <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira.<br />

Segun<strong>do</strong> Leal (2005), beneficiar a ma<strong>de</strong>ira, na maioria <strong>do</strong>s casos significa enfrentar<br />

agentes agressivos com altas temperaturas, ruí<strong>do</strong>s, produtos químicos, baixo nível <strong>de</strong><br />

iluminação, poeiras, entre outros, bem como riscos à saú<strong>de</strong> que está associada ao estresse que,<br />

embora não causem <strong>do</strong>enças profissionais, aumentam a variabilida<strong>de</strong> psicológica e certamente<br />

contribuem para o enfraquecimento da saú<strong>de</strong> <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res.<br />

2.2 PÓ DE MADEIRA<br />

O pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira é entendi<strong>do</strong> como um complexo <strong>de</strong> substâncias, cujo teor varia <strong>de</strong><br />

acor<strong>do</strong> com a espécie da árvore e sua localização geográfica. É forma<strong>do</strong> principalmente, por<br />

celulose e lignina (BAHIA, 2001).<br />

O pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira é produzi<strong>do</strong> quan<strong>do</strong> as máquinas e ferramentas são usadas para cortar<br />

ou formar material (MEO, 2004).<br />

Para Lange (2008) o pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira consiste <strong>de</strong> pequenas partículas, resultantes <strong>de</strong><br />

várias formas <strong>do</strong> processamento <strong>de</strong>sse material. Tipicamente, as partículas são mais longas <strong>do</strong><br />

que largas, varian<strong>do</strong> muito em tamanho <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o processo realiza<strong>do</strong>. A poeira<br />

produzida por ma<strong>de</strong>iras duras ten<strong>de</strong> a ser composta por partículas menores <strong>do</strong> que aquela<br />

proveniente <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras leves.<br />

A concentração <strong>de</strong> pó é variável, uma vez que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong> processo produtivo.<br />

Observa-se uma gran<strong>de</strong> quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> pó, mesmo naquelas indústrias que possuem sistemas<br />

<strong>de</strong> canalização com ar comprimi<strong>do</strong> (LEAL, 2005).<br />

15


A exposição ao pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira há muito tem si<strong>do</strong> associada a uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong> efeitos<br />

adversos a saú<strong>de</strong>, incluin<strong>do</strong> a tosse seca, mal estar, bronquite crônica, dispneia, <strong>do</strong>r torácica,<br />

conjuntivite, rinite, <strong>de</strong>rmatite, asma ocupacional, alveolites, cefaleia, carcinomas<br />

nasossinusais e déficit da função pulmonar (MEO, 2004).<br />

2.3 EFEITOS SOBRE A SAÚDE DA EXPOSIÇÃO AO PÓ DE MADEIRA<br />

Os efeitos sobre a saú<strong>de</strong> da exposição ao pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira estão relaciona<strong>do</strong>s aos<br />

produtos químicos presentes na mesma ou substâncias químicas criada por bactéria, fungos e<br />

bolores; tosse ou espirro são causa<strong>do</strong>s pela poeira em si; <strong>de</strong>rmatite e asma po<strong>de</strong>m ser <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à<br />

sensibilida<strong>de</strong> aos produtos químicos encontra<strong>do</strong>s na ma<strong>de</strong>ira. Trabalha<strong>do</strong>res expostos a pó <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira precisam compreen<strong>de</strong>r os principais efeitos sobre a saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> tal exposição e tomar<br />

precauções para reduzir a sua exposição (GOVERNO DE ALBERTA, 2004).<br />

Segun<strong>do</strong> Lange (2008), apesar <strong>de</strong> inúmeros estu<strong>do</strong>s epi<strong>de</strong>miológicos sobre os efeitos<br />

da saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res expostos à poeira <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, pouco se sabe sobre os mecanismos<br />

que atuam por trás <strong>de</strong>sses efeitos.<br />

Para Alwis (1998), muitos estu<strong>do</strong>s epi<strong>de</strong>miológicos da saú<strong>de</strong> associa<strong>do</strong>s aos perigos<br />

<strong>do</strong> pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira centram-se na indústria moveleira. Vários estu<strong>do</strong>s têm <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> uma<br />

redução da função pulmonar <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à exposição a este pó.<br />

O pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira a partir da área <strong>de</strong> trabalho po<strong>de</strong> causar reações alérgicas e asma nos<br />

trabalha<strong>do</strong>res. Embora o parecer sobre a carcinogenicida<strong>de</strong> <strong>de</strong>ste pó difere entre os países<br />

europeus, as ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> processamento <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras estão <strong>de</strong>finitivamente associadas com o<br />

risco <strong>de</strong> carcinoma no nariz e cavida<strong>de</strong> nasal (PUNTARIC et al, 2005).<br />

Segun<strong>do</strong> Bahia (2001), a Agência Internacional <strong>de</strong> Pesquisa sobre Câncer (IARC),<br />

consi<strong>de</strong>ra que o pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira é carcinogênico para os seres humanos, originan<strong>do</strong> câncer na<br />

cavida<strong>de</strong> nasal e seios paranasais, sen<strong>do</strong> que, as primeiras evidências <strong>de</strong>sta associação<br />

surgiram na Inglaterra, em 1960.<br />

Concomitantemente, Cança<strong>do</strong> et al (2006), <strong>de</strong>monstraram que nos últimos <strong>de</strong>z anos,<br />

estu<strong>do</strong>s experimentais e observacionais têm apresenta<strong>do</strong> evidências consistentes sobre os<br />

efeitos da poluição <strong>do</strong> ar, especialmente <strong>do</strong> material particula<strong>do</strong> fino, na morbida<strong>de</strong> e<br />

mortalida<strong>de</strong> por <strong>do</strong>enças cardiovasculares (cardíacas, arteriais, cerebrovasculares). Tanto os<br />

16


efeitos agu<strong>do</strong>s (aumento <strong>de</strong> internações e mortes por arritmias, <strong>do</strong>ença isquêmica <strong>do</strong><br />

miocárdio e cerebral), como crônicos, por exposição em longo prazo (aumento <strong>de</strong> mortalida<strong>de</strong><br />

por <strong>do</strong>enças cerebrovasculares e cardíacas) tem si<strong>do</strong> relatadas.<br />

2.4 TOXICIDADE<br />

A toxicida<strong>de</strong> e os efeitos irritantes da ma<strong>de</strong>ira sobre a pele e o sistema respiratório <strong>do</strong><br />

homem são bem <strong>do</strong>cumenta<strong>do</strong>s. Os efeitos tóxicos associa<strong>do</strong>s ao pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira incluem<br />

irritação da pele, <strong>de</strong>rmatite, alergia respiratória e irritações oculares (ALWIS, 1998).<br />

De acor<strong>do</strong> com Governo <strong>de</strong> Alberta (2004), ma<strong>de</strong>iras contêm produtos químicos<br />

tóxicos que po<strong>de</strong>m ser absorvi<strong>do</strong>s pelo organismo, por meio da pele, pulmões, sistema<br />

digestivo e/ou provocar efeitos em outras partes <strong>do</strong> corpo. As consequências que inci<strong>de</strong>m<br />

sobre a saú<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m incluir <strong>do</strong>res <strong>de</strong> cabeça, tontura, perda <strong>de</strong> peso, falta <strong>de</strong> ar, cólicas e<br />

batimentos cardíacos irregulares.<br />

A genotoxicida<strong>de</strong> induzida <strong>do</strong> pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira po<strong>de</strong>ria até ser o principal mecanismo<br />

relaciona<strong>do</strong> com a própria estrutura das fibras ou partículas ou para a libertação <strong>de</strong><br />

metabólitos secundários <strong>do</strong> pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, que são conheci<strong>do</strong>s por possuir efeitos biológicos<br />

adversos (LANGE, 2008).<br />

Fragmentos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira po<strong>de</strong>m estar contamina<strong>do</strong>s por uma varieda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

microorganismos incluin<strong>do</strong> bactérias, fungos termofílicos e mesofílicos. O papel da<br />

en<strong>do</strong>toxina bacteriana, ao contrário <strong>do</strong> fungo, não tem si<strong>do</strong> claramente estabeleci<strong>do</strong>.<br />

Exposições repetidas às poeiras orgânicas têm si<strong>do</strong> associadas a outras condições respiratórias<br />

mais graves como a pneumonia <strong>de</strong> hipersensibilida<strong>de</strong>, aspergilose alérgica e infecção fúngica<br />

aguda. Um constituinte fúngico, a 1,3B D glucana, é o agente potencial da poeira orgânica. É<br />

um agente inflamatório que <strong>de</strong>prime a resposta imunológica e parece agir sinergicamente com<br />

en<strong>do</strong>toxinas e outros agentes inflamatórios (ROSA, 2004).<br />

17


2.5 EFEITOS DA EXPOSIÇÃO DE PARTÍCULAS DE MADEIRA NO TRATO<br />

RESPIRATÓRIO<br />

O aparelho respiratório, pelas funções que <strong>de</strong>sempenha, está particularmente exposto<br />

às agressões <strong>do</strong> ambiente e é frequentemente se<strong>de</strong> <strong>de</strong> alterações <strong>de</strong> maior ou menor<br />

intensida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> maior ou menor gravida<strong>de</strong> (GOMES, 2002).<br />

A pessoa que trabalha em um ambiente com pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, inala as partículas pelo<br />

trato respiratório, causan<strong>do</strong> efeitos sobre a saú<strong>de</strong> quan<strong>do</strong> essas partículas são <strong>de</strong>positas e<br />

entram em contato direto com o teci<strong>do</strong> que cobre o aparelho respiratório. Após a inalação, as<br />

partículas são <strong>de</strong>positadas e retidas no trato respiratório, <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com seu tamanho, forma,<br />

solubilida<strong>de</strong>, química e superfície (LANGE, 2008).<br />

A inalação <strong>de</strong> partículas e gases tóxicos produz uma resposta inflamatória nos<br />

pulmões, sen<strong>do</strong> essa resposta proporcional ao total <strong>de</strong> inalação ocorrida. As exposições<br />

ocupacionais por perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> tempo prolonga<strong>do</strong> e em gran<strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m provocar<br />

<strong>do</strong>enças pulmonares obstrutivas crônicas (DPOC), mesmo na ausência <strong>de</strong> tabagismo<br />

(BAGATIN et al, 2006).<br />

Alwis (1998) e Gomes (2002) concordam que, as partículas inaladas po<strong>de</strong>m <strong>de</strong>positar-<br />

se nas vias aéreas e interferir no mecanismo <strong>de</strong> limpeza <strong>do</strong>s pulmões ou <strong>de</strong>positar-se no<br />

pulmão profun<strong>do</strong> e eventualmente contribuir para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> DPOC, enfisema, ou<br />

cancro <strong>do</strong> pulmão se a exposição se mantiver durantes anos.<br />

Alguns trabalhos hipotetizam que poeiras <strong>de</strong> serragem <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>iras, se inaladas em<br />

baixos níveis <strong>de</strong> concentração em perío<strong>do</strong>s relativamente curtos, ligar-se-iam a citocinas pró-<br />

inflamatórias levan<strong>do</strong> a uma resposta tecidual (ROSA, 2004).<br />

Cança<strong>do</strong> et al (2006), asseguram que a poluição <strong>do</strong> ar causa uma resposta inflamatória<br />

no aparelho respiratório induzida pela ação <strong>de</strong> substâncias oxidantes, as quais acarretam<br />

aumento da produção, da aci<strong>de</strong>z, da viscosida<strong>de</strong> e da consistência <strong>do</strong> muco produzi<strong>do</strong> pela<br />

vias aéreas, as quais levam, consequentemente, à diminuição da resposta e/ou eficácia <strong>do</strong><br />

sistema mucociliar.<br />

18


2.5.1 Deposição e retenção <strong>de</strong> partículas<br />

Para Baran e Teul (2008) uma das principais exposições ocupacionais e fatores <strong>de</strong><br />

risco é a poeira. As proprieda<strong>de</strong>s da poeira liberada no ambiente <strong>de</strong> trabalho estão fortemente<br />

relacionadas com as proprieda<strong>de</strong>s das substâncias a partir <strong>do</strong> qual é gerada. O resulta<strong>do</strong> final<br />

da influência negativa da poeira industrial <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>do</strong> tipo <strong>de</strong> poeira inalada e o local on<strong>de</strong> é<br />

<strong>de</strong>posita<strong>do</strong> no trato respiratório, o que é condicionada pela dimensão das suas partículas, da<br />

estrutura <strong>do</strong> trato respiratório e <strong>do</strong> processo da própria respiração.<br />

De acor<strong>do</strong> com Lange (2008), os seres humanos são respira<strong>do</strong>res oronasais (inalam<br />

tanto por meio <strong>do</strong> nariz, como pela boca), ao contrário da maioria <strong>do</strong>s animais <strong>de</strong> laboratório<br />

que são obriga<strong>do</strong>s a respirar pelo nariz. A <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> partícula <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> se o ar é inala<strong>do</strong><br />

pela boca ou pelo nariz. Partículas maiores que um 1µm <strong>de</strong> diâmetro é <strong>de</strong>posita<strong>do</strong><br />

principalmente na região extratorácica.<br />

Conseguinte, Gomes (2002) refere que é particularmente importante a <strong>de</strong>posição <strong>de</strong><br />

partículas inaladas pela boca, porque sua <strong>de</strong>posição se faz maioritariamente no pulmão<br />

profun<strong>do</strong>. A <strong>de</strong>posição <strong>de</strong> partículas inaladas pelo nariz vai fazer-se principalmente na região<br />

nasofaríngea e é muito superior à que se verifica na região orofaríngea durante a inalação pela<br />

boca, principalmente para as partículas <strong>de</strong> dimensões muito gran<strong>de</strong>s e muito pequenas.<br />

É oportuno salientar que a <strong>de</strong>terminação da Agência <strong>de</strong> Proteção Ambiental<br />

Americana para controle <strong>de</strong> partículas iguais ou menores que 10µm, também chamada <strong>de</strong><br />

partículas inaláveis, baseou-se no fato <strong>de</strong> que estas são as partículas que po<strong>de</strong>m atingir as vias<br />

respiratórias inferiores. Este material particula<strong>do</strong> inala<strong>do</strong> apresenta a importante característica<br />

<strong>de</strong> transportar gases absorvi<strong>do</strong>s em sua superfície, transportan<strong>do</strong>-os até as porções mais distais<br />

das vias aéreas, em que ocorrem as trocas <strong>de</strong> gases no pulmão (CANÇADO et al, 2006).<br />

Segun<strong>do</strong> Bahia (2001) cerca <strong>de</strong> 25% das partículas com dimensões inferiores a 2µm<br />

são retidas nos alvéolos pulmonares após inalação; mais <strong>de</strong> 90% das partículas esféricas com<br />

diâmetro <strong>de</strong> 50µm ou mais são <strong>de</strong>positadas no nariz.<br />

As partículas <strong>de</strong> 10µm são efetivamente filtradas no nariz e nasofaríngea. As<br />

partículas presas são <strong>de</strong>puradas nas secreções nasais po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> ser eliminadas pela tosse ou<br />

serem <strong>de</strong>glutidas. As partículas menores que 10µm <strong>de</strong>positam-se na árvore brônquica,<br />

sobretu<strong>do</strong> aquelas <strong>de</strong> 1µm e 2µm. As partículas menores que 0,5µm, são levadas por difusão e<br />

localizadas nas superfícies alveolares. Se o material for <strong>de</strong>posita<strong>do</strong> no epitélio brônquico,<br />

19


po<strong>de</strong>rá ser removi<strong>do</strong> pelos macrófagos alveolares ou permeabiliza<strong>do</strong>s na corrente sanguínea<br />

ou linfática. Essa <strong>de</strong>puração <strong>de</strong>mora <strong>de</strong> dias a meses (CROCE et al, 1998).<br />

Gomes (2002) salienta que as partículas <strong>de</strong>positadas vão sofrer uma série <strong>de</strong><br />

alterações <strong>de</strong> natureza biológica, física, e química, nomeadamente a dissolução nos líqui<strong>do</strong>s<br />

orgânicos e passagem para corrente sanguínea, sofrem fagocitose ou pinocitose e po<strong>de</strong>m ser<br />

arrastadas pelo muco ou outros líqui<strong>do</strong>s orgânicos. As partículas <strong>de</strong>positadas na árvore<br />

traqueobrônquica são eliminadas <strong>de</strong> um a vinte dias após a exposição, enquanto que as<br />

<strong>de</strong>positadas na região <strong>do</strong>s bronquíolos não cilia<strong>do</strong>s e alveolar são elimina<strong>do</strong>s muito mais<br />

lentamente.<br />

2.5.2 As partículas e o sistema mucociliar<br />

O sistema respiratório está recoberto por um engenhoso meio <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa, o sistema<br />

mucociliar, que transporta o muco e as partículas retidas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> as porções distais até a<br />

faringe, as quais são <strong>de</strong>glutidas. Assim, as características <strong>do</strong> muco são importantes. Se muito<br />

líqui<strong>do</strong>, os cílios não conseguirão mobilizá-lo como se estivessem baten<strong>do</strong> na água. Se muito<br />

espesso, igualmente não será transporta<strong>do</strong>, pois os cílios não terão força para isso (CROCE et<br />

al, 1998).<br />

À medida que vão se <strong>de</strong>positan<strong>do</strong> no trato respiratório, essas partículas passam a ser<br />

removidas pelo mecanismo <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa. O primeiro <strong>de</strong>les é o espirro, <strong>de</strong>senca<strong>de</strong>a<strong>do</strong> por gran<strong>de</strong>s<br />

partículas que, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> ao seu tamanho, não conseguem ir além das narinas, e acabam se<br />

<strong>de</strong>positan<strong>do</strong> nelas. Outros importantes mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa são a tosse e o aparelho<br />

mucociliar. Aquelas partículas que atingem as porções mais distais das vias aéreas são<br />

fagocitadas pelos macrófagos alveolares, sen<strong>do</strong> então removidas via aparelho mucociliar ou<br />

sistema linfático (CANÇADO et al, 2006).<br />

Para Alwis (1998) a exposição crônica ao pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira po<strong>de</strong> causar insuficiência<br />

mucociliar. Um estu<strong>do</strong> britânico relatou que em uma indústria moveleira a função mucociliar<br />

nasal em trabalha<strong>do</strong>res expostos ao pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira há mais <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos foi bastante<br />

prejudicada. Um estu<strong>do</strong> sueco da indústria moveleira relatou que 20% <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res<br />

tinham hipersecreção nasal, obstrução nasal e remoção mucociliar nasal prejudicada.<br />

20


Croce et al (1998) mencionam que as modificações ou alterações <strong>do</strong> epitélio<br />

respiratório têm repercussões sobre o mecanismo funcional respiratório. Numerosos estu<strong>do</strong>s<br />

têm <strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> que a poluição induz a um dano epitelial e alterações no mecanismo<br />

mucociliar permitin<strong>do</strong> uma maior penetração e acesso <strong>de</strong> partículas e alérgenos às células <strong>do</strong><br />

sistema imune.<br />

2.6 EFEITOS NO SISTEMA RESPIRATÓRIO<br />

A <strong>de</strong>scrição da inalação <strong>de</strong> poeira nos ambientes <strong>de</strong> trabalho como agente causa<strong>do</strong>r <strong>de</strong><br />

sintomas respiratórios e <strong>do</strong>enças pulmonares foi feita por Hipócrates, em 460 a.C., que<br />

observou essas alterações na saú<strong>de</strong> <strong>de</strong> minera<strong>do</strong>res (LIDO et al, 2008).<br />

Bagatin e Kitamura (2005), relatam que a American Thoracic Society (ATS) consi<strong>de</strong>ra<br />

que a exposições ambientais e ocupacionais po<strong>de</strong>m ser responsáveis por até 20% das <strong>do</strong>enças<br />

intersticiais e das vias aéreas.<br />

Para Rongo et al (2005), a exposição ao pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira tem si<strong>do</strong> associada a efeitos<br />

respiratórios agu<strong>do</strong>s e crônicos, incluin<strong>do</strong> alterações na função pulmonar, rinite, irritação <strong>do</strong>s<br />

olhos e nariz. A maior parte das evidências vem <strong>de</strong> estu<strong>do</strong>s na Europa Oci<strong>de</strong>ntal e América <strong>do</strong><br />

Norte.<br />

Segun<strong>do</strong> o Governo <strong>de</strong> Alberta (2004), os efeitos <strong>do</strong> sistema respiratório <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à<br />

exposição ao pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira incluem a diminuição da capacida<strong>de</strong> pulmonar e reações alérgicas<br />

nos pulmões. Dois tipos <strong>de</strong> reações alérgicas po<strong>de</strong>m ocorrer nos pulmões: pneumonite por<br />

hipersensibilida<strong>de</strong> (caracterizada pela inflamação das pare<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s sacos aéreos e pequenas<br />

vias aéreas) e asma ocupacional. A diminuição da capacida<strong>de</strong> pulmonar é causada por<br />

processos mecânicos ou químicos pela irritação <strong>do</strong> teci<strong>do</strong> pulmonar pelo pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira. Isto<br />

provoca irritação das vias aéreas, reduzin<strong>do</strong> o volume <strong>de</strong> ar nos pulmões e produzin<strong>do</strong><br />

sensação <strong>de</strong> sufocação. Geralmente, leva um longo tempo para observar uma redução na<br />

capacida<strong>de</strong> pulmonar.<br />

Croce et al (1998) <strong>de</strong>screvem os efeitos <strong>de</strong> poluentes na função respiratória a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong><br />

<strong>do</strong>is mecanismos: direto e indireto (Quadro 1).<br />

21


Quadro 1 – Efeitos <strong>do</strong>s poluentes na função respiratória.<br />

A. Mecanismo Indireto:<br />

– modulação da alergenicida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s aeroalérgenos.<br />

B. Mecanismo Direto:<br />

– diminuição da ativida<strong>de</strong> ciliar;<br />

– produção <strong>de</strong> dano epitelial e aumento da permeabilida<strong>de</strong> da mucosa brônquica;<br />

– diminuição da produção <strong>do</strong>s antioxidantes gera<strong>do</strong>s naturalmente;<br />

– indução da secreção <strong>de</strong> citocinas pró-inflamatórias e a expressão <strong>de</strong> moléculas <strong>de</strong><br />

a<strong>de</strong>são, que orquestram, por sua vez, as funções <strong>de</strong> células inflamatórias.<br />

Fonte: Adapta<strong>do</strong> <strong>de</strong> Croce et al (1998).<br />

Gomes (2002) <strong>de</strong>fine como efeito adverso, para a saú<strong>de</strong> respiratória, as alterações<br />

fisiológicas ou patológicas com significa<strong>do</strong> médico, evi<strong>de</strong>nciadas por um <strong>do</strong>s seguintes<br />

parâmetros: interferência com a ativida<strong>de</strong> normal ou das pessoas afetadas; <strong>do</strong>ença respiratória<br />

episódica; <strong>do</strong>ença incapacitante; lesão permanente; disfunção respiratória progressiva.<br />

Quadro.<br />

Em 2000 a ATS fez uma revisão <strong>do</strong>s efeitos adversos, que estão <strong>de</strong>scritos abaixo no<br />

Quadro 2 – Efeitos adversos <strong>do</strong>s poluentes no aparelho respiratório.<br />

– Aumento da mortalida<strong>de</strong><br />

– Aumento da incidência <strong>de</strong> cancro<br />

– Exacerbações <strong>de</strong> asma mais frequentes<br />

– Infecções respiratórias mais frequentes<br />

– Aumento das exacerbações em <strong>do</strong>entes com bronquite crônica ou <strong>do</strong>enças cardiovasculares<br />

e outras <strong>do</strong>enças que se po<strong>de</strong> manifestar por:<br />

– Redução <strong>do</strong> VEF1 ou CVF associada a sintomas clínicos<br />

– Aumento da prevalência <strong>de</strong> poeira, não relacionada com infecções respiratórias, ou presente<br />

na maior parte <strong>do</strong>s dias ou noites<br />

– Aumento da prevalência ou incidência <strong>de</strong> aperto torácico<br />

– Aumento da prevalência ou incidência <strong>de</strong> tosse produtiva a requerer cuida<strong>do</strong>s médicos<br />

– Aumento da incidência <strong>de</strong> infecções da VAS que interferem com a ativida<strong>de</strong> normal<br />

– Aumento da incidência <strong>de</strong> infecções da VAS que não interferem com a ativida<strong>de</strong> normal<br />

– Irritação <strong>do</strong>s olhos, nariz e orofaringe que po<strong>de</strong> interferir com a ativida<strong>de</strong> normal se forem<br />

intensos<br />

– O<strong>do</strong>res<br />

Fonte: Adapta<strong>do</strong> por ATS (2000).<br />

22


2.7 PROVAS DE FUNÇÃO PULMONAR<br />

Segun<strong>do</strong> Levitzky (2004), o volume <strong>de</strong> gás nos pulmões <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> o tempo to<strong>do</strong>, da<br />

mecânica <strong>do</strong>s pulmões, da pare<strong>de</strong> torácica, e da ativida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s músculos inspiratórios e<br />

expiratórios. O volume pulmonar em qualquer conjunto específico <strong>de</strong> condições po<strong>de</strong> ser<br />

altera<strong>do</strong> por processos fisiológicos normais ou patológicos. A padronização das condições nas<br />

quais os volumes pulmonares são mensura<strong>do</strong>s permite que sejam realizadas comparações<br />

entre indivíduos ou pacientes. O tamanho <strong>do</strong>s pulmões <strong>de</strong> um indivíduo <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua<br />

altura, peso, ou da área <strong>de</strong> superfície corpórea, assim como <strong>de</strong> sua ida<strong>de</strong> ou sexo.<br />

Consequentemente, os volumes pulmonares <strong>de</strong> um paciente são habitualmente compara<strong>do</strong>s<br />

com da<strong>do</strong>s em uma tabela <strong>de</strong> volumes pulmonares “previstos” <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com a ida<strong>de</strong>, sexo e<br />

tamanho corpóreo.<br />

Dias et al (2000) afirmam que a espirometria é a prova <strong>de</strong> função respiratória mais<br />

simples e importante na clínica pneumológica. Determina volumes pulmonares estáticos,<br />

dinâmicos e capacida<strong>de</strong>s (soma <strong>de</strong> <strong>do</strong>is ou mais volumes), com exceção <strong>do</strong> volume residual. E<br />

ainda, para Pereira (2002) a espirometria é um teste que auxilia na prevenção e permite o<br />

diagnóstico e a quantificação <strong>do</strong>s distúrbios ventilatórios. A espirometria <strong>de</strong>ve ser parte<br />

integrante da avaliação <strong>de</strong> pacientes com sintomas respiratórios ou <strong>do</strong>ença respiratória<br />

conhecida.<br />

A espirometria me<strong>de</strong> volumes e fluxos aéreos, principalmente a capacida<strong>de</strong> vital lenta<br />

(CVL), capacida<strong>de</strong> vital forçada (CVF), o volume expiratório força<strong>do</strong> no primeiro segun<strong>do</strong><br />

(VEF1) e suas relações (VEF1/CV e VEF1/CVF). Pela variabilida<strong>de</strong> observada em diferentes<br />

países, valores <strong>de</strong> referências nacionais <strong>de</strong> normalida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem ser preferi<strong>do</strong>s, especialmente<br />

se os testes são feitos para <strong>de</strong>tecção precoce <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças, exposição ocupacional e avaliação <strong>de</strong><br />

incapacida<strong>de</strong>s. Testes espirométricos para indivíduos aparentemente saudáveis em grupos <strong>de</strong><br />

alto risco <strong>de</strong>vem ser consi<strong>de</strong>ra<strong>do</strong>s parte <strong>de</strong> um exame regular. Indivíduos <strong>de</strong> alto risco incluem<br />

fumantes ou ex-fumantes recentes com mais <strong>de</strong> quarenta e cinco anos e aqueles sujeitos a<br />

riscos inalatórios no trabalho. Na atualida<strong>de</strong>, espirômetros portáteis acura<strong>do</strong>s são disponíveis.<br />

A espirometria preenche os critérios para utilização como um teste <strong>de</strong> triagem para a <strong>de</strong>tecção<br />

precoce <strong>de</strong> DPOC (SBPT, 2001).<br />

De acor<strong>do</strong> com West (2002) um teste muito útil e simples <strong>de</strong> função pulmonar é a<br />

medição <strong>de</strong> uma expiração única forçada. Normalmente o VEF1 é cerca <strong>de</strong> 80% da CVF. Caso<br />

seja <strong>de</strong>tectada a presença <strong>de</strong> <strong>do</strong>ença, <strong>do</strong>is padrões gerais po<strong>de</strong>m ser distingui<strong>do</strong>s: <strong>do</strong>enças<br />

23


estritivas e <strong>do</strong>enças obstrutivas. Frequentemente são observa<strong>do</strong>s padrões mistos, restritivos e<br />

obstrutivos.<br />

Segun<strong>do</strong> Gregório (2006), na espirometria a <strong>análise</strong> <strong>do</strong> resulta<strong>do</strong> da CVF é expresso<br />

em valores absolutos e em percentual <strong>de</strong> predito. Quan<strong>do</strong> esse valor estiver abaixo <strong>de</strong> 80% <strong>do</strong><br />

previsto, na presença <strong>de</strong> VEF1/CVF normal, sugere a presença <strong>de</strong> distúrbio restritivo. A<br />

confirmação po<strong>de</strong> ser feita através da medida da capacida<strong>de</strong> pulmonar total (CPT). Na<br />

impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>stes méto<strong>do</strong>s, os acha<strong>do</strong>s radiológicos compatíveis com <strong>do</strong>ença restritiva<br />

associa<strong>do</strong>s à redução <strong>de</strong> CVF confirmam a hipótese. O VEF1 avalia basicamente os distúrbios<br />

obstrutivos. Quan<strong>do</strong> a CVF estiver diminuída por distúrbios restritivos ele diminuirá<br />

proporcionalmente. A razão entre estas duas medidas (VEF1/CVF) é a que melhor avalia a<br />

presença <strong>de</strong> distúrbios obstrutivos. O valor espera<strong>do</strong> para <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> indivíduo <strong>de</strong>riva da<br />

equação escolhida. Para indivíduos com até quarenta e cinco anos espera-se o valor <strong>de</strong> 75%<br />

ou superior. Abaixo <strong>de</strong>ste valor o diagnóstico <strong>de</strong> obstrução é sugestivo e <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong>fini<strong>do</strong><br />

através da <strong>análise</strong> paralela <strong>de</strong> outros valores como FEF25-75%, VEF1 e outros fluxos terminais.<br />

24


3 METODOLOGIA<br />

3.1 APROVAÇÃO DO ESTUDO<br />

A coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s foi realizada a partir <strong>do</strong> aceite: <strong>do</strong> orienta<strong>do</strong>r para conduzir o estu<strong>do</strong><br />

(APÊNDICE 1), das Serrarias em participar <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> (APÊNDICE 2), da aprovação <strong>do</strong><br />

Comitê <strong>de</strong> Ética e Pesquisa (CEP) da Universida<strong>de</strong> da Amazônia – UNAMA (ANEXO 1) e<br />

<strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res das indústrias após assinarem o Termo <strong>de</strong> Consentimento Livre e<br />

Esclareci<strong>do</strong> (TCLE) (APÊNDICE 3).<br />

3.2 TIPO DE ESTUDO<br />

O estu<strong>do</strong> foi <strong>do</strong> tipo experimental, prospectivo e transversal.<br />

3.3 LOCAL DO ESTUDO<br />

O presente estu<strong>do</strong> foi <strong>de</strong>senvolvi<strong>do</strong> no município <strong>de</strong> Jacundá – Pará, no setor da<br />

Indústria Ma<strong>de</strong>ireira, no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 13 a 24 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2009, após ter si<strong>do</strong> encaminha<strong>do</strong> e<br />

aprova<strong>do</strong> pelo CEP da UNAMA.<br />

3.4 AMOSTRA<br />

Participaram <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> trinta e seis trabalha<strong>do</strong>res <strong>de</strong> oito Indústrias Ma<strong>de</strong>ireiras.<br />

Destes, nove indivíduos foram excluí<strong>do</strong>s por aten<strong>de</strong>rem aos critérios <strong>de</strong> exclusão propostos na<br />

presente pesquisa. Os <strong>de</strong>mais vinte e sete indivíduos foram incluí<strong>do</strong>s no estu<strong>do</strong>, pois atendiam<br />

os critérios <strong>de</strong> inclusão e aceitaram o TCLE proposto pelas autoras <strong>do</strong> projeto.<br />

Com base na Resolução 196/96 <strong>do</strong> Conselho Nacional <strong>de</strong> Saú<strong>de</strong> (2000), os resulta<strong>do</strong>s<br />

obti<strong>do</strong>s durante este estu<strong>do</strong> serão manti<strong>do</strong>s em sigilo, sen<strong>do</strong> divulga<strong>do</strong>s apenas em<br />

publicações científicas, sem mencionar os da<strong>do</strong>s pessoais <strong>do</strong>s participantes.<br />

25


3.5 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO<br />

Foram incluí<strong>do</strong>s no estu<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os trabalha<strong>do</strong>res que se enquadraram nos seguintes<br />

critérios: aceitar o TCLE; residir no município <strong>de</strong> Jacundá – PA; ser <strong>do</strong> sexo masculino; estar<br />

em contato direto com o pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira; exercer a ocupação <strong>de</strong> <strong>de</strong>stopa<strong>do</strong>res, circuleiros e/ou<br />

serra<strong>do</strong>res; estar na faixa etária compreendida entre vinte e <strong>do</strong>is e quarenta e cinco anos; não<br />

apresentar <strong>do</strong>enças respiratórias atuais e patologias associadas.<br />

3.6 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO<br />

Foram excluí<strong>do</strong>s <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> to<strong>do</strong>s os trabalha<strong>do</strong>res que se enquadraram nos seguintes<br />

critérios: não aceitar o TCLE; indivíduos <strong>do</strong> sexo feminino; estar na faixa etária menor que<br />

vinte e <strong>do</strong>is anos ou maior que quarenta e cinco anos; apresentar <strong>do</strong>enças respiratórias e<br />

patologias associadas atuais; <strong>de</strong>sempenhar outras ocupações que fogem aos critérios <strong>de</strong><br />

inclusão; apresentar déficit cognitivo; não conseguir realizar a avaliação proposta; apresentar<br />

<strong>do</strong>enças respiratórias atuais e patologias associadas; apresentar <strong>de</strong>formida<strong>de</strong> torácica.<br />

3.7 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS DE COLETA DE DADOS<br />

Os da<strong>do</strong>s foram coleta<strong>do</strong>s em oito Indústrias Ma<strong>de</strong>ireiras no município <strong>de</strong> Jacundá, no<br />

perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> 13 a 24 <strong>de</strong> Julho <strong>de</strong> 2009, nos turnos matutino e vespertino.<br />

A coleta <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s foi realizada em duas etapas: a primeira, mediante aplicação <strong>de</strong> um<br />

questionário, elabora<strong>do</strong> pelas pesquisa<strong>do</strong>ras e sua orienta<strong>do</strong>ra, dividi<strong>do</strong> em três partes:<br />

registro, questionário e avaliação geral; e a segunda, por meio <strong>de</strong> uma avaliação<br />

<strong>pneumofuncional</strong>, mediante a espirometria.<br />

26


Questionário<br />

O questionário foi elabora<strong>do</strong> com base no artigo <strong>de</strong> Bagatin e Kitamura (2005),<br />

composto por <strong>do</strong>ze perguntas fechadas e abertas, cria<strong>do</strong> pelas autoras, com objetivo <strong>de</strong> obter<br />

um amplo conhecimento <strong>do</strong> <strong>perfil</strong> ocupacional e social <strong>do</strong> participante.<br />

O questionário contém assuntos como: patologias pulmonares e/ou associadas atuais<br />

e/ou anteriores, hábitos tabagistas, prática <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong> física, tempo <strong>de</strong> ocupação e<br />

conhecimento e uso <strong>de</strong> equipamento <strong>de</strong> proteção (APÊNDICE 4).<br />

Avaliação Geral<br />

Realizou-se a mensuração <strong>do</strong> peso e da altura utilizan<strong>do</strong>-se uma balança <strong>do</strong> tipo<br />

antropométrica mecânica, da marca Filizola®.<br />

Os sinais vitais aferi<strong>do</strong>s foram: pressão arterial sistêmica (PA), pelo méto<strong>do</strong> palpatório<br />

e auscultatório com o uso <strong>do</strong> esfignomanômetro anerói<strong>de</strong> adulto com feixe <strong>de</strong> metal e um<br />

estetoscópio Duo Sonic adulto, ambos da marca BD®; frequência cardíaca (FC) foi<br />

mensurada por meio da palpação <strong>do</strong> pulso radial durante o perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> um minuto; freqüência<br />

respiratória (FR) foi realizada por meio da observação <strong>do</strong> movimento torácico no perío<strong>do</strong> <strong>de</strong><br />

um minuto.<br />

Espirometria<br />

Para a realização da espirometria utilizou-se um Espirômetro MicroQuark da marca<br />

COSMED. A avaliação <strong>pneumofuncional</strong> foi realizada seguin<strong>do</strong> as normas preconizadas pela<br />

ATS e pelo I Consenso Brasileiro <strong>de</strong> Espirometria.<br />

Os trabalha<strong>do</strong>res foram orienta<strong>do</strong>s a repousar por cinco a <strong>de</strong>z minutos antes <strong>do</strong> teste e<br />

os procedimentos a serem realiza<strong>do</strong>s foram <strong>de</strong>scritos cuida<strong>do</strong>samente, dan<strong>do</strong> ênfase à<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se evitar vazamentos em torno da peça bucal e realizar uma inspiração<br />

máxima seguida <strong>de</strong> expiração máxima e sustentada, até que o avalia<strong>do</strong>r or<strong>de</strong>nasse a<br />

interrupção. Os sujeitos foram orienta<strong>do</strong>s a permanecer senta<strong>do</strong>s e utilizar um clipe nasal<br />

27


durante a realização <strong>do</strong>s testes. As curvas volume-tempo e fluxo-volume foram realizadas <strong>de</strong><br />

acor<strong>do</strong> com os critérios <strong>de</strong> aceitabilida<strong>de</strong> preconiza<strong>do</strong>s pela ATS, sen<strong>do</strong> escolhida a melhor <strong>de</strong><br />

três curvas reprodutíveis (variabilida<strong>de</strong> < 5%). A partir <strong>de</strong>ssa curva foram computa<strong>do</strong>s os<br />

valores da CVL, CVF, VEF1, índice <strong>de</strong> Tiffeneau (VEF1/CVF) e pico <strong>de</strong> fluxo expiratório<br />

(PFE), fluxo expiratório força<strong>do</strong> médio (FEF25%-75%), fluxo expiratório máximo em 75%<br />

(MEF75%), fluxo expiratório máximo em 50% (MEF50%). Os resulta<strong>do</strong>s foram compara<strong>do</strong>s aos<br />

valores preditos para pacientes normais adultos <strong>do</strong> sexo masculino <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com Pereira,<br />

2002.<br />

Para biossegurança <strong>do</strong>s participantes foi a<strong>do</strong>ta<strong>do</strong> o uso <strong>de</strong> bocais <strong>de</strong>scartáveis.<br />

3.8 ANÁLISE DOS DADOS<br />

Após a coleta, os da<strong>do</strong>s <strong>do</strong> estu<strong>do</strong> foram armazena<strong>do</strong>s em um banco <strong>de</strong> da<strong>do</strong>s no<br />

programa Microsoft Office Excel 2007, <strong>de</strong> on<strong>de</strong> se construiu tabelas e gráficos.<br />

Para <strong>análise</strong> <strong>de</strong> significância foram utiliza<strong>do</strong>s os testes T-Stu<strong>de</strong>nt para amostras<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes, o teste Qui-Quadra<strong>do</strong> para avaliar a diferença entre as proporções das<br />

variáveis e o teste F-Fischer para avaliar a diferença entre as proporções <strong>do</strong>s grupos<br />

estuda<strong>do</strong>s, a<strong>do</strong>tan<strong>do</strong>-se nível α = 0,05 (5%), por meio <strong>do</strong> software BioEstat 5.0, assinalan<strong>do</strong><br />

com asterisco (*) os valores significantes.<br />

28


4 RESULTADOS<br />

Foram estuda<strong>do</strong>s vinte e sete indivíduos em exposição inalatória ocupacional a poeira<br />

<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, <strong>de</strong>ntre os quais <strong>do</strong>ze apresentam hábitos tabagistas, correspon<strong>de</strong>n<strong>do</strong> a 44,4% da<br />

amostra.<br />

A média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> da amostra correspon<strong>de</strong> a 33,7 anos e a média <strong>de</strong> tempo <strong>de</strong><br />

exposição a 11,7 anos com 8,3 horas <strong>de</strong> exposição diária. Quan<strong>do</strong> dividi<strong>do</strong> em grupos <strong>de</strong> não-<br />

tabagistas e tabagistas observou-se uma média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> e <strong>de</strong>svio padrão <strong>de</strong> 34,5 ± 6,9 anos e<br />

32,8 ± 8,0 anos, respectivamente, conforme mostra a tabela a seguir.<br />

Tabela 1 – Distribuição da média <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res não-tabagistas e tabagistas expostos a poeira<br />

<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira.<br />

ESTATÍSTICAS DESCRITIVAS<br />

IDADE (em anos)<br />

Não-Tabagistas Tabagistas<br />

Mínimo 22,0 22,0<br />

Máximo 45,0 44,0<br />

Amplitu<strong>de</strong> Total 23,0 22,0<br />

Mediana 36,0 32,0<br />

Primeiro Quartil (25%) 31,0 26,8<br />

Terceiro Quartil (75%) 39,0 38,8<br />

Média Aritmética 34,5 32,8<br />

Variância 47,0 63,7<br />

Desvio Padrão 6,9 8,0<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Variação 19,85% 24,36%<br />

p = 0,2729 (t - Stu<strong>de</strong>nt)<br />

Fonte: Da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s autores, 2009.<br />

Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s inerentes às variáveis peso e altura <strong>de</strong>monstraram uma média e<br />

<strong>de</strong>svio padrão <strong>de</strong> 70,5 ± 11,4 Kg e 169,5 ± 6,5 cm e, 70,8 ± 13,3 Kg e 168,5 ± 6,2 cm para<br />

não-tabagistas e tabagistas, respectivamente (Tabela 2).<br />

29


Tabela 2 – Distribuição <strong>do</strong> peso e altura <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res não-tabagistas e tabagistas expostos a poeira <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira.<br />

ESTATÍSTICAS<br />

DESCRITIVAS<br />

PESO (Kg) ALTURA (cm)<br />

Não-Tabagistas Tabagistas Não-Tabagistas Tabagistas<br />

Mínimo 55,0 48,0 158,0 158,0<br />

Máximo 94,0 89,0 180,0 178,0<br />

Amplitu<strong>de</strong> Total 39,0 41,0 22,0 20,0<br />

Mediana 68,0 72,5 170,0 167,5<br />

Primeiro Quartil (25%) 62,0 62,0 165,0 165,8<br />

Terceiro Quartil (75%) 77,0 79,5 174,5 172,0<br />

Média Aritmética 70,5 70,8 169,5 168,5<br />

Variância 130,7 177,1 42,1 38,1<br />

Desvio Padrão 11,4 13,3 6,5 6,2<br />

Coeficiente <strong>de</strong> Variação 16,21% 18,81% 3,83% 3,66%<br />

p = 0,4824 (t - Stu<strong>de</strong>nt) p = 0,4824 (t - Stu<strong>de</strong>nt)<br />

Fonte: Da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s autores, 2009.<br />

Dentre as funções estudadas, houve prevalência na ocupação <strong>de</strong> <strong>de</strong>stopa<strong>do</strong>r com<br />

44,4%, segui<strong>do</strong> pelo serra<strong>do</strong>r com 29,7% e pelo circuleiro com 25,9%, com p


Quan<strong>do</strong> se refere ao tempo <strong>de</strong> exposição inalatória ocupacional, notou-se que 44,4%<br />

<strong>do</strong>s voluntários exerciam a profissão a menos <strong>de</strong> 10 anos, enquanto que 40,7% exerciam-na<br />

entre 11 e 20 anos e apenas 14,9% a mais <strong>de</strong> 20 anos (Gráfico 2).<br />

Gráfico 2 – Percentagem <strong>do</strong> tempo <strong>de</strong> exposição inalatória ocupacional à poeira <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira em anos.<br />

Fonte: Da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s autores, 2009.<br />

Ao analisar a presença <strong>de</strong> sinais e sintomas respiratórios, observou-se que 74,1% <strong>do</strong>s<br />

trabalha<strong>do</strong>res apresentaram uma ou mais sintomatologia, evi<strong>de</strong>ncian<strong>do</strong> uma significância<br />

estatística, com p


Gráfico 3 – Frequência da presença <strong>de</strong> sinais e sintomas respiratórios relata<strong>do</strong>s pelos trabalha<strong>do</strong>res<br />

expostos a poeira <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira.<br />

Fonte: Da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s autores, 2009.<br />

Gráfico 4 – Frequência <strong>de</strong> sinais e sintomas respiratórios relata<strong>do</strong>s pelos trabalha<strong>do</strong>res expostos a poeira<br />

<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira.<br />

Fonte: Da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s autores, 2009.<br />

32


Os valores da função pulmonar encontra<strong>do</strong>s no estu<strong>do</strong> revelaram índices<br />

espirométricos abaixo <strong>do</strong> previsto para: CVL com 96,3% e p


um aumento na relação VEF1/CVF e, principalmente, na MEF75%. Entrentanto, não se<br />

observou diferenças estatísticas ao se comparar os grupos, como mostra a tabela a seguir.<br />

Tabela 4 – Comparação <strong>do</strong>s valores espirométricos <strong>do</strong> grupo <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res tabagistas e não-tabagistas<br />

sob exposição inalatória ocupacional em relação aos valores previstos pelo Consenso <strong>de</strong> Espirometria da<br />

Socieda<strong>de</strong> Brasileira <strong>de</strong> Pneumologia e Tisiologia (SBPT, 2002).<br />

VARIÁVEL Tabagistas Não-Tabagistas p-valor<br />

CVL<br />

Abaixo 11 91,7% 15 100,0%<br />

Acima 1 8,3% 0 0,0%<br />

CVF<br />

Abaixo 12 100,0% 15 100,0%<br />

Acima 0 0,0% 0 0,0%<br />

VEF1<br />

Abaixo 11 91,7% 12 80,0%<br />

Acima<br />

VEF1/CVF<br />

1 8,3% 3 20,0%<br />

Abaixo 4 33,3% 1 6,7%<br />

Acima<br />

PFE<br />

8 66,7% 14 93,3%<br />

Abaixo 12 100,0% 15 100,0%<br />

Acima 0 0,0% 0 0,0%<br />

FEF25%-75%<br />

Abaixo 8 66,7% 8 53,3%<br />

Acima 4 33,3% 7 46,7%<br />

MEF75%<br />

Abaixo 0 0,0% 0 0,0%<br />

Acima 12 100,0% 15 100,0%<br />

MEF50%<br />

Abaixo 8 66,7% 12 80,0%<br />

Acima 4 33,3% 3 20,0%<br />

Fonte: Da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s autores, 2009.<br />

0,4444<br />

NSA<br />

0,3889<br />

0,1018<br />

NSA<br />

0,3811<br />

NSA<br />

0,3638<br />

De acor<strong>do</strong> com os acha<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s índices espirométricos e, ao consi<strong>de</strong>rar os valores <strong>do</strong><br />

VEF1 e CVF menor que 80% e a relação VEF1/CVF maior que 75% <strong>de</strong>monstrou-se que<br />

25,9% <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res apresentaram alguma alteração restritiva, sen<strong>do</strong> 14,8% leve e 11,1%<br />

mo<strong>de</strong>rada, entretanto não se observou relevância estatística (Tabela 5). Ao se comparar os<br />

grupos <strong>de</strong> fumantes e não-fumantes, também notou-se não haver diferença estatística. O grupo<br />

<strong>do</strong>s não-tabagistas obteve prevalência na presença <strong>de</strong> distúrbios restritivos com 26,7% contra<br />

25% para os tabagistas, embora que pequena (Tabela 6). Quan<strong>do</strong> leva<strong>do</strong> em consi<strong>de</strong>ração a<br />

34


ocupação e presença <strong>de</strong> distúrbios, observou-se prevalência <strong>do</strong>s serra<strong>do</strong>res com 42,9%,<br />

segui<strong>do</strong> <strong>do</strong>s circuleiros com 25% e <strong>do</strong>s <strong>de</strong>stopa<strong>do</strong>res com 16,7% (Tabela 7).<br />

Tabela 5 – Frequência e percentagem <strong>do</strong>s tipos <strong>de</strong> distúrbios respiratórios encontra<strong>do</strong>s entre os<br />

trabalha<strong>do</strong>res da pesquisa.<br />

VARIÁVEIS Frequência %<br />

TIPOS DE DISTÚRBIOS<br />

Normal* 20 74,1%<br />

Restritivo leve 4 14,8%<br />

Restritivo mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> 3 11,1%<br />

p0,05<br />

Fonte: Da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s autores, 2009.<br />

Tabela 7 – Correlação da frequência e percentagem <strong>do</strong>s tipos <strong>de</strong> distúrbios respiratórios quanto a<br />

ocupação exercida.<br />

VARIÁVEIS<br />

CIRCULEIRO DESTOPADOR SERRADOR<br />

Frequência % Frequência % Frequência %<br />

TIPOS DE DISTÚRBIOS<br />

Normal 6 75,0% 10 83,3% 4 57,1%<br />

Restritivo leve 0 0,0% 2 16,7% 2 28,6%<br />

Restritivo mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> 2 25,0% 0 0,0% 1 14,3%<br />

p>0,05<br />

Fonte: Da<strong>do</strong>s <strong>do</strong>s autores, 2009.<br />

35


5 DISCUSSÃO<br />

Estima-se que pelo menos <strong>do</strong>is milhões <strong>de</strong> pessoas estão expostas a poeira <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira<br />

to<strong>do</strong>s os dias em to<strong>do</strong> o mun<strong>do</strong>. Em geral, a exposição a esta poeira <strong>de</strong>teriora a função<br />

pulmonar, aumenta a prevalência <strong>de</strong> <strong>do</strong>enças respiratórias, exacerba as <strong>do</strong>enças existentes e<br />

aumenta a incidência <strong>de</strong> câncer e mortes (OSMAN; PALA, 2009).<br />

No presente estu<strong>do</strong> foram avalia<strong>do</strong>s vinte e sete trabalha<strong>do</strong>res <strong>de</strong> oito Indústrias<br />

Ma<strong>de</strong>ireiras <strong>de</strong> Jacundá, distribuí<strong>do</strong>s em três funções, com prevalência <strong>de</strong> 44,4% na ocupação<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>stopa<strong>do</strong>res, 29,7% <strong>de</strong> serra<strong>do</strong>res e 25,9% <strong>de</strong> circuleiros (Gráfico 1). O tempo <strong>de</strong><br />

exposição à poeira <strong>de</strong>stes trabalha<strong>do</strong>res variou <strong>de</strong> <strong>do</strong>is a vinte e seis anos, com prevalência <strong>de</strong><br />

44,4% para tempo menor que <strong>de</strong>z anos, 40,7% entre onze e vinte anos e 14,9% acima <strong>de</strong> vinte<br />

anos (Gráfico 2).<br />

Foram observa<strong>do</strong>s sintomas respiratórios em 74,1% <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res, p


mo<strong>de</strong>ra<strong>do</strong> (Tabela 5). Observou-se prevalência <strong>de</strong> distúrbios para a ocupação <strong>do</strong>s serra<strong>do</strong>res<br />

com 42,9%, segui<strong>do</strong> <strong>do</strong>s circuleiros com 25% e <strong>do</strong>s <strong>de</strong>stopa<strong>do</strong>res com 16,7%, no entanto não<br />

foi observada relevância estatística (Tabela 7).<br />

Publio (2008) em seu estu<strong>do</strong>, no setor da indústria <strong>de</strong> mobiliário <strong>de</strong> Votuporanga,<br />

analisou quatrocentos e noventa e nove trabalha<strong>do</strong>res expostos à poeira <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, tintas e<br />

vernizes. Em seus acha<strong>do</strong>s, observou que 14,6% <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res referiram ter sibilos pelo<br />

menos uma vez na vida, 5,6% apresentaram sibilos nos últimos <strong>do</strong>ze meses e 18,6% tosse<br />

seca à noite fora <strong>do</strong>s perío<strong>do</strong>s <strong>de</strong> gripe. No estu<strong>do</strong> foi encontrada uma prevalência <strong>de</strong> 5,6%<br />

referente a sintomas <strong>de</strong> asma, 16% para rinite e 8,4% para sintomas <strong>de</strong> eczema referente ao<br />

módulo <strong>de</strong> atopia aplica<strong>do</strong> por meio <strong>do</strong> questionário epi<strong>de</strong>miológico ISAAC. Foi observa<strong>do</strong>,<br />

ainda, uma associação entre trabalha<strong>do</strong>res tabagistas e ex-tabagistas e presença <strong>do</strong>s sintomas<br />

<strong>de</strong> sibilos nos últimos 12 meses, em que 9,5% <strong>do</strong>s fumantes e ex-fumantes tiveram sintomas<br />

respiratórios e apenas 4% entre não-fumantes apresentaram essas manifestações (p = 0,019).<br />

Os trabalha<strong>do</strong>res sintomáticos apresentavam maior frequência <strong>de</strong> sintomas <strong>de</strong> tosse, catarro e<br />

dispneia em relação ao grupo controle. Entretanto, o consumo tabágico não teve associação<br />

com os sintomas respiratórios avalia<strong>do</strong>s pelo questionário <strong>do</strong> MRC (p > 0,05).<br />

A exposição ao pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira po<strong>de</strong> causar efeitos adversos respiratórios que são<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da asma. Em 1982, Chan-Yeung et al (1984) apud Bohadana et al (2000)<br />

realizaram um estu<strong>do</strong> epi<strong>de</strong>miológico <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res <strong>de</strong> serração <strong>de</strong> cedro e os resulta<strong>do</strong>s<br />

compara<strong>do</strong>s com os trabalha<strong>do</strong>res <strong>de</strong> escritório não expostos a poluentes respiratórios.<br />

Bohadana et al (2000) <strong>de</strong>scobriram que trabalha<strong>do</strong>res <strong>do</strong> cedro tiveram significativamente<br />

maior prevalência <strong>de</strong> sintomas respiratórios crônicos e menor função pulmonar em<br />

comparação com os trabalha<strong>do</strong>res <strong>de</strong> escritório. Essas alterações persistiram mesmo após os<br />

trabalha<strong>do</strong>res asmáticos serem excluí<strong>do</strong>s da <strong>análise</strong>. Posteriormente, exames realiza<strong>do</strong>s<br />

durante um perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> onze anos mostraram que os trabalha<strong>do</strong>res da serraria <strong>do</strong> cedro tinham<br />

significativamente maior queda no VEF1 e CVF <strong>do</strong> que os trabalha<strong>do</strong>res <strong>do</strong> escritório, e que<br />

existia uma relação <strong>do</strong>se-resposta entre a intensida<strong>de</strong> da exposição com o <strong>de</strong>clínio anual da<br />

CVF.<br />

Bosan e Okpapi (2004) relataram em seus estu<strong>do</strong>s que somente 10% daqueles que<br />

tinham trabalha<strong>do</strong> menos <strong>de</strong> cinco anos tiveram sintomas respiratórios. Após <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong><br />

exposição 27% tiveram sintomas, 75% após quatorze anos e 93% após <strong>de</strong>zenove anos <strong>de</strong><br />

exposição. Também observaram que não houve nenhuma diferença significativa na<br />

37


pre<strong>do</strong>minância <strong>do</strong>s sintomas entre fumantes e não-fumantes. Concluíram nos estu<strong>do</strong>s que os<br />

sintomas respiratórios são altamente pre<strong>do</strong>minantes entre os trabalha<strong>do</strong>res <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, e são<br />

extremamente influencia<strong>do</strong>s pelo grau e a duração da exposição ao pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira respirável e<br />

vapores químicos. Sen<strong>do</strong> provavelmente <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à reação alérgica e não à resposta<br />

inflamatória crônica <strong>de</strong> contínua exposição. Bohadana et al (2000) afirmam que a prevalência<br />

<strong>de</strong> sintomas irritante ten<strong>de</strong> a ser ligeiramente mais elevada <strong>do</strong> que a <strong>de</strong> sintomas crônicos com<br />

valores máximos <strong>de</strong> 32% para os olhos vermelhos (queimação) concentração <strong>de</strong> poeira <strong>de</strong> 70-<br />

110mg/m 3 ao ano.<br />

Wu et al (1995) relatam em seus estu<strong>do</strong>s que os efeitos da exposição à poeira <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira e o tabagismo foram superiores multiplicativo, sugerin<strong>do</strong> que houve uma interação<br />

entre a exposição à poeira e tabagismo. A mesma associação entre tabagismo e exposição à<br />

poeira <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e câncer nasal tem si<strong>do</strong> observa<strong>do</strong> por Elwood (1981) apud Wu et al<br />

(1995). Entretanto, Schlünssen et al (2004) mostraram aumento da tosse entre trabalha<strong>do</strong>res<br />

<strong>de</strong> indústrias da ma<strong>de</strong>ira mais pronunciada em não-fumantes.<br />

A exposição ao pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira está relacionada com a obstrução nasal aguda. E uma<br />

relação <strong>do</strong>se-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte entre a exposição ao pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira com a obstrução nasal aguda foi<br />

aferida por rinometria acústica e auto-relatada por obstrução, mas nenhuma correlação entre a<br />

rinometria acústica e auto-reporta<strong>do</strong>s obstrução foi encontra<strong>do</strong> no estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Bosan e Okpapi<br />

(2004).<br />

Alwis (1998) <strong>de</strong>screveu em seu estu<strong>do</strong> que níveis eleva<strong>do</strong>s <strong>de</strong> exposição pessoal à<br />

poeira, bem como o não uso <strong>de</strong> equipamento individual <strong>de</strong> proteção respiratória pelos<br />

trabalha<strong>do</strong>res, contribuem para a elevada prevalência <strong>de</strong> sintomas nasais. Osman e Pala<br />

(2009) citam que o uso <strong>de</strong> equipamentos <strong>de</strong> proteção respiratória foi observa<strong>do</strong> em apenas<br />

17,4% <strong>do</strong>s entrevista<strong>do</strong>s, aumentan<strong>do</strong> o índice da presença <strong>de</strong> sintomas respiratório. Tais<br />

resulta<strong>do</strong>s assemelham-se aos encontra<strong>do</strong>s no presente estu<strong>do</strong>.<br />

Embora não haja uma distinção clara <strong>do</strong>s riscos para a saú<strong>de</strong> entre as diferentes<br />

espécies <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, Borm et al (2002) afirma que as espécies <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira dura parecem<br />

constituir com riscos maiores para os efeitos à saú<strong>de</strong>, <strong>do</strong> que a macia. A exposição ao pó <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira dura, isoladamente ou em combinação com o pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira macia, é fortemente<br />

associada com a<strong>de</strong>nocarcinoma nasal. Outros distúrbios respiratórios, exceto para asma, não<br />

estão associa<strong>do</strong>s a tipos específicos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira e fatores <strong>de</strong> risco. Segun<strong>do</strong> a literatura, as<br />

38


principais espécies <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira que estão relacionadas ao aparecimento da asma são: cedro<br />

vermelho, faia, carvalho, mogno, cinza, pinho, teças, freixos e meranti. Observa-se ainda<br />

sinais e sintomas respiratórios característicos como sibilo, tosse produtiva, aperto no peito e<br />

dispneia. Os sintomas aumentam gradualmente <strong>de</strong> acor<strong>do</strong> com o grau e tempo <strong>de</strong> exposição<br />

(SPIEWAK et al, 1994; MALO et al, 1995; BOHADANA et al, 2000; MAPP et al, 2005;<br />

EIRE et al, 2006; AGUWA et al, 2007). Todavia, neste estu<strong>do</strong> nenhum tipo <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira<br />

específico foi avalia<strong>do</strong>, por não contemplar os objetivos <strong>do</strong> mesmo, nem se observou a<br />

presença <strong>de</strong> sintomas semelhantes aos referi<strong>do</strong>s anteriormente.<br />

Tanto a alteração obstrutiva, quanto a restritiva reversíveis da função respiratória foi<br />

<strong>de</strong>scrita entre os trabalha<strong>do</strong>res <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira por Ahuja e Ahuja (1983) e Rastogi et al (1989)<br />

apud Bosan e Okpapi (2004). E o primeiro <strong>de</strong>scrito com tipos específicos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira foi feito<br />

por Hinojosa (1984) e Paggiaro et al (1981) apud Bosan e Okpapi (2004).<br />

A redução da função pulmonar em níveis indicativos <strong>de</strong> obstrução (VEF1, VEF1/CVF)<br />

são relata<strong>do</strong>s em trabalha<strong>do</strong>res expostos ao pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira (SCHLÜNSSEN et al, 2004). O<br />

PFE é uma maneira objetiva <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntificar casos obstrutivos da asma respiratória mesmo antes<br />

<strong>do</strong> sibilo ser <strong>de</strong>tecta<strong>do</strong>. Muitos investiga<strong>do</strong>res observaram os parâmetros reduzi<strong>do</strong>s da função<br />

pulmonar como, por exemplo, para PFE, VEF1 e a CVF nos trabalha<strong>do</strong>res <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira quan<strong>do</strong><br />

compara<strong>do</strong>s à população geral (FERNÁNDEZ-RIVAS et al, 1997; IGE; ONADEKO, 2000).<br />

As pesquisas <strong>de</strong> Meo (2004) e Aguwa et al (2007) mostram que quan<strong>do</strong> o ano <strong>de</strong> exposição à<br />

poeira <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira aumenta a porcentagem <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res com o PFE anormalmente<br />

reduzi<strong>do</strong> aumenta significativamente, e há aumento crescente da presença <strong>de</strong> patologia<br />

obstrutiva com anos crescentes <strong>de</strong> exposição à poeira <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira. Os resulta<strong>do</strong>s igualmente<br />

mostram que aqueles que trabalharam mais <strong>de</strong> cinco anos eram três vezes mais prováveis ter<br />

um PFE anormal <strong>do</strong> que aqueles que trabalharam até cinco anos.<br />

Carosso et al (1987) confirmam em seus estu<strong>do</strong>s que a exposição ao pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira ou<br />

substâncias bronco-ativas relacionadas com a ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> trabalho po<strong>de</strong> causar DPOC. Isto é<br />

<strong>de</strong>monstra<strong>do</strong> pela diminuição <strong>do</strong> VEF1, VEF1/CVF%, e MEF50% que é <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte <strong>do</strong><br />

quadra<strong>do</strong> da duração da exposição, ou seja, é <strong>do</strong>se-<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte. Enquanto que Al-Zuhair et al<br />

(1981) mostraram evidências em seus estu<strong>do</strong>s os quais sugerem que a diminuição da<br />

capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ventilação que ocorre após a exposição a algumas poeiras é provocada pela<br />

constrição das vias aéreas, <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à liberação <strong>de</strong> histamina nos bronquíolos <strong>do</strong>s pulmões.<br />

Entretanto Bosan e Okpapi (2004) em seus estu<strong>do</strong>s relatam que o comprometimento da<br />

39


função ventilatória parece agravar-se com o grau crescente <strong>de</strong> exposição, mas não com a<br />

duração <strong>de</strong> exposição ao pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira ou produto químico.<br />

Schlünssen et al (2004) indicam que as mudanças cruzadas no VEF1 não são apenas<br />

<strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s pelo nível <strong>de</strong> exposição real, mas também, pela exposição crônica. Isto sugere<br />

um “efeito irritativo” <strong>do</strong> pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira sobre a mucosa respiratória, o qual não <strong>de</strong>saparece no<br />

final <strong>do</strong> dia <strong>de</strong> trabalho, e isto po<strong>de</strong> “propiciar” nos pulmões um efeito agu<strong>do</strong>.<br />

Borm et al (2002) em seus estu<strong>do</strong>s com novecentos e trinta trabalha<strong>do</strong>res na indústria<br />

<strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong> Meranti, In<strong>do</strong>nésia, expostos ao pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira revelaram índices <strong>do</strong> MEF e<br />

PFE (77%) abaixo <strong>do</strong>s valores normais. Os resulta<strong>do</strong>s mostraram uma associação negativa<br />

entre os anos <strong>de</strong> trabalho e os índices espirométricos. A significância estatística, para os anos<br />

<strong>de</strong> trabalho foi obtida para CVF, VEF1, VEF1/CVF, e MEF, com a maior variação ajusta<strong>do</strong>s<br />

obti<strong>do</strong>s para CVF e VEF1. Cerca <strong>de</strong> 26% a 29% <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res <strong>do</strong> sexo masculino<br />

apresentaram alteração obstrutiva (MEF ou PFE < 70%), em comparação com 2,6% <strong>do</strong>s<br />

homens basea<strong>do</strong> no índice-Tiffeneau (VEF1/CVF < 70%). Posteriormente a realização <strong>de</strong><br />

ensaios para comparar homens fumantes e não-fumantes não pô<strong>de</strong> <strong>de</strong>tectar uma diferença<br />

significativa no PFE, MEF, e índice-Tiffeneau. O estu<strong>do</strong> mostrou uma tendência inversa, foi<br />

encontrada uma maior obstrução em não-fumantes para todas as variáveis, em que menos<br />

casos com obstrução foram encontra<strong>do</strong>s nos fumantes (5,8%) <strong>do</strong> que entre os não-fumantes<br />

(7,7%), embora a diferença tenha si<strong>do</strong> pequena e não significante.<br />

As pesquisas <strong>de</strong> Douwes et al (2006) mostraram que os indivíduos com sintomas <strong>de</strong><br />

asma apresentaram um número significativamente menor <strong>do</strong> VEF1 e PFE que aqueles sem<br />

sintomas <strong>de</strong> asma, com a CVF muito semelhante. Evi<strong>de</strong>nciaram riscos eleva<strong>do</strong>s à exposição à<br />

poeira <strong>de</strong> pinho seca e ver<strong>de</strong>, com um déficit significativo na base da função pulmonar, ambos<br />

<strong>de</strong> natureza obstrutiva (VEF1 e PFE) e restritiva (CVF). Dahlqvist et al (1992) mostraram em<br />

seus trabalhos sinais <strong>de</strong> comprometimento obstrutivo leve com diminuição <strong>do</strong> VEF1, sen<strong>do</strong><br />

mais evi<strong>de</strong>nte durante o dia <strong>de</strong> trabalho.<br />

No estu<strong>do</strong> <strong>de</strong> Shamssain (1992) a CVF foi o único índice que apresentou uma<br />

significativa correlação com à exposição expressa com o número <strong>de</strong> anos <strong>de</strong> trabalho. A<br />

proporção <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res com um VEF1/CVF abaixo <strong>de</strong> 70% era quase o <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> número<br />

no grupo controle. Além disso, a proporção <strong>de</strong> indivíduos com um VEF1/CVF abaixo <strong>de</strong> 70%<br />

em relação a trabalha<strong>do</strong>res expostos a quem tinha si<strong>do</strong> emprega<strong>do</strong> pelo menos durante <strong>de</strong>z<br />

40


anos foi o <strong>do</strong>bro <strong>do</strong> número <strong>de</strong> trabalha<strong>do</strong>res expostos com menos <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos <strong>de</strong> emprego.<br />

Estas conclusões tiradas com os valores significativamente menores <strong>do</strong> FEF e PFE nos<br />

trabalha<strong>do</strong>res indicam que a exposição ao pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira causa sérios efeitos sobre a função<br />

respiratória.<br />

A partir da avaliação da espirometria, Publio (2008) observou que 23,8 % <strong>do</strong>s<br />

trabalha<strong>do</strong>res apresentavam prova <strong>de</strong> função pulmonar alterada sen<strong>do</strong> que três indivíduos,<br />

equivalentes a 14,28% apresentaram comprometimento da função pulmonar com distúrbio<br />

ventilatório obstrutivo e <strong>do</strong>is indivíduos, 9,5% com distúrbio ventilatório inespecífico. No<br />

grupo controle, quan<strong>do</strong> aplica<strong>do</strong> o MRC foram observa<strong>do</strong>s <strong>do</strong>is trabalha<strong>do</strong>res (9,5%) com<br />

prova <strong>de</strong> função pulmonar alterada, com distúrbio ventilatório obstrutivo.<br />

Publio (2002) verificou que <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res da indústria moveleira participantes <strong>do</strong><br />

seu estu<strong>do</strong>, 90.2% (n= 46) <strong>do</strong>s indivíduos apresentaram espirometria normal, 7.8% (n=4)<br />

apresentaram distúrbio ventilatório obstrutivo leve, e apenas 1.9% (n=1) apresentaram<br />

distúrbio ventilatório restritivo leve.<br />

Bosan e Okpapi (2004) observaram que o VEF1 médio era mais baixo nos fumantes <strong>do</strong><br />

que a média para os não-fumantes, mas este não era estatisticamente significativo. Entretanto,<br />

a CVF média para fumantes era mais baixo <strong>do</strong> que a média para os não-fumantes, com<br />

p


da Capacida<strong>de</strong> Vital (CV), mas esta também po<strong>de</strong> estar reduzida por um processo obstrutivo.<br />

Nesse caso a medida <strong>do</strong>s volumes pulmonares ajuda a interpretar os resulta<strong>do</strong>s da<br />

espirometria (RODRIGUES, 2003, p. 5).<br />

Avaliação da exposição ocupacional é uma das ativida<strong>de</strong>s mais importantes que visam<br />

proteger a saú<strong>de</strong> <strong>do</strong> trabalha<strong>do</strong>r. A avaliação <strong>do</strong> risco ocupacional e exposição ao pó <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira são difíceis. Esta dificulda<strong>de</strong> surge <strong>de</strong>vi<strong>do</strong> à inconsistência e controvérsia em torno<br />

<strong>de</strong> muitos fatores. Em primeiro lugar, o tamanho e a forma <strong>de</strong> partículas <strong>de</strong> poeira, que<br />

<strong>de</strong>finem on<strong>de</strong> as partículas se <strong>de</strong>positarão no trato respiratório e seus efeitos adversos,<br />

especialmente os cancerígenos. Em segun<strong>do</strong> lugar, as diferenças na estrutura, composição e<br />

influência <strong>de</strong> vários tipos <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, observan<strong>do</strong>-se a divisão em ma<strong>de</strong>ira dura e macia. Em<br />

terceiro lugar, o estabelecimento <strong>do</strong> nível máximo <strong>de</strong> segurança <strong>de</strong> concentração <strong>de</strong> poeira no<br />

ar <strong>do</strong> ambiente <strong>de</strong> trabalho. Os aspectos acima referi<strong>do</strong>s exigem muitas regulamentações<br />

legislativas, as quais impõem ao emprega<strong>do</strong>r uma série <strong>de</strong> <strong>de</strong>veres resultantes <strong>do</strong>s efeitos<br />

adversos <strong>do</strong> pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira sobre a saú<strong>de</strong> (BARAN; TEUL, 2008).<br />

42


6 CONCLUSÃO<br />

O não uso <strong>de</strong> equipamento <strong>de</strong> proteção respiratório pela maioria <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res<br />

acarretou em uma maior prevalência no aparecimento <strong>de</strong> sintomas respiratórios.<br />

O estu<strong>do</strong> revelou uma significância estatística para a presença <strong>de</strong> sintomas<br />

respiratórios em indivíduos sob a exposição ocupacional à poeira <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, bem como para<br />

a prevalência da irritação <strong>do</strong> nariz.<br />

Encontrou-se correlação significativa para os índices espirométricos em função da<br />

exposição à poeira <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, se mostran<strong>do</strong> abaixo <strong>do</strong> predito para as variáveis CVL, VEF1 e<br />

MEF50% e acima para MEF75% e VEF1/CVF.<br />

Não houve correlação significativa entre a presença <strong>de</strong> sintomas respiratórios, tempo<br />

<strong>de</strong> exposição e alteração da função pulmonar entre os grupos tabagistas e não-tabagistas.<br />

O comprometimento da função pulmonar <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res expostos à poeira <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira <strong>de</strong>monstrou uma maior predisposição ao aparecimento <strong>de</strong> distúrbio ventilatório<br />

restritivo.<br />

43


7 ALGUMAS CONSIDERAÇÕES<br />

A partir <strong>do</strong>s acha<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sta pesquisa, vale ressaltar a importância da realização <strong>de</strong><br />

novos estu<strong>do</strong>s relaciona<strong>do</strong>s à exposição inalatória ocupacional à poeira <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira, com a<br />

<strong>análise</strong> <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira específicas, da concentração e <strong>do</strong> tamanho das partículas <strong>de</strong><br />

poeira no ambiente <strong>de</strong> trabalho, fatores estes não aborda<strong>do</strong>s no presente estu<strong>do</strong>.<br />

Espera-se que esta pesquisa possa, <strong>de</strong> alguma maneira, servir <strong>de</strong> apoio a pesquisas<br />

futuras no tocante a estu<strong>do</strong>s mais aprofunda<strong>do</strong>s sobre uma questão tão importante e relevante<br />

não só para a saú<strong>de</strong> <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res que lidam com a ma<strong>de</strong>ira, como para pessoas<br />

interessadas em estudar sobre o tema.<br />

44


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49


APÊNDICE 1<br />

50


APÊNDICE 2<br />

Nome da serraria,<br />

MODELO DOS ACEITES DAS INDÚSTRIAS MADEIREIRAS<br />

51<br />

Belém, fevereiro <strong>de</strong> 2009<br />

Eu, Nome <strong>do</strong> Proprietário ou Responsável, porta<strong>do</strong>r <strong>do</strong> RG:_______________ e<br />

CPF:_______________________ , autorizo o acesso às <strong>de</strong>pendências da Indústria NOME<br />

DA SERRARIA, porta<strong>do</strong>ra <strong>do</strong> CNPJ: ________________________________________, no<br />

perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> junho a julho <strong>de</strong> 2009, para a realização da pesquisa intitulada “ANÁLISE DO<br />

PERFIL PNEUMOFUNIONAL DOS TRABALHADORES EXPOSTOS AO PÓ DE<br />

MADEIRA NO MUNICÍPIO DE JACUNDÁ – PARÁ – BRASIL”, das alunas <strong>do</strong> 7°<br />

semestre da Universida<strong>de</strong> da Amazônia, Mayara Miranda, Priscilla Porto e Satiane Maulli,<br />

orienta<strong>do</strong> por Valéria Norman<strong>do</strong>, junto aos trabalha<strong>do</strong>res da indústria, com o intuito <strong>de</strong><br />

adquirir informações para a realização <strong>do</strong> Trabalho <strong>de</strong> Conclusão <strong>de</strong> Curso (TCC). Estan<strong>do</strong><br />

também ciente e concordan<strong>do</strong> com a publicação <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s encontra<strong>do</strong>s no trabalho <strong>de</strong><br />

conclusão <strong>de</strong> curso.<br />

Atenciosamente,<br />

___________________________<br />

Nome <strong>do</strong> proprietário


APÊNDICE 3<br />

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO<br />

“ANÁLISE DO PERFIL PNEUMOFUNIONAL DOS TRABALHADORES<br />

EXPOSTOS AO PÓ DE MADEIRA NO MUNICÍPIO DE JACUNDÁ – PA – BRASIL”.<br />

Você está sen<strong>do</strong> convida<strong>do</strong> a participar <strong>do</strong> projeto <strong>de</strong> pesquisa acima cita<strong>do</strong>. O <strong>do</strong>cumento<br />

abaixo contém todas as informações necessárias sobre a pesquisa que estamos fazen<strong>do</strong>. Sua<br />

colaboração neste estu<strong>do</strong> será <strong>de</strong> muita importância para nós, mas se <strong>de</strong>sistir a qualquer<br />

momento, isso não causará nenhum prejuízo a você.<br />

Eu, _________________________________________, resi<strong>de</strong>nte e <strong>do</strong>micilia<strong>do</strong> na_________<br />

_____________________________, porta<strong>do</strong>r da Cédula <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, RG ______________,<br />

e inscrito no CPF______________________ nasci<strong>do</strong> (a) em _____ / _____ /_______, abaixo<br />

assina<strong>do</strong> (a), concor<strong>do</strong> <strong>de</strong> livre e espontânea vonta<strong>de</strong> em participar como voluntário (a) <strong>do</strong><br />

estu<strong>do</strong> “Análise <strong>do</strong> <strong>perfil</strong> <strong>pneumofuncional</strong> <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res expostos ao pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira<br />

no município <strong>de</strong> Jacundá – PA – Brasil”.<br />

Estou ciente que:<br />

I) Essa pesquisa terá como objetivo avaliar o <strong>perfil</strong> <strong>pneumofuncional</strong> <strong>do</strong>s trabalha<strong>do</strong>res<br />

expostos ao contato direto com o pó <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira.<br />

II) A participação neste projeto não tem objetivo <strong>de</strong> me submeter a um tratamento, bem como<br />

não me causará nenhum gasto com relação aos procedimentos <strong>de</strong> avaliação efetua<strong>do</strong>s com<br />

o estu<strong>do</strong>;<br />

III) Tenho a liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sistir ou <strong>de</strong> interromper a colaboração neste estu<strong>do</strong> no momento<br />

em que <strong>de</strong>sejar, sem necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> qualquer explicação;<br />

IV) Passarei por um questionário <strong>de</strong> avaliação, on<strong>de</strong> serão coleta<strong>do</strong>s meus da<strong>do</strong>s pessoais,<br />

minha história ocupacional e social e, por uma avaliação respiratória, utilizan<strong>do</strong> um<br />

espirômetro com software, on<strong>de</strong> realizarei uma inspiração forçada e em seguida expirarei<br />

<strong>de</strong> forma intensa e rápida;<br />

V) Po<strong>de</strong>rei apresentar um leve <strong>de</strong>sconforto respiratório após a avaliação respiratória e, caso<br />

isto ocorra, terei quinze minutos <strong>de</strong> <strong>de</strong>scanso, para dar seqüência à avaliação;<br />

VI) A <strong>de</strong>sistência não causará nenhum prejuízo à minha saú<strong>de</strong> ou bem estar físico. Não virá<br />

interferir na avaliação proposta;<br />

VII) A minha participação neste projeto contribuirá para acrescentar à literatura da<strong>do</strong>s<br />

referentes ao tema, direcionan<strong>do</strong> as ações voltadas para a promoção da saú<strong>de</strong>;<br />

52


VIII) Não receberei remuneração e nenhum tipo <strong>de</strong> recompensa nesta pesquisa, sen<strong>do</strong> minha<br />

participação voluntária;<br />

IX) Os resulta<strong>do</strong>s obti<strong>do</strong>s durante este ensaio serão manti<strong>do</strong>s em sigilo;<br />

X) Concor<strong>do</strong> que os resulta<strong>do</strong>s sejam divulga<strong>do</strong>s em publicações científicas, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que meus<br />

da<strong>do</strong>s pessoais não sejam menciona<strong>do</strong>s;<br />

XI) Caso eu <strong>de</strong>sejar, po<strong>de</strong>rei pessoalmente tomar conhecimento <strong>do</strong>s resulta<strong>do</strong>s parciais e<br />

finais <strong>de</strong>sta pesquisa.<br />

( ) Desejo conhecer os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sta pesquisa.<br />

( ) Não <strong>de</strong>sejo conhecer os resulta<strong>do</strong>s <strong>de</strong>sta pesquisa.<br />

53<br />

Jacundá, ______ <strong>de</strong> ______________________ <strong>de</strong> 2009.<br />

Declaro que obtive todas as informações necessárias, bem como to<strong>do</strong>s os eventuais<br />

esclarecimentos quanto às dúvidas por mim apresentadas.<br />

______________________________________________<br />

Assinatura <strong>do</strong> participante<br />

Testemunha 1 : ___________________________________________________<br />

Nome / RG / Telefone<br />

Testemunha 2 : __________________________________________________<br />

Responsável pelo Projeto:<br />

Valéria Marques Ferreira Norman<strong>do</strong><br />

Telefone para contato: 91 – 8112-8272<br />

Nome / RG / Telefone


APÊNDICE 4<br />

QUESTIONÁRIO DE AVALIAÇÃO<br />

“ANÁLISE DO PERFIL PNEUMOFUNIONAL DOS TRABALHADORES EXPOSTOS<br />

AO PÓ DE MADEIRA NO MUNICÍPIO DE JACUNDÁ – PARÁ – BRASIL”.<br />

REGISTRO<br />

Nome:<br />

_______________________________________________________________________<br />

En<strong>de</strong>reço: _____________________________________ Tel: ___________________<br />

Data <strong>de</strong> nascimento:_____/_____/_______ Data da avaliação: _____/_____/________<br />

Empresa: _______________________________ Ocupação: _____________________<br />

QUESTIONÁRIO<br />

Você já apresentou ou apresenta alguma <strong>do</strong>ença pulmonar e/ou patologia associada?<br />

( ) Sim ( ) Não Qual(is)?______________________________________<br />

Há quanto tempo?__________________________________________________<br />

Você apresenta algum <strong>do</strong>s sinais/sintomas abaixo?<br />

( ) Tosse ( ) Dispneia ( ) Coriza ( ) Su<strong>do</strong>rese ( ) Irritação no nariz<br />

( ) Outros________________________________________________________<br />

Com relação ao expediente <strong>de</strong> trabalho, você apresenta algum <strong>de</strong>sconforto?<br />

( ) Não<br />

( ) Sim, durante o expediente<br />

( ) Sim, após o expediente<br />

( ) Sim, durante e após o expediente<br />

Tabagismo? ( ) Sim ( ) Não ( ) Cig./dia ( ) anos/tabag.<br />

( ) anos/para<strong>do</strong><br />

Ativida<strong>de</strong> física? ( ) nega ( ) irregular ( ) regular<br />

Qual?______________________<br />

Turno <strong>de</strong> trabalho: ( ) Manhã ( ) Tar<strong>de</strong> ( ) Noite<br />

Você tem acesso a equipamentos <strong>de</strong> proteção? ( ) sim ( ) não<br />

Você faz uso <strong>do</strong> equipamento <strong>de</strong> proteção individual completo?<br />

54


( ) Sim ( ) Não Qual(is)?_______________________________________<br />

Quanto tempo trabalha na Empresa?________e, na ocupação?_____________<br />

Trabalha quantas horas diárias?________ Faz hora extra? ( ) Sim ( ) Não<br />

Há intervalo no turno <strong>de</strong> trabalho? Sim ( ) Não ( ) Tempo?____________<br />

Faz uso <strong>de</strong> algum medicamento? Sim ( ) Não ( ) Qual?______________<br />

AVALIAÇÃO GERAL<br />

Altura: ___________ Peso:____________<br />

Sinais Vitais:<br />

FR:___________irpm FC:_________bpm PA:___________mmHg<br />

55


ANEXO 1<br />

56

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